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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 30 de novembro de 2021 às 10:12


Hubla ajuda criadores de conteúdo a administrar grupos fechados no Whatsapp. Faturamento sextuplicou em 12 meses.

A sensação de encontrar um criador de conteúdo a cada esquina não é apenas uma sensação. O mundo já tem mais de 50 milhões dos chamados creators e eles acumulam um faturamento anual de US$ 100 bilhões por meio de plataformas como Instagram, Twitch e YouTube, segundo estimativas da consultoria Signal Fire.

Esses influenciadores apostam cada vez mais em levar seus maiores fãs para comunidades próprias – onde os criadores têm maior controle sobre contato dos fãs, exposição dos conteúdos e monetização. A Hubla é uma startup brasileira que está de olho nessa transição para grupos fechadosm e acabou de conquistar R$ 60 milhões para expandir o número de criadores atendidos por seu software de criação e gestão de comunidades.

Os fundos Big Bets (que investiu em startups como Lemon, Justos, Único), FJ Labs (Enjoei, Instacarro, Loft) e Kaszek (Dr. Consulta, GetNinjas, Quinto Andar) participaram da rodada. Kevin Efrusy, sócio na gestora Accel e um dos investidores no Facebook, também aportou nessa série A.

O Do Zero Ao Topo, marca de empreendedorismo do InfoMoney, conversou com o cofundador Arthur Alvarenga sobre o modelo de negócio da plataforma de comunidades pagas e sobre o presente e o futuro do mercado de criadores de conteúdo.


A “economia dos criadores”

A Hubla foi criada por Arthur Alvarenga, Bernardo Reis, Breno Oliveira, João Alvarenga e Raphael Capelão no começo de 2020. Porém, as origens do negócio datam de 2014.

Em uma temporada no Vale do Silício (Estados Unidos), os empreendedores conheceram o aplicativo para reunir vizinhos Nextdoor e tentaram replicar a ideia no Brasil. Não funcionou.

“Ficamos apaixonados pelos chats que reúnem comunidades e trabalhamos cinco anos nessa solução. Mas essa dor de comunicação entre a vizinhança foi suprida pelo WhatsApp no Brasil”, diz Alvarenga.

Em 2019, os empreendedores ajudaram a amiga e influenciadora fitness Alessanda Marquiori no gerenciamento de seus grupos fechados. A criadora de conteúdo tinha desafios de emagrecimento e musculação que duravam 30 dias, e precisava cuidar manualmente da inserção e exclusão dos membros, do controle dos pagamentos e da moderação das mensagens trocadas pelos participantes. Alessandra economizou seis horas diárias do seu tempo, e o faturamento mensal cresceu 7,5 vezes em seis meses.

A influenciadora foi a primeira cliente da startup, que se chamava ChatPay e depois virou Hubla. “Ainda que ela fosse uma profissional, a plataforma não validava seu negócio e isso fazia sua administração ser amadora. Com essa experiência, vimos o conceito de chats que reúnem comunidades acontecendo e com potencial de monetização”, afirma Alvarenga. Uma segunda etapa de validação importante para o negócio foi sua aceleração na Y Combinator em agosto de 2020. A instituição americana já acelerou negócios como Airbnb, Coinbase, Rappi e Twitch.

Uma terceira etapa de validação veio com o aprofundamento da pandemia. “Mais consumidores passaram a adotar tecnologia e ver valor em contratar uma aula pelo Zoom ou em comprar um produto exclusivamente pela internet. Foi essa massificação do consumo de produtos e serviços online que motivou mais pessoas a procurarem uma forma de monetização online. Agora, profissionais como chefs de cozinha, professores e psicólogos já redefiniram sua forma de trabalhar para um modelo mais escalável.”

A Hubla fornece uma infraestrutura que inclui página de vendas (landing page); sistema de pagamentos e de emissão de notas fiscais; gerenciamento integrado dos aplicativos de mensagens, como Telegram e WhatsApp; e dados financeiros do negócio.

Os criadores fazem conteúdo em áreas como educação, finanças, fitness, gastronomia, música e saúde. A startup se monetiza por meio de uma taxa de 10,9% sobre cada transação. A Hubla administra atualmente mil comunidades, que somam 60 mil assinantes mensais, e não divulga o volume de transações mediadas.


Investimento e ampliação de criadores

Este não foi o primeiro investimento da Hubla. A startup recebeu US$ 125 mil da Y Combinator (R$ 700 mil na cotação atual). Também fez uma rodada semente de US$ 2,1 milhões (R$ 11,7 milhões) em 2020, que contou novamente com a Y Combinator e com os participantes da rodada atual Big Bets, Kaszek e Kevin Efrusy. O aporte de R$ 60 milhões será usado para melhorar a plataforma.

“O objetivo é ser a melhor plataforma para criadores de conteúdo ganharem dinheiro. Estamos reforçando as frentes de pagamento e de visualização de métricas financeiras. Os pagamentos devem ser processados de forma mais rápida e mais segura, e os empreendedores devem entender de forma mais simples se estão indo bem e quanto vão faturar nos próximos meses”, diz Alvarenga.

A Hubla cresceu seu faturamento em seis vezes nos últimos 12 meses. Também quadruplicou sua equipe ao longo deste ano, para 60 pessoas. Nos próximos 12 meses, espera quintuplicar sua receita e aumentar em 10 vezes o número de criadores em sua plataforma. “A economia dos criadores está em um cenário parecido com o do comércio eletrônico na década de 2000. Antes achávamos que seria um espaço apenas para os grandes, mas foi o momento de pequenos e médios ganharem uma participação relevante. Agora, criadores se monetizam a partir de suas pequenas comunidades”, analisa o cofundador.

Fonte: Infomoney
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 23 de novembro de 2021 às 14:22


O varejo vencedor será aquele que oferecer um ambiente phygital e a melhor experiência em todos os canais e pontos de contato com o consumidor.

Após um primeiro semestre surpreendente, com crescimento superior a 25%, o varejo brasileiro dá sinais de estabilização. O mercado varejista reagiu bem à segunda onda da pandemia de covid-19, entre fevereiro e abril deste ano. A vacinação, inicialmente claudicante, ganhou enorme impulso e mostrou mais uma vez como o Brasil tem inigualável e invejável capacidade de imunização.

Com mais de 250 milhões de doses de vacina aplicadas e mais de 100 milhões de cidadãos totalmente imunizados, o dia a dia dos brasileiros, máscaras à parte, está voltando ao normal. A cidade de São Paulo, por exemplo, apresenta um indicador de vacinação da população adulta praticamente de 100% com pelo menos uma dose.

O primeiro semestre de 2021 mostrou alguns setores que se destacaram de forma muito significativa: Roupas (+59%), Artigos Pessoais (+40%) e Móveis e Eletrônicos (+36%) tiveram os crescimentos mais significativos do período no primeiro semestre de 2021. Em uma análise mais ampla, incluindo o período de 2019 a 2021, as vendas totais do varejo cresceram 16,7% no mesmo período (primeiro semestre) e, no comércio eletrônico, superaram os 24% (dados do Mastercard Spending Pulse).

A entrada do segundo semestre, juntamente com a entrada do inverno tropical no Brasil, apontou uma mudança de curso com queda de 3,1% nas vendas do varejo. Os problemas são inerentes a todas as grandes economias do planeta: aumento na inflação, como consequência direta do aumento dos preços das commodities e do colapso da ordem natural da oferta e demanda nos mercados; os custos de energia, não somente proveniente do petróleo e seus derivados, mas também da energia elétrica e das fontes alternativas também tiveram um grande impacto na estrutura de custo das empresas; por fim, o incrível desalinhamento das cadeias de suprimento entre empresas e seus fornecedores globais. Atualmente, no Brasil, por exemplo, os carros usados estão com preços mais elevados do que os carros zero quilômetro, justamente pela quebra de produção da indústria automobilística.

Outro ponto que está pesando no bolso do consumidor brasileiro é o superendividamento, que atinge mais de 65 milhões de brasileiros. Com a escalada inflacionária com previsões de uma taxa de até 10% para 2021, o Banco Central brasileiro começou a promover aumentos escalonados nas taxas de juros que subiram de 2% no começo do ano para 6,25% atualmente e com tendência de alta. Apesar desses contrastes, a estimativa de crescimento da economia para esse ano segue sendo acima de 5%. As expectativas são de um Black Friday e vendas de fim de ano bem robustas.

Nessa retomada e na volta do consumidor ao consumo do varejo físico, são vários os desafios que se interpõem aos varejistas. Os cuidados de prevenção às infecções com a covid-19 continuam e agora também aumentam os cuidados com os próprios funcionários. O excessivo aumento de custo das matérias primas e reposição de produtos além do aumento do custo do dinheiro e a crescente necessidade de mais investimentos em transformação digital fazem com que cada um procure estratégias diferentes para proteger o seu negócio e adequar o modelo phygital ao atual momento.

Inicia-se um novo jogo, agora que é o foco na experiência do consumidor e no uso de toda uma gama de recursos tecnológicos para dar suporte à decisão de compra. O varejo vencedor será aquele que oferecer a melhor experiência em todos os canais e pontos de contato com o consumidor.

Outra grande corrida reside na escolha de se integrar ao marketplace ou desenvolve-lo de forma independente. Ao longo dos últimos meses, vemos a consolidação de grandes grupos, seja por aquisições ou incorporações de outras empresas de todos os tamanhos. As grandes forças desse novo varejo brasileiro são: Grupo Carrefour, Grupo Pão de Açúcar, Mercado Livre, Magazine Luiza, Via, B2W e Amazon. Todos eles procuram ofertar uma gama de sortimentos que vai desde o varejo eletro até o varejo alimentar e moda. Recentemente, o Magazine Luiza, após adquirir mais de 20 empresas, fechou a aquisição do Kabum!, a maior plataforma de games do Brasil.

A participação do varejo online nas vendas totais do varejo subiu para 21,2% no primeiro semestre deste ano (de 9,2% antes da pandemia, segundo a Fundação Getúlio Vargas). Por essa razão, para a sobrevivência do varejo não há outra alternativa a não ser acelerar a transformação digital e adotar múltiplos canais para atender o consumidor, em uma experiência frictionless.

Por fim, o terceiro grande desafio diz respeito à gestão como um todo: expansão das lojas, logística, custos de energia, inflação das commodities e captação de mão de obra qualificada para as operações digitais compõem um cenário que exige capacidades e habilidades especiais dos executivos.

Garantir o crescimento, criar réguas de informação confiável e análise de dados em tempo real para suportar decisões em ambientes complexos são as demandas dos executivos e o que pode fazer a diferença entre tornar uma empresa competitiva e bem-sucedida ou um alvo de aquisição.

De todo modo, a combinação entre vacinação acelerada, pessoas voltando às ruas, retomada de diversas atividades sociais e a chegada das grandes datas promocionais de fim de ano formam uma base para negócios e resultados promissores.

Fonte: Novarejo