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Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 22 de abril de 2025 às 16:25


Todos os mercados brasileiros, sem exceção, olham para o que está acontecendo fora do país para avançar e incorporar tendências inovadoras. E, no caso do varejo especificamente, a China é a referência máxima para isso.

Embarcamos em uma jornada de aprendizado no território asiático em busca de novas perspectivas. O que vimos foi o berço de uma verdadeira revolução no setor, testemunhando em primeira mão o quão avançado e transformador é o modelo chinês.

São trilhões de yuanes movimentados anualmente, que transformam a China em um laboratório global de inovação para supermercados e varejistas. O país conseguiu redefinir a experiência do consumidor e a eficiência operacional, visando atender a um cliente cada vez mais digital e exigente.

É um exemplo de direcionamento de mercado para o mundo inteiro, mas principalmente para o Brasil. O varejo brasileiro se encontra em um momento muito desafiador por conta de uma série de fatores, que vão desde a desvalorização do Real até a queda no poder de compra das famílias, e, por isso mesmo, precisa olhar com atenção para a nação asiática.

Inteligência de dados

Há uma gama de exemplos de inovações ligadas ao varejo no território chinês. Uma das mais importantes e que merece um grande destaque é a forma de tratar os dados. Os chineses sabem como monetizá-los com eficiência, partindo do princípio de que essas informações são vias para oferecer experiências ricas e individualizadas aos consumidores.

Podemos observar isso principalmente com a personalização com IA e big data, em que as empresas usam algoritmos e analisam comportamentos para recomendar produtos e prever demandas. É o caso da Tmall, que utiliza a ferramenta para criar soluções customizadas com base em tendências.

Especificamente no e-commerce, também é possível citar as vendas em live streaming, como aquelas realizadas via Douyin/TikTok, com influenciadores em tempo real e tecnologia robusta trazendo análises instantâneas de performance. Além disso, essa estrutura permite determinar qual perfil de criador de conteúdo tem mais aderência e poder de venda para cada produto.

Lojas inovadoras

Os formatos de lojas inovadores também estão entre os sucessos do varejo chinês. A integração entre o online e o offline é uma grande prova disso, em que modelos como o “New Retail”, da Alibaba, combina lojas físicas com plataformas digitais, usando dados para personalizar experiências; há supermercados do grupo em que clientes compram via app, pagam com QR code e recebem entregas rápidas.

Entregas essas que também merecem destaque no país: há desde redes que usam drones, veículos autônomos (JD.com) e armazéns robotizados para as operações, até restaurantes que entregam dentro de vagões de trem.

No sentido de inovar a experiência do consumidor, ainda vale mencionar exemplos de lojas da Xiaomi e Huawey, que oferecem interação física com produtos high-tech. Nesses ambientes, é possível comprar um automóvel premium, celulares, eletroeletrônicos diversos ou apenas uma caixinha de bolso de ferramentas.

Novas formas de pagamento

Outro mérito no varejo chinês é a reformulação da jornada de pagamento. Essa experiência se tornou muito mais intuitiva e simplificada com superapps multifuncionais, como as plataformas da WeChat e Alipay.

Nessas ferramentas, compras, transações, redes sociais, serviços financeiros e entretenimento são integrados em um só lugar. Além disso, os aplicativos funcionam como as “bandeiras de cartão de crédito” e debitam o saldo direto da conta corrente dos bancos; nesse ponto, há um potencial de crescimento de receita enorme relacionado à taxa de intermediação, já que não existe cobrança dos vendedores.

Estratégias de fidelização disruptivas

No que diz respeito ao desenvolvimento de estratégias de fidelização, o varejo chinês vai muito além dos programas tradicionais. É claro que os clássicos sistemas de cadastro também existem, mas, de forma geral, há um olhar mais atento para os formatos que retêm os clientes com qualidade.

Um exemplo disso é o clube pago do Ding Dong, um supermercado 100% digital que possui mais de mil dark stores. Os membros têm direito a seis fretes grátis por mês, descontos e produtos exclusivos que só associados podem comprar.

O Pinduoduo também entra nessa lista. Esse aplicativo de e-commerce é focado nas cidades menores e áreas rurais, garantindo não só descontos agressivos para captura de novos clientes e membros, mas também promoções coletivas, modalidade em que o produto é colocado na vitrine e os clientes compartilham a oferta com os contatos do WeChat ou do próprio Pinduoduo. Quanto mais pessoas comprarem, menor é o preço.

Outro bom exemplo de estratégia de fidelização são os clubes gratuitos, em que é preciso apenas se cadastrar para acessar preços e benefícios diferenciados, como é o caso do supermercado premium Guo Shu Hao, onde todos os produtos nas gôndolas possuem dois preços – o convencional e o especial para membros do clube, com descontos que podem chegar a 40%.

Lições aprendidas

Olhando para todos esses exemplos, é certo assumir que o modelo chinês prioriza três pilares: velocidade, conveniência e hiperconexão. Na prática, esses pontos estão transformando o varejo em um ecossistema digital integrado entre si e com as pessoas, com forte influência cultural e tecnológica.

Se o Brasil se inspirar nesses movimentos, pode tranquilamente modernizar seu próprio setor, aprimorar a experiência do consumidor e otimizar as operações. Essa é a chance de nos tornarmos mais competitivos em um mercado cada vez mais digitalizado e globalizado.

Fonte: Ecommerce Brasil
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 22 de abril de 2025 às 16:22


A Rcell, uma das principais distribuidoras de tecnologia do país, divulgou uma pesquisa inédita com apoio da ASUS para mapear as estratégias do varejo para o Dia das Mães de 2025. O levantamento, que ouviu lojistas de todos os estados brasileiros, revela otimismo generalizado em relação ao desempenho da data, considerada uma das mais relevantes do calendário comercial.

Segundo o estudo, 85,7% dos varejistas projetam faturamento acima de R$ 1 milhão, com tíquete médio elevado: 79,2% acreditam que o valor médio por compra será superior a R$ 450. A expectativa de crescimento é sustentada pela retomada da confiança do consumidor, pela força do e-commerce e por estratégias promocionais mais personalizadas.

“O Dia das Mães é uma das datas mais estratégicas para o varejo brasileiro. Com planejamento e ações bem estruturadas, os lojistas têm a chance de potencializar os resultados e fortalecer seus negócios”, afirma Alexandre Della Volpe, diretor de Marketing da Rcell.

Os líderes de intenção de compra

Entre os itens mais procurados, produtos domésticos como air fryers, máquinas de lavar e liquidificadores aparecem no topo da lista (50%). Presentes práticos, como panelas elétricas e cafeteiras, respondem por 25%, enquanto artigos de luxo (perfumes, joias e smartphones) representam 20,8% das preferências. Presentes personalizados ocupam 4,2% da demanda.

Geração Millennial presenteia

O levantamento mostra que 58,3% do público consumidor será composto por Millennials (26 a 41 anos), enquanto a Geração X representa 37,5%. O parcelamento segue como fator decisivo: 79,2% dos lojistas afirmam que essa condição influencia diretamente na conversão de vendas.

Quanto ao comportamento de compra, 37,5% dos entrevistados não esperam grandes mudanças em relação a 2024. No entanto, 33,3% apostam na retomada das lojas físicas, enquanto 29,2% enxergam crescimento do comércio digital.

Quais estratégias adotar?

Para atrair consumidores, descontos progressivos e packs promocionais estão entre as principais estratégias adotadas (41,7% cada). Outros formatos incluem brindes, sorteios e cashback. Apesar disso, 20,8% dos lojistas não planejam ações promocionais específicas para a data.

Em relação aos canais de comunicação, o atendimento presencial segue na frente (25%), seguido por Instagram (22,6%), e-commerce (17,6%), WhatsApp (15,5%), Facebook (13,5%) e TikTok (6,4%).

Pós-venda ganha destaque na fidelização

Além da venda em si, o estudo mostra que as empresas também se preparam para fortalecer o relacionamento com o cliente. O suporte pós-vendaé a principal estratégia de fidelização, adotado por 66,7% dos varejistas.

Programas de fidelidade e comunidades com descontos exclusivos aparecem com menor adesão, mas revelam um movimento crescente de atenção ao cliente no pós-compra.

Para Della Volpe, os dados ajudam o varejo a entender como responder às demandas do mercado em uma data decisiva. “O Dia das Mães é uma oportunidade estratégica, e compreender o comportamento do consumidor pode fazer toda a diferença no desempenho do setor”.

Fonte: Ecommerce Brasil