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Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 19 de dezembro de 2017 às 14:51
O superávit da balança comercial em 2018 deverá registrar uma queda de 23,1% em relação ao saldo a ser obtido em 2017, e acordo com  documento de revisão da balança comercial divulgada no Rio de Janeiro, pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). A estimativa é de que este ano seja registrado um superávit recorde histórico de US$ 65,467 bilhões, que cairá para US$ 50,341 bilhões em 2018.

Segundo o  presidente da AEB, José Augusto de Castro, são projetadas exportações de US$ 218,966 bilhões, um aumento de 1,1% em relação ao montante de US$ 216,462 bilhões estimados para 2017. As importações devem atingir US$ 168,625 bilhões, acréscimo de 11,7% aos US$ 150,995 bilhões previstos para este ano. Os números apontam um superávit de US$ 50,341 bilhões. “Porém este número demonstra uma queda de 23,1%, tendo em consideração o recorde histórico de US$ 65,467 bilhões previstos para 2017”, destaca Castro.

“As projeções para o comércio exterior em 2018 foram elaboradas levando em consideração o atual cenário político-econômico brasileiro, que sinaliza fortes oscilações e fatores de incerteza, e ainda aspectos no campo internacional, cujos possíveis impactos nas economias mundial e brasileira ainda são desconhecidos”, afirma o presidente da AEB.

José Augusto de Castro elenca uma série de situações que poderão causar reflexos no comércio internacional. Entre eles se destacam: as ações do presidente Trump de caráter protecionista, aplicações de antidumping, revisão de acordos comerciais e elevação das taxas de juros; o eventual impacto nas cotações de petróleo resultante do corte na produção de petróleo prorrogada pela OPEP; possíveis reflexos políticos, econômicos e comerciais devidos ao reconhecimento pelos EUA de Jerusalém como capital de Israel; e impactos decorrentes do avanço do Brexit.

“Estes fatores podem ter reflexos diretos e indiretos no Brasil, especialmente sobre as cotações das commodities, que representam cerca de 60% das exportações brasileiras”, afirma Castro. Ele avalia também, que o expressivo superávit comercial brasileiro, de aproximadamente US$ 8 bilhões com a Argentina em 2017, pode levar à adoção de medidas para controlar sua expansão. Destaca ainda que a manutenção da suspensão da execução de projetos antigos e/ou a não aprovação de novos projetos de exportação de serviços de engenharia continua impactando negativamente as exportações de serviços.

Cenários

Para as exportações, a AEB trabalhou com um cenário que aponta oscilação da taxa cambial entre R$ 3,10 e R$ 3,35, influenciada principalmente pelo quadro político-econômico brasileiro, secundada pela elevação dos juros nos Estados Unidos. Com esse nível de taxa cambial, o impacto sobre a competitividade das exportações de manufaturados será limitado e/ou inexistente, com a América do Sul continuando a ser o principal mercado para produtos manufaturados brasileiros.

O documento divulgado pela AEB aponta que o mercado dos EUA continua sendo o objetivo a ser alcançado, apesar da competitividade limitada dos produtos brasileiros, decorrentes dos elevados custos internos e taxa cambial inadequada. Outro ponto relevante no material divulgado é de que exportar manufaturados poderá ficar mais difícil caso a decisão de reonerar a folha de pagamento for implantada em 2018, pois, explica Castro, tornará essas exportações ainda mais caras.

Com relação às exportações de manufaturados, a ausência de preços competitivos provocou estagnação e queda no comércio desses produtos para o EUA e Europa nos últimos anos, com essas exportações em 2017 sendo inferiores ao valor exportado em 2007.

A avaliação da AEB é de que a previsão de elevação do PIB entre 2,5 e 3,5% provocará expansão da demanda interna, redução do índice de desemprego, aumento do consumo das famílias, pequena redução do nível de inadimplência de pessoas física e jurídica e aceleração da importação.

As cotações e o quantum das principais commodities projetam estabilidade em 2018 relativas a 2017, com destaque para a queda nas safras de soja e milho. A leve queda nas exportações de commodities e a pequena expansão nas de manufaturados terão pouco impacto na pauta de exportação.

Projeções

A AEB prevê que pelo quarto ano consecutivo a soja continuará sendo o produto líder de exportação, com projeção de US$ 22,800 bilhões, mesmo com a queda no quantum e estabilidade na cotação; a corrente de comércio, responsável pela geração de atividade econômica, projetada em US$ 387,591 bilhões para 2018, significará aumento de 5,5% sobre a estimativa de US$ 367,457 bilhões para 2017; e as elevações projetadas de 1,1% nas exportações e de 11,7% nas importações representarão contribuição negativa do comércio exterior para o PIB de 2018.

A análise feita pela AEB conclui que o elevado superávit comercial do Brasil projetado em US$ 50,341 bilhões para 2018 deve ser comemorado apenas pelo seu valor nominal, pois é sustentado pelo gigantesco superávit projetado em US$ 110 bilhões pelas commodities, que compensa o robusto déficit estimado em US$ 60 bilhões dos produtos manufaturados.

“Esta situação somente será revertida com a aprovação e implementação de reformas estruturais nas áreas tributária, previdenciária e trabalhista, assim como com investimentos maciços e contínuos em infraestrutura e aceleração dos processos de desburocratização, condições indispensáveis para reduzir custos e tornar competitivos dos produtos exportados, sem depender de taxa de câmbio”, conclui Castro.

Fonte: Informações AEB
Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 12 de dezembro de 2017 às 21:10
O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), que mede o nível de atividade do setor no Estado, caiu 0,3% em outubro em relação a setembro, feito o ajuste sazonal. O resultado, divulgado nesta terça-feira (12) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), deve-se à influência provocada pela redução de 2,1% nas compras industriais, embora todos os demais componentes do IDI-RS tenham se mantido positivos: faturamento real (2,7%) voltou a crescer, o mesmo ocorrendo com as horas trabalhadas (1%), enquanto a utilização da capacidade instalada-UCI (0,1 p.p.) ficou estável em 79,4%. “A recuperação da indústria gaúcha prossegue de forma lenta e gradual, o que é condizente com oscilações mensais. Essa evolução será determinada pelo ciclo de crescimento da economia brasileira, que ainda está se iniciando”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry. A pesquisa revela também melhora no mercado de trabalho: altas de 0,3% no emprego e de 0,4% na massa salarial real. 

Nas comparações anuais, porém, a atividade industrial gaúcha segue a revelar recuperação. Sobre o mesmo mês de 2016, o IDI-RS cresceu pela quarta vez consecutiva, 4,6%, a maior taxa do ano. “O cenário brasileiro ainda impõe muitas dificuldades para o industrial, que encontra demanda deprimida, incerteza política e ociosidade elevada. Esses fatos impedem uma trajetória de crescimento mais consistente, que só deve vir com avanços na situação fiscal e na agenda de reformas estruturais”, ressalta Petry.

Faturamento real (3,8%) foi o indicador do IDI-RS que mais pesou no desempenho da atividade industrial ao longo de 2017. Também contaram com contribuições positivas no ano a massa salarial real (1,9%) e a UCI (0,8 p.p.). Por outro lado, as retrações persistem, mas se mostram cada vez menos intensas, nas horas trabalhadas na produção (-1,7%), no nível de emprego (-1,2%) e nas compras industriais (-1,2%).

O levantamento da FIERGS de outubro constata que dos 17 setores analisados, nove apresentam expansão da atividade industrial em 2017, em comparação aos primeiros 10 meses de 2016. Os que mais impactam são o de Tabaco (18,5%), o de Produtos de metal (5,7%) e o de Máquinas e equipamentos (2,2%). Na contramão, com contribuições negativas, as três principais influências foram de Alimentos (-2,4%), Couros e calçados (-1,5%) e Móveis (-1,3%).



Fonte: Fiergs