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Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 26 de abril de 2022 às 11:33


Nada é mais importante para uma marca do que a busca por resultados. Ao longo das décadas, o que mudou, e muito, foi como se constrói resultado. Conquistar resultado não é mais suficiente. Muito menos resultado a qualquer preço.
Por isso este artigo vai falar de como se constrói resultado em 4R´s. Vá até o fim dele e entenda como.


ESG cuidar do eco ambiental, social e governança vieram para ficar. Mais do que isso DEI +P diversidade, equidade, inclusão e pertencimento são componentes obrigatórios no social.

Este admirável mundo novo onde o acionista deixa de ser o centro para ser apenas um dos componentes de construção e benefícios da marca traz muita esperança de que as empresas passem a ser realmente exemplos de como se construir ambientes mais seguros e civilizados, menos tóxicos e, de fato, humanos. Para todos. Isso é o mais importante.

Liderar dá lugar a liberar para que as pessoas possam ser o que são e não tenham que se transformar da vida real para a vida corporativa todos os dias na hora de começar a trabalhar. O trabalho em casa já mostrou a todos que ser quem a gente é onde a gente escolhe trabalhar é sonho de consumo. E razão para estar e viver bem.

Claro que a contrapartida para participar de um ambiente que libera é ter autodisciplina. A característica mais importante para quem quer se beneficiar do que essa nova era propicia.

As pirâmides hierárquicas foram demolidas. Elas dão lugar a uma nuvem onde todos fazem papel de empregados, empresários e empreendedores. Não interessa qual salário ganhem.

O atendente faz papel de dono quando percebe que o Cliente mudou de direção e alerta todos na empresa para mudar a estratégia. Ter voz na organização é outra demanda irrefreável para uma pessoa escolher ficar ou sair de um emprego.

O dono do negócio vai para a ponta, onde o Cliente se conecta com a marca, para entender o que acontece na vida real, fora do castelo da matriz. E, se precisar, carrega umas caixas de lá para cá para ajudar quem está na ponta a se liberar para atender o Cliente.

A maior transformação que aconteceu nos últimos tempos não foi a digital. Foi a humana.

As demandas que as novas gerações trouxeram acenderam uma luz vermelha em todas as organizações. Para alertar sobre o que seria necessário fazer para transformá-las em ambientes seguros e saudáveis. Onde as pessoas querem fazer as coisas e não têm que fazer.

Muita mudança. Humanidade. Muito mais que transformação digital.
A estratégia das novas empresas não tem apenas missão, que normalmente é imposta.
Não cabe apenas ter posicionamento: o que eu faço de diferente para o meu Cliente.
Elas têm causas:  propósitos e manifestos do que vão fazer para melhorar o mundo.

Começando do tamanho que podem. Algumas fazendo diferença para quem trabalha nelas. Outras para as comunidades próximas. As mais poderosas para o mundo. E as ativistas gritando para convencer mais e mais empresas a aderirem ao movimento de melhorar o admirável mundo novo em que queremos viver.

O que acontece com o resultado nesses novos ambientes?

Todas as pesquisas e dados mostram que as marcas que têm essa cultura e praticam esse novo modelo de gestão lucram mais, por mais tempo. T-o-d-a-s as pesquisas e dados. Se você ainda pensa diferente, lamento. Você está, no mínimo, perdendo dinheiro.

E se você não é dono do negócio e está vivendo num ambiente do século passado, duas recomendações. Pratique tudo que falamos até agora no seu domínio, onde você tem influência enquanto procura um novo lugar para trabalhar. Não são muitos os que já praticam tudo isso. Mas eles existem.

Como isso tudo se relaciona com os 4R’s?Os 4R’s são RESPEITO, REPUTAÇÃO, RELACIONAMENTO e RESULTADO.


Venho pensando nisso e praticando há vários anos. E cada vez mais me convenço da força desse modelo. Não de construção de resultados. Mas de TR4NSFORMAÇÃO de resultados do modelo focado em lucro puro para lucro dentro do ambiente ESG e DEI+P. Que basicamente se focam num resultado mais ambicioso. Um resultado que leva em conta as pessoas, o planeta e a prosperidade de todos como  o bem maior: o bem de todos.

RESULTADO para o bem de todos é a soma de RESPEITO, REPUTAÇÃO E RELACIONAMENTO. E se mantém ou aumenta quanto melhor se pratiquem os primeiros R’S.

As marcas da nova era, as que praticam o que discorremos até aqui eu chamo de Marcas Simbióticas. Que não predam, parasitam, competem. Mas ajudam. Convivem com todos de quem elas dependem de maneira construtiva e colaborativa. Acho que isso resume bem o que dissemos até aqui.

Mas vamos ao que – ao final da jornada – interessa: resultados sustentáveis para todos. E, se possível, crescentes.


RESPEITO

A base de tudo é o respeito. Todos Time, Clientes, fornecedores, comunidade gostamos de ser respeitados. Nem sempre somos. Quando não somos nos afastamos de quem nos desrespeitou. Simples assim. Rejeitamos quem nos desrespeita, principalmente as marcas. Nosso relacionamento com elas é muito condicionado ao que ela nos propicia em cada ponto de contato. E podemos mudar, sem nenhum remorso de marcas que não nos respeitam para alguma que achamos que vão nos tratar melhor. Se encontramos respeito,  abrimos o coração e o bolso para as que tenham tenham respeito por quem convive com elas.

O respeito, sem dúvida, começa pelo acionista. Independentemente do tamanho do negócio, grande ou pequeno, é o acionista, vulgo dono, que emana a energia que vai permear toda a comunidade em torno da marca. Desde a comunidade, o fornecedor até o pessoal que na ponta exerce a nobre arte de atender e servir o Cliente. Ou não.

Marcas simbióticas têm donos grandiosos. Que sabem que a lei da abundância deve prevalecer. Todos podem ganhar. Sabem que a marca é o coletivo de atitudes de todos, cada um tem importância na construção da marca, portanto todos que ajudaram a marca a existir e evoluir devem ser bem tratados. Devem ser ouvidos e considerados. E prosperarem. Essa é a melhor forma de respeitar as pessoas, afinal, todos que querem e podem contribuir merecem isso. Quando alguém não respeita e fere essa confiança, não merece estar junto aos demais.

Então… Essa reciprocidade evita que o respeito se converta num paternalismo que não ajuda ninguém a evoluir.

A hierarquia tradicional faz com que os níveis na base da pirâmide obedeçam aos líderes. Sempre. Não deve ser assim.

Nas marcas simbióticas, quem respeita primeiro é quem está na liderança. Entendendo que todos são importantes. Todos têm que ser respeitados. Essa é a tônica: exemplo.

Respeito é sentido. O Time convive no dia a dia com sinais da marca. Eles escolhem marcas que respeitam. Se algo diferente acontece, trocam a escolha. Saem.

A grande demissão que em 2021 aconteceu nos EUA, cerca de 90 milhões de americanos pedindo demissão voluntariamente teve a ver com isso. Muita gente percebendo que a opção que fizeram não valia a pena.

Com todos os canais de acesso aos quais o Cliente pode se conectar, nenhuma marca consegue se esconder. Se ela não for respeitosa, o Cliente vai sentir de alguma maneira. Uma falta de resposta, uma resposta ríspida, uma proposta questionável do ponto de vista do seu cumprimento, tudo pode dar sinais que levam o Cliente a simplesmente desertar da possível relação. Respeito aproxima. Desrespeito afasta. Ninguém tem ouvidos para marcas desrespeitosas.

A palavra mais associada a respeito é empatia.


REPUTAÇÃO

Não é muito acadêmico, mas para mim reputação é reputação. “puta” ação repetida. A palavra “puta” em São Paulo capital é adjetivo. Uma “puta” música é uma música muito bacana.

Então, marcas com reputação são marcas que fazem ações maravilhosas constante e sistematicamente. A palavra que mais combina com reputação é dedicação.

Marcas com reputação querem Clientes em ON e praticam OFF. OFF é Ouvir, Fazer e Falar. Ouvir antes quem convive com a marca, fazer coisas que mudam a sua vida e falar, bem, se a marca ouvir e fizer, quem fala é o Cliente e quem convive com ela. A 3M é mestre nisso apenas com o foco de inovação.

Marcas com reputação maravilhosa inspiram todos que convivem ou podem conviver com elas. Inspiram potenciais funcionários a enviarem currículos à busca de emprego, funcionários a fazerem cada dia melhor, potenciais Clientes a pagarem mais pelo que ela vende, recomendar, elogiar e recomprar, fornecedores a oferecerem condições que não oferecem para outros Clientes e a comunidade a apoiar qualquer ação que a marca promova.

E, claro, boca a boca é a forma mais genuína e crível de marketing. Marca é importante é a promessa, mas reputação é definitivamente o que gera valor a uma empresa: o cumprimento da promessa da marca – o que ela entrega.


RELACIONAMENTO

O Cliente, o acionista, a equipe, a comunidade e o fornecedor comparam relações que têm com a marca com o que podem ter com outras. Todos investem mais na marca que tenha melhor reputação. Não existe lealdade por muito tempo a não ser que a marca entregue tudo o que promete.

Mas avaliam permanentemente se essa reputação é confirmada em cada ponto de contato. Cada contato é ou não um convite para o próximo. Enquanto isso acontecer, lealdade. Se parar de acontecer, deserção.

Tudo o que a marca faz para garantir a continuidade do relacionamento é valorizado pelos grupos de construção da marca que pagam um dízimo pelo que a marca oferece.

O dízimo se mantém e aumenta com base na confiança estabelecida. Quanto maior, maior a disposição de investir. E, mais do que isso, maior a vontade que quem investe tem de que quem ainda não investe, invista.

Melhor ainda, gente que torce a favor. A energia de torcida a favor é o melhor nível de relacionamento que alguém pode ter por alguém. Torcida a favor é mais que amor. É incondicional. E tolera mais erros.

Relacionamento é recorrência. Quem nasce da palavra que mais combina com ele: confiança.


RESULTADO

Quem se sente respeitado, admira a reputação, se relaciona por muito mais tempo. O resultado de uma marca é consequência do nível de respeito que a marca tem por quem investe e aposta nela, pela reputação que se constrói pelos esforços de todos e pelo relacionamento que a marca e as pessoas que com ela trabalham, inspiram.

Resultado é conquistado todos os dias, fruto do esforço que pessoas felizes e realizadas fazem por uma causa que nem sempre existe.

Se a marca respeita todos que convivem com ela a ponto de todos quererem investir nela por muito tempo, o turnover de funcionários cai, a paixão pela marca aumenta, o apelo que o fornecedor tem em ver seu produto sendo vendido por ela, o orgulho que a comunidade sente, o investimento do acionista, se tornam resultados que duram muito tempo.

Por muito tempo a razão de ser de qualquer marca foi o resultado apenas para o acionista. Esse foi o paradigma que caiu com mais ruído que o muro de Berlim. Resultado tem que ser para todos. Se não for, causa sensação de desrespeito e para de crescer e evoluir.

O resultado que todos têm ao conviver com uma marca gera expectativas crescentes ao longo do tempo, a cada transação. Isso gera um compromisso da marca: evolução. A palavra que mais combina com resultado.

Os 4R´s ajudam a dirigir os esforços da sua marca para o sucesso. O significado de sucesso é cada vez mais nobre. Mais inclusivo.

Mergulhe no admirável mundo novo que eu estou propondo. Tenho certeza de que muita gente vai se beneficiar deste novo pensamento que você vai praticar. Mas com certeza quem vai mais se satisfazer, realizar e orgulhar desta nova fase vai ser você.

Fonte: Ponto de Referência
Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 05 de abril de 2022 às 13:41


Estamos passando por transformações comportamentais nunca antes vistas no padrão de consumo dos veículos no Brasil.

Findado o primeiro trimestre do ano no sofrido mercado automotivo, eis que – apesar de não termos muito para celebrar – aconteceram mudanças comportamentais nunca vistas!

Como foi o resultado do setor neste trimestre?

Com ridículos 371,6 mil carros vendidos, o segmento registrou retração de 25,4% sobre o primeiro trimestre do ano passado, quando tivemos quase meio milhão de veículos comercializados.
Só estamos vivenciando o pior resultado dos últimos 17 anos.


Mas “o mais melhor de bom” de tudo isso é que estamos passando por transformações comportamentais no padrão de consumo dos veículos.

O primeiro passo deu-se no final do ano passado, quando o subsegmento de carro mais comercializado no Brasil passou a ser SUVs, em detrimento dos hatches pequenos.

Outro ponto era que, quando víamos as “marcas preferidas” do consumidor brasileiro dos últimos 60-70 anos (ou seja, desde sempre), tínhamos aquele mantra das “quatro grandes” (Fiat-Ford-GM-VW) que detinham, na média, mais de 70% do mercado.

Ao longo dos últimos anos, a participação das “quatro grandes” vinha constantemente caindo – mas as mudanças se aceleraram no último ano.

Tivemos a Ford, que praticamente “abandonou o barco” e saiu dos seus quase cativos 10% de share para chorados 1%.

E a última – por enquanto – foi a Volkswagen, que também saiu dos seus quase cativos 20% para também chorados 10% neste ano.

E o que tivemos neste primeiro trimestre?
O nosso novo Top 4 é formado por Fiat, com 21% de Share; GM, com 13%; e Toyota e Hyundai com 11% – sendo que a marca ficou na terceira colocação por singelos 78 carros vendidos a mais!

Lógico que, com um mercado em retração, todas as marcas apresentam sofrimento. Por exemplo, neste nosso Top 4, a Fiat registra retração de 23,2% em relação a 2021; a GM, queda forte de 33,5%; Hyundai, queda de 14,7%. A Toyota é a única que registra crescimento, com 21,5%.

É aquilo que a gente sempre fala: é a Toyota fazendo as suas “toyotices” para bagunçar o status quo do mercado! A montadora está no seleto grupo de marcas de volume que registram crescimento nas vendas.

Pelo segundo ano consecutivo, a marca que mais cresce é a Peugeot, com evolução de 111%. No caso da marca francesa, esse é o melhor resultado nos últimos oito anos (lembrando que o mercado registra o seu pior volume dos últimos 17 anos).

Na segunda posição, temos a Citroen, com crescimento de 78%, mostrando que o surgimento do grupo Stellantis foi excelente para as marcas da ex-PSA. Em seguida, vem a Caoa-Chery com alta de 49%, a Toyota, com quase 22% de crescimento e, fechando o nosso Top 5, temos a Mitsubishi, com alta de 5%.

Somente o grupo Stellantis (Citroen-Fiat-Jeep-Peugeot) possui mais de 1/3 do mercado automotivo, com 33,4% de share.

Se antes o pessoal brincava com a Fiat, a marca conseguiu se reinventar por completo, tornando-se referência no segmento de picapes (antes a Ford fazia bonito, com o seu slogan de “Picape raça forte”) ao colocar a Strada como o carro mais vendido no Brasil e a Toro na nona colocação do ranking.

Num Top 10 dos modelos mais vendidos, ainda teríamos o Fiat Mobi na quinta posição e os Jeep Compass e Renegade na sexta e décima posição, respectivamente. Ou seja, cinco dos 10 carros mais vendidos são do grupo Stellantis.

Ainda vale ressaltar que a “novinha” Hyundai colocou dois carros no nosso Top 10, com o seu HB20 na segunda posição e o SUV Creta na sétima colocação.

E os japoneses da Toyota?
Nenhum modelo deles entrou no nosso Top 10. Mas não tem problema, os japoneses da Toyota curtem fazer tipo um “preço médio”: não lidero, mas estou sempre pontuando/crescendo… é aquela visão de longo prazo.

E fechar esse primeiro trimestre como a terceira marca mais desejada no mercado brasileiro, acho que nem nos melhores sonhos do pessoal.

Fonte: Infomoney