
CEOs temem que a ausência de conhecimento em IA entre executivos do alto escalão limite o crescimento e a inovação das empresas.
“Nunca vimos uma lacuna tão desproporcional nas impressões dos CEOs sobre a disrupção tecnológica”, diz David Furlonger, VP Analista Distinto e Gartner Fellow.
A declaração do especialista reforça a necessidade urgente de construção de conhecimento e habilidades em IA entre executivos c-levels num momento em que a Inteligência Artificial (IA) passa a ser preponderante para os negócios.
David reforça que a IA não é apenas uma mudança incremental dos negócios digitais, mas sim, uma “transformação radical” na forma como os negócios e a sociedade funcionam.
Uma implicação significativa que, caso o conhecimento não seja aprimorado rapidamente por esse grupo de executivos, a competitividade será prejudicada e a sobrevivência das empresas correrá sérios riscos, afirma.
Especialistas em IA
A afirmação de David tem fundamento. Segundo uma pesquisa recente do Gartner, “Gartner CEO and Senior Business Executive Survey”, feita com 456 CEOs e outros executivos sêniores de negócios em todo o mundo, apenas 44% dos Chief Information Officers (CIOs) são considerados por seus Chief Executive Officers (CEOs) como “especialistas em Inteligência Artificial (IA)”.
A pesquisa revelou que 77% dos CEOs acreditam que a IA está inaugurando uma nova era de negócios, mas acham que os principais especialistas em tecnologia das empresas não têm o conhecimento e os recursos para apoiar, impulsionar ou acelerar os resultados de negócios nesse cenário em evolução.
Os CEOs consideram que até mesmo CIOs, Chief Information Security Officers (CISOs) e Chief Data Officers (CDOs) não têm conhecimento elevado de IA. A preocupação da liderança com a experiência tecnológica do C-Level não é nova. A mesma pesquisa realizada entre 2019 e 2020 mostrou que a avaliação dos CEOs sobre o conhecimento tecnológico necessário para a era digital de seus executivos já estava abaixo do ideal.
Fatores limitantes
Os CEOs pesquisados destacam que dois principais fatores afetam a implementação e o uso da IA nas organizações: a incapacidade de contratar um número adequado de pessoas qualificadas e o de calcular valor ou resultados obtidos com a tecnologia.
Jennifer Carter, outra analista principal do Gartner, tece sua avaliação. “Os CEOs mudaram sua visão sobre a IA de apenas uma ferramenta para uma maneira transformadora de trabalhar. Essa mudança destacou a importância do aprimoramento das habilidades. À medida que os líderes reconhecem o potencial da IA e o impacto nas empresas, eles entendem que o sucesso não se trata apenas de contratar novos talentos. Em vez disso, trata-se de equipar seus funcionários atuais com as habilidades necessárias para incorporar perfeitamente a IA nas tarefas diárias.”
Esse foco no aprimoramento de habilidades é uma resposta estratégica ao papel em evolução da IA nos negócios, garantindo que toda a companhia possa se adaptar e prosperar nesse novo paradigma. De acordo com a pesquisa 66% dos CEOs disseram que seus modelos de negócios não estão adequados para fins de IA.
O que isso quer dizer?
A Inteligência Artificial como ferramenta de transformação empresarial é uma solução ainda muito nova para a grande maioria das lideranças que não tiveram em sua trajetória e escopo de trabalho um contato estreito com o mundo tecnológico. O fato, é que esse mundo ganhou protagonismo e o conhecimento sobre IA agora é colocado como “missão crítica” devido à rapidez na adoção e evolução. Pensando no impacto direto sobre valor de marca e confiança, o desafio em IA ainda é muito maior caso o impulso da organização para seguir esse ritmo não leve em consideração uma boa base de dados confiáveis e um propósito claro: o consumidor espera que toda empresa agora esteja ancorada em IA, para ser mais ágil e eficiente.
Fonte: Consumidor Moderno