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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 01 de agosto de 2023 às 10:25



Dados da GfK mostram que as vendas dos markeplaces crescem ano a ano, sendo 2021 o grande expoente, quando houve um acréscimo de +211,9%. No ano seguinte subiu mais +10,5% e até fevereiro de 2023 já apresentava um aumento de +1,4%.



Faturamento de varejo regional no online é 8x menor que de varejo nacional, e o aumento da participação destes comércios em marketplaces aparece como oportunidade, afirma GfK 

Apesar disso, os altos juros jogaram para baixo os resultados do setor nos três primeiros meses do ano, com uma retração de -2,6% em faturamento e -1,9% em unidades vendidas. Por conta disso, o primeiro semestre do ano se mostrou desafiador para o varejo, em especial na categoria de eletroeletrônicos. Ainda assim, Fernando Baialuna, diretor de gfkconsult e varejo da GfK para América Latina, acredita que haja uma recuperação a partir do segundo semestre de 2023.

Ao analisar o cenário atual do varejo de eletroeletrônicos, Baialuna diz que o setor tem as condições macroeconômicas estabelecidas para um movimento de recuperação gradativa do fôlego a partir do segundo semestre. “Não temos como escrever na pedra que tudo voltará ao normal, mas o cenário econômico aponta para um movimento eminente de recuperação”.


Marketplaces como oportunidades para o varejo regional

Em meio aos desafios do setor, algumas oportunidades de novos hubs de negócio se apresentam para os próximos anos. Os marketplaces e os investimentos das marcas em ações direcionadas no online são algumas delas — é preciso, contudo, saber o que levar em consideração para escolher o marketplace ao negócio.

Isso porque eles geram novos canais de comunicação direta, com customização em escala e, consequentemente, maiores oportunidades de conversão de vendas. Além disso, promovem a regionalização, movimento que é fortemente ancorado nas lojas físicas. 

“O faturamento de varejo regional no online é 8x menor que de varejo nacional e o aumento da participação destes comércios em marketplaces aparece como oportunidade”, complementa Baialuna.


Compreensão do consumidor

Para o executivo, o futuro do varejo está no entendimento que indústria e comércio têm do consumidor. No curto prazo, por exemplo, o consumidor não está seguro e tem seu poder de compra diminuído. Ainda assim, alguns indicadores podem mudar essa realidade, como:

– aumento de ocupações com renda;
– taxa de câmbio real sendo a menor em 20 anos;
– valor de frete em queda;
– e a estabilização do preço das comodities de eletrônicos.
Com isso em pauta, segundo Baialuna abre-se a partir do segundo semestre deste ano uma janela de oportunidade para a retomada gradativa do consumo de bens duráveis.


Características do varejo regional

O varejo regional é fortemente ancorado no canal físico, e Baialuna explica que abrir oportunidades de compras em cidades e polos menores tem se tornado uma opção de otimização necessária para os varejos. 

“Fizemos alguns estudos de Inteligência de Geolocalização Espacial, especificamente para eletroeletrônicos. Entendemos que estar presente nessas áreas menores é uma necessidade para atender a novas jornadas do cliente, que busca melhor experiência figital ao comprar online e retirar na loja”.


Clique & Retire: uma boa opção para o setor de eletrônicos

Com dinâmica híbrida de canais, a modalidade de compras “Clique & Retire” representou 7% do total em 2022. Na ocasião, a categoria de notebooks foi a que mais se destacou no segmento, com 11% dos consumidores comprando pela internet e retirando na loja física mais próxima de sua localização.



Para executivo da GfK, otimizar rede de lojas físicas, complementando a integração dos ambientes on e off na experiência de compras, será decisivo para uma maior taxa de conversão das vendas

De acordo com a análise, o consumidor passa pelo canal online em 76% das jornadas de compras de eletrônicos. Este, inclusive, está entre os segmentos da indústria como um dos maiores polos de vendas no canal online. 

“Otimizar rede de lojas físicas, complementando a integração dos ambientes on e off na experiência de compras, será decisivo para uma maior taxa de conversão das vendas”, conclui o executivo.

Fonte: E-commerce Brasil
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 01 de agosto de 2023 às 10:18


Pesquisa da Ipsos revelas dados sobre o Brasil e mostra como executivos enxergam e trabalham as diferenças geracionais em suas empresas.

As mudanças demográficas e o envelhecimento da população estão impactando a sociedade com cada vez mais intensidade. No mercado de Customer Experience (CX) os desafios das marcas para dialogar com as diferentes gerações interferem não apenas na forma como empresas criam suas ofertas, mas como trabalham internamente essas diferenças também.

Nesse cenário, além de tecnologia e algoritmos, pesquisas podem contribuir para entender os comportamentos dessas diferentes gerações de consumidores e como isso pode auxiliar empresas na melhoria de seus processos e estratégias de marca.

O Ipsos Talks trouxe alguns insights interessantes sobre o tema numa pesquisa apresentada por Marcos Calliari, CEO da Ipsos no Brasil. Moderado por Paula Sória, diretora de clientes na Ipsos, o evento contou com a participação de Célia Nishio, Diretora Global Marketing Intelligence na Natura e Maria Clara Fleury, Líder Latam de Comunicação e Marketing para o Consumidor do Google.


Inflação, confiança e as diferentes gerações

A pesquisa trouxe alguns destaques sobre como alguns temas estão influenciando nesse cenário de consumo e gerações. Um deles é a “vulnerabilidade” com a inflação. Dos 30 países analisados na pesquisa, a intensidade dessa preocupação é maior no Brasil, sobretudo com os boomers.

“Cicatrizes do passado podem ser um dos gatilhos para essa geração de consumidores ser impactada pela vulnerabilidade da inflação”, diz Marcos Calliari. Por outro lado, a nova geração de consumidores se demonstra extremamente preocupada com a desigualdade social. “Com os mais novos, Gen Z e Millenials, a desigualdade social é o que preocupa. A inflação ainda nem tanto”, destaca Calliari.

Já sobre o índice de confiança do consumidor, um dado que sempre chama a atenção em pesquisas, a Ipsos aponta que ele vem aumentando no Brasil – muito mais que em outros países. Segundo o estudo é uma percepção positiva para 58,6% dos pesquisados.


Demografia e outros aspectos sociais

A Ipsos também destaca que o caráter demográfico também é um dos grandes fatores para entendermos as gerações e seus comportamentos de consumo. Em linhas gerais, a pesquisa ressalta que há uma tendência de redução demográfica e diminuição da taxa de fecundidade no Brasil. Há também a expectativa de vida mais alta dos brasileiros, que cresce a cada dia; convivência intergeracional; lares compostos de uma pessoa (monohabitante); a maior urbanização, além do número expressivo de pets no país, são 50 milhões de animaizinhos de estimação, principalmente cães e gatos, nos lares brasileiros. Tudo isso coloca o Brasil como um mercado de consumo ainda mais plural e diversificado.



Como as marcas enxergam e trabalham essas diferenças?

Um dado que também chama a atenção na pesquisa da Ipos é que as gerações mais novas cresceram com maior confiança nas instituições e nas empresas. Por esse lado, como é para as marcas trabalharem hoje a gestão do portfólio, inovação de produtos e serviços? Como elas estão se estruturando em um cenário de consumo mais diversificado e projetando avanços e recriando valor de marca?

Célia Nishio, da Natura, acredita que o importante é notar quais são os propósitos da marca nessa comunicação e relação geracional. “Além do olhar para os diferentes públicos de consumidores, dentro da Natura, por exemplo, temos cinco gerações diferentes trabalhando juntas. Isso faz com que tenhamos um olhar diversificado na percepção da marca e no desenvolvimento de produtos para trabalhar nosso portfólio contemplando todas essas gerações”, explica Célia.

Maria Clara Fleury, diz que no caso do Google, a empresa parte de um “olhar para todos”. “Pensamos sempre num produto simples e que todos irão utilizar no seu dia a dia, como uma escova de dente, por exemplo. Mas não deixamos de olhar para essas necessidades geracionais de cada público. Hoje entregamos no buscador Google muito mais resultado em imagens e voz, por exemplo”, revela.

Nesse ponto, Marcos Calliari, destaca a importância do ressignificado. “Este exemplo do Google é de como as empresas são impactadas geracionalmente. De como podem recriar usabilidades e trazer um novo significado para um produto ou serviço. É isso que o impacto geracional provoca numa marca. E isso requer um olhar atento e muito trabalho das empresas para seguirem relevantes para seus clientes”, destaca o CEO da Ipsos no Brasil.

“Adequação de produtos e agradar a todos é muito complexo hoje”, completa Célia Nishio. Ela ressalta que nesse caminho, a Natura utiliza ferramentas internas e estudos que auxiliam nesse processo. No entanto, Marcos Calliari alerta para o cuidado e a necessidade de conhecimentos mais profundos agora sobre comportamentos de consumo, que vão além de KPIs tradicionais e requerem um entendimento maior de dados intangíveis sobre as novas gerações para traduzi-los em ajustes para as marcas.


Capacitação e liderança

Nesse caminho sobre entendimento geracional para o consumo, Maria Clara Fleury, pontua que uma boa liderança é fundamental dentro das empresas e ela deve estar preparada para lidar com toda essa diversidade. “No Google temos esse cuidado de entender as particularidades e experiências desses grupos. E o olhar da liderança em estar constantemente conectada com essa diversidade do consumidor e também dentro de suas estruturas, para poder falar com todas essas pessoas, faz a diferença na estratégia do seu negócio”, frisa.

Tudo é “um olhar de aprendizado”, avalia Célio Nishio. “E isso vale para todos nós”, afirma. “Na Natura utilizamos, por exemplo, seções de letramento e de afinidades, além de outras atividades em grupos que trazem maior profundidade nessa discussão sobre como encaramos as diferentes gerações”, conclui.

Ao final da discussão, fica evidente o quão dinâmico está o mercado de consumo quando associado as diferentes gerações, aos seus hábitos de consumo, classes e localidades. Um desafio que se torna mais agudo na medida que não só o tempo avança, mas, a tecnologia nos apresenta novos caminhos e novas formas de nos relacionarmos e consumirmos.

Fonte: Consumidor Moderno