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Economia & Atualidade Postado em segunda-feira, 30 de setembro de 2024 às 11:12


Economias redirecionadas e prateadas são algumas das identificadas pela consultoria Bain & Company como aquelas que irão concentrar novas oportunidades e desafios comerciais nos próximos anos.

A cada novidade que surge como tendência de comportamento do consumidor, as empresas se movimentam para entender: este é realmente um direcionamento que vai perdurar ou estamos diante de mais uma moda passageira? Apesar de executivos do segmento de bens de consumo terem grande experiência em analisar rapidamente tendências emergentes e o varejo acompanhar de perto essa evolução, nem sempre eles contam com as ferramentas certas para antecipar futuros padrões.

No longo prazo, o entendimento sobre a evolução dos desejos dos consumidores envolve identificar quais novos padrões de fato estão redefinindo os hábitos das pessoas e da sociedade – existe muito valor a ser capturado pelas organizações que conseguirem responder a estes desejos antecipadamente. É crucial ter uma visão completa das pessoas, seus hábitos no dia a dia, onde moram, como se comportam em relação ao meio ambiente, à família e à comunidade. Em suma, é necessário acompanhar e entender como forças macro podem remodelar a sociedade e criar novas necessidades de consumo – sejam mudanças demográficas, pressões econômicas, alterações climáticas, fluxos migratórios, instabilidade geopolítica, entre outros. Esses dados podem sinalizar como as pessoas poderão consumir, comprar ou trocar no futuro.

Durante a SXSW deste ano, a Bain & Company apresentou uma análise que destacou oito áreas principais que devem concentrar novas oportunidades comerciais e desafios, consideradas pela consultoria como “futuras economias de consumo” que irão impactar o mercado nos próximos anos:

Economia redirecionada: é crescente o número de pessoas que mudam de cidades, países e continentes – seja de forma temporária ou permanente. São mudanças causadas por forças macro, como as alterações climáticas, as pressões econômicas e a instabilidade política, ou mesmo por razões pessoais, como a procura de um estilo de vida melhor. Esse movimento acaba por remodelar onde as pessoas vivem, trabalham e, por consequência, o que, como e quando consomem – o que significa a criação de novos locais de compras, redes de distribuição e formatos de lojas. Com a integração de culturas, tradições e gostos podem surgir demandas específicas e até ofertas escalonadas para assegurar a coexistência da diversidade em ambientes de polarização social;

Economia familiar redefinida: com a redefinição das estruturas familiares, é crescente o número de pessoas que moram sozinhas, bem como famílias monoparentais, mistas, multigeracionais e “famílias escolhidas”. As companhias precisam atender e apoiar todas as configurações, oferecendo múltiplas soluções;

Economia prateada: a população global com 60 anos ou mais deve duplicar nos próximos 25 anos, atingindo mais de 2 bilhões de pessoas. Com a melhoria da saúde e maior tempo para chegar à aposentadoria, a terceira idade poderá contar com dois grupos bem distintos: aqueles que vão continuar a trabalhar, viajar e consumir nos seus anos dourados, e os que vão precisar de mais apoio. Dessa forma, este segmento não deve se limitar à criação de produtos e serviços destinados aos idosos. As pessoas dessa faixa etária têm pela frente a busca por novos propósitos, expansão de competências para o trabalho, cuidado com os filhos e com pais idosos – e também as dificuldades e incertezas de uma aposentadoria cada vez mais distante;

Economia consciente: os eventos climáticos extremos têm afetado pessoas em todo o mundo, o que amplia a consciência ecológica e a ansiedade ambiental. Cerca de 60% da população de países com economia em crescimento reafirmam sua preocupação com a sustentabilidade ambiental por terem vivenciado condições meteorológicas exacerbadas. Esse cenário deve alimentar modelos de negócio alternativos e redefinir o consumo, com plataformas tecnológicas para facilitar o comércio local e sustentável, bem como soluções concebidas para compartilhamento, aluguel, reparo e reciclagem de produtos;

Economia da automação: aproximadamente uma em cada duas pessoas nos Estados Unidos e na Europa sente que não tem tempo livre para atividades de lazer e quase um em cada dois norte-americanos afirma que utilizaria a automação de trabalhos domésticos se pudesse. A aplicação da Inteligência Artificial para automatizar tarefas enfadonhas e acelerar a tomada de decisões abre caminho para uma verdadeira parceria humana e tecnológica, onde a tecnologia libera tempo para atividades que realmente fazem sentido para as pessoas;

Economia originadora: os consumidores têm hoje todas as ferramentas necessárias – muitas delas digitais e alimentadas por Inteligência Artificial – para se tornarem a sua própria empresa e revolucionarem produtos de consumo tradicionais e cadeias de valor no varejo. Essas soluções, combinadas ao aumento do trabalho remoto e freelance, vão remodelar a forma como as pessoas contribuem para a economia de consumo. As empresas terão de se adaptar a esta nova onda de empreendedorismo e esforço criativo, criando modelos que incorporem e apoiem os consumidores como originadores em toda a sua cadeia de valor;

Economia da saúde otimizada: as pessoas mudaram a forma como pensam em saúde, que hoje inclui a saúde mental e o bem-estar espiritual, emocional, social e até financeiro. Com mais conhecimento e maior acesso a ferramentas para controlar a própria saúde, é possível que a população passe a se cuidar de forma holística. Esse conceito pode alterar totalmente os sistemas de saúde tradicionais, com a oportunidade para empresas e governos ajudarem a democratizar a procura de uma saúde otimizada.

Economia do suporte emocional: apesar da tecnologia que nos conecta, muitas pessoas se sentem isoladas – a solidão já é uma epidemia global, afetando jovens e idosos. A situação pode se agravar com o risco da tecnologia e o aumento contínuo de conteúdo e entretenimento hiperpersonalizados conduzirem uma segregação algorítmica. Isto, combinado com mudanças no estilo de vida, como o trabalho remoto, e o declínio nos rituais sociais, tornará mais difícil construir e manter ligações sociais significativas. As empresas e os governos terão de desempenhar um papel na reparação, fornecendo espaços, serviços ou produtos que criem apoio emocional e ajudem a reconectar as pessoas.

É importante levar em conta que essas economias do futuro devem coexistir e se sobrepor. As empresas voltadas para o consumidor que usarem essas perspectivas futuras para testar a aptidão dos seus negócios e identificar onde estão os pontos fortes, as oportunidades e os desafios, terão um excelente ponto de partida.

Fonte: Consumidor Moderno
Varejo & Franquias Postado em segunda-feira, 30 de setembro de 2024 às 11:09


Ter o conhecimento de todas as variáveis antes de tomar uma decisão contribui para evitar riscos associados à escolha de um ponto que não corresponde às expectativas.

Escolher o local físico para expandir uma operação ou para iniciar um empreendimento é um desafio que vai além da simples escolha do endereço certo. E quem não conhece bem a área ainda precisa analisar detalhadamente diversos fatores e variáveis que podem levar o negócio ao sucesso ou decretar o contrário. Por isso, cada vez mais ferramentas que combinam informações geográficas, demográficas e análise de dados têm despontado como alternativas para uma tomada de decisão estratégica.

De posse dessas informações, que têm como base dados completos de instituições oficiais, como o censo demográfico, é possível avaliar aspectos essenciais, como o volume de público que passa pelo local, a movimentação financeira da região, previsão de receita financeira, características estruturais da população residente, empreendimentos concorrentes, além de outros fatores que mostram o potencial da região.

De acordo com Leandro Jardim, diretor da Geofusion, solução de inteligência geográfica e análise de dados da Cortex, ter o conhecimento de todas as variáveis antes de tomar uma decisão que envolve tempo, conhecimento e investimento financeiro contribui para evitar riscos associados à escolha de um ponto que não corresponde às expectativas.

“Uma escolha segura de ponto comercial requer um estudo estratégico que contemple potencial, viabilidade e projeções. É uma forma de reduzir riscos e evitar eventuais prejuízos. Esse é o papel das ferramentas que combinam análise de dados e geomarketing para embasar a tomada de decisão. A tecnologia torna acionáveis informações de grande relevância como o perfil demográfico da região, possível fluxo de clientes, concorrência e até mesmo o potencial de consumo de determinada área”

Para facilitar a escolha do local ideal e aumentar as chances de sucesso, Jardim sugere cinco análises fundamentais.

Fluxo de pessoas:
Sem consumidor, negócio nenhum dá certo. Verificar o volume de pedestres e moradores do local ajuda a compreender o potencial da região e a visibilidade que o empreendimento terá. Uma farmácia localizada na esquina da Rua Tuiuti com a Rua Platina, no Tatuapé (SP), por exemplo, pode ser vista por mais de 1,4 milhões de pessoas por semana, uma das esquinas de maior fluxo de passantes em toda a zona leste de São Paulo.

Economia local:
Abrir um negócio de luxo, por exemplo, em uma região que não possui poder de compra suficiente é uma estratégia que certamente levará o empreendimento a ter prejuízos. Por isso, conhecer o perfil e potencial de consumo da região garante que o público-alvo terá capacidade para absorver o mix de produtos ofertados.

Para o varejo calçadista, bairros como Moema, Perdizes e Vila Andrade (SP), são os de maior destaque, com a propensão de gastos com calçados por famílias de renda média A, variando entre R$ 30 milhões e R$ 54 milhões, neste ano.

Perfil demográfico:
Conhecer com profundidade informações como a faixa etária dos moradores da região, diversidade de gênero, perfil de renda e hábitos de consumo é essencial para definir se o local está alinhado com o público consumidor.

Por exemplo, a partir de dados confiáveis, uma rede de ensino que atende o público de renda média mensal entre R$ 8 mil e R$ 16 mil consegue mapear que os bairros de Santa Rosa, Fonseca e Icaraí, em Niterói (RJ), são os que possuem mais habitantes com idade escolar e renda média alvo para uma unidade nesse perfil.

Infraestrutura e concorrência:
Abrir uma pizzaria ao lado de dark kitchens ou outros estabelecimentos semelhantes pode ser uma furada. Para isso, é necessário entender como a presença de concorrentes locais pode interferir no negócio e se fatores como o aluguel da região podem inviabilizar o negócio.

Por exemplo, se uma rede de pizzaria precisa compreender qual a concorrência para seu negócio em Curitiba, pode se utilizar de inteligência geográfica para saber que, além de nove unidades de grandes redes, o segmento conta com outras 300 pizzarias independentes ou de pequenas redes locais somente no município.

Quanto o ponto pode lucrar:
Entendendo as características do entorno, é possível estimar o potencial de faturamento de um ponto antes de investir. Essa estimativa é crucial para tomar boas decisões e garantir bons resultados, evitando surpresas e maximizando o retorno ao escolher o local ideal.

Com o uso de inteligência artificial, a partir de uma solução de inteligência preditiva, com IA e modelos de machine learning, é possível prever o faturamento personalizado em mais de 14 milhões de localidades em todo o território nacional, considerando sazonalidades e captações de mercado que o varejo deverá realizar de acordo com o público do entorno da nova unidade em simulação.

Fonte: Mercado & Consumo