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Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 19 de janeiro de 2021 às 09:41


Montadora americana anunciou recentemente o fim da produção de veículos no Brasil; notícia teve grande repercussão e gerou preocupação.

Na última segunda-feira (11/01), a Ford anunciou o fim da produção de veículos no Brasil e o fechamento de suas fábricas. A notícia pegou muitas pessoas de surpresa e teve grande repercussão no mercado. Um mês antes, a montadora alemã Mercedes-Benz também colocou um ponto final na fabricação em território brasileiro.

O cenário pode gerar dúvidas em relação ao futuro do mercado automotivo brasileiro, mas, segundo Flavio Padovan, outros players do mercado não devem seguir os caminhos de Ford e Mercedes-Benz. “Ao mesmo tempo que a saída da Ford representa um impacto muito grande para a economia, isso não vai provocar que outras montadoras deixem o país. Cada montadora tem uma condição específica e peculiar devido suas características de volume, de competitividade de produto e de lucratividade”.


A decisão da Ford

O sócio da MRD Consulting, ex-CEO da Jaguar Land Rover e ex-diretor de operações da Ford no Brasil e América do Sul, acredita que a saída da Ford se deu por uma série de motivos. “A montadora sofreu prejuízos sucessivos no Brasil por conta de perda de competitividade causada pela falta de modernização dos produtos e pela falta de capacidade de investimento devido aos resultados ruins. O câmbio também teve uma influência muito forte, já que insumos e componentes eram importados para a produção dos carros. Com poucas perspectivas de recuperação e estratégia global de investimentos em SUVs e picapes, o negócio no Brasil deixou de ter interesse para a Ford mundial”, explica Padovan.

Em nota, o CEO da Ford, Jim Farley, afirmou que, ao sair do Brasil, a montadora “muda para um modelo de negócios ágil e enxuto”. Inovações devem ser o foco da empresa: “Vamos acelerar a disponibilidade dos benefícios trazidos pela conectividade, eletrificação e tecnologias autônomas”, disse Farley.

As fábricas de Camaçari (BA) e Taubaté (SP) encerraram a produção. Já a fábrica da Troller, no Ceará, continuará operando até o fim de 2021. Mas o mercado de consumo brasileiro ainda está nos planos da Ford, que deverá manter a assistência técnica, comercializar veículos importados e até lançar novos modelos no futuro.


Perspectivas para o mercado automotivo

Os modelos da Ford sempre figuraram na lista dos mais vendidos no Brasil. Em 2020, por exemplo, o Ka teve a sexta maior comercialização do país. Mas, na nova estratégia, tanto ele quanto o EcoSport saem de linha. A fatia de mercado “órfã” abre oportunidades para outras montadoras que fabricam no Brasil.

Dados do levantamento feito pela Bright Consulting indicam esse movimento: cerca de 85% dos veículos Ford vendidos em 2020 foram produzidos no Brasil. “A maioria que iria comprar um produto da Ford, vai procurar na concorrência veículos similares, não tenho dúvida disso. Outras montadoras ganham de uma forma equilibrada, dependendo do produto que estamos falando”, diz Flavio Padovan. Sem o Ford Ka no mercado, por exemplo, Volkswagen Gol e Fiat Argo podem ganhar mais espaço.

De modo geral, a saída da Ford não deve ter grande influência sobre as perspectivas para o mercado automotivo. “O mercado vai se recuperar de forma lenta. Vimos uma grande queda em 2020, com leve recuperação no final do ano, que deve continuar aos poucos. Mas, acredito que vamos ver muitos movimentos no mercado, como aconteceu recentemente com a fusão da FSA com a PSA”, finaliza Padovan.

Fonte: Consumidor Moderno
Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 12 de janeiro de 2021 às 10:39


Relatório anual RiskMap, publicado pela consultoria global Control Risks, mostra que empresários devem manter o foco nas oportunidades.

O ano de 2020 foi marcado pela pandemia do novo coronavírus, que trouxe consigo crise econômica e muitas incertezas. Este ano promete ser de recuperação e as empresas precisam estar prontas para monitorar cenários com precisão, analisar tendências e ter flexibilidade para agir rapidamente. Isso porque o perigo de perder o retorno, ou seja, ficar para trás, é o principal risco para os negócios atualmente.

“Não há dúvida que os negócios continuarão a enfrentar desafios consideráveis trazidos pela pandemia do novo coronavírus, mas nós acreditamos que as oportunidades são reais e empolgantes para várias empresas em 2021″, afirma Nick Allan, CEO da Control Risks.

A consultoria global acaba de publicar o relatório anual RiskMap, onde faz uma previsão de risco para líderes de negócios e formuladores de políticas públicas em todo o mundo. De acordo com a publicação, os 5 principais riscos globais para os negócios em 2021 são:


1. Novo coronavírus

Segundo o RiskMap, 2021 será um ano de recuperação desigual. Isso porque uma parte do mundo terá a vacina e outra não, com regiões em que o coronavírus continuará se disseminando. A competição promete ser intensa, entre os países e até mesmo dentro deles.“As relações entre o Estado e os negócios e entre a sociedade e os negócios serão fundamentais para o empresariado. Se 2021 não marcar o fim da pandemia, será o ano que determinará o que resta quando o pior passar”, diz o relatório.


2. Relação EUA – China

Acredita-se que em 2021 haverá uma estabilização superficial na relação dos dois países, apesar de eles continuarem se enfrentando em uma série de questões. Tanto China quanto EUA devem buscar se concentrar em problemas internos e, assim, pode ser que aconteça a retomada da cooperação em temas coo as mudanças climáticas. Porém, a Control Risks alerta que se o governo Biden se concentrar em questões como direitos humanos e esforços para coordenar pressões multilaterais sobre a China, haverá conflito de interesses e risco de retaliação.


3. Veia ecológica

A pandemia trouxe consigo uma maior preocupação com o planeta. Diante de um consumidor cada vez mais consciente, nenhuma organização poderá se dar ao luxo de não se posicionar de forma contundente em relação à sustentabilidade e às mudanças climáticas. Nesse sentido, dezenas de nações e a União Europeia têm se comprometido em zerar emissões de carbono líquidas, o que deve ser seguido pelos membros do G7.

“Os retardatários precisarão considerar um futuro em que a falta de ação corroerá a competitividade e reduzirá os mercados de exportação. Se os governos ficarem para trás, as empresas e os investidores definirão o andamento do processo”, afirma o RiskMap.


4. Aceleração do digital

A transformação digital ocorrida em 2020 acelerou o que era esperado para os próximos 10 anos, no mínimo. Com ela, a conectividade será cada vez maior e os riscos de ameaças cibernéticas também. Os chamados hackers irão tirar vantagem da adoção rápida de tecnologias deficientes de soluções. Assim, em 2021, as empresas de todo o mundo terão que equilibrar a busca por inovação tecnológica com os desafios de segurança, integridade e resiliência.


5. Perder a retomada

Para o RiskMap, se 2020 foi uma questão de sobrevivência para muitas empresas, 2021 é o momento para focar nas oportunidades. Este ano promete um forte crescimento do PIB em vários mercados, o lançamento de vacinas e um mundo ansioso para começar a viver de novo. As empresas que souberem transformar os ganhos de eficiência trazidos pela pandemia em produtividade e continuarem a avaliar tendências com precisão, se adaptando diante delas, serão beneficiadas com aumento da demanda.

Fonte: Consumidor Moderno