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Economia & Atualidade Postado em quinta-feira, 26 de outubro de 2017 às 07:45
O IEMI Inteligência de Mercado lança este mês a 17ª edição do Brasil Têxtil - Relatório Setorial da Indústria Têxtil Brasileira, com o apoio institucional da Abit – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (que celebra seu 60º aniversário este ano) e do Senai CETIQT – Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil. O relatório traz importantes informações estatísticas dos principais elos que compõem a cadeia produtiva têxtil nacional, como fiação, tecelagem, malharia, beneficiamento, nãotecidos e confecção. Neste último estão inclusos os segmentos de vestuário, meias e acessórios, artigos têxteis para o lar e artigos técnico/industriais. Confira os principais pontos de destaque:

O impacto social da indústria têxtil e confeccionista no Brasil

A cadeia produtiva têxtil e confeccionista brasileira, quando comparada aos indicadores da indústria de transformação do Brasil, apresenta sua real importância, tanto pela relevância do valor da sua produção, quanto pela sua capacidade de gerar empregos.A cadeia têxtil produziu em 2016 aproximadamente R$ 137 bilhões, o equivalente a 6,1% do valor total da produção da indústria brasileira de transformação, excluindo as atividades de extração mineral e a construção civil, que complementam o setor secundário da economia.

A cadeia têxtil gerou mais de 1,5 milhão de postos de trabalho em 2016, o equivalente a 18,3% do total de trabalhadores alocados na produção industrial no ano, o que demonstra que além da sua grande relevância econômica, esse é um segmento de forte impacto social.

A elevada concentração da indústria nas regiões Sul e Sudeste

A indústria têxtil e confeccionista está distribuída por todo o território nacional, mas é na região Sudeste onde estão concentrados cerca de 50% do pessoal ocupado nos diferentes elos da cadeia produtiva. Na região Sul estão outros 30%; na região Nordeste, 14%; na região Centro-Oeste, 5%; e na região Norte, cerca de 1%.

As unidades produtivas e empregos do setor nos últimos cinco anos

No período destacado, de 2012 a 2016, o número de unidades produtivas em atividade no segmento têxtil recuou 10,5%. Fiações e malharias foram as linhas que mais recuaram, com queda de 16,6% e 14,7%, respectivamente.O segmento de confecções teve uma perda de 10,9% no número de unidades produtoras, entre 2012 e 2016, sendo meias e acessórios a linha que mais teve recuo, com queda de 21,6%. Por outro lado, a linha lar apresentou uma queda menor, de apenas 2,7%. Em termos de pessoal ocupado, entre 2012 e 2016, houve queda de 11,2% nos segmentos têxteis e de 5,9% nos confeccionados. Porém, quando se analisa o número médio de empregados por unidade produtiva, observamos que no período de 2012 a 2016, no setor têxtil, houve uma leve diminuição, enquanto no confeccionado ocorreu um leve aumento.

Investimentos no setor têxtil crescem 2,4% em 2016

Os investimentos totais realizados na cadeia têxtil em 2016, em modernização e/ou ampliação da capacidade produtiva (máquinas, instalações, treinamento, etc.), estimados pelo IEMI, chegaram a cerca de R$ 3 bilhões, o que representa uma alta de 2,4% sobre os valores investidos em 2015.  Embora, considerando que houve queda de 37,1% em relação a 2012, o setor começa a esboçar uma reação de retomada. Em 2016, todos os segmentos de manufaturas têxteis apresentaram crescimento em seus investimentos quando comparados a 2015. A maior alta ocorreu no segmento de fiação (3,7%).

Em máquinas e equipamentos, os investimentos de 2016 atingiram R$ 1,7 bilhão, o que representa uma queda de 0,9% em relação aos valores de 2015 e de 27,7% no período de 2012 a 2016. Foram os confeccionados que apresentaram a maior alta nos investimentos em máquinas e equipamentos (5,8%) em relação ao ano de 2015.

Panorama têxtil mundial

De acordo com o relatório, o mercado têxtil mundial vem registrando crescimento constante no que se refere tanto aos volumes produzidos quanto ao  comércio exterior. Em 2016, 95,3 milhões de toneladas de fibras têxteis foram consumidas, uma alta de 0,8% sobre o ano anterior. No período compreendido entre 2000 e 2016, houve aumento de 21,8%, equivalente a um crescimento médio de 3,3% ao ano.

As fibras químicas representaram 73,9% do consumo total em 2016. Em 1970, eram apenas 39%, passando para 44% em 1980, 48% em 1990 e 58% em 2000. Com base nos dados do consumo mundial de fibras em 2000 e 2016, bem como na população mundial nesses mesmos anos, é possível concluir que em 2000 o consumo mundial per capita era de 10,2 kg/habitante e passou para 7,8 kg/habitante em 2016, ou seja, uma taxa média de -1,7% ao ano.

A possibilidade de crescimento é grande se considerarmos que a maioria da população mundial ainda sobrevive com baixo poder aquisitivo. Porém, à medida que a renda da população aumente em razão de sua melhor distribuição ou do maior crescimento econômico dos países pobres, haverá certamente uma alta significativa do consumo mundial de têxteis.

Exportações têxteis mundiais

A China é responsável por 33,5% das exportações mundiais de produtos têxteis e de vestuário, porém Índia, Alemanha e Bangladesh continuam mantendo a tradição de grandes exportadores. Embora o Brasil seja um dos grandes produtores e um dos maiores consumidores mundiais, em termos de comércio internacional a sua participação ainda é muito pequena, estando colocado na 26ª posição entre os maiores exportadores de têxteis e na 82ª entre os maiores exportadores de vestuário, o que nos leva a concluir que, nesse segmento industrial, o país se enquadra claramente no perfil de “produtor-consumidor”, isto é, produz para si mesmo, com parcelas relativas muito pequenas destinadas à exportação.

Fonte: IEMI
Economia & Atualidade Postado em quinta-feira, 12 de outubro de 2017 às 18:41
As exportações totais do Rio Grande do Sul e as da indústria de transformação apresentaram desempenhos diferentes no fechamento do terceiro trimestre. As primeiras somaram US$ 4,94 bilhões entre julho e setembro, o que representa avanço de 3,3% em relação ao mesmo período de 2016. Essa alta foi determinada pelo grupo das commodities, a partir do incremento de 10,9% (totalizando US$ 1,68 bilhão). Já no caso das vendas externas do setor secundário, de US$ 3,22 bilhões, houve queda de 0,3% no valor embarcado, representando 65,2% de tudo o que foi negociado pelo Estado. É o nível mais baixo para o terceiro trimestre desde 2006 (US$ 3,1 bilhões). “Os números do comércio exterior da indústria gaúcha são alarmantes. Após um início promissor em 2017, estamos observando o aprofundamento de perdas que comprometem ainda mais a capacidade das empresas exportadoras em contratar e se manter competitivas globalmente”, disse o presidente em exercício da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Ribeiro.

Com este fechamento de trimestre, a indústria de transformação no RS completou quatro anos consecutivos de perdas nessa base de comparação. As exportações em 2017 nesse período foram 25,7% menores do que as de 2013 e 28,5% inferiores ao pico, registrado em 2008. O crescimento em 53,7% da procura da Argentina por produtos gaúchos impediu uma queda ainda maior nas exportações do RS. Se a demanda externa do país vizinho tivesse se mantido estável em comparação com 2016, por exemplo, o setor secundário teria recuado 5,9%.

Os setores que exerceram os principais impactos positivos para a indústria gaúcha foram Veículos automotores, reboques e carrocerias (38,9%), Químicos (14,6%) e Materiais elétricos (112,5%). Contribuíram de forma mais negativa Alimentos (-17,3%), Celulose e papel (-30,8%) e Máquinas e equipamentos (-16,2%).

As importações totais gaúchas no período alcançaram US$ 2,56 bilhões, alta de 18,7% se comparada com o mesmo período do ano anterior.

ACUMULADO

Entre janeiro e setembro de 2017, as exportações do Rio Grande do Sul acumularam US$ 13,2 bilhões, alta de 6,1% em relação ao mesmo período de 2016. As commodities e os produtos da indústria aumentaram as vendas em 10,7% (total de US$ 4,1 bilhões) e 4,1% (somando US$ 9,1 bilhões), respectivamente. Veículos automotores, reboques e carrocerias (48,2%), Químicos (17%) e Produtos de metal (27,3%) puxaram o crescimento. Já Alimentos (-4,4%), Celulose e papel (-20,4%) e Tabaco (-9,0%) registraram as maiores perdas.

A China seguiu como o principal comprador do RS no período, com US$ 4,03 bilhões, uma elevação de 15,6% em comparação aos nove primeiros meses do ano passado. Em seguida vieram a Argentina (+44,8%) e os Estados Unidos (+3,6%).

Fonte: Fiergs