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Economia & Atualidade Postado em segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025 às 14:04


A varejista avaliou que os consumidores estão cada vez mais frustrados com a inflação e preocupados com as tarifas do presidente Donald Trump.

Durante a crise de inflação dos Estados Unidos, os compradores correram para o Walmart em busca de mantimentos e roupas, procurando por bons negócios em todos os tipos de itens essenciais. No entanto, a empresa disse nesta quinta-feira (20) que o ano de 2025 será mais complicado, pois os consumidores estão cada vez mais frustrados com a inflação e preocupados com as tarifas do presidente Donald Trump.

O Walmart alertou que suas vendas e o crescimento do lucro diminuirão neste ano. A previsão fez suas ações caírem cerca de 6% durante o pregão inicial. Também arrastou para baixo o Dow, que caiu mais de 1%.
Na verdade, os negócios do Walmart continuam relativamente fortes e os consumidores estão “resilientes”, disse a empresa. A varejista afirmou que as vendas crescerão até 4% este ano e o lucro terá um aumento de até 5,5%. Mas isso ficou aquém das expectativas dos investidores.

O Walmart é o maior varejista dos Estados Unidos e um termômetro para gastos do consumidor. Sua desaceleração projetada é um sinal para o resto do setor varejista de que 2025 será um ano mais difícil.

David Silverman, diretor sênior da Fitch Ratings, espera que “a instabilidade do varejo continue em 2025”, dada a recente queda no sentimento do consumidor, especialmente para consumidores de baixa renda e nas tarifas, disse ele em nota aos clientes na quinta-feira. Clientes que ganham mais de US$ 100 mil por ano e buscam economizar em mantimentos impulsionaram o crescimento do Walmart nos últimos anos.

O Walmart também construiu uma forte operação online para rivalizar com a Amazon. Ele adicionou a opção de comprar online e retirar na loja em milhares de locais ou no Walmart+, um programa de assinatura de entrega de mantimentos no mesmo dia. Mas a empresa reconheceu que terá que lidar com tarifas e outros desafios.

Trump recentemente decretou uma tarifa de 10% sobre produtos vindos da China e de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. O presidente americano colocou taxas sobre o México e o Canadá até março e também prometeu impor “tarifas recíprocas”.

A perspectiva do Walmart “assume um ambiente macroeconômico relativamente estável”, mas “reconhece que ainda há incertezas relacionadas ao comportamento do consumidor e às condições econômicas e geopolíticas globais”, disse o diretor financeiro do Walmart, John David Rainey, em uma teleconferência com analistas.

O Walmart será capaz de lidar melhor com as tarifas do que a maioria das empresas, porque pode aplicar seu tamanho e escala para forçar preços mais baixos com fornecedores. Empresas menores têm menos alavancagem e podem ter que aumentar os preços para os consumidores, dizem economistas.

Ainda assim, em uma entrevista à CNBC, Rainey disse que o Walmart “não ficará completamente imune” às tarifas. Os americanos estão mostrando sinais de preocupação com a economia. A maioria dos adultos em todo o país, 62%, sente que o presidente Donald Trump não foi longe o suficiente para tentar reduzir o preço dos bens cotidianos, de acordo com uma nova pesquisa da CNN.

Os preços ao consumidor subiram 0,5% no mês passado em relação a dezembro — o ritmo mais rápido em mais de um ano — à medida que os custos de energia e alimentos continuaram a pesar. Os preços dos ovos dispararam como resultado de uma gripe aviária mortal. A varejista afirmou ainda que espera uma inflação normal neste ano de 1% a 2%, apesar do aumento nos preços dos ovos.

Fonte: CNN Brasil
Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 18 de fevereiro de 2025 às 10:21


Oscilação das ações está mais atreladas a fatores macroeconômicos do que a fundamentos específicos das empresas, segundo banco.

As ações da Vivara (VIVA3) e Lojas Renner (LREN3) estão entre as maiores quedas do Ibovespa nesta sexta-feira, 7, após o Bradesco BBI rebaixar a recomendação dos papéis para neutro em um relatório que revisou toda a a tese em varejo de moda. A Vivara caía 2,85% e a Renner, 3%, perto de meio-dia.

O banco também reduziu o preço-alvo das ações para R$ 25 e R$ 16, respectivamente, refletindo preocupações com margens e desafios operacionais.

Vivara: crescimento desacelera e pressão na margem preocupa

A Vivara, líder no setor de joias, teve sua recomendação rebaixada devido à desaceleração no crescimento das vendas e pressão sobre a margem bruta.

Nos cálculos do time do Bradesco BBI, as vendas brutas devem crescer apenas dois dígitos médios no quarto trimestre de 2024, abaixo dos 20% registrados no trimestre anterior.

Além disso, fatores como custos elevados com pessoal na fábrica de Manaus e um ciclo de estoques mais alto, influenciado pelos preços do ouro, podem impactar o capital de giro da companhia.

O banco também aponta uma menor abertura de lojas em 2025 (50 unidades ante 72 em 2024), dificultando uma retomada acelerada do crescimento.

Para que a recomendação volte a ser positiva, o banco destaca que a companhia precisa mostrar sustentabilidade no crescimento da bandeira Life, melhora na margem bruta e maior previsibilidade nos retornos e fluxo de caixa.

Lojas Renner: margens pressionadas e impacto do câmbio

A Lojas Renner também teve seu rating cortado devido a preocupações com as margens e potenciais revisões negativas nas projeções de lucro.
O Bradesco BBI observa que a margem EBITDA do varejo foi impactada por fatores não recorrentes em 2024, como uma recuperação tributária de 1,7 ponto percentual, que não deve se repetir em 2025.

Outro ponto de alerta é o impacto do câmbio sobre os custos, uma vez que 30% a 35% do COGS (custo dos produtos vendidos) da companhia estão atrelados ao dólar.
O novo centro de distribuição da Renner também adiciona pressão nas despesas, o que pode continuar afetando as margens no curto prazo.

Para que a Renner volte a ser vista de forma mais positiva, o banco destaca que a empresa precisa acelerar a maturidade do centro de distribuição, melhorar a produtividade das lojas e encontrar uma solução para a estrutura de capital, que conta com R$ 1,4 bilhão em caixa líquido.

Outras mudanças no setor de vestuário

Além de Vivara e Renner, o Bradesco BBI também rebaixou a recomendação do Grupo SBF (SBFG3) para neutro, reduzindo o preço-alvo para R$ 13.
O banco citou menor espaço para crescimento da receita e desafios para a rentabilidade, especialmente pelo impacto cambial na margem bruta e a margem EBITDA já próxima do teto histórico de 12%.

A Guararapes (GUAR3), dono da Riachuelo, manteve recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 8, devido ao risco de revisão negativa dos lucros, enquanto a C&A (CEAB3) foi elevada para compra m, com preço-alvo de R$ 14.
O banco destaca que a C&A tem apresentado melhorias estruturais e um múltiplo relativo mais atrativo, com potencial de crescimento via Fashiontronics (portfólio de eletrônicos) e expansão de margem.

Diante desse cenário, o Bradesco BBI reforça uma visão mais cética para o setor de vestuário e lifestyle, enfatizando que as valorizações das ações estão mais atreladas a fatores macroeconômicos do que a fundamentos específicos das empresas.

Fonte: Exame