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Gestão & Liderança Postado em terça-feira, 19 de dezembro de 2017 às 14:58
A produtividade do trabalhador da indústria brasileira aumentou 1,2% no terceiro trimestre deste ano em relação ao período imediatamente anterior. Foi o sexto trimestre consecutivo de aumento da produtividade, informa o estudo divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Entre o segundo trimestre de 2016 e o terceiro trimestre deste ano, a produtividade no trabalho da indústria acumula uma alta de 8,1%.


"A recuperação do indicador desde meados de 2016 resulta, principalmente, do esforço das empresas para aumentar a eficiência e reduzir os custos, como resposta à crise econômica", avalia o estudo. A publicação lembra que, em 2016, o principal objetivo dos investimentos da indústria foi a melhoria dos processos produtivos. Conforme pesquisa da CNI, 38% das empresas investiram em melhoria do processo produtivo no ano passado. 

"Aumentar a produtividade é um dos principais desafios da indústria brasileira. Além do esforço das empresas nesta direção, o país precisa melhorar a qualidade da educação e avançar na agenda das reformas estruturais, como a da Previdência e a tributária", afirma o gerente-executivo de Pesquisas da CNI, Renato do Fonseca. Segundo ele, outras ações, como o aumento da qualidade da gestão empresarial, a redução da burocracia e a modernização da infraestrutura também são imprescindíveis para a recuperação da produtividade brasileira.

A produtividade do trabalho compara a quantidade de bens e serviços produzidos com a quantidade de horas trabalhadas na produção. O crescimento da produtividade no terceiro trimestre de 2017 reflete o aumento de 1,2% no volume produzido e a estabilidade das horas trabalhadas na indústria. Entre o segundo trimestre de 2016 e o terceiro trimestre de 2017, a expansão da produtividade é resultado do aumento de 2,8% no volume produzido e da redução de 4,9% nas horas trabalhadas na produção, informa a CNI.

COMPETIÇÃO EXTERNA - O estudo mostra ainda que, no ano passado, a produtividade do trabalhador brasileiro cresceu 1,7%. No mesmo período, a produtividade na Alemanha aumentou 2,2%. Na Holanda, 2,3% e, na Coreia do Sul, 2,1%. Na Argentina, a produtividade recuou 3,4%. No México e no Japão caiu 1,7%.

Mesmo com crescimento registrado nos últimos anos, a produtividade do Brasil cresceu menos do que a dos principais parceiros comerciais. De 2006 a 2016, enquanto que a produtividade brasileira cresceu 5,5%, a dos Estados Unidos aumentou 16,2%, a da Alemanha subiu 10,7% e, a da França, 21,7%. A produtividade na Coreia do Sul subiu 44%. Na última década, o Brasil também ficou atrás dos competidores latino-americanos.  Na Argentina, a produtividade no trabalho da indústria aumentou 11,2% e, no México, 9,2%.

O resultado do Brasil é ainda pior quando comparado com 2000, ano que começa a série histórica. Entre 2000 e 2016, a produtividade do trabalhador na indústria brasileira em relação à produtividade média dos trabalhadores nas indústrias dos 10 principais concorrentes internacionais caiu 25,8%.

Fonte: CNI
Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 19 de dezembro de 2017 às 14:56
A economia brasileira crescerá 1,1% e a indústria terá uma expansão de 0,2% neste ano.  A expectativa, no entanto, é que 2018 será um pouco melhor. No ano que vem, o Produto Interno Bruto (PIB) aumentará 2,6% e o PIB Industrial, 3%.  Essas estimativas estão na edição especial do Informe Conjuntural, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). “A economia brasileira saiu da recessão mais profunda da sua história", conclui o estudo da CNI.



O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, alerta, entretanto, que a aceleração e a sustentação do crescimento dependem da volta dos investimentos. "É fundamental criar as condições para a reativação do investimento privado, o que exige o aprofundamento das reformas estruturais voltadas para a melhoria do ambiente de negócios e para a competitividade das empresas", afirma Robson Andrade, destacando como imprescindíveis as reformas tributária e da Previdência. "O futuro do Brasil depende da reforma da Previdência", ressalta. 

Conforme o Informe Conjuntural da CNI, o investimento fechará 2017 com retração de 2,1% - a quarta queda anual consecutiva. Para 2018, a previsão é que os investimentos aumentem 4%. Já o consumo das famílias crescerá 1,3% neste ano, impulsionado, especialmente, pela forte queda da inflação, que preservou a renda dos trabalhadores.  Em 2018, a previsão é que o consumo tenha uma expansão de 2,8%. "O consumo deve ser o objetivo final da sociedade, como resultado do aumento da produtividade e da competitividade da economia; não deve ser entendido como alavanca principal do crescimento. Esse foi o grande equívoco dos primeiros anos desta década", avalia a CNI. 

CRESCIMENTO MODERADO - O Informe Conjuntural da CNI estima que, no curto prazo, o ritmo de crescimento da economia será moderado. Haverá uma melhora gradual do emprego e o aumento da renda em um cenário de inflação baixa e juros reduzidos. "Crescer mais e para além de 2018 exigirá esforço adicional na agenda de modernização e competitividade", diz o estudo. 

No médio e no longo prazo, a economia será influenciada pelas eleições de 2018. "A consolidação da vitória de uma candidatura comprometida com a continuidade e aprofundamento das reformas deverá intensificar o processo de recuperação e pavimentar um novo ciclo de crescimento com base na expansão do investimento", destaca a CNI. 

As estimativas para o próximo ano indicam que o mercado de trabalho deve seguir em recuperação e a taxa média anual de desemprego, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) cairá para 11,8%. A inflação fechará o ano em 4,4%, abaixo do centro da meta de 4,5%. A taxa básica de juros chegará ao fim de 2018 em 6,75% ao ano. O saldo da balança comercial deve alcançar US$ 54 bilhões, com exportações de US$ 228 bilhões e importações de US$ 174 milhões.

DEZ ANOS DEPOIS DA CRISE GLOBAL - O estudo também faz uma avaliação sobre o desempenho do Brasil depois da crise financeira que eclodiu com a falência do sistema de hipotecas subprime dos Estados Unidos, em julho de 2017. "O Brasil até saiu na frente na busca pela reabilitação econômica, mas lhe faltou combustível para sustentar o ritmo de aceleração", diz o Informe. “Com isso, o país acabou crescendo menos do que a média mundial.”

Conforme dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), entre 2010 e 2016, passado o momento mais agudo da crise, o PIB mundial cresceu 3,8% ao ano em média. No mesmo período, os países desenvolvidos cresceram 1,9% ao ano e os em desenvolvimento, 5,4% ao ano. O crescimento médio do Brasil foi de 1,4% ao ano.  Nos anos mais recentes, incluindo as previsões do FMI para 2017 e 2018, o quadro é ainda pior para o Brasil. De 2014 a 2018, a economia mundial deve crescer 3,5% ao ano, enquanto que a do Brasil terá uma queda média de 0,9% ao ano. Com isso, o país ficará no 183º lugar no ranking de 190 economias avaliadas pelo FMI. 

Na avaliação da CNI, o Brasil perdeu a corrida pelo crescimento porque apostou no consumo para estimular a economia, sem incentivar o aumento da produtividade e da competitividade. "Alguns anos após a crise, já era possível perceber sinais de desajuste neste modelo. A taxa de inflação gravitava acima do teto da meta, os déficits gêmeos (saldo negativo nas contas externas e resultado nominal negativo nas contas públicas) cresciam, o investimento era cada vez menor e a indústria não conseguia liderar o crescimento", observa o Informe Conjuntural da CNI.  

Fonte: CNI