Notícias


Tecnologia & Inovação Postado em segunda-feira, 22 de janeiro de 2024 às 10:34


A GPT Store já conta com mais de três milhões de aplicativos baseados em IA generativa, e promete remunerar desenvolvedores. 

A OpenAI acaba de lançar a GPT Store, uma loja de aplicativos personalizados baseados no modelo de Inteligência Artificial (IA) generativa do ChatGPT. A novidade é um desdobramento do anúncio feito em novembro pela empresa de que desenvolvedores e usuários poderiam começar a criar suas próprias aplicações customizadas e, mais tarde, monetizar suas criações por meio de um marketplace de GPTs – como são chamados os apps.

Até o momento, a GPT Store está disponível apenas para usuários assinantes do plano pago do ChatGPT – que custa US$ 20 por mês. A loja online de aplicativos pode ser acessada por meio da ferramenta de chat, na qual é possível pesquisar pelas funcionalidades desejadas – que variam desde tutoriais de regras de jogos de tabuleiro até ajudantes virtuais para solucionar problemas tecnológicos.

A OpenAI também anunciou o lançamento do ChatGPT Team, uma versão paga da sua ferramenta conversacional destinado a empresas, para que seus funcionários possam utilizar a IA generativa em suas tarefas diárias no trabalho. O plano custa entre US$ 25 e US$ 30 por mês, e possui configurações de privacidade para que informações inseridas por uma organização não seja publicada para demais usuários e empresas.

Segundo estudo da Harvard Business School, funcionários do Boston Consulting Group (BCG) que tiveram acesso ao GPT-4 afirmaram completar suas tarefas 25% mais rapidamente, e atingiram uma qualidade 40% maior em seus trabalhos do que colegas que não tiveram o mesmo acesso.  


A loja de GPTs

Os GPTs começaram a ser criados em novembro de 2023, quando a OpenAI realizou uma conferência de desenvolvedores e anunciou que diferentes usuários poderiam começar a criar funcionalidades personalizadas com base no modelo de linguagem do ChatGPT – tudo sem a necessidade de programação. Inicialmente, a loja deveria ir ao ar no final daquele mesmo mês. No entanto, prorrogou o lançamento para realizar melhorias.

Além disso, no mesmo mês, Sam Altman – cofundador e CEO da OpenAI – foi demitido do negócio pelo conselho de diretores. Após a renúncia de outro cofundador, Greg Brockman, ameaças de demissão em massa por parte de 95% dos funcionários da empresa, além de negociações com a Microsoft para absorver, não só Altman, como todos da equipe, o CEO foi recontratado e mudanças foram feitas no conselho de diretores.

Agora, a GPT Store – que se assemelha a uma app store como a da Apple ou do Google – busca criar cada vez mais conteúdos e funcionalidades para o ChatGPT, mantendo-se relevante em um mercado que ficará cada vez mais competitivo. A loja nasce com mais de três milhões de GPTs criados por usuários desde novembro.

Em contrapartida, a OpenAI garante que, em breve, os desenvolvedores dos GPTs poderão monetizar suas criações. A remuneração será baseada no engajamento gerado pelos aplicativos. Segundo o blog da OpenAI, mais detalhes sobre os critérios de pagamento serão oferecidos conforme o momento das remunerações se aproximar.


GPTs para a vida

A publicação no blog da OpenAI também sinaliza alguns dos mais de três milhões de GPTs que já estão disponíveis para serem utilizados pelos usuários do plano pago do Chat GPT. São eles:

- AllTrails: recomendações de trilhas de acordo com preferências de intensidade, tempo e distância;
- Consensus: busca e resumos de mais de 200 milhões de publicações acadêmicas;
- Code Tutor: GPT da Khan Academy para expandir conhecimentos de programação;
- Canva: ferramenta para construir design de apresentações e publicações para redes sociais;
- Books: GPT para recomendação de leituras;
- CK-12 Flexi AI Tutor: ferramenta de aprendizagem de matemática e ciência;

Desenvolvedores – ou builders, como são chamados pela OpenAI – ainda podem continuar construindo e lançando suas funcionalidades baseadas no ChatGPT na GPT Store. Segundo a empresa, habilidades de programação não são necessárias.

Fonte: Consumidor Moderno
Tecnologia & Inovação Postado em segunda-feira, 22 de janeiro de 2024 às 10:24


Em economias desenvolvidas, cerca de 60% dos empregos poderão ser impactados pela IA.

Cerca de 40% dos empregos do mundo serão impactados pelos efeitos da inteligência artificial (IA), sobretudo em países desenvolvidos, segundo estudo divulgado pela diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva.

Segundo os dados da análise, nas economias desenvolvidas, cerca de 60% dos empregos podem ser afetados pela IA. Sendo que metade desse total pode se beneficiar da integração com a tecnologia a fim de aumentar a produtividade. 

Por outro lado, as aplicações de IA poderão executar tarefas essenciais atualmente desempenhadas por seres humanos, o que poderá reduzir a procura de mão de obra resultando em salários mais baixos e a uma redução das contratações, avalia Georgieva. Nos casos mais extremos, alguns destes empregos podem até desaparecer.
        
“Historicamente, a automação e a tecnologia da informação tendem a afetar as tarefas rotineiras, mas a IA é capaz de impactar empregos altamente qualificados. Como resultado, as economias mais desenvolvidas enfrentam maiores riscos decorrentes da IA ​​— mas também mais oportunidades para aproveitar os seus benefícios — em comparação com os mercados emergentes e as economias de baixa renda”, disse Georgieva, diretora do FMI. 

Nos mercados emergentes (como o Brasil) e nos países de baixa renda, espera-se que a exposição à IA seja de 40% e 26%, respetivamente. Os dados sugerem que esses mercados enfrentam menos perturbações imediatas causadas pela IA. Ao mesmo tempo, muitos destes países não têm infraestruturas ou mão de obra qualificada para aproveitar os benefícios da IA, aumentando o risco de que, com o tempo, a tecnologia possa agravar a desigualdade entre as nações.

O Brasil, por exemplo, sofre há anos com a falta de mão de obra qualificada na área de tecnologia. O setor de tecnologia nacional vai precisar, entre este ano e 2025, de pouco mais de 540 mil profissionais, estima a Brasscom, associação de empresas de tecnologia. Porém, a dificuldade para contratar talentos é enorme.

Na visão do FMI, Singapura, EUA e Dinamarca são os países mais preparados para a integração da IA ao mercado de trabalho. Os dados são analisados conforme um “Índice de Preparação para a IA” do fundo, que mede em 125 países áreas como: 

- infraestrutura digital;
- políticas de capital humano e de mercado de trabalho;
- inovação e integração econômica; e
- regulação e ética. 

Se não pode vencê-la…
Na análise do FMI, a inteligência artificial também vai afetar a desigualdade de rendimentos dentro dos países. É possível que haja uma polarização entre os trabalhadores: de um lado, aqueles que vão aproveitar a IA a ver um aumento na sua produtividade e nos seus salários; do outro, aqueles que ficarão para trás —  sendo substituídos ou perdendo importância diante de automatizações, por exemplo.

Esse efeito pode ser maior ou menor, a depender do tamanho do auxílio que a IA vai dar para os trabalhadores com salários maiores. “Se a IA complementar significativamente os trabalhadores com rendimentos mais elevados, poderá levar a um aumento desproporcional do seu rendimento do trabalho. O fenômeno pode aumentar ainda mais  a desigualdade”, avallia a diretora-geral do FMI.

Fonte: Infomoney