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Economia & Atualidade Postado em segunda-feira, 05 de fevereiro de 2024 às 14:04


As empresas do ramo encerraram o ano com 275,58 mil trabalhadores, 7% a menos do que em 2022.

O setor calçadista fechou 20,75 mil postos de trabalho em 2023, maior volume de demissões desde 2020, durante a pandemia, quando a atividade perdeu 23 mil vagas, segundo a Associação Brasileiras das Indústrias de Calçados (Abicalçados). As empresas do ramo encerraram o ano com 275,58 mil trabalhadores, 7% a menos do que em 2022.

Segundo o presidente da Abicalçados, Haroldo Ferreira, o setor sofreu impacto do desaquecimento da economia internacional, com queda nas exportações, e também do aumento das importações de calçados da Ásia.

Em 2023, as importações somaram 28,36 milhões de pares e US$ 442,73 milhões, altas de 9,8% e 20,6%, respectivamente. Segundo a Abicalçados, esses números não incluem as importações via compras em plataformas digitais.

“Já alertamos o governo sobre a concorrência desleal e os seus impactos, mas até agora nenhuma atitude foi tomada”.


Remessa Conforme

A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) questionaram no Supremo Tribunal Federal (STF) o Programa Remessa Conforme, do Ministério da Fazenda, que zerou a alíquota do Imposto de Importação sobre compras internacionais de até US$ 50.

A ação, que tem pedido de liminar para suspender a decisão da Fazenda, foi distribuída à ministra Cármen Lúcia.
As entidades argumentam que a Fazenda não tem competência para alterar a alíquota do imposto e que a medida fere a isonomia tributária.

Afirmam, ainda, que a exceção prevista para as remessas internacionais entre pessoas físicas que não excedam US$ 50 tem gerado “ostensiva e generalizada fraude tributária”.

Fonte: Mercado & Consumo
Economia & Atualidade Postado em segunda-feira, 05 de fevereiro de 2024 às 13:57


Dona da marca de calçados e da Reserva ficará com 54% da nova empresa. Grupo por trás de Animale, Farm e Hering terá 46%.

 A Arezzo&Co, que além da marca de calçados femininos é dona da Reserva, e o Grupo Soma, que detém Animale, Farm e Hering, confirmaram nesta segunda-feira a fusão das empresas, criando uma gigante do ramo de vestuário no país. 

 A operação será feita via troca de ações. Na prática, a Arezzo vai incorporar a Soma, já que a primeira ficará com 54% da nova empresa. Já o grupo Soma terá 46% da nova companhia. A empresa será um gigante da moda brasileira, com faturamento combinado de quase R$ 12 bilhões, 22 mil funcionários e em torno de duas mil lojas, entre próprias e franqueadas, além de 34 marcas sob o seu chapéu. A negociação ainda precisará ser submetida à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão que regula a concorrência no Brasil. 

surgimento dessa nova empresa acarreta grandes oportunidades de geração de valor adicional, tais como, o desenvolvimento das categorias de calçados e bolsas nas marcas do Grupo Soma gerando alavancagem de receita, otimização da gestão dos canais de multimarcas, e-commerce e, principalmente, franquias, otimização da planta industrial de malharia da Hering e a preparação dessa nova empresa para plugar outras verticais de negócio", diz o fato relevante divulgado em conjunto pelas companhias na manhã desta segunda-feira. 

 Na quarta-feira passada, as empresas haviam confirmado, em comunicados, que estavam negociando, mas que nada estava fechado. No domingo, chegaram a um acordo de fusão, revelou o jornal Valor. 

 Desde que as primeiras informações sobre as negociações circularam, reveladas pelo site NeoFeed, as ações das duas se valorizaram. Pelas cotações de sexta-feira na B3, o valor de mercado das duas soma R$ 13 bilhões. 

 Em linhas gerais, analistas de mercado e especialistas em varejo veem a formação do conglomerado como positivo. As duas empresas vinham protagonizando aquisições no setor. Chegaram a disputar a Hering, que o Soma levou. 

 A alta das ações na semana passada veio acompanhada de relatórios que fizeram ressalvas sobre a complexidade da combinação de tantas marcas, mas as ponderações giraram mais em torno do tamanho dos ganhos com sinergias. 

 “Apesar de ser um negócio complexo, com várias marcas sob a mesma empresa, criando um gigante nos segmentos de vestuário/calçados (e com riscos de execução no processo de integração), poderia possibilitar a captura de sinergias em distribuição, desenvolvimento de produto, operações de franquia e produção”, diz um relatório do BTG Pactual. 


Aquisições recentes

 Nos últimos anos, as duas empresas vinham crescendo com aquisições, liderando a consolidação do setor. O Soma teve origem, justamente, numa fusão — entre Animale e Farm, em 2010. A Arezzo adquiriu a marca de vestuário carioca Reserva, em 2020. O Grupo Soma deu um passo além quando adquiriu a Hering, em setembro de 2021. Curiosamente, no início daquele ano, a indústria catarinense havia recusado uma proposta para se juntar à Arezzo. 

 Segundo os comunicados divulgados na quarta-feira passada, mesmo ressaltando que nada estava fechado, as empresas informaram que, caso o negócio fosse confirmado, Alexandre Birman, hoje no comando da Arezzo&Co, seria apontado o CEO da futura companhia enquanto Roberto Jatahy, hoje CEO do Soma, ficaria à frente das marcas femininas. 

 A fusão tem sido bem avaliada no mercado por causa dos ganhos típicos de operações do tipo, como reduções de custos associadas ao compartilhamento de áreas administrativas e aumento do poder de fogo nas negociações com fornecedores e clientes. 

 — Se compararmos com a última grande fusão desse tipo no varejo, entre (as redes de farmácias) Raia e Drogasil, existe uma vantagem de dividir o bolo, somar e reduzir os custos de uma operação que é muito similar. Entre pontos fortes, têm maiores garantias, taxas menores (para crédito), redução de custos, maior liquidez de mercado e mais visibilidade internacional — disse Enrico Cozzolino, chefe de análise da Levante Investimentos. 

 Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail, diz que fusão pode ajudar marcas das duas com ambições internacionais, como Schutz e Farm. Ulysses Reis, coordenador de varejo da Strong Business School, lembra que a formação de grandes conglomerados de marcas de moda avançou pouco no Brasil, mas é uma tendência já antiga em países desenvolvidos. 


Concorrência da China

 Só que, agora, vem num momento de acirrada concorrência com empresas asiáticas e após uma década de consumo fraco no Brasil. 
 —Todos estão muito assustados com a presença dos chineses — diz Reis, lembrando que o avanço do comércio eletrônico, no qual a Shein e outras asiáticas são fortes, é outro motivo para buscar escala. 

 Por outro lado, as principais ressalvas vêm das dificuldades de combinar tantas marcas sob a mesma direção. 
 — Quanto maior e mais complexa a fusão, mais isso se torna crítico. Estamos falando da unificação de culturas, da distribuição de responsabilidades e da harmonização entre os líderes dos negócios. E isso é difícil de saber a priori, porque depende de como será conduzido o processo — disse Serrentino, da Varese Retail. 

Fonte:  O Globo