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Varejo & Franquias Postado em segunda-feira, 30 de setembro de 2024 às 11:09


Ter o conhecimento de todas as variáveis antes de tomar uma decisão contribui para evitar riscos associados à escolha de um ponto que não corresponde às expectativas.

Escolher o local físico para expandir uma operação ou para iniciar um empreendimento é um desafio que vai além da simples escolha do endereço certo. E quem não conhece bem a área ainda precisa analisar detalhadamente diversos fatores e variáveis que podem levar o negócio ao sucesso ou decretar o contrário. Por isso, cada vez mais ferramentas que combinam informações geográficas, demográficas e análise de dados têm despontado como alternativas para uma tomada de decisão estratégica.

De posse dessas informações, que têm como base dados completos de instituições oficiais, como o censo demográfico, é possível avaliar aspectos essenciais, como o volume de público que passa pelo local, a movimentação financeira da região, previsão de receita financeira, características estruturais da população residente, empreendimentos concorrentes, além de outros fatores que mostram o potencial da região.

De acordo com Leandro Jardim, diretor da Geofusion, solução de inteligência geográfica e análise de dados da Cortex, ter o conhecimento de todas as variáveis antes de tomar uma decisão que envolve tempo, conhecimento e investimento financeiro contribui para evitar riscos associados à escolha de um ponto que não corresponde às expectativas.

“Uma escolha segura de ponto comercial requer um estudo estratégico que contemple potencial, viabilidade e projeções. É uma forma de reduzir riscos e evitar eventuais prejuízos. Esse é o papel das ferramentas que combinam análise de dados e geomarketing para embasar a tomada de decisão. A tecnologia torna acionáveis informações de grande relevância como o perfil demográfico da região, possível fluxo de clientes, concorrência e até mesmo o potencial de consumo de determinada área”

Para facilitar a escolha do local ideal e aumentar as chances de sucesso, Jardim sugere cinco análises fundamentais.

Fluxo de pessoas:
Sem consumidor, negócio nenhum dá certo. Verificar o volume de pedestres e moradores do local ajuda a compreender o potencial da região e a visibilidade que o empreendimento terá. Uma farmácia localizada na esquina da Rua Tuiuti com a Rua Platina, no Tatuapé (SP), por exemplo, pode ser vista por mais de 1,4 milhões de pessoas por semana, uma das esquinas de maior fluxo de passantes em toda a zona leste de São Paulo.

Economia local:
Abrir um negócio de luxo, por exemplo, em uma região que não possui poder de compra suficiente é uma estratégia que certamente levará o empreendimento a ter prejuízos. Por isso, conhecer o perfil e potencial de consumo da região garante que o público-alvo terá capacidade para absorver o mix de produtos ofertados.

Para o varejo calçadista, bairros como Moema, Perdizes e Vila Andrade (SP), são os de maior destaque, com a propensão de gastos com calçados por famílias de renda média A, variando entre R$ 30 milhões e R$ 54 milhões, neste ano.

Perfil demográfico:
Conhecer com profundidade informações como a faixa etária dos moradores da região, diversidade de gênero, perfil de renda e hábitos de consumo é essencial para definir se o local está alinhado com o público consumidor.

Por exemplo, a partir de dados confiáveis, uma rede de ensino que atende o público de renda média mensal entre R$ 8 mil e R$ 16 mil consegue mapear que os bairros de Santa Rosa, Fonseca e Icaraí, em Niterói (RJ), são os que possuem mais habitantes com idade escolar e renda média alvo para uma unidade nesse perfil.

Infraestrutura e concorrência:
Abrir uma pizzaria ao lado de dark kitchens ou outros estabelecimentos semelhantes pode ser uma furada. Para isso, é necessário entender como a presença de concorrentes locais pode interferir no negócio e se fatores como o aluguel da região podem inviabilizar o negócio.

Por exemplo, se uma rede de pizzaria precisa compreender qual a concorrência para seu negócio em Curitiba, pode se utilizar de inteligência geográfica para saber que, além de nove unidades de grandes redes, o segmento conta com outras 300 pizzarias independentes ou de pequenas redes locais somente no município.

Quanto o ponto pode lucrar:
Entendendo as características do entorno, é possível estimar o potencial de faturamento de um ponto antes de investir. Essa estimativa é crucial para tomar boas decisões e garantir bons resultados, evitando surpresas e maximizando o retorno ao escolher o local ideal.

Com o uso de inteligência artificial, a partir de uma solução de inteligência preditiva, com IA e modelos de machine learning, é possível prever o faturamento personalizado em mais de 14 milhões de localidades em todo o território nacional, considerando sazonalidades e captações de mercado que o varejo deverá realizar de acordo com o público do entorno da nova unidade em simulação.

Fonte: Mercado & Consumo
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 13 de agosto de 2024 às 15:57


Pesquisa Anual de Comércio aponta aumento de 80% na quantidade de lojas que realizam vendas online entre 2020-22, e cross border representa novo desafio para setor.

A pandemia de Covid-19 causou um impacto no comércio brasileiro e, consequentemente, nos empregos. Porém, segundo avaliação da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) com base nos dados da Pesquisa Anual de Comércio (PAC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 25 de julho, o setor tem se recuperado. Os números do estudo mostram que, após a queda, foi possível ver uma recuperação de unidades locais de revendas, que atingiram níveis semelhantes aos de 2019.

A crise sanitária resultou em 112 mil de pontos de vendas a menos em operação no setor ao final de 2020. A maior queda foi percebida no comércio varejista, com uma redução de 8,7% em um ano. Já a quantidade de fechamentos líquidos no setor automotivo surge logo em seguida, com um encolhimento de 8,5% nos pontos de vendas de veículos e autopeças. Ao mesmo tempo, o comércio atacadista conseguiu crescer 3,1% ao abrir 7.014 unidades.

Porém, em 2022, o comércio conseguiu restabelecer a quantidade de unidades locais de revenda e voltar ao patamar alcançado em 2019, com 1,62 milhão de estabelecimentos.

“Foi divulgado recentemente pelo IBGE um conjunto de dados muito importantes sobre o comércio no Brasil”, comenta Fabio Bentes, economista da CNC. “A pesquisa anual de comércio de 2022, embora seja um retrato defasado em relação ao que se vive hoje no Brasil, revelou e confirmou a recuperação do comércio desde o início da pandemia. Se houve recuperação no número de lojas, houve recuperação também no emprego. O comércio, em 2022, empregou formalmente mais de 10,3 milhões de colaboradores, o mesmo patamar de 2019. Portanto, o comércio, nesses 3 anos, conseguiu reaver esses dois termômetros muito importantes da atividade em nível que se tinha antes da pandemia”.


Recuperação do comércio

Além disso, segundo a PAC, as 10,3 milhões de pessoas empregadas receberam R$ 318,0 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. Isso gerou R$ 6,7 trilhões de reais em receita líquida operacional para os espaços físicos comerciais. Ao mesmo tempo, esse avanço foi resultado do nascimento de empresas atacadistas, cuja quantidade de lojas já era 17,7% maior que em 2019 – o equivalente a 40,1 mil novas lojas. Tanto o varejo (-247 mil lojas) quanto o comércio automotivo (-14 mil lojas) ainda não haviam retomado o número de postos de venda observado três anos antes.

“A Pesquisa Anual de Comércio 2022 do IBGE confirmou a recuperação do comércio também em relação à receita operacional. O setor apresentou um crescimento de 68% na receita operacional líquida, se comparada a 2020. Portanto, o setor, em três anos, conseguiu crescer bastante em termos de geração de receitas, e essa recuperação na receita operacional líquida se deu, sobretudo, por conta da digitalização do consumo. A quantidade de estabelecimentos que vendem online cresceu 80% em um período em que as vendas do e-commerce brasileiro cresceram 225%”, pontua Bentes.

O executivo ainda aponta que o salário médio no setor alcançou dois salários mínimos por mês, algo inédito na pesquisa. “Lembrando que, nos últimos 15 anos, houve um aumento de cerca de 148% na inflação, e o salário médio cresceu mais de 240%, portanto, um aumento real de renda para o trabalhador do comércio”, acrescenta.

Bentes pontua ainda que, diante dos números, fica um grande desafio para os próximos anos: como o comércio brasileiro vai lidar com o cross border, a grande variedade de produtos que vêm especialmente da Ásia para o Brasil? Ele reforça ainda que essa questão demanda ações do setor público para ajudar a proteger o comércio na medida em que, nesses países, os produtos são produzidos de forma muito barata e isso gera uma concorrência desleal aos preços desses itens praticados pelos varejistas brasileiros.


Mesmo com e-commerce em alta, há desafios

Apesar dos sinais positivos, o comércio brasileiro ainda enfrenta grandes desafios. A crise econômica de 2015-16 e a pandemia resultaram em uma perda significativa de pontos de venda, com 112 mil empresas a menos em operação em 2020, representando uma queda de 7% em relação ao ano anterior. Além disso, a desvalorização do real e o aumento dos preços dos combustíveis podem afetar as expectativas de crescimento para o próximo ano.

“A digitalização e o crescimento do atacarejo são tendências que vieram para ficar, mas precisamos estar atentos aos desafios macroeconômicos que podem afetar o setor. Mesmo com as incertezas, a Confederação vê um potencial de avanço no volume de vendas no varejo, baseado nos recentes resultados positivos e nas tendências macroeconômicas favoráveis”, comenta Bentes.

A recuperação das vendas e o aumento da empregabilidade no setor são sinais encorajadores, mas o comércio brasileiro precisará continuar se adaptando às mudanças estruturais e aos desafios econômicos para manter o ritmo de crescimento observado em 2022.

Fonte: Consumidor Moderno