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Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 13 de março de 2018 às 20:24
A China anunciou o corte de tarifas para tecidos de caxemira, carne e sapatos. Também aplicou a mesma política para fraldas, leite em pó e o inusitado abacate. Pequim reduz impostos e a lista de produtos é bem longa. Conforme relatado pela imprensa de Xinhua, que reporta ao Ministério das Finanças, são 187 produtos.

Não é a primeira vez que isso acontece. A mesma medida foi tomada em 2015. O motivo? Tornar alguns produtos de qualidade mais acessíveis. Na verdade, milhões de chineses que vão ao exterior para pagar menos, com impostos reduzidos vão ficar em casa e comprar produtos estrangeiros em lojas locais.

A medida está em vigor desde 1º de dezembro. Assim, a China abre as portas para o mundo, anunciando uma redução nos impostos de 187 produtos, que representam 30% das importações totais, atingindo uma média de 7,7% dos atuais 17,3% a partir de 1º de dezembro. A novidade abrange muitos bens de uso comum e bens cuja produção está carente na terra da segunda maior economia do mundo. Entre eles, os sapatos.

Pesquisa mostrou que 42 milhões de consumidores chineses compraram produtos estrangeiros pela internet no ano passado por 1.200 bilhões de iuanes, cerca de 182 bilhões de dólares. Para 2017, o número deve subir em 59 milhões para um volume total de 280 bilhões.

Fonte: Couromoda
Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 13 de março de 2018 às 20:23
O Brasil precisa de políticas de longo prazo com objetivos claros e instituições estáveis para acelerar a inovação e se tornar um relevante ator global nesse campo, avalia o estudo Accelerating Innovation in Brazil, produzido pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) sob encomenda do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

De acordo com o trabalho, inovações brasileiras de padrão internacional – como biocombustíveis, soja modificada e o sucesso da fabricante de aeronaves Embraer – ocorreram porque os projetos de pesquisa tiveram uma visão clara de objetivos, continuidade de investimentos e proteção contra influência política, entre outros fatores.

As conclusões do estudo foram apresentadas, nesta terça-feira (6), em São Paulo, pela diretora-executiva do MIT Industrial Performance Center (IPC), Elisabeth Reynolds, durante o Fórum Estadão Brasil Competitivo ‘Como Acelerar a Inovação’. O debate contou com a participação do diretor de Operações do SENAI, Gustavo Leal, do gerente de Inovação da Embraer, Sandro Valeri; do fundador da GranBio, Bernardo Gradin, entre outros atores relevantes do ecossistema de inovação brasileiro. 

O trabalho foi produzido por uma equipe de pesquisadores norte-americanos e brasileiros do IPC, centro de pesquisa do MIT especializado em estudos com foco na indústria e nas transformações tecnológicas que afetam a economia global.

O material faz parte de uma série de estudos conduzidos pelo Massachusetts Institute of Technology para apoiar na implantação da rede nacional de 25 Institutos SENAI de Inovação. Criados em 2013, os centros de P&D do SENAI realizam pesquisa aplicada destinada a atender às necessidades de inovação da indústria brasileira nos prazos exigidos pelo mercado. O Instituto Fraunhofer IPK, de Berlin, organização alemã de pesquisa aplicada e referência mundial, também foi contratado para ajudar na construção da rede.

OBSTÁCULOS - Entre os obstáculos para o Brasil se tornar um ator global relevante, segundo os pesquisadores, está a falta de coordenação dos diversos órgãos ligados ao tema e a “dispersão” dos programas e incentivos à inovação.

A sugestão do estudo é que o país crie estratégias de longo alcance com foco em áreas em que possui vantagem comparativa a fim de fomentar maior especialização. Outro ponto destacado é o alto custo dos insumos intensivos em conhecimento e do risco do investimento em inovação. “Os diagnósticos para esta situação incluem uma falta de inserção global, processos burocráticos para engajamento de empresas com universidades, escassez de engenheiros, políticas públicas ineficazes que são muito abrangentes e pouco profundas, e uma falta de capacidade do Estado, entre outros”, analisam os especialistas. 

Durante o debate, Elisabeth Reynolds apresentou seis propostas para que o Brasil possa avançar nesse campo: assegurar que as políticas industriais apoiem a inovação; promover maior integração do país aos mercados globais; melhorar o papel das universidades; apoiar inovações institucionais; encorajar o empreendedorismo e construir estratégias de longo prazo em setores nos quais o Brasil tem vantagem comparativa. Ela destacou especialmente o papel dessas inovações institucionais no país, como a Embrapii e os Institutos SENAI de Inovação.

“Instituições como essas desempenham importante papel em como as empresas investem em P&D, em trazer padrões e as melhores práticas ao país, assim como parceiros e organizações globais. De certa forma, essas organizações preenchem as lacunas existentes para apoiar a inovação”, avaliou a pesquisadora. 

Segundo o MIT, estimular a existência dessas organizações é uma das estratégias adotadas pelas principais nações inovadoras para garantir a correta tradução da ciência produzida na universidade para o setor produtivo e sua inserção no mercado. Na avaliação dos estudiosos, essas organizações devem receber financiamento público estável e consistente para o contínuo desenvolvimento de competências.

Todas as instituições de pesquisa e tecnologia de sucesso no mundo possuem, em maior ou menor grau, algum tipo de apoio financeiro do governo para desenvolver competências e estão ligadas, de alguma forma, com a agenda de longo prazo do país.

O diretor de Operações do SENAI reforçou esse entendimento durante a discussão no Estadão. “É preciso dar mais protagonismo à iniciativa privada, que é quem tem de definir onde quer colocar recursos. É importante ainda que tenhamos políticas públicas que também aportem recursos junto da empresa. É isso que dá um viés vitorioso e é o que está sendo proposto pelo MIT”, ressaltou Gustavo Leal. 

COLABORAÇÃO – O estudo aponta ainda que o ambiente de inovação brasileiro é marcado por uma dificuldade de colaboração entre governo, universidades e setor privado. Apenas 11% dos projetos são feitos em parceria entre a academia e instituições de pesquisa privadas. Além disso, o Brasil forma baixo número de pesquisadores, cientistas e engenheiros e existem poucos desses profissionais em centros privados de pesquisa em comparação com outros países: 26% dos especialistas em inovação trabalham no setor privado no país, enquanto nos Estados Unidos esse percentual chega a 80%. 

Os estudiosos sugerem aprimorar o papel da academia por meio da redução da burocracia, da criação de incentivos e recompensas à especialização nas universidades que demonstram excelência. O presidente da Finep, Marcos Cintra, que também participou do debate patrocinado pelo SENAI, complementou essa análise, ao afirmar ser necessário incentivar instituições que fazem a ponte entre o conhecimento acadêmico e o setor privado.

“Precisamos criar um modelo novo de interação entre universidades e empresas, com instituições especializadas em fazer a conexão entre a geração de conhecimento que é feito na universidade e a geração de valor, que é a universidade”, disse. 

A influência política em órgãos governamentais responsáveis por planejar e implantar políticas de inovação foi outro obstáculo apontado pelos estudiosos. O trabalho mostra, por exemplo, a grande rotatividade em cargos de liderança desses órgãos. Dirigentes de oito instituições analisadas permaneceram nos cargos apenas um ano, em média, entre 1985 e 2016. Além disso, a maior parte deles eram políticos. Técnicos comandaram esses órgãos durante apenas 22% do tempo analisado.

CASES DE SUCESSO

PRIORIDADE – Por fim, os pesquisadores também apontam os aspectos positivos da atuação do Brasil no campo da inovação. Entre os principais estão a prioridade dada ao tema a partir do início dos anos 2000, por meio de financiamento do BNDES; da aprovação de legislação específica, como a Lei de Inovação Tecnológica (nº 10.973), em 2004; e da criação de fóruns de debate como a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), grupo de cerca de 200 executivos das maiores empresas brasileiras, coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Fonte: CNI