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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 30 de janeiro de 2018 às 12:47
No começo, as empresas vendiam produtos. E depois passaram a vender serviços. Nos últimos anos, a opção moderna tem sido vender experiências e soluções, resolvendo as necessidades e os anseios dos clientes.

As empresas realmente fazem todas essas coisas; porém, cada vez mais o que elas vendem são projetos. Para entender a diferença pense em uma empresa de calçados esportivos como a Nike ou a Adidas. Um foco em produtos significa se concentrar na venda de tênis de corridas; em experiências, que vendem a adesão para uma academia; já um foco em soluções pode significar que encontraram uma maneira de ajudar o cliente a atingir seu peso desejado. Embora esses apelos claramente ofereçam mais valor do que a simples venda de um par de tênis, também possuem restrições.

A venda de produtos limita as receitas advindas dos clientes — a não ser que você esteja constantemente inovando e atualizando sua oferta de produtos, a queda no número de clientes tende a ser alta, e incentivar novas recompras pode ser difícil. Vender experiências oferece benefícios intangíveis que são difíceis de se quantificar e medir, frequentemente se concentrando em atender as necessidades de um único cliente, evitando qualquer produção em massa. A venda de soluções tornou-se popular no início da década de 2000, quando clientes não sabiam como resolver seus problemas. Mas, nos dias atuais, na era da internet, as pessoas podem fazer a própria pesquisa e escolher soluções sozinhas.

Um foco na venda de projetos significaria ajudar alguém a fazer uma coisa mais específica, como correr a maratona de Boston. A Nike pode oferecer ao cliente seu tradicional equipamento de corrida, mas, além disso, pode incluir um programa de treinos, dieta, treinador, e um sistema de monitoramento para ajudá-lo a realizar seu sonho. O projeto teria um objetivo claro (terminar a maratona) e uma data de início e fim definida.

E esse é apenas um tipo de projeto. Mais do que no caso dos produtos, com projetos as possibilidades são infinitas.

De produtos a projetos na Philips

Pense na evolução da Philips. Fundada em Eindhoven, no sul da Holanda, em 1891 por Gerard Philips e seu pai Frederik, a empresa começou produzindo lâmpadas de filamento de carbono. Atingiu sucesso por meio de uma cultura de inovação e pela rápida implantação de novos produtos. Em mais de um século de uma existência rentável, a variedade de produtos oferecidos pela empresa cresceu exponencialmente. Atualmente, a Philips produz de tudo: desde desfibriladores externos automatizados até iluminação de energia eficiente para cidades inteiras — e chega a usar até tecnologia de sensores inteligentes em escovas de dente.

Essa profusão de produtos significa que a Philips tem liquidez, mas ainda assim as vendas estagnaram na última década, e as preocupações com a empresa atingiram o preço de suas ações. Diante dessa realidade em transformação, a Philips olhou profundamente para si mesma e identificou a ausência de foco e a falta de capacidade de implementação estratégica como elementos fundamentais a serem combatidos. Há cinco anos, com a intensificação da concorrência, o conselho da Philips dividiu a empresa em três empresas diferentes: Consumer Health (Saúde dos Consumidores), Iluminação e Assistência Médica.

Depois, lançou o “Accelerate”, programa criado para acelerar o crescimento por meio da transformação de cada nova empresa independente em uma organização focada. No cerne das mudanças trazidas pelo programa Accelerate estão os projetos.

Ao longo dos anos, a Philips tornou-se uma matriz intrincada e indefinida. A prestação de contas e a responsabilidade foram divididas entre produtos, segmentos, países, regiões, funções e sedes, propondo-se a simplificar a estrutura dessa organização convoluta e arcaica.

Para fazer isso, a Philips priorizou os projetos, identificados como a melhor estrutura administrativa para romper barreiras entre departamentos e encorajar equipes a trabalhar de maneira transversal (end-to-end) dentro da empresa.

Como parte desse processo, a Philips Health Tech foi dividida em três divisões. Um ponto essencial para fazer com que isso desse certo foi o significativo aumento no trabalho realizado por projetos. Em vez de vender alguns produtos todos os anos para os clientes, a empresa passou a criar um sólido relacionamento com eles ao longo de décadas.

Um dos maiores desafios enfrentados pela Philips Health Tech é que a expectativa de vida de seus produtos está ficando cada vez menor. Logo após o lançamento, produtos são copiados pela concorrência, forçando uma redução de preço. Em pouco tempo, passam a ser uma commodity. Isso impede qualquer oportunidade de se passar a ter, a longo prazo, rendimentos mínimos estáveis e elevados. A Philips enfrentou essa situação mesmo com seus produtos de saúde de ponta. Deixar de lado a preocupação com a venda de produtos e passar a se concentrar na comercialização de projetos foi a resposta estratégica para esse problema.

Por exemplo, a Philips vende aparelhos médicos de alta tecnologia. No passado, vendia-os simplesmente como produtos (continuam a fazer isso). Porém, atualmente, a Philips busca projetos nos quais os produtos serão usados. Se um novo centro de saúde está sendo cogitado, a Philips procurará firmar uma parceria desde o início do projeto, incluindo sua administração e manutenção.

Entre os resultados obtidos por meio desse direcionamento para projetos dentro da Philips está uma parceria com a Westchester Medical Center Health Network que busca a melhoria do serviço de saúde para milhões de pacientes por toda a região do vale do Hudson, em Nova York. Por meio dessa parceria de longo prazo, a Philips oferece para a WMC Health uma extensa variedade de projetos de consulta clínica e empresarial, assim como tecnologias médicas de ponta como sistema de imagens, monitoramento de pacientes, telessaúde e soluções clínicas informatizadas.

Com parcerias semelhantes de longa duração com a Philips, hospitais conseguiram melhorar significativamente o volume radiológico e cortar pela metade o tempo de espera por ressonâncias magnéticas. Essas empresas estão constatando uma redução de 35% no gasto com tecnologia, enquanto observam um aumento da qualidade clínica.

A revolução do projeto

A Philips não está sozinha ao passar a se dedicar mais à venda de projetos como forma de buscar uma transformação em sua forma de trabalhar. Na Microsoft, todo o foco da empresa migrou para serviços na nuvem, sendo que a maior parte deles é oferecido como projetos. A empresa possui atualmente cerca de 10 mil projetos em vigor. A Airbnb, avaliada este ano em US$ 30 bilhões, recentemente anunciou que irá começar a vender “experiências” — pequenos projetos turísticos — como alternativa para criar novas fontes de renda e lidar com o crescente escrutínio legislativo em alguns de seus maiores mercados. A indústria biofarmacêutica também está buscando trabalhar com governos e outros compradores focados em programas de tratamentos, em vez de simplesmente oferecer remédios individualmente.

Obviamente, a mudança para se tornar uma empresa voltada para projetos, vendendo projetos em vez de produtos ou serviços apresenta desafios consideráveis para as corporações e seus modelos de negócios. Tendo trabalhado com projetos ao longo de toda minha carreira, posso destacar os seguintes como os mais importantes:

• Fonte de renda. Rendas serão geradas progressivamente por longos períodos, em vez de logo após a venda de um produto. Isso afetará a forma como as receitas são contabilizadas, bem como as políticas de contabilidade e o valor geral da empresa.

• Modelo de preço. Um novo modelo de preço precisará ser criado. É mais fácil colocar preço em um produto, que tem a maior parte de seu custo fixo e variável conhecido, do que em um projeto, que sofre influência de diversos fatores externos.

• Controle de qualidade. Oferecer produtos de qualidade não vai ser suficiente para suprir as expectativas dos clientes. A implementação e a pós-implementação de serviços também terá de apresentar a maior qualidade possível para que se possa ter certeza de que os clientes continuarão a comprar projetos.

• Gestão da marca e marketing. O marketing tradicional concentrou-se em benefícios imediatos a curto prazo. Equipes de marketing precisarão divulgar os benefícios a longo prazo dos projetos comercializados pela empresa.

• Equipe de vendas. A aquisição do projeto não será mais feita pelo departamento de compras de uma empresa. As vendas serão oferecidas para os chefes dos negócios, por isso a equipe de vendas, bem como suas capacidades, terão de ser aprimoradas com estratégia e com a administração de competências de projeto.

Pare por um minuto e pense no que sua empresa está vendendo. É um projeto? Cada vez mais a resposta é clara e afirmativa. Se não for, fique atento, seus produtos podem em breve se tornar parte de um projeto comercializado por outra empresa.

Fonte: HBRB
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 30 de janeiro de 2018 às 12:36
A ascensão da quarta revolução industrial está afetando todas as indústrias incluindo bancos, fabricação, tecnologia, medicina e também a moda, que está se beneficiando de novas tecnologias. Para a moda, a quarta revolução traz novas fibras, materiais, tecidos, técnicas de fabricação e comercialização, muitas vezes desenvolvidos por startups. Alguns desses novos tecidos terão computação incorporada em suas fibras a um nível microscópico.

Este tipo de tecnologia resultará em roupas que podem ajustar sua temperatura ou armazenar energia como uma bateria, como também tecidos e materiais sustentáveis feitos através de biotecnologia. A quarta revolução industrial poderia trazer muitas soluções para os problemas atuais da indústria da moda, por isso milhares de startups pelo mundo todo estão trabalhando para reimaginar a forma como a moda é projetada, feita, usada, reutilizada e comercializada.

De certa forma, as startups tecnológicas de moda já mudaram o relacionamento entre os consumidores e as marcas, e as formas de pensar sobre a moda. Como a inovação tecnológica continua a mudar o mundo da moda de diferentes maneiras, muitas startups mostraram potencial para perturbar nossos hábitos de compras e alterar a forma como produzimos, visualizamos e comercializamos moda.

Indústria da moda e os consumidores das gerações Y e Z

Durante décadas, a indústria da moda foi mais lenta do que outras indústrias para adotar novas tecnologias. No entanto, as startups estão dando o próximo passo criando novas tecnologias e serviços digitais que atendam às necessidades das lojas físicas e online. Os tablets e smartphones são os acessórios mais utilizados pelas gerações Y e Z, e que promoveram uma grande transformação na experiência de varejo com a combinação de e-Commerce, m-Commerce e interações na loja. Nos próximos anos veremos uma grande mudança nesta indústria com soluções e serviços criados por startups de tecnologia que perturbarão a indústria da moda como nunca antes.

Serviços baseados em tecnologia para as startups de moda

Hoje, a tecnologia ajuda a gerar inspiração e desejos nos clientes, orientando-os em suas compras. É a tecnologia que está ajudando a determinar quais tipos de roupas e acessórios poderão ser usados em ocasiões específicas e obter feedback. A seguir estão algumas das tecnologias (tem mais) utilizadas por diversas startups para revolucionar a moda.

Pesquisa Visual – uma imagem vale mais do que mil palavras

As marcas de varejo introduziram a pesquisa visual em seus aplicativos como uma novidade na tecnologia. A pesquisa visual efetivamente utiliza parâmetros como forma, tamanho e cor para localizar produtos específicos e notificar os clientes da disponibilidade online ou numa loja de moda física.

Este método de pesquisa é certamente melhor do que as buscas tradicionais baseadas em texto, uma vez que a dependência não está mais no entendimento do mecanismo de pesquisa sobre a descrição do produto. A pesquisa visual movida por inteligência artificial está gerando grandes retornos de investimento, e continuará a desempenhar um papel fundamental nas inovações tecnológicas no setor da moda.

Assistentes Digitais, Inteligência Artificial e Analytics

Em breve, os usuários aproveitarão os benefícios dos assistentes digitais que servem como consultores de moda pessoais. O Analytics habilita a tecnologia para verificar o calendário do usuário e criar recomendações personalizadas com base na ocasião. Hoje, as empresas envolvidas com a indústria da moda se afastaram da análise simples para adotar Inteligência Artificial, que utilizam técnicas de aprendizado visual e profundo. Isso permite que os varejistas de moda estudem os gostos dos usuários, preferências de moda e níveis de conforto com base em dados demográficos, geografia e tamanho para fornecer recomendações com base em dados do cliente, humor e ocasião.

Dimensionamento Inteligente

O conceito de “ajuste perfeito” é o diferencial das marcas de moda personalizada e tecnologia ajuda a concluir isso de forma mais eficaz. Os scanners corporais, os softwares que ajudam a comparar tamanhos de diferentes marcas e os provadores virtuais são apenas algumas das formas inovadoras que os varejistas da moda oferecem seus serviços e produtos aos consumidores, cujas tecnologias foram desenvolvidas por startups. Como as taxas de conversão da compra de vestuário são relativamente baixas, este é um conceito de última geração para impulsionar o engajamento do cliente e oferece experiências modernas ao cliente.

A fusão da tecnologia com a moda

As novas tecnologias reorganizam o futuro da indústria da moda de formas óbvias e menos óbvias e as startups são rápidas em adotar essas tecnologias.

- Big Data e Analytics

O uso efetivo de tecnologias como o Big Data & Analytics ajuda a indústria da moda a reduzir o fosso entre as expectativas dos clientes, os padrões de demanda e a produção real. A indústria da moda depende muito da aceitação do cliente e do padrão de uso e os grandes dados combinados com a plataforma de análise direta ajudam a gerar insights, influenciando a tomada de decisões.

O processamento de dados em tempo real, juntamente com a análise histórica, permite que as marcas de moda ofereçam o produto certo para o usuário certo. Isso influencia muito a maneira como os varejistas de moda propõem potenciais compras ao cliente.

- Tecnologia Wearable

A tecnologia Wearable vai além dos óculos conectados, a impressão 3D, o tecido de energia solar que recarrega seus aparelhos, camisetas biométricas que rastreiam seus sinais vitais na academia e relógios inteligentes como o Apple Watch. A proliferação de vestuário, acessórios e roupas de fitness que podem fazer tudo, desde monitorar sua freqüência cardíaca para carregar seu smartphone, não mostra sinais de desaceleração. O mercado de tecnologia portátil valerá US $ 34 bilhões até 2020.

- Mídia Social

A evolução das mídias sociais permite que o usuário comum tenha interações significativas com as marcas de moda, e essas por outro lado, recebem continuamente os dados das interações do cliente. As redes sociais abrem uma avenida de marketing completamente nova para os varejistas de moda cujos produtos obtêm uma melhor visibilidade, além de eventos e encontros e são vistos por milhões de usuários online como uma solução de tecnologia de nicho para empresas, startups e outras.

- Aplicativos Móveis

Dos milhões de aplicativos disponíveis para smartphones, estima-se que um pouco menos de 20% deles atendem à indústria da moda. O M-commerce está  tomando rapidamente o seu lugar na indústria da moda, e agora é possível comprar produtos e acessórios de moda locais e bem conhecidos através de aplicativos móveis com apenas um clique.

- Blockchain

A demanda por transparência de onde a roupa vem (país de origem) e como ela é feita (materiais e componentes) está aumentando. Como resultado, muitas empresas estão usando a tecnologia blockchain que permite uma maior transparência e confiança em relação aos bens. O Blockchain pode ser usado para distribuir e armazenar informações do produto, bem como metadados complexos executados sem um único operador centralizado. Dessa forma as marcas tem a capacidade para dar confiança aos consumidores no que estão comprando.

- Inteligência Artificial

A IA tem o poder de analisar os dados do mercado e o comportamento do cliente até um nível além da capacidade humana, identificando projetos, padrões e cores que venderão, o que permite que as marcas adaptem a produção e evitem a crise ambiental e os custos econômicos associados aos bens excedentes. Os sistemas de aprendizagem de máquinas fornecem uma vantagem para as marcas quando se trata de detectar, reagir e moldar as mais novas tendências da moda.

- Realidade Virtual e Realidade Aumentada

As tecnologias de realidade virtual (RV) e realidade aumentada (RA) tem sido usadas principalmente para jogos e design, mas agora estão se transformando lentamente numa nova ferramenta para estimular o consumidor. Grandes marcas estão usando essas tecnologias para criar experiências imersivas que levam os consumidores a uma viagem pelo mundo da marca. A tecnologia RV nos remove do nosso entorno e nos transporta para um mundo virtual e a tecnologia RA aprimora o mundo real, permitindo-nos desempenhar uma série de funções. Pense Oculus Rift vs Google Glass. Essas tecnologias estão nos forçando a pensar a moda além da fisicalidade de roupas e acessórios pois as experiências imersivas e compartilhadas são mais intensas.

- As startups são ágeis e mais receptivas a inovação

Uma startup é pequena o suficiente para agir com liberdade, agilidade e ser mais receptiva. Uma empresa maior já possui produtos estabelecidos no mercado e um sistema de departamentos e hierarquias que muitas vezes gera burocracia. Tudo isso limita novas inovações para as equipes de P & D dessas empresas, enquanto as startups podem acelerar todos os novos projetos.

Uma pesquisa recente com 250 executivos constatou que 40% deles acreditam que as startups estão revolucionando suas indústrias. A maioria dos entrevistados acreditava que as startups possuem vantagens significativas para o mercado em relação às empresas maiores, como uma maior vontade de assumir riscos e mais flexibilidade.

Ao mesmo tempo, 57% disseram que as grandes empresas tornam as coisas mais difíceis para si mesmas, sendo resistentes à mudança. Mas essa resistência pode diminuir à medida que as grandes empresas vêem seu mundo transformado pelas tecnologias inovadoras, produtos e a criação de novos modelos de negócios que as startups estão constantemente desenvolvendo. Em suma, as grandes corporações estão concentrando sua atenção em startups como nunca antes.

À medida que a tecnologia tende a ser mais inteligente, a estética precisa estar em sincronia com as expectativas dos usuários e as tendências. Roupas e acessórios inteligentes e os wearables são uma prova desta combinação interessante. Os desfiles e eventos de moda também estão passando por uma transformação com o uso da realidade virtual e realidade aumentada, e as startups que estão constantemente criando soluções inovadoras e de impacto profundo na indústria da moda.

Fonte: Stylo Urbano