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Estratégia & Marketing Postado em quarta-feira, 15 de novembro de 2017 às 19:21
O mundo digital e o empresarial são duas esferas entranhadas. Não existe mais uma distinção entre virtual e físico quando se trata de fazer negócios. Para almejar o sucesso, as estratégias corporativas precisam prever avanços nessas duas frentes para gerar o máximo possível de valor para os acionistas e para a sociedade.

Uma pesquisa da consultoria Gartner, especializada em alta tecnologia, identificou as três principais tendências que irão nortear os negócios digitais pelos próximos 10 anos. De acordo com a empresa, as três 'megatendências' "irão alavancar os negócios das empresas e ajudá-las a sobreviver na economia digital nos próximos cinco a dez anos".

"Arquitetos empresariais que estão focados em inovação tecnológica devem avaliar essas tendências de alto nível e as tecnologias apresentadas, assim como o potencial impacto em seus negócios", diz Mike J. Walker, Diretor de Pesquisas do Gartner."Além do possível impacto nos negócios, essas tendências oferecem perspectivas significativas para que líderes de arquitetura ajudem os executivos seniores de TI e negócios a responderem às oportunidades e ameaças dos negócios digitais. Isso cria soluções acionáveis que entregam diagnósticos para guiar decisões de investimentos", completa.

1. Inteligência Artificial
Tecnologias de Inteligência Artificial serão a classe mais inovadora de tecnologia nos próximos dez anos, segundo o Gartner. Isso por conta do poder computacional, disponibilidade praticamente infinita de quantidades de dados e avanços inéditos no conhecimento sobre redes neurais profundas.

"Tudo isso vai permitir que empresas com tecnologias de IA aproveitem dados para se adaptarem a novas situações e resolverem problemas que não tinham sido encontrados anteriormente", informa a consultoria.

A Universidade de Stanford tem um projeto chamado AI100, (One Hundred Year Study on Artificial Intelligence), que visa pesquisar e antecipar os efeitos e impactos da Inteligência Artificial. No último relatório anual, os pesquisadores ligados ao AI100 destacaram que entre as principais utilidades futuras da IA estão os carros autônomos, diagnósticos sobre a saúde, tratamentos direcionados e atenção a idosos.

Apesar de ser uma forte tendência, aplicações em IA são focadas em uma tarefa e demoram anos investidos em pesquisa e desenvolvimento antes de ganharem escala de mercado. "Ao contrário das predições fantásticas sobre AI na imprensa, o painel de estudos não encontrou motivos para preocupação de que a Inteligência Artificial possa ser uma ameaça iminente à humanidade", explicam os estudiosos no relatório.

Empresas que buscam crescimento nessa área precisam considerar tecnologias como aprendizagem profunda, deep reinforcement learning, inteligência artificial geral (IAG), veículos autônomos, computação cognitiva, drones, interfaces de usuário conversacionais, gerenciamento de taxonomia e ontologia empresarial, aprendizado de máquina, smart dust (poeira inteligente), robôs inteligentes e ambiente de trabalho inteligente.

2. Experiências imersivas transparentes

O limite entre o que é real e o que é simulado pela tecnologia está sendo cada vez mais desafiado. Em 2014, o Facebook adquiriu a então pouco conhecida Oculus VR, desenvolvedora do Oculus Rift, que cobre toda a área de visão do usuário e simula outro ambiente. Há várias aplicações possíveis, especialmente na área de games, mas a aposta do CEO Mark Zuckerberg é mais ousada.

O Facebook quer dominar áreas como ensino virtual, entretenimento, empresarial (incluindo reuniões virtuais à distância e treinamentos), dentre outras. A realidade virtual será um fator decisivo para os negócios no futuro, mas as experiências imersivas permitem um leque mais amplo de possibilidades.

Pesquisadores do Gartner esperam que tecnologia torne-se mais centrada no ser humano, permitindo transparência entre pessoas, negócios e objetos. "Essa relação tende a ser mais entrelaçada conforme a evolução da tecnologia se torna mais adaptativa, contextual e fluida entre o ambiente de trabalho, a casa e a interação com negócios e outras pessoas", aponta.

Entre as tecnologias a serem consideradas para a tendência estão impressão 4D, realidade aumentada, interface computador-cérebro, casas conectadas, melhorias em humanos, eletrônicos com nanotubos, realidade virtual e telas volumétricas em formatos não convencionais.

3. Plataformas digitais

Para as empresas, o uso de plataformas digitais já não é uma tática acessória, mas uma atividade que está no centro da estratégia de negócios -- ou assim deveria ser. Com o omnichannel, as barreiras entre comércio físico e virtual tornam-se cada vez mais obsoletas à medida em que grandes players adotam soluções cada vez mais sofisticadas centradas no consumidor.

Essa tendência deve se consolidar nos próximos anos, em especial com o advento do blockchain, tecnologia que veio a reboque da criptomoeda Bitcoin. A inovação é capaz de eliminar intermediários em diversos tipos de transações -- incluindo financeiras, possibilitando a redução de custos -- e se destaca pela segurança quase infalível -- o que permite maior confiabilidade.

Tecnologias emergentes requerem a revolução das bases facilitadoras que fornecem o volume de dados necessário, poder de computação avançado e suporte de ecossistemas. "A transição de infraestrutura técnica compartimentada para plataformas que permitem ecossistemas cria as bases para modelos de negócios totalmente novos que formam uma ponte entre humanos e tecnologia", informa o Gartner.

Fonte: Administradores
Varejo & Franquias Postado em quarta-feira, 15 de novembro de 2017 às 19:18
Há 17 anos, uma loja de calçados foi aberta por dois primos no centro de São Paulo. Hoje, esta é a primeira empresa de comércio eletrônico do Brasil a abrir capital no exterior. No dia do IPO, a empresa captou mais de US$138 milhões. Para falar sobre esta história de sucesso e a migração da empresa do físico para o online, Marcio Kumruian, fundador da Netshoes, palestrou no CASE 2017.

“Mais importante do que elaborar um bom plano é saber que os erros vão acontecer, e você tem que errar rapidamente e voltar para os trilhos”, diz Marcio. Hoje, a companhia que há dez anos fechava as portas do mundo físico para ingressar no online já tem cinco centros de distribuição, 20 lojas parceiras, customiza produtos e tem navegação gratuita pelo app.

“Você tem que ter coragem e acreditar no seu feeling empreendedor”, diz Marcio, ao falar da qualidade vital que os empreendedores têm que ter: resiliência. Ao abrir a loja online, o primeiro pedido só veio depois de três meses de trabalho incansável no site. “No mês seguinte, recebemos dois pedidos. Isso já foi um crescimento de 100%”, comenta.

Outro ponto importante para o sucesso da companhia, segundo o CEO, é a qualidade do time que compõe uma empresa. Sem os colaboradores certos, nenhuma grande empresa tem futuro. “Tão importante quanto sonhar é trazer pessoas para trabalharem junto com você neste sonho.”

Dentro da Netshoes nasceu a Zattini, um e-commerce de roupas, calçados e acessórios. Marcio conta que, para a realização deste projeto, os times envolvidos com esta nova loja tinham total autonomia. “A Zattini nasceu como uma startup dentro da Netshoes. As equipes que estavam trabalhando na marca tomavam as decisões que precisavam ser tomadas, mesmo que na hora pudesse não parecer o ideal para nós. É importante confiar no seu time e dar a eles autonomia”, diz. Atualmente, a Zattini é um dos principais marketplaces de moda do País.

Uma empresa não sai de uma loja física em São Paulo e abre um IPO em Nova York do dia pra noite. Pra isso, é necessário muito trabalho, uma equipe competente, grandes ideias e investidores que estejam ligados aos valores e trajetória da empresa. O time de investidores da empresa conta com nomes como Tiger Global Management, Temasek Holdings, Iconiq Capital e Kaszek Ventures.

“Para o nosso primeiro investimento, queríamos investidores que nos dessem autonomia. Nós sabíamos o que estávamos fazendo, mas precisávamos do dinheiro. Por isso, tomamos cuidado para escolher um investidor que não interferisse no nosso modo de tocar o negócio”, explica. “O investidor estar conectado com os valores, premissas e ter jogo limpo é de extrema importância para o aporte.”

Para Marcio, o IPO do Netshoes, que aconteceu em abril deste ano, não era uma obsessão ou meta, mas uma parte da jornada da empresa. “Nós vamos continuar fazendo o que temos que fazer, continuar crescendo e fugir da nossa zona de conforto”, diz. Para ele, o foco da empresa diariamente é melhorar a experiência do consumidor.

“A Netshoes está sempre em movimento e não está conformada com o que foi atingido. Isso faz parte da nossa cultura”. Para os empreendedores, mesmo em meio a um cenário político e econômico ainda incerto, Marcio disse que “a gente não pode perder a fé, porque o Brasil depende da gente”, completa.

Fonte: Exame