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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 13 de fevereiro de 2018 às 21:33
A varejista de moda Lojas Renner teve alta de 10,7 por cento no lucro líquido do quatro trimestre sobre um ano antes, com o maior fluxo de clientes levando ainda ao aumento das vendas no conceito mesmas lojas, após resultado negativo no ano anterior.

De outubro a dezembro, o lucro líquido da empresa somou 331,8 milhões de reais. As vendas no conceito mesmas lojas subiram 8,7 por cento, após queda de 0,8 por cento um ano antes, e fecharam 2017 com aumento de 9,2 por cento, ante queda de 0,2 por cento em 2016.

A melhora nas vendas neste conceito vieram em decorrência do crescimento no fluxo de clientes, segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da empresa, Laurence Gomes.

A empresa inicia 2018 vendo condições favoráveis para o desempenho dos negócios, com aumento nos investimentos e mantendo o ritmo de abertura de lojas.

"Vemos um bom ano em 2018, principalmente em função da expectativa de recuperação gradual da economia baseada no consumo das famílias", disse o executivo à Reuters.

Segundo ele, apesar das incertezas políticas diante da indefinição com o cenário eleitoral deste ano, os fundamentos sólidos como inflação e juros baixos abrem espaço para um cenário mais favorável.

A empresa espera investir 620 milhões de reais em 2018, acima dos 550 milhões do ano passado, com expectativa de abrir aproximadamente 70 lojas, mesmo número do ano passado, nos formatos Renner, Camicado e Youcom, incluindo a abertura de mais lojas no Uruguai.

O país vizinho segue como foco da expansão internacional da Lojas Renner, que abriu 3 lojas no país desde setembro. Para 2018, a expectativa é inaugurar outras duas unidades no país.

"Estamos focados na comprovação dessa experiência, na comprovação da nossa competitividade fora do Brasil com uma maior escala no Uruguai e mais inaugurações", disse Gomes, adicinando que os resultados até o momento são "encorajadores".

No quarto trimestre, a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de 603,4 milhões de reais, expansão de 6,3 por cento sobre um ano antes.

A margem Ebitda, no entanto, caiu 2,4 pontos percentuais, para 27,2 por cento, pressionada pela queda de 2,6 pontos percentuais na margem da operação de varejo. A queda refletiu principalmente o resultado de outras despesas operacionais, que no quarto trimestre de 2016 tinham sido beneficiadas por créditos fiscais não recorrentes.

As despesas operacionais da Lojas Renner subiram 22,8 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior, a 687,7 milhões de reais.

O aumento nos custos reflete uma maior concentração de gastos com projetos em andamento e a maior alocação de investimentos em marketing no período.

A receita líquida das vendas de mercadorias avançou 15,7 por cento no trimestre e 15,4 por cento no ano. 

MULTICANAL

Parte dos recursos previstos para investimento este ano devem ser direcionados para ampliar a integração entre os canais online e físico, movimento que já ganhou força no ano passado.

"Já iniciamos 2018 com novo website e em 2017 atualizamos toda plataforma tecnológica de e-commerce... É uma plataforma mais flexível e vai ser possível oferecer mais serviços, mais funcionalidades", disse Gomes.

Segundo o executivo, no ano passado houve crescimento de 85 por cento no tráfego via celular e aumento de 36 por cento nas visitas ao website da empresa. 

PRODUTOS FINANCEIROS

No quarto trimestre, o resultado dos produtos financeiros teve alta anual de 20,5 por cento, para 75,7 milhões de reais e representou 12,5 por cento do Ebitda total da empresa.

Gomes minimizou a possibilidade e impactos negativos da queda de juros no desempenho da área, afirmando que uma taxa de juros mais baixa é positiva para o longo prazo.

Fonte: DCI
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 13 de fevereiro de 2018 às 19:41
O varejo brasileiro começa a apertar o passo no processo de transformação digital do setor, com a implementação de novas tecnologias nas lojas físicas. O pagamento móvel, a realidade virtual, a personalização de ofertas e o uso de sensores de calor e faciais são algumas das soluções que grandes redes nacionais vêm testando nos pontos de venda.

Ainda que o movimento esteja em patamar muito mais avançado no exterior, principalmente nos Estados Unidos e na China, percebe-se uma preocupação crescente de empresários brasileiros do comércio com a transformação do negócio para um modelo mais pautado no digital e nas inovações.

No Brasil, o processo acelerou nos últimos anos principalmente pelo barateamento das novas tecnologias – com a consolidação da nuvem e da venda de softwares como serviços (SaaS) –, e pela integração cada vez maior do canal físico com o on-line. “O cloud e o SaaS tornaram as tecnologias viáveis até mesmo para o pequeno varejista”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra.

Recentemente, uma das empresas que começou a testar modificações significativas nas lojas é a Via Varejo (dona da Casas Bahia e do Pontofrio). No final de janeiro, a rede abriu a primeira unidade de um modelo de ponto de venda digital, onde todo o funcionamento é pautado no uso de soluções tecnológicas e na personalização da experiência de compra pela análise de dados.

Na loja recém aberta, sensores de expressão facial medem a satisfação do cliente ao sair, enquanto um mapa de calor analisa toda a trajetória feita durante o tempo que o consumidor permaneceu no ponto de venda. A empresa começou a testar também a aplicação da realidade virtual e aumentada.

“Usamos a realidade virtual para o cliente experimentar produtos que não estão no mostruário da loja, o que ajuda na venda de móveis; e a realidade aumentada para levar    o produto a casa do consumidor, através de um aplicativo”, afirma o diretor de unidades on-line da Via Varejo, Flavio Dias.

A empresa iniciou ainda um projeto batizado de “Via Unica”. O sistema consiste em um grande banco de dados, que concentra informações dos clientes, coletadas com as transações internas, e também informações externas. “O big data estará ‘plugado’ em uma espécie de motor de personalização, que vai disparar campanhas customizadas”, explica.

Na prática, a medida vai permitir uma maior assertividade das campanhas de marketing, melhorando, em tese, o relacionamento com o consumidor. O uso de dados para aprimorar a oferta de promoções já vem sendo utilizado de forma ampla no varejo alimentar. Grandes redes, como o Grupo Pão de Açúcar (GPA), Carrefour e o mineiro Super Nosso, lançaram recentemente aplicativos com ofertas que variam de acordo com o histórico de compra de cada usuário.

“Lançamos há três meses o aplicativo e já temos 100 mil usuários”, afirma o presidente do Grupo Super Nosso, Euler Fuad. Segundo o empresário a solução gerou um incremento de 10% nas vendas, e foi muito bem recebida pelas indústrias.

“Ao invés de investir um volume grande para ofertar os produtos de forma massiva, os fornecedores investem para atingir menos consumidores, mas de forma mais assertiva.”

No processo de avanço digital do varejo, umas das empresas que mais tem se destacado, na visão de analistas, é o Magazine Luiza. À frente do setor, a companhia começou há alguns anos a investir na transformação do modelo de negócios, com a integração dos canais e a aplicação de tecnologias nos pontos de venda.

A rede foi uma das primeiras do comércio nacional, por exemplo, a adotar o pagamento móvel. Nas lojas da varejista de eletrodomésticos, vendedores podem realizar as vendas através de smartphones e tabletes, o que elimina a necessidade da presença dos caixas.

O investimento das varejistas vem um momento, na visão do fundador da consultoria Varese Retail, Alberto Serrentino, em que a transformação digital já passou de um diferencial para uma agenda inevitável do setor. “As empresas precisar estar preparadas para isso.”

Fonte: DCI