Notícias


Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 13 de setembro de 2022 às 09:50


Relatório apresenta os quatro novos sentimentos do consumidor do futuro e os pontos de ação das marcas para conquistar engajamento.

Aceleração digital, sobrecarga de dados, excesso de estímulos nas redes sociais, pressão constante pelo auto-aprimoramento. Estes são alguns dos fatores que se impuseram a nós diante de transformações radicais experimentadas nos últimos anos em âmbito global. Mas de que forma o consumidor do pós-Covid lida com esse impacto diário em suas vidas?

A WGSN, autoridade global em previsão de tendências, publicou em seu aguardado book “Future Consumer 2024” dados que norteiam as empresas para se adaptarem às mudanças contínuas e traçarem estratégias de engajamento do consumidor para os próximos anos.

O relatório apresenta os quatro novos sentimentos do consumidor do futuro e os pontos de ação das marcas para conquistar engajamento e aumentar sua fatia no mercado. É quase um estudo de psicologia. Vamos a eles.


1 – O choque com o futuro

No passado, você tomava uma decisão e pronto. Agora, você toma uma decisão e pensa: o que vai acontecer depois?
Agora tem sempre um depois!

A pandemia exacerbou nossas emoções e a guerra na Ucrânia, juntamente com a alta do custo de vida, vieram para somar ainda mais pressão a esses sentimentos. Novas rotinas, isolamento social e mais foco na busca pelo equilíbrio entre as vidas pessoal e profissional abriram espaço para uma mentalidade multitarefa constante, principalmente para quem trabalha a distância.

Aliás, uma curiosidade: estudos revelam que somente 2,5% das pessoas são, de fato, eficientes sendo multitarefa. Quando pensamos que estamos executando várias tarefas ao mesmo tempo, na verdade realizamos ações individuais em rápida sucessão.

Em 2024, a nossa percepção do tempo será mais acelerada – isso não tem volta. A compressão do tempo – efeito cognitivo em que o tempo passa mais rápido do que pensamos – já está começando a afetar aqueles que frequentam metaversos e realidades virtuais.


2 – Excesso de estímulos

Com o boom da digitalização, redes sociais, e-commerce, entretenimento, games e tecnologias de streaming por vídeo, as pessoas estão mais conectadas do que jamais estiveram.

Pesquisa global realizada em 2019 pela Universidade Técnica da Dinamarca identificou um dos efeitos colaterais dessa transformação digital: uma profunda queda no nível de atenção de pessoas de todo o planeta ao longo do tempo.

Elas disseram que antes era comum assistirem a vídeos entre 10 e 30 minutos, mas que agora perdiam o interesse em questão de minutos.

E os vídeos curtos vieram mesmo para ficar – vide o crescimento do Kwai. Em 2021, o TikTok superou o Google como o site mais visitado e o Facebook como a rede social mais popular, de acordo com a Cloudfare.

Vivemos em um mundo de incertezas e mudanças. A verdade é que o excesso de estímulos impacta fortemente os nossos sentidos.

O equilíbrio sensorial será, em 2024, conforme o white paper da WGSN, um antídoto ao excesso de estímulos. Utilizado por terapeutas ocupacionais há anos, o equilíbrio sensorial serve, na era digital, para reconhecer e impedir o surgimento de gatilhos sensoriais que causam sobrecarga.

Pode ser útil, por exemplo, adotar um ritual de “slow-technology” pela manhã – o que significa utilizar apenas um dispositivo eletrônico por vez – ou procurar trabalhar sem nenhum som, desativando todas as notificações e ícones. Você já tentou?


3 – Otimismo realista

Pesquisas apontam que pessoas que tendem a lidar melhor com a crise não focam em momentos de felicidade ou distração – elas aceitam o sofrimento, mas não são esmagadas por ele. É a cultura da superação, que traz um olhar da maturidade sobre isso.

Talvez seja mais interessante imaginar um mundo melhor em vez de simplesmente tentar consertar o que está quebrado.
Isso me chama muito a atenção: um mundo para além da superação, onde a depressão e ansiedade não estejam sempre à espreita.

Até pouco tempo atrás falávamos do termo “FOMO” – sigla em inglês para “Fear Of Missing Out”, que na tradução livre seria algo como “medo de ficar de fora” – ou aquele medo de estar perdendo alguma coisa importante.

O termo está diretamente relacionado ao universo da internet e das redes sociais, que trouxe para as pessoas um senso de urgência que pode se tornar algo grave financeira e psicologicamente.

A bola da vez é o “FoNo” (do inglês Fear of Normal). Pessoas do mundo todo passaram a sofrer com o “medo do normal”.

Segundo levantamento do Instituto Ipsos e do Fórum Econômico Mundial com mais de 21 mil adultos de 27 países, 72% dos entrevistados prefeririam que suas vidas mudassem significativamente em vez de voltarem ao que era antes da Covid-19.

Isso muda a perspectiva porque oferece a possibilidade de pensar diferente, de criar um “novo eu”, em vez de tentar arrumar e voltar a ser o que você era. Chega! Vamos recomeçar.


4- Encantamento

Trata-se de um sentimento de fascinação que se manteve em segundo plano nos últimos anos.
Afinal, quantas vezes, recentemente, a gente conseguiu se encantar com alguma coisa?
Estamos vivendo não um sentimento só, mas múltiplos sentimentos, o que gera uma humanização exacerbada.

Mudanças rápidas na sociedade e na tecnologia causam um sentimento cada vez mais intenso de apreensão. Por exemplo: acabei de concluir um curso e quando estou me formando já surgiu algo novo e acabo me sentindo obsoleta. É o clássico e inevitável “quem nunca?”

Estamos vivendo uma era da criatividade zero: parece que tudo o que a gente vê, já viu. Isso, na verdade, é consequência de um excesso de estímulos.

Antes, havia “a” grande inovação do ano. Hoje, você não consegue mais se encantar com nenhuma inovação. Não dá tempo porque logo vem outra. E outra. E outra…

Porque o excesso não gera encantamento. O encantamento está no exclusivo, no surpreendente. É quase paradoxal. Além de tornar as pessoas mais empáticas, o encantamento reduz a ansiedade.

De acordo com um estudo conduzido por psicólogos das universidades de Stanford e Minnesota (EUA), a experiência de encantamento desacelera a percepção do tempo das pessoas. É frequente a sensação de que o tempo para em momentos de arrebatamento.

Para Melanie Rudd, coautora da pesquisa, experimentar o encantamento amplia o foco da pessoa no momento presente: “Quando você está mais consciente do agora, você tem experiências mais ricas e acredita que mais coisas podem ocorrer ou ser alcançadas em um determinado período de tempo.” O encantamento permite, enfim, que a pessoa ajuste o foco e seja mais eficiente.


Perfis dos consumidores

A segunda parte do relatório WGSN Insight define quatro perfis de consumidores que vão pautar as estratégias das empresas e devem ser priorizados pelas marcas por meio de uma análise dos propulsores de comportamentos, desejos e necessidades das pessoas.

Reguladores
Depois de anos de incertezas e mudanças impactantes, esse grupo se baseia na consistência como mecanismo de sobrevivência;ConectoresSão contrários à cultura da pressa, mas longe de serem preguiçosos. Eles estão determinados a reescrever as regras do empreendedorismo e do compartilhamento;

Construtores de memórias
Os sentimentos pós-lockdown de culpa e remorso estão sendo transformados em vidas mais enxutas e novos conceitos de família;

Neo-sensorialistas
Não se engane porque eles adoram tecnologia. Só não querem enxergar a vida por um headset de realidade virtual. Aliás, muito pelo contrário.

Os reguladores são, portanto, traumatizados com mudanças; os conectores buscam uma vida mais leve e com menos agito e aglomeração; os criadores de memórias estão focados em viver o presente; e os neo-sensorialistas abraçam com tudo e se mostram bem otimistas em relação às novas tecnologias.

Todos têm um ponto em comum: uma necessidade compartilhada de realinhamento – seja consigo mesmo, seja com o mundo de cada um ou com o planeta como um todo.

Fonte: Consumidor Moderno
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 30 de agosto de 2022 às 10:34


Estudo aponta protagonismo de fotos e vídeos em publicações pelas empresas que utilizam as redes sociais.

Cada vez mais empresas usam imagens e vídeos para se comunicar com seus clientes na internet, especialmente com publicações nas redes sociais. Essa é a conclusão de um levantamento realizado pela Buzzmonitor nas principais plataformas utilizadas no Brasil entre janeiro de 2020 e julho de 2022.

A pesquisa analisou por meio de inteligência artificial as publicações em Youtube, Facebook, Instagram e Twitter. As publicações de imagem aumentaram em 30% a participação nos últimos 3 anos. Segundo a Buzzmonitor, a diferença cresceu nos últimos 12 meses, alavancado principalmente por Facebook e Instagram.

Pandemia influenciou modo de consumo de conteúdo

Para Gabriella Coffioni, head de marketing da LTK na América Latina, esse movimento pode ser atribuído também à pandemia, pelo isolamento imposto pela quarentena. “Todo o entretenimento e as funções básicas offline foram fechados e quase toda a atenção das pessoas foi transferida para dentro das redes sociais”.

Enquanto isso as publicações em texto apresentaram queda. De 78% de todas as publicações criadas por perfis corporativos em 2020, para 65% até julho deste ano. A proporção de imagens aumentou em 30% em comparação com 2020.

Ao mesmo tempo, a participação do Instagram cresceu de 12% para 40,4% apenas nos últimos 12 meses. Já o texto se manteve estável, representando 6,4% das publicações em 2020 e 6,2% em 2021, apesar de um pico de 13% em 2021.

Operadoras de telefonia disponibilizaram acesso gratuito às redes do Meta, segundo o Portal de Planos em 2020. Ainda em um contexto de pandemia analisado pelo estudo da Buzzmonitor, o aumento no uso das redes sociais se deve ao que Gabriella Coffioni definiu como a atribuição de “novos papéis ainda mais importantes na nossa vida, como os de relacionamento, trabalho, estudo, consumo e entretenimento”.

E as empresas seguiram esse fluxo, ao começar a investir mais nas redes sociais como canais de comunicação e engajamento. “Especialmente em campanhas com influenciadores, como solução para sensibilizar suas campanhas publicitárias e fortalecer as vendas”, destaca Gabriella.


Publicações nas redes sociais: cada vez mais vídeos

A proporção de vídeos no Instagram aumentou 375% em julho de 2022 em comparação com o mesmo mês do ano passado. Um dos motivos pode ser atribuído ao lançamento do Reels como função corporativa em setembro de 2021.

Ainda que pouco relevantes no universo de publicações do Instagram – a média de vídeos na timeline chega perto dos 130 milhões mensais – o Reels passou de apenas 33 publicações para mais de 6500 em julho este ano, se analisados somente os perfis corporativos.

Para a head de marketing, formatos de texto e fotos geram menos tempo de tela se comparados a vídeos, “mas ainda são formatos de conteúdo importantes dentro de plataformas que reforçam comunidades como, por exemplo, newsletters e grupos de mensagem”.
Já o Facebook ainda se caracteriza majoritariamente por publicações corporativas em fotos, mas a proporção de vídeos cresceu quase 3 vezes no período analisado pela Buzzmonitor, de 3,9% para 12,2%.

Isso porque vídeos curtos – área de maior investimento em todas as redes sociais analisadas, e também é possível incluir o TikTok nessa análise – são uma ótima solução para identificação com o público e novas audiências, e ainda direcionar tráfego para conteúdos mais longos e que acabam atingindo públicos de nicho.


Personalizar o conteúdo para cada canal é a chave

Isso não significa que o texto vai morrer. É muito mais um reflexo da pulverização do consumo, e as marcas parecem já ter entendido que o comportamento do consumidor é diferente em cada plataforma. Por exemplo, o LTK App prioriza vídeos e descrições físicas para compra e inspiração de criadores, e o Facebook para reforçar o relacionamento com a comunidade.

Ainda assim, com o crescimento das publicações em vídeo em todos os canais, Gabriella Coffioni acredita que textos e fotos continuarão a ser formatos estratégicos para reforçar comunidades. “E comunidades são a maior vantagem que um criador de conteúdo ou uma marca podem ter hoje. Afinal, são elas que movem vendas e reforçam o poder da influência”, analisa a head de marketing da LTK.

Em um cenário de pós-pandemia, o desafio das empresas deve estar mais concentrado em gerar conversas que acrescentam relevância para seu público, ao mesmo tempo em que devem trabalhar nas redes sociais, e inclusive em outras plataformas, que geram descobertas.

Fonte: Consumidor Moderno