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Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 20 de julho de 2021 às 10:33


O barato das Olimpíadas costuma ficar apenas na diversão. Adaptando a célebre frase de Milton Friedman, não existem Jogos Olímpicos de graça.

Finalmente estão chegando os Jogos Olímpicos de Tóquio. Com uma pandemia e um ano de atraso pelo caminho, finalmente veremos o grande barato que são as inúmeras disputas esportivas simultâneas, que nos transformam em especialistas em judô, levantamento de peso, natação, entre outros tantos esportes.

Mas o barato costuma ficar apenas na diversão. Adaptando a célebre frase de Milton Friedman, não existem Jogos Olímpicos de graça. O país-sede costuma fazer um grande esforço financeiro para receber os milhares de atletas e turistas, de forma a virar uma vitrine com impactos econômicos de longo prazo.

Tudo muito bacana, muito bonito. Mas esse discurso nem sempre condiz com a realidade. A decisão de receber os Jogos Olímpicos costuma ser baseada em dados que não se sustentam no tempo.

Nesta coluna, vamos trazer um pouco dessa visão menos romântica da competição que se inicia em breve em Tóquio, deixando que a beleza dos Jogos fique apenas nas disputas e conquistas esportivas, que é o lugar dela.

A primeira coisa que precisamos avaliar em relação ao sucesso econômico de uma competição como as Olimpíadas é que ela pode trazer retornos de curto e longo prazo. Quanto mais longo for o prazo, menor a capacidade de mensuração desses retornos – e nem sempre eles são certos. O que é líquido e certo mesmo são os custos para arcar com as demandas do Comitê Olímpico Internacional.

Segundo o estudo “Going for the Gold”, dos professores Robert Baade e Victor Matheson, da Lake Forest College, as teses que levam os países e cidades a fazerem proposta para receber as competições costumam conter uma boa dose de otimismo em todas as suas contas.

E boa parte desse otimismo está baseado em três premissas que costumam jogar os dados reais para baixo quando a realidade bate à porta:

1. Os estudos costumam ignorar o “efeito substituição” dos moradores locais. Quando há eventos como Jogos Olímpicos e os moradores compram ingressos, por exemplo, eles deixam de consumir outros bens e serviços. Também deixam de frequentar espaços que ficaram mais cheios. Por isso, o consumo dos habitantes costuma deixar de ser considerado nos cálculos prévios;

2. Desestímulo ao turismo. Pode parecer um contrassenso, mas em períodos com megaeventos é possível haver diminuição de turismo tradicional, justamente porque há aumento de preços e concentração de um determinado perfil de turista. Por exemplo, segundo o UK Office for National Statistics, o número de turistas em Londres entre julho e agosto de 2012 foi 6% menor que no mesmo período de 2011, enquanto em Pequim a queda foi de 30% no número de visitantes estrangeiros.

3. O efeito multiplicador do gasto do turista olímpico é menor que o do turista comum. Enquanto US$ 1 gasto por um turista comum gera impacto de US$ 2 na economia, para o turista olímpico o valor costuma ser abaixo de US$ 1,50. Isso porque inúmeras atividades são paralisadas no período dos jogos, fazendo com que menos recursos circulem na economia. Eles ficam represados em alguns setores.

Outro ponto que merece atenção entre o desejo de sediar os Jogos e a realidade da execução é o sobrecusto das obras. Segundo estudo da Oxford University publicado em Set/20 e apresentado pela revista “Fast Company”, desde 1960 as cidades-sede estouram os orçamentos previstos no plano inicial em 172% em média.

A organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio esperava gastar US$ 7,5 bi no plano inicial de 2013, valor que saltou para US$ 12,6 bi em 2019 e chegou a US$ 15,4 bi em Dez/20. Desse valor, cerca de US$ 900 milhões estão relacionados a medidas de segurança em relação à pandemia.

O estudo de Baade e Matheson aponta também que desde 1980 a única cidade que apresentou lucro na gestão dos seus Jogos Olímpicos foi Los Angeles em 1984, e a questão está mais relacionada ao fato de que naquele momento a cidade foi praticamente a única a se interessar verdadeiramente pela competição, e por isso pode ditar certas regras, como usar o já envelhecido Coliseum como palco principal e instalação que já existiam para as competições, além de incluir patrocinadores próprios para bancarem parte dos custos.

No final, a cidade gastou o equivalente a US$ 1,38 bilhão em 2020, o que representa 9% dos gastos de Tóquio.


Impactos de longo prazo

É claro que há impactos diretos na economia no curto prazo e, outros, de longo prazo. Ao investir em obras de grande porte as cidades fazem a economia girar, reduzindo desemprego e aumentando o PIB local, mesmo que momentaneamente.

Nas Olimpíadas do Rio em 2016, segundo estudo do Ipea, foram investidos cerca de R$ 42 bilhões (em valores de 2020) em obras públicas, como as arenas de jogos e sistemas de transporte, e obras privadas, como hotéis.

No período entre 2012 e 2015, o desemprego na capital fluminense caiu de 8,1% para 4%, enquanto o desemprego no Brasil foi de 7,9% para 8,1%. Isso teve um impacto importante na economia local, a ponto de o instituto informar que o PIB per capita da cidade do Rio de Janeiro teria sido 7,5% menor se não houvesse a realização dos Jogos. Se não chega a ser um número astronômico, é um resultado positivo.

O problema é que são dados passageiros. Ao final das obras o desemprego tende a subir, e em Dez/16 o número da cidade foi de 11,5%. Mais que isso, exceto por obras de transporte público, em geral a maior parte dos gastos tem uso questionável no futuro. Obviamente as obras das arenas olímpicas, que em geral tem uso pouco relevante na sequência da vida útil. E mesmo obras privadas, como rede de hotéis, ficam subutilizadas.

Segundo estudo da JLL, o mercado de hotéis no Rio de Janeiro teve os seguintes comportamentos pré e pós-Jogos Olímpicos.

Claramente observamos um efeito de aumento tão grande na oferta que a demanda não foi capaz de ocupá-la. O que pode ser atribuído ao forte desaquecimento da economia brasileira no período, mas também à baixa ocupação por turistas estrangeiros, que não vieram em maior número ao país por influência das Olimpíadas.

Aliás, este é outro fator relevante na conta. Assim como Los Angeles foi a exceção à regra de prejuízos, Barcelona é exceção à regra de aumento de fluxo de turistas após as Olimpíadas. Uma das justificativas é que a cidade era pouco atrativa antes dos jogos, vivia à sombra turística de Madrid, e o projeto de “reconstrução” da cidade foi bastante eficiente. Conta a favor também o sucesso esportivo do Barcelona no futebol.

No final, os benefícios de longo prazo acabam custando caro. Uma solução é a ideia de Los Angeles, que novamente se ofereceu para realizar os Jogos Olímpicos de 2028 utilizando alojamentos de universidades no lugar de construir vilas olímpicas, reduzindo muito os custos. Pensar além do óbvio.


Tóquio e a pandemia

É chover no molhado dizer que a pandemia gerará impactos negativos sob o ponto-de-vista econômico.

A despeito dos investimentos feitos, em que a parte relacionada a infraestrutura será permanente, a população japonesa se voltou contra os Jogos em função dos riscos de circulação de pessoas na cidade em plena pandemia, conforme noticiado em vários veículos.

Ainda assim, a competição acontecerá sem público (ou com capacidade limitada em alguns eventos fora de Tóquio), além de efeitos adicionais, como a proibição de consumo de bebida alcoólica nas disputas e fechamento de bares e restaurantes antecipadamente em relação aos horários usuais.

Essas medidas, somadas à ausência de turistas estrangeiros, geram um impacto forte na expectativa de retorno inicialmente prevista.

O Nomura Research estimou que, sem a presença de público estrangeiro, o impacto econômico pode ser da ordem de US$ 15 bilhões, basicamente o tamanho do investimento, e o equivalente a 0,31% do PIB japonês.

Os dados mostram, de certa forma, que os resultados e reflexos podem ser economicamente menos interessantes do que se imagina.


O que o esporte tem a ver com isso?

Nada. Os Jogos Olímpicos são um evento fundamental no desenvolvimento do esporte, especialmente de categorias que somente têm visibilidade a cada quatro anos.

Quanto mais falamos de futebol, NBA, NFL, menos falamos de esportes como judo e atletismo – que sem Usain Bolt ainda perdeu talvez sua maior estrela recente – e isso não ajuda no desenvolvimento do indivíduo.

As Olimpíadas são bacanas justamente porque, como disse no início, é o momento em que viramos torcedores, técnicos, especialistas em tudo, passamos tempo acompanhando esportes que normalmente ficam esquecidos. No fim das contas, é hora de parar na frente da TV e se divertir. Esse é o grande barato do esporte.

Fonte: Infomoney
Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 20 de julho de 2021 às 10:27


O noticiário corporativo tem como destaque o início da temporada de resultados com os números da Neoenergia (NEOE3) após o fechamento do mercado, o Carrefour Brasil (CRFB3) anunciando que terá novo CEO, a Braskem (BRKM5) podendo ser vendida em blocos, segundo apuração do Valor, o relatório de produção da Vale (VALE3), entre outros destaques. Confira:


Carrefour Brasil (CRFB3)

O Carrefour Brasil anunciou que terá novo presidente. Stéphane Maquaire assume a presidência da operação, sucedendo Noël Prioux, que deixa o cargo após mais de 4 anos. A mudança ocorre em 1 de setembro. Nos próximos meses, Noël e Stéphane estarão juntos no processo de transição, com Noel como diretor executivo da América Latina até o final deste ano.

A companhia informa que Maquaire está no Grupo Carrefour desde 2019 como Chief Executive Officer (CEO) do Carrefour Argentina, onde liderou com sucesso o plano de transformação da empresa no país, com foco no cliente no centro e na estratégia digital, levando a melhorias significativas no desempenho financeiro da companhia.

“No período, elevou substancialmente o índice de satisfação dos clientes e o Carrefour Argentina consolidou sua posição de liderança no país, com significativo ganho de participação de mercado nos anos de 2019, 2020 e 2021. Stéphane também desempenhou papel-chave na a aceleração do e-commerce na Argentina”, destacou a companhia, que ressaltou que o  executivo tem ampla experiência no varejo, tendo atuado como CEO em companhias como Monoprix, Vivarte e Manor.

O executivo chega ao Brasil em um importante período para a operação, com o fim da conversão das lojas Makro e o início do planejamento de integração do Grupo Big (transação sujeita à aprovação do CADE). “Stéphane dará seguimento à agenda estratégica do Grupo Carrefour Brasil, que inclui expansão, aceleração digital e de serviços financeiros, transformação do negócio como resultado das tendências de mercado e a intensificação da agenda ESG da companhia, incluindo o compromisso com a diversidade”, aponta a empresa.
A XP vê a notícia como neutra, avaliando que ambos os executivos têm ampla experiência no setor e um ótimo histórico de entrega de resultados para a companhia.



Vale (VALE3)

A produção de minério de ferro da Vale atingiu 75,685 milhões de toneladas no segundo trimestre de 2021, alta de 12% em relação a igual período do ano passado. Em relatório divulgado ao mercado, a Vale informou que a produção registrou alta de 11,3% na comparação ao trimestre imediatamente anterior.

O desempenho anual é atribuído ao maiores volumes na mina Brucutu, em Minas Gerais, com o aumento da produção por processamento a seco; melhoria sazonal das condições climáticas em Serra Norte, no Pará, e um forte desempenho em Serra Leste, no Sudoeste do Pará; maior produtividade no Complexo de Itabira, em Minas Gerais, com a reavaliação das soluções temporárias de gerenciamento de rejeitos.

A Vale também destacou a produção por processamento úmido em Fábrica durante os testes para retomar as operações da planta de beneficiamento.

Os pontos positivos foram parcialmente compensados por interferências causadas pela instalação e comissionamento do primeiro de quatro britadores de jaspilito no S11D.

A XP destaca que a produção está em linha com as estimativas dos analistas e 3% abaixo do consenso da Bloomberg. “Acreditamos que a Vale é capaz de entregar seu guidance de 315-335 milhões de toneladas em 2021, uma vez que atingiu uma capacidade de produção de 330 milhões de toneladas anuais no segundo trimestre (de 327 mtpa no primeiro trimestre de 2021)”, apontam os analistas.

Os analistas Yuri Pereira e Thales Carmo mantêm recomendação de compra, com preço-alvo de R$122 por ação, com base em fortes dividendos (mínimo de 6% de rendimento esperado para 2021) e um valuation atrativo.

O Morgan Stanley afirma que os dados apresentados pela Vale devem reduzir o Ebitda estimado pelo banco para a empresa, de US$ 12,2 bilhões, devido a menos exportações e um prêmio menor pago pelo carvão, de US$ 3 por tonelada, frente a suas estimativas de US$ 7,9 por tonelada, devido a uma queda no conteúdo médio de ferro no segundo trimestre, a 62,4%, frente ao trimestre anterior, de 63,4%, e à estimativa do banco, de 63,5%. O banco mantém avaliação overweight, e preço-alvo de US$ 27, frente à cotação de US$ 21,35 da véspera dos papéis VALE negociados na segunda na Bolsa de Nova York.

A mineradora também informou que descontinuou suas estimativas para a produção média de níquel no período de 2021 a 2023 e para a produção de cobre em 2021, conforme fato relevante divulgado ao mercado.

A companhia disse que os “guidances” estão em revisão devido às incertezas relativas ao prazo para a retomada da produção nas operações de Sudbury, no Canadá, e à implementação de processos de segurança e manutenção nos ativos de Sossego e Salobo. A manifestação ocorreu pouco depois de a Vale publicar seu relatório de produção do segundo trimestre de 2021, no qual já indicava que as previsões de produção de cobre e níquel estariam sob revisão.

No trimestre entre abril e junho, a mineradora produziu 41,5 mil toneladas de níquel, queda de 15,3% na comparação anual, e 73,5 mil toneladas de cobre, recuo de 13% no ano a ano. Ambos foram impactados por fatores como uma paralisação de funcionários em Sudbury.

Ainda no radar da companhia, na segunda, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) afirmou à agência internacional de notícias Reuters que acredita que um acordo definitivo será fechado neste ano entre as mineradoras Samarco, Vale, BHP e autoridades para reparar danos causados pelo rompimento de barragem em Mariana (MG) em 2015, em um valor de até R$ 100 bilhões a serem desembolsados em cinco anos. O montante total é cerca de quatro vezes maior que um acordo inicial pelo desastre fechado em 2016, que permitiu o início dos trabalhos de reparação e a suspensão temporária de ações na Justiça.

O Morgan Stanley avaliou que a entrevista de Zema à Reuters é um esforço, por parte das autoridades, para fortalecer sua posição sobre potenciais negociações com as empresas. O banco diz que o mecanismo para compensar pelos danos de Fundão, como a fundação Renova, se mostraram ineficientes, e frustraram todas as partes envolvidas.

O banco diz que um acordo definitivo poderia encerrar esta situação, mas a um custo maior para a Samarco e seus parceiros. O Morgan avalia, no entanto, que é improvável que as empresas concordem com os R$ 100 bilhões aventados por Zema ou com os R$ 155 bilhões mencionados pelo principal promotor do caso.


Braskem (BRKM5)

O Valor informa que a Braskem poderá ser vendida a diferentes compradores, desmembrada em blocos de ativos por região, se esse modelo resultar em retorno mais elevado aos vendedores. Segundo fontes próximas ao processo aberto pela Novonor (antiga Odebrecht) ouvidas pelo jornal, embora a controladora ainda prefira vender a totalidade da fatia de 38,3% que detém na petroquímica em uma única transação, houve mais interesse em operações específicas do que no conjunto de ativos da companhia, o que abre novas alternativas para o desinvestimento. Procurada, a Novonor não comentou o assunto.

A etapa de recebimento de propostas não vinculantes foi concluída e o processo, liderado pelo Morgan Stanley, entra agora na fase de seleção das ofertas que seguirão no páreo.


Gafisa (GFSA3)

A Gafisa comunicou que, em linha com a sua estratégia de investimentos e de crescimento, foi aprovado novo aumento de capital privado, no valor de até R$ 300,5 milhões. O preço de emissão de R$ 4,59, foi estipulado com base na cotação em bolsa das ações da empresa nos últimos trinta pregões.

O valor mínimo deste aumento – R$ 44,7 milhões – será utilizado para que debenturistas da 15ª emissão de debêntures da Gafisa possam utilizar seus créditos e subscrever ações da companhia, mantendo assim o caixa da Gafisa reforçado para futuras aquisições.

“Os demais valores – caso captados – serão utilizados principalmente para capitalizar projetos da Gafisa Propriedades – novo braço de propriedades da Gafisa – assim como permitir a aquisição de novos empreendimentos (sejam de empresas ou de terrenos), custear novos projetos a taxas menores, dentro do contexto maior de buscar fazer a Gafisa a empresa de maior relevância em seu segmento no curto-médio prazo”, destaca a empresa.


Assaí (ASAI3)

O Assaí informou na segunda-feira acordo de R$ 364 milhões de reais com fundo imobiliário administrado pela BRL Trust e gerido pela TRX envolvendo cinco imóveis do grupo varejista.

Segundo fato relevante, o acordo envolve venda e locação de imóveis da empresa localizados em São Paulo, Rio de Janeiro e Rondônia, sendo um imóvel já construído e quatro terrenos, sobre os quais serão realizadas obras de construção e desenvolvimento imobiliário. “Os imóveis serão todos da bandeira Assaí”, afirmou a companhia.

A XP vê a transação como positiva pois destrava valor para companhia enquanto permite um modelo de negócio mais asset light (menos necessidade de investimento fixo) dado que a companhia apenas aluga o imóvel. Os analistas reiteram recomendação de compra e preço alvo de R$ 120,0 por ação.


Rumo (RAIL3)

Ainda em destaque, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, anunciou na segunda-feira um edital público para construção de ferrovia estadual que vai ligar os municípios de Rondonópolis à capital Cuiabá e às cidades de Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, no norte do Estado por meio de dois ramais.

A Rumo, responsável pela concessão da ferrovia federal que liga Rondonópolis até o Porto de Santos (SP), já manifestou interesse no projeto, que envolve um trajeto de cerca de 730 quilômetros. Segundo o governo matogrossense, o projeto tem previsão de ser concluído em sete anos e deve envolver investimentos da ordem de R$ 12 bilhões.

Na avaliação do Itaú BBA, é positivo que o projeto esteja caminhando. Mas o banco diz que o trecho de Cuiabá ainda não foi incluído em seu modelo, e requer maior análise. O banco estima um investimento de R$ 6,5 bilhões pelo trecho, o que adicionaria R$ 1,8 por ação RAIL3 em seu preço-alvo. O projeto integral incorporaria R$ 6 por ação RAIL3.

O banco mantém recomendação outperform (perspectiva de valorização acima da média do mercado) para a Rumo, e preço-alvo para 2021 em R$ 27 por ação.

O Bradesco BBI afirma que o anúncio do governo do Mato Grosso sobre Lucas do Rio Verde é positivo para a Rumo, porque deve reduzir o interesse sobre a Ferrogrão, entre Mato Grosso e Pará; a legislação matogrossense estabelece que o estado pode autorizar a construção de uma nova ferrovia sem passar por um leilão –neste caso, o estado deveria verificar se outros investidores estariam interessados no projeto. O banco acredita que a Rumo tem condições de apresentar o melhor projeto. O Bradesco estima que o projeto de R$ 12 bilhões poderia adicionar R$ 3 por ação RAIL3. O Bradesco mantém avaliação outperform e preço-alvo de R$ 30.


IRB (IRBR3)

O IRB-Brasil Resseguros informou ao mercado as possíveis consequências nos resultados da companhia em virtude da publicação da véspera da Circular SUSEP n° 634, a qual regulamenta resolução que  define os parâmetros de cálculo sobre as provisões técnicas, ativos redutores da necessidade de cobertura das provisões técnicas, capital de risco baseado nos riscos de subscrição, de crédito, operacional e de mercado, patrimônio líquido ajustado, capital mínimo requerido, entre outros.

Entre as mudanças mais significativas da referida circular que podem trazer consequências para os negócios e para os resultados do IRB Brasil, a empresa destacou:

1) Revogação da necessidade da margem de liquidez (20% do Capital de Risco), sendo que as empresas poderão definir internamente mecanismo de gestão e mensuração de risco de liquidez e documentá-lo em política. A referida medida entra em vigor a partir de 1° de dezembro de 2021.
Especificamente com relação ao IRB Brasil RE, ao se utilizar como base as Demonstrações Financeiras encerradas em 31 de março de 2021, o requerimento regulatório seria reduzido em no máximo de R$ 345 milhões (margem adicional de 20,0% sobre capital de risco), e, em consequência, a melhora da suficiência de liquidez regulatória ocorrerá a partir de dezembro de 2021. Neste aspecto específico não haverá efeitos diretos no resultado econômico da companhia, afirmou o IRB.

2) Possibilidade de redução da necessidade de cobertura das provisões técnicas dos recursos dados em garantia das operações internacionais.

A empresa poderá constituir um Reinsurance Trust Account (conta garantia) ou outras modalidades de depósitos no exterior, na forma exigida pela regulação vigente no país de origem, para suportar as garantias de operações internacionais perante os seus parceiros cedentes, limitada a dedução ao volume das respectivas provisões técnicas (PSL, PPNG e IBNR) relacionadas aos referidos contratos estrangeiros.
“Este poderá ser um redutor da necessidade de cobertura de provisões técnicas, devendo o valor máximo da redução se limitar ao valor do passivo a ser coberto com ativos admitidos pelo regulador”.

Com relação à companhia e considerando as Demonstrações Financeiras encerradas em 31 de março de 2021, pode-se observar um montante em conta corrente remunerada em dólar junto a instituições financeiras internacionais de R$ 752 milhões, afirmou.

Fonte: Infomoney e Reuters