Notícias


Economia & Atualidade Postado em segunda-feira, 11 de março de 2024 às 10:36


Após Claudia Goldin ganhar o Nobel da Economia, a discussão sobre as disparidades de gênero no mercado de trabalho voltou com tudo 

É a terceira vez na história que uma mulher ganha o Nobel de Economia: a norte-americana Claudia Goldin foi laureada em em 2023. A professora e pesquisadora de Harvard fez uma pesquisa abrangente que analisa a disparidade de gênero entre homens e mulheres e a participação feminina no mercado de trabalho ao longo de séculos.

Claudia mostra que mulheres são obrigadas a fazer escolhas importantes mais cedo do que os homens – seja no âmbito profissional ou no pessoal, como a maternidade. Essa é inclusive, a razão que mais faz mulheres com diplomas universitários ganharem bem menos do que homens, que são pais, e têm o mesmo nível de escolaridade.

Pela perspectiva brasileira, uma pesquisa feita pela W.Lab, uma parceria dos institutos Locomotiva e IDEIA, mostra que as mulheres detêm apenas 37% da renda gerada no mercado de trabalho, mas são responsáveis por 52% das horas trabalhadas. Ou seja: trabalhamos mais, para recebermos menos do que homens nas mesmas posições. A disparidade salarial entre gêneros, conhecida como gender gap, foi o tema do estudo de Goldin que motivou a premiação da academia sueca.

Claudia Goldin foi laureada com o prêmio Nobel de Economia por sua pesquisa sobre as mulheres no mercado de trabalho

Além disso, o estudo aponta que 92% dos brasileiros acham que as profissionais sofrem mais situações de constrangimento e assédio que os homens no ambiente profissional, e 68% das mulheres afirmam que falta tempo no seu dia para outras atividades. Pensando nisso, foi sancionada em julho deste ano a Lei da Igualdade Salarial (1085/2023), fundamental para combater a discrepância de remuneração entre os gêneros. 

“Os números mostram uma contradição muito representativa das desigualdades de gênero no país, que se acentuam ainda quando consideramos os recortes de classe. Nas classes D e E, por exemplo, 57% dos lares são chefiados por mulheres. Mesmo sendo as responsáveis financeiras da casa, elas seguem acumulando a maior parte do trabalho doméstico, fruto de uma cultura que precisa ser debatida com urgência”, afirma Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.

Os índices são piores para mulheres de classes mais baixas que são chefes de família: na classe C o percentual é de 51%, enquanto para as mais abastadas, os números chegam a 43%. Para mulheres pretas a situação chega a ser ainda mais triste no mercado de trabalho. Elas ainda ocupam proporcionalmente menos vagas de trabalho formais, com carteira assinada, do que homens, e recebem 54% menos que homens brancos mesmo possuindo o mesmo nível de escolaridade.

A dupla jornada de trabalho também afeta mais mulheres do que homens, principalmente para as mais pobres. “Importante lembrar também que grande parte delas assume esse papel simplesmente por serem deixadas sozinhas com os filhos, fenômeno mais comum nas classes mais baixas”, finaliza Cila Schulman, CEO do Instituto de Pesquisa IDEIA. 


Áreas mais ocupadas por mulheres no mercado de trabalho e por quê

Marilane Teixeira, economista, professora e pesquisadora da UNICAMP na área de trabalho, relações de trabalho e gênero, explica que essa condescendência com a capacidade das mulheres no mercado de trabalho vem de um pensamento muito antigo. “Como fomos sempre vistas como donas de casa, mães, esposas, em que o saber foi construído no ambiente doméstico, que é saber cuidar de uma casa. È explícito que a linha de pensamento é que somos ótimas para sermos trabalhadoras domésticas, boas cuidadoras, educadoras”.

Assim, grande parte das mulheres acaba indo para essas áreas – da educação, da saúde, dos cuidados, e da assistência. “Mas são profissões, ocupações, que são muito pouco valorizadas socialmente”, continua, “será porque são ocupadas por mulheres que são pouco valorizadas, ou porque têm uma naturalização de considerar que são habilidades que mulheres adquirem quase que inercialmente?”, questiona Marilane. Ou seja, quando entram no mercado de trabalho, grande parte das mulheres acaba enveredando para áreas estereotipadas. E, novamente, isso recai pesadamente sobre aquelas que são chefes de família. “Nós temos uma sociedade em que as mulheres são, em grande medida, chefes de família. Somos as principais responsáveis pelo sustento da casa".

Segundo Marilane, hoje, a taxa de desemprego entre as mulheres jovens é de 30%. Entre as que estão empregadas, um terço possui ensino superior completo, enquanto apenas 16% dos homens em cargos de gerência têm algum diploma universitário.

“Um número bem expressivo, talvez em torno de 20% das mulheres que abandonam a busca pelo trabalho,são motivadas por gravidez”, acrescenta Marilane. Muitas empresas evitam contratar mulheres justamente pela possibilidade de gestação, já que os benefícios trabalhistas como licença-maternidade são muitas vezes considerados encargos a mais para o empregador. “O número de mulheres que abandonam o trabalho depois da gravidez porque não tem como lidar com o problema da ausência de políticas públicas, a ausência de creches no Brasil, é imenso. Isso é uma deficiência que precisa ser enfrentada com certa urgência”.

Fonte: Consumidor Moderno
Varejo & Franquias Postado em segunda-feira, 11 de março de 2024 às 10:34


As marcas que mais cresceram foram Decor Colors (96,9%), Kopenhagen (23,8%) e Empório Mineiro Cheirin Bão (23,2%).

Pelo segundo ano consecutivo, Cacau Show, O Boticário e McDonald’s mantiveram a liderança do Ranking ABF das 50 Maiores Redes de Franquias no Brasil por Operação, divulgado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) na última quinta-feira (08/03).

A Cacau Show manteve o primeiro lugar com um total de 4.216 operações, o que representa um crescimento de 10,7% em relação à edição anterior. Em segundo lugar, O Boticário registrou 3.689 operações e, em terceiro, a rede de hamburgueria McDonald’s, com 2.662 operações – aumento de 2,5% em relação a 2023.

Segundo a ABF, neste ano, 19 redes superaram a marca das mil operações ante 16 em 2023, e quatro tem mais de 2 mil. Ainda de acordo com a associação, a “régua” para entrar no grupo – ou seja, o volume mínimo para figurar no ranking – também aumentou: 377 operações ante 366 na edição passada.


As dez maiores

A rede de Colchões Ortobom figura na quarta posição com 2.380 operações e OdontoCompany, vem em seguida, com 1.899 operações.

O sexto lugar trouxe uma novidade: a rede de serviços automotivos Lubrax+ subiu três posições em relação à edição anterior, somando 1.741 operações e crescimento de 1,7%. A Subway perdeu uma posição e desceu para o sétimo lugar no ranking com 1.574 operações. Em seguida, surgem: a rede de conveniências AmPm (1.540), Óticas Carol (1.400) e Burguer King Brasil, que cresceu 5,7% no último ano e entrou para o Top 10 com 1.331 franquias em operação.

Para Tom Moreira Leite, presidente da ABF, “quando observamos o comportamento médio da expansão das 50 maiores deste ano, notamos um maior foco em eficiência das operações já instaladas e fortalecimento de canais de venda agregados, principalmente, os digitais, colhendo assim os frutos das expansões registradas nos anos anteriores”, diz. “De qualquer maneira, notamos movimentos representativos de expansão de rede ao longo de toda a lista, incluindo entre as Top 10. Até mesmo a Cacau Show, que chegou à liderança na edição passada, manteve um nível elevado de expansão, ultrapassando as 4 mil operações”, analisa Moreira Leite.

Destaques do 11º ao 50º lugar e marcas estreantes
O bloco do 11º ao 20º lugar é aberto pela rede BR Mania, subindo duas posições em relação ao ranking 2023, com 1.323 operações. A rede teve a terceira maior variação neste grupo com um crescimento de 10,5% na comparação com a edição anterior.

Em 12º lugar, a Óticas Diniz  também avançou duas colocações, totalizando 1.207 franquias, seguida por Shell Select (1.197) e Jet Oil (1.145). Com a segunda maior variação do bloco, a Chilli Beans (moda) cresceu 13,4% e subiu três posições, passando da 18ª para a 15ª com 1.116 operações. Na sequência, CVC Brasil (1.038) e Wizzard by Pearson (1.014). A Oggi Sorvetes saltou de 808 para 1.005 operações, registrando assim a maior variação positiva deste grupo, um crescimento significativo de 19,6%.

Entre a 21ª e a 30ª posição, em ordem decrescente de franquias em operação, listam: Espaçolaser (788), Help! (780), Chiquinho Sorvetes (772), CNA (708), Fisk (672), Kopenhagen (672), com destaque para o crescimento de 23,8%, Hering Store (667), Casa do Construtor (659), Mercadão dos Óculos (647), CCAA (640) e Remax (629).

As 20 maiores franquias a integrar o ranking, da 31ª até a 50ª posição são: Localiza (608), Dia% (589), Havaianas (569), 5àsec (554), Lupo (552), Empório Mineiro Cheirin Bão (539), Splash (531), Oral Sin Implantes (509), Casa de Bolos (481), Mais 1.Café (475), Cresci Perdi (466), estreia no ranking, junto à Decor Colors, que quase dobrou o número de franquias em um ano: expandiu 96,9%, de 224 para 441 operações. Em 43º lugar, está a KNN Idiomas (439), seguida por Sorridents (435), Arezzo (430), Chocolates Brasil Cacau (418), Clube Melissa (413), Carmen Steffens (395), Microlins (389) e Giraffas (377).

“Entre os estreantes, identificamos nichos interessantes: moda circular e soluções de pintura e decoração. Além disso, a Decor Colors participou do Shark Tank e recebeu investimento, tendo um grande impulso”, comenta Tom Moreira Leite.


Perfil do franchising brasileiro

Neste ano, o retrato geral das 50 maiores franquias traz a predominância do setor de alimentos (foodservice, comércio e distribuição) com 33% de participação, seguido por saúde, beleza e bem-estar (16%) e moda (16%).

O formato loja predomina com 95% das franchising. Em relação à maturidade, 78% das marcas têm mais de 10 anos como franqueadora, 88% estão sediadas no Sudeste e 43 são brasileiras. Dessas, 67% das operações estão localizadas no interior do estado. O levantamento revelou ainda que o total de marcas (51 por conta de um empate) somou 50.717operações.

As marcas com maior crescimento percentual foram: Decor Colors (96,9%), Kopenhagen (23,8%), Empório Mineiro Cheirin Bão (23,2%), Mais 1.Café (20,6%), Casa do Construtor (19,9%) e Oggi (19,6%).


Ranking das microfranquias

O ranking ABF das 20 Maiores Microfranquias por Operações 2024 é liderado pela Market4U, que subiu quatro posições e registrou 42% de variação positiva – a terceira maior da lista -, saltando de 1.477 para 2.100 operações.

O segundo lugar ficou com a Prudential (1.686) e, em terceiro, ficou a Seguralta – Bolsa de Seguros totalizando 1.672 operações. A seguir, listam a rede Kumon (1.532) e a Credfácil (1.009).

A É Seguro Corretora estreou este ano no ranking na 6ª posição. A rede possuía 399 franquias. No último ano, cresceu 103% e saltou para 809 unidades em operação. Em seguida, vem a Touti (718), Ceopag ((707), Emive Franchising (660) e fechando o top 10, a Linx Sistemas (619).

No bloco pertencente à 11ª à 20ª posição, figuram, também por ordem decrescente de operação: Clube Turismo (560), Gazin Semijoias (536), Bem Safe (516), Maria Brasileira (484), Solarprime (461), Fiadorweb (439), Cotafácil (421), Grupo Villela Auditoria e Consultoria Empresarial (395), Flash Courier (378) e Emagrecentro (333).

De acordo com Adriana Auriemo, vice-presidente da ABF, “as microfranquias são o símbolo do franchising inclusivo e que fortalece o empreendedorismo”. Para ela, o que fica mais evidente ao observar o movimento de expansão desses negócios de menor investimento e formatos mais enxutos, é que continuarão a crescer em um ritmo acelerado. “Ao abrirmos nosso leque de análise, notamos movimentos interessantes, não apenas em serviços de forma geral, como também em soluções financeiras, de tecnologia, logística e até em energia solar”, aponta Adriana.


Perfil das microfranquias brasileiras

Diferente das 50 Maiores, o grupo das microfranquias tem predominância do segmento serviços e outros negócios (55%), seguido de saúde, beleza e bem-estar e casa e construção (ambas com participação de 10%).

De acordo com o levantamento da entidade, 30% das franqueadoras têm mais de 10 anos e 20% entre 3 e 4 anos. A maioria das operações são no formato loja em 80% delas, home based em 14% e quiosques em 5%. Outro dado interessante é que 75% das sedes das franqueadoras e 80% das operações delas não ficam em capitais. Este grupo soma 16.035 operações.

Fonte: Mercado & Consumo