Notícias


Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 24 de outubro de 2023 às 09:19


Pesquisa revela que comunicação, posicionamento, mensagem e valores, são fatores significativos para 54% dos consumidores

A relação dos consumidores com uma marca muitas vezes começa pela identidade visual. No cenário de Customer Experience (CX), criar essa conexão através de uma campanha, ou até mudanças necessárias na própria logomaca ou nome, trazem grandes desafios para as empresas.

Por exemplo, a mudança do nome do Twitter para Xtrouxe diversas discussões sobre a relação das marcas com seus consumidores. As transformações visuais não foram as únicas da rede, que já vinha apresentando algumas modificações desde a compra da plataforma pelo empresário Elon Musk, mas a troca do famoso passarinho azul pelo símbolo “X” causou estranhamento e até mesmo rejeição entre muitos usuários.

Mais recentemente acompanhamos a polêmica envolvendo a Bauducco e o rapper Emicida. A empresa lançou uma campanha para divulgar a nova identidade visual da marca e o público percebeu uma semelhança com o álbum e projeto audiovisual do artista, o que levou o cancelamento da campanha pela Bauducco e acirrou o debate online sobre plágios e identidade visual.

São inúmeros os casos em que a imagem e a identidade de marca podem ser mudanças complexas e determinantes na experiência e na relação do consumidor com uma empresa, serviços ou produtos. Sabendo da importância disso e buscando entender a relevância dessas esferas para os consumidores, o Guia dos Melhores (plataforma de avaliação de produtos online), realizou uma pesquisa com brasileiros de todas as idades e regiões do país para entender o quanto o posicionamento, os valores e a aparência de uma marca influenciam no momento de compra e ajudam na fidelização do consumidor.


Mensagem, valores e identidade visual

A pesquisa revela que a comunicação, incluindo posicionamento, mensagem e valores, e a identidade visual de uma marca são fatores significativos para 54% dos consumidores. As respostas positivas equivalem aos 27% dos entrevistados que consideram o fator como bastante importante no momento de escolha e de consumo, e aos 26% que pensam que a questão é determinante, sendo que só consomem de marcas com as quais se identificam com a identidade.

Para 17% dos respondentes, esses quesitos são critério de desempate quando estão na dúvida entre produtos ou serviços; para 14% não é algo tão importante, mas pode interferir na decisão de consumo de um produto, e apenas 6% disse não considerar esses pontos nem um pouco importantes e que eles não interferem em suas decisões de compra.

Eduardo Scherer, fundador do Guia dos Melhores, analisa as informações a partir de uma perspectiva do dia a dia do consumidor. “Sabemos que, na correria diária, muitas vezes o cliente não se atém tanto à identidade das marcas, mas é muito importante saber que o consumidor realmente dá importância para essas questões, conforme podemos ver a partir dos dados da pesquisa. Esse ponto é muito relevante pois sabemos o quanto grandes marcas investem em suas identidades e em marketing, e isso pode ser um forte diferencial para marcas menores se destacarem no mercado”, comenta Scherer.


O que é mais importante para o consumidor?

Quando se fala de comunicação, existem muitos aspectos que buscam conectar as marcas com seu público. No entanto, algumas dessas estratégias podem ter mais ou menos apelo de acordo com perspectivas geracionais, financeiras ou regionais.

De acordo com o estudo, entre os aspectos mais importantes para as marcas transmitirem por meio de sua comunicação escrita e visual estão o compromisso com o meio ambiente e a sustentabilidade, indicado por 57% dos entrevistados; possuir uma identidade visual agradável, segundo 50% dos respondentes; possuir missão e valores alinhados com o do cliente, citado por 43%; estar alinhado com o estilo de vida do consumidor, de acordo com 39%, e ter compromisso com a diversidade, para 36% dos perguntados.

Mas assim como existem aqueles pontos determinantes para que o consumidor se sinta atraído por uma marca e motivado e consumir seus produtos, há também aqueles que desestimulam o público a seguir comprando.

Segundo o levantamento, os pontos mais determinantes para que se deixe de utilizar uma marca da qual se costumava consumir são o mau atendimento ou suporte por parte da marca, indicado por 57%; aumento de preço dos produtos ou serviços, para 55% dos respondentes; alteração na composição do produto, como mudança de ingredientes ou de materiais, citado por 52% dos entrevistados; polêmicas negativas em relação à marca, escolhido por 42%, e diminuição do tamanho do produto, apontado por 35%.

“É indispensável para as marcas entenderem que elas precisam seguir aqueles valores a que se propõem. Se uma empresa diz ter compromisso com a diversidade, é imprescindível que ela realize ações que realmente demonstrem esse engajamento. Atualmente, o público está muito atento a essas iniciativas, e não seguir com as missões propostas pode ter o efeito contrário e afastar o consumidor”, explica Eduardo Scherer.


Mudanças também podem ser positivas

Como comentado no início, por mais que a mudança do Twitter para X tenha sido prejudicial para a empresa em alguns aspectos, existem atualizações de identidade de marcas que foram cases de sucesso.

O banco digital Nubank, ao expandir sua oferta de produtos, aproveitou a oportunidade para se renovar. Aspectos como logotipo e fontes foram alterados para trazer a sensação de movimento, em alusão ao momento de transformação da empresa. A manutenção da cor roxa, que já era marca registrada da Nubank, contribuiu para que as mudanças fossem bem recebidas pelos usuários do banco. 

Outro case de sucesso foi a mudança da Magazine Luiza para Magalu em 2018. A empresa se atualizou para marcar sua aproximação do mundo digital. No início deste ano, a Ipirangatambém renovou sua identidade visual e trouxe novidades para sua rede de postos de combustíveis. E mais recentemente, a JBS, foi outra que realizou uma mudança na identidade visual da marca no ano em que a empresa completa 70 anos.

Ou seja, renovações são importantes para que as marcas não fiquem ultrapassadas e possam acompanhar o desenvolvimento do mercado, trazendo para si transformações estratégicas, feitas a partir de muita pesquisa e estudo que podem, a partir de suas transformações, redirecionar seus negócios e atrair e fidelizar novos públicos.

Voltando a pesquisa Guia dos Melhores, entre as mudanças que mais causam impacto ou que mais são percebidas pelos consumidores, estão as alterações em apresentações de embalagens de produtos, segundo 40% dos entrevistados; modificações no logotipo, citado por 22%; variações em propagandas e anúncios, indicado por 14%, e alterações em ícones de celular, segundo 12% dos respondentes.

Para Eduardo Scherer, edições em logotipos estão entre as que mais são percebidas pelos consumidores. “O que fica claro é que uma marca pode, sim, se atualizar visualmente, e essa transformação muitas vezes é necessária para acompanhar o mercado, mas as consequências dessas mudanças precisam ser muito bem estudadas para que o impacto seja realmente positivo”, pondera o fundador do Guia dos Melhores.


As mais lembradas

Investir em um bom posicionamento é tão importante que existem premiações específicas para reconhecer as marcas mais lembradas pelos consumidores. Neste sentido, o Guia dos Melhores procurou descobrir as marcas mais lembradas pelos consumidores quando perguntados em relação a posicionamento e identidade, levando em consideração pontos como nome, logotipo, aparência, propósito, mensagem e valores.

As marcas mais citadas pelos entrevistados foram Coca-Cola, com 45 indicações; Natura, com 38; Nike, com 33; Nestlé, com 30; Omo e Apple, com 16; O Boticário, com 15, e Adidas, com 10 menções.

“Quando analisamos as marcas mais lembradas por sua identidade, vemos, principalmente, empresas com bastante peso e tempo de mercado”, diz Scherer. Para ele, essas são empresas que realmente fazem grande investimento em comunicação, o que gera esse reconhecimento pelo público. “Para as marcas menores, vale a análise dessas estratégias das grandes empresas para que possam usar alguns dos métodos como base para o desenvolvimento de uma comunicação própria efetiva. A inspiração é um ótimo caminho para a criação”, conclui.


IA já auxilia na criação de logos

Ressignificar a imagem de uma empresa é uma estratégia que precede de vários talentos e investimentos envolvidos. No entanto, com a chegada de ferramentas de geração de logotipos com inteligência artificial (IA) começamos a ver um novo futuro da criação de logos e identidades visuais. Plataformas como Looka, Logo AI, Fiverr Logo Maker entre outras surgiram com a promessa de agilidade, custos baixos (algumas até gratuitas) e ganho de novas possibilidades para a criação. Algumas dessas ferramentas entregam cerca de 60 opções diferentes de uma logo de forma muita rápida.

O rebrandingmuitas vezes não visa apenas a estética, mas, carrega o compromisso de despertar, destravar e até de fazer renascer a própria empresa. Em muitos casos é um divisor de águas para algumas em vias de serem esquecidas pelo público. Além da mensagem e valor que ela carrega, vale lembrar que a marca também é um ativo financeiro para a uma empresa.

Fonte: Consumidor Moderno
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 17 de outubro de 2023 às 10:34


Cerca de 80% dos consumidores dessa geração compra e vende itens usados. Entre os que apoiam a economia circular, a maioria faz doações de roupas.

A Geração Z está remodelando o cenário da moda, desafiando normas e direcionando o mercado em direção a práticas mais sustentáveis, inclusivas e autênticas. Consequentemente, as marcas que desejam cativar essa geração devem se adaptar a seus valores e preferências únicas, que definem um comportamento de consumo muito diferente das gerações anteriores. A moda para a Geração Z é muito mais do que apenas usar roupas. É uma extensão de sua identidade.

Segundo uma pesquisa da OLX, plataformas de compra e venda online de itens usados e seminovos, concluiu que 89% deles enxergam a moda como um fator crucial para sua autoestima. Além disso, entre as categorias de consumo, os itens de vestuário estão entre os mais vendidos, com 67% dos entrevistados indicando que investem neles. 

Essa geração, movida pela busca de autenticidade, exclusividade e sustentabilidade, está impulsionando também o crescimento do mercado de brechós. Até 2027, esse mercado deve atingir a impressionante marca de US$ 350 bilhões, graças ao impacto da Geração Z. Mas seus hábitos de consumo não se limitam apenas as eles, influenciam as escolhas de suas famílias. Como resultado, eles alteram o panorama do comportamento de consumo em larga escala.

Para a pesquisa, foram entrevistados jovens de todas as regiões do país, com idades entre 18 e 30 anos, sem qualquer discriminação com base em classe social ou gênero. Adicionalmente, uma cota de 28% da base foi alocada para participantes que se identificam como LGBTQIA+. Além de analisar as preferências de consumo, o estudo quantificou os valores relacionados à sustentabilidade.


Sustentabilidade e Inclusão – pilares da Geração Z

Na moda, a sustentabilidade e a inclusão são conceitos intrínsecos para a Geração Z. Eles buscam marcas que representem seus valores e ofereçam produtos sem gênero, subvertendo a tradicional dicotomia masculino/feminino. O mercado de “resale”, que é a compra de itens de segunda mão, é uma tendência forte, com 83% dos jovens da Geração Z já aderindo a essa prática.

Mas sua jornada de compra começa muito antes da transação. Envolve pesquisas online, interações nas redes sociais e avaliações de outros consumidores. As marcas que desejam conquistar essa geração devem criar estratégias que ofereçam uma experiência envolvente em todos os pontos de contato.


Posicionamento e responsabilidade social

Os Zs não se prendem apenas ao nome da marca, mas valorizam o posicionamento e a responsabilidade social. Eles não compram desenfreadamente, frequentemente pesquisam produtos antes da compra e valorizam a experiência sensorial obtida nas lojas físicas, principalmente aquelas que oferecem serviços omnichannel.


Impactos no mercado da moda

A Geração Z acredita em um estilo autêntico, inclusivo e inspirado por pessoas reais. Peças customizadas, de segunda mão ou com aspecto vintage estão ganhando espaço e ressignificando a indústria da moda. O “slow fashion” surge como um movimento que repensa a produção em massa. Ele se concentra na qualidade em vez da quantidade, valorizando peças duradouras e atemporais que são projetadas para resistir ao teste do tempo. 

Coleções de roupas para todos os tipos de corpo estão entre as principais demandas, incluindo a moda plus size e a tendência “genderless”, que oferece opções estilosas, confortáveis e livres de rótulos de gênero. A presença digital também é indispensável. Marcas que desejam conquistar a Geração Z devem cultivar uma relação próxima e contínua, com representações realistas que reforcem os valores defendidos pela empresa. 

Parcerias com influenciadores digitais e histórias genuínas de pessoas envolvidas no processo de produção, por exemplo, envolvem mais do que anúncios diretos. Ou seja, o comportamento da Geração Z na moda é pautado em um olhar mais sustentável, realista e que celebra a diversidade de formas de expressão.


Comportamento de consumo envolve valores

Mais de 80% dos respondentes da Geração Z já compraram produtos usados, enquanto 83% já venderam itens desse tipo. Uma parte significativa prefere a experiência das lojas físicas, mas entre a comunidade LGBTQIA+, a preferência é pelo ambiente online. A pesquisa da OLX também revela a associação crescente entre compras e sustentabilidade.

A maioria dos respondentes considera que a compra de produtos usados é benéfica para o meio ambiente. Além disso, a economia circular começa a fazer parte do vocabulário da Geração Z, com 52% deles tendo ouvido falar sobre o conceito. Entre os que estão familiarizados com o conceito, em relação às ações relacionadas, 76% dos jovens entrevistados têm o hábito de doar roupas e calçados.

A pesquisa da OLX foi feita em colaboração com a MindMiners e entrevistou 300 participantes. A amostra é diversificada, incluindo 52% de mulheres e 48% de homens, todos com idades entre 18 e 30 anos. As respostas refletem as perspectivas de todas as cinco regiões do país, com 48% provenientes do Sudeste, 23% do Nordeste, 15% do Sul, 6% do Centro-Oeste e 8% do Norte.


Fonte: Consumidor Moderno