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Varejo & Franquias Postado em quarta-feira, 07 de junho de 2017 às 16:28
- O varejo brasileiro é um dos mais flexíveis, resilientes e determinados do mundo. Só isso pode explicar sua atuação e sobrevivência em um cenário dominado pela permanente instabilidade econômica e política; as mais altas taxas reais de juros do planeta; um complexo e insano sistema tributário; uma anacrônica e antiquada legislação trabalhista, com sindicatos de empregados defendendo ideias do passado e, para culminar, com entidades oficiais de representação setorial rivalizando com o pensamento retrógrado de tais sindicatos.

Quando a lógica global é o crescimento da participação dos omnicanais disponíveis para os consumidores 24x7, 365 dias por ano, os ultrapassados líderes imaginam que é possível cercear a liberdade de escolha e compra e impingir regulamentações de horários e jornadas de trabalho, esquecendo que o empoderado consumidor-cidadão tem o mercado global à sua disposição. Nada mais desconectado da realidade emergente.

O cenário desenha o crescimento da competitividade de forma inexorável pela combinação de vários fatores, entre eles o avanço da indústria em conexão direta com o mercado, com lojas exclusivas somadas ao uso do e-commerce e canais digitais de relacionamento, como feito por Apple, Samsung, Nespresso, Nike e muitas outras.

Para não falar dos serviços e produtos emergentes do ambiente digital, que enterram conceitos tradicionais e transformam o mercado, como Netflix e similares. Ao mesmo tempo em que corporações globais, para satisfazer consumidores 'mais por menos', multiplicam canais de vendas, desenvolvem novos formatos de lojas e marcas próprias, ampliam serviços e negócios, como fazem Casino, Carrefour, Walmart e Zara. Sem esquecer dos players digitais, como a Amazon e o Alibaba, que já têm market value muito superior a redes tradicionais com milhares de lojas.

Nesse cenário de competitividade global, atuar no Brasil significa competir em uma ultramaratona carregando uma mochila de pedras. Emergente em frangalhos da maior crise econômica que assolou o País, o varejo brasileiro deveria liderar o processo de reestruturação, para que possamos promover reformas que resgatem a capacidade competitiva. Nenhum outro setor tem a sensibilidade tão aguçada para as demandas do consumidor-cidadão e a visão crítica dos estragos que anos de desmandos impuseram ao País. E nunca o momento foi tão oportuno e decisivo para tal. Não é questão de opção. É questão de sobrevivência.

Fonte: Marcos Gouvêa de Souza
Varejo & Franquias Postado em quarta-feira, 07 de junho de 2017 às 16:23
A confiança dos brasileiros voltou a cair. O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) registrou 100,6 pontos em maio, um recuo de 2,7% frente a abril. O indicador está ainda 4,4% menor do que o registrado no mesmo mês do ano anterior. Desde maio de 2016, não havia queda na comparação com o mesmo mês do ano anterior. As informações são da pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira (31).




De acordo com o levantamento, a queda da confiança do consumidor para um nível inferior ao de maio do ano passado aumenta a preocupação sobre a evolução da demanda de consumo para os próximos meses e, consequentemente, para a atividade econômica. Além disso, o INEC, que em maio ficou 7,3% abaixo da média histórica, vem alternando crescimentos e quedas desde o início do ano. No entanto, os dois últimos recuos, de março e maio, foram mais fortes que as duas últimas altas no indicador, ocorridas em fevereiro e abril.

Na comparação com abril, a maioria dos componentes do INEC assinalou queda em maio, com exceção do índice de compras de maior valor, que cresceu 3,1% no período. Os recuos mais expressivos foram em relação aos índices de endividamento, com retração de 6,3% em maio ante abril, e expectativa sobre a própria renda, que caiu 5,9% no período. Isso significa que os brasileiros estão mais endividados e mais pessimistas em relação à evolução da renda.

O índice de expectativas sobre a inflação teve queda de 4,4% em maio frente abril, sinalizando pessimismo em relação à evolução dos preços. O indicador de perspectivas sobre o desemprego recuou 3,4% no período, indicando que os brasileiros estão pessimistas sobre o mercado de trabalho. Além disso, o índice sobre situação financeira retraiu 3,5%, mostrando piora nas finanças pessoais em maio na comparação com os últimos três meses.

O INEC antecipa tendências de consumo. Consumidores com perspectivas positivas em relação ao emprego e à situação financeira tendem a comprar mais, o que contribui para a retomada da atividade econômica.

Fonte: CNI