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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 05 de dezembro de 2017 às 12:40
Construir bons relacionamentos hoje é essencial para qualquer empresa. As conexões pessoais e profissionais potencializam ao máximo as oportunidades de negócios e impulsionam a empresa exponencialmente. Seja online ou offline, o networking com o mercado pode gerar grande impacto e fazer a diferença para o seu negócio. Mas tudo depende da forma que ele é feito.

Para que isso seja possível, é preciso ter uma história interessante para contar, seja sobre a empresa seja sua trajetória à frente do negócio. Sendo a troca de informações a essência dessa construção, perguntas pertinentes sobre os envolvidos resultam em uma maior conexão com as pessoas com as quais se deseja fazer relacionamento, e dão abertura para novos assuntos.O importante é fazer com que as pessoas conheçam mais você e sua marca, e confiem em você.

Segundo estudo da InsideSales.com, 63% das pessoas lembram de uma história, mas apenas 5% se recordam de estatísticas. Isso porque as histórias são consideradas uma "via expressa" para o cérebro, já que destacam propósitos e motivam a agir, facilitando a identificação com uma marca. Por fornecerem um contexto sobre o negócio, são consideradas poderosas ferramentas de vendas, que podem ter sua força ampliada desde que os envolvidos saibam quem são as pessoas com quem estão interagindo, e abordem assuntos de interesse comum.

Neil Patel - guru do marketing digital famoso por potencializar os lucros de gigantes como Amazon, Google e GM- acredita que não importa o estágio atual da sua empresa, as bem-sucedidas serão aquelas que conseguirem criar bons relacionamentos com o seu público da forma correta. "Se você não puder criar vínculos com as pessoas mais importantes, terá dificuldade para fazer a sua empresa deslanchar. É preciso criar uma estratégia de networking sólida, as conexões que você cria podem trazer um 'mundo' de coisas boas", destaca ele.

Conheça 5 motivos para apostar no networking:

1. O networking faz você se destacar da concorrência

De modo geral, o mercado em si é muito competitivo. Uma boa porcentagem dos negócios fracassam exatamente porque não se comparam aos líderes do mercado, e essa é uma das principais razões para o fracasso das empresas. "É preciso sempre buscar o diferencial do seu negócio para se destacar entre os concorrentes, e o networking traz exposição para os elementos que o destacam", avalia Patel.

Para que isso seja possível, segundo ele, é preciso pensar: "Que problema do meu consumidor estou resolvendo? Como meu produto/serviço resolve esse problema? Por que sou melhor que meu concorrente?". Seja uma 'perturbação' no mercado, ou seja, pense fora da caixa e crie ações que possam trazer resultados positivos para os consumidores, que seus concorrentes não estejam fazendo. "Aproveite a aproximação que o networking proporciona para oferecer soluções pontuais e direcionadas. Suas conexões perceberão o tratamento exclusivo e reconhecerão isso como um diferencial da sua marca", destaca.

2. O networking amplia seu grupo de potenciais clientes

Existem três formas de fazer crescer o seu negócio: aumentando o número de consumidores, o valor médio de transações ou a frequência da compra. "Mesmo que o networking não foque nas vendas, ele é uma grande oportunidade para se tornar conhecido de potenciais clientes. Seus clientes poderão se tornar os primeiros e principais defensores da sua marca, tornando-se importantes na tomada de decisão de compra dos futuros clientes", exemplifica Patel.


3. O networking constrói sua marca pessoal

Para o guru, construir a marca do negócio é importante, mas atrelá-la com sua imagem pessoal é ainda mais crucial. "A marca pessoal amplifica o sucesso dos negócios de diversas maneiras. De acordo com pesquisa realizada pela Nielsen, 92% das pessoas confiam mais nas recomendações das pessoas que compram em uma determinada loja do que em marcas", explica ele.

Para isso, crie uma mensagem pessoal atraente, encontre um mentor que seja líder no segmento - busque sempre conexões de pessoas que possam te conectar com pessoas que estejam alguns passos à sua frente - e distribua conteúdos formadores de opinião em todas as suas redes. "Não há melhor forma de demonstrar sua expertise em uma área do que publicar conteúdos de qualidade.Isso fará com que você se torne um expert naquele tema, e sua marca irá crescer ainda mais atrelada a você. O marketing pessoal ajudará a aumentar a quantidade de conteúdos formadores de opinião e a sua marca também".

4. O networking ajuda a atrair talentos do mercado

Investir na relação com o mercado, seguindo as 3 dicas anteriores, será também muito útil na busca por talentos para integrarem sua equipe. "Isso porque você terá mais conexões e, com isso, mais pessoas interessantes para juntar-se ao seu time. Para isso, é interessante deixar sempre em evidência a cultura da sua empresa, use e abuse disso em todos os canais viáveis (sites, redes sociais entre outros canais), e busque sempre por pessoas que se identificam com a sua visão, entendam a sua proposta e queiram crescer junto com a empresa", recomenda Patel.

5. O networking tem impacto positivo sobre outros canais de marketing

Já ficou claro que o networking pode te dar ainda mais influência. Ela, por sua vez, pode de dar um leque de novas oportunidades e ainda mais poder em ações de marketing de forma estratégica. "A verdade é que, uma vez iniciado o seu networking de forma eficaz, as possibilidades irão surgir. Vale lembrar que a força e a longevidade com que você cria os contatos também dependem muito mais da qualidade das conexões estabelecidas do que da quantidade de pessoas", alerta.

Além disso, na visão do guru, o envolvimento pessoal é essencial. "No começo poderá ser um pouco cansativo ou frustrante, mas a ideia principal é criar conexões com as pessoas certas, ter conexões reais para ser influente. Estar presente em eventos do seu ecossistema, palestras, conferências e cursos que podem favorecer o seu networking poderá te ajudar. Você não conseguirá conectar-se com todos os seus seguidores, mas esse certamente é o melhor caminho", finaliza o especialista.

Fonte: Administradores
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 05 de dezembro de 2017 às 12:27
O CEO de uma grande empresa australiana me procurou para contar um problema específico de desenvolvimento estratégico que sua companhia estava enfrentando, bem como para solicitar minha assessoria. A empresa era uma entusiasta usuária de meu modelo estratégico denominado “escolhas em cascata”, que tenho aplicado há décadas e sobre o qual escrevi extensamente, com mais destaque no livro de 2013, intitulado Playing to Win, escrito em parceria com meu amigo e colega de profissão A.G. Lafley.


Meu amigo australiano me explicou que cada um dos presidentes de suas cinco unidades de negócio estavam usando o modelo Strategy Choice Cascade (Escolhas Estratégicas em Cascata) e que todos haviam emperrado no mesmo ponto. Haviam optado por uma Winning Aspiration (Aspiração Vencedora) e feito uma escolha sobre Where to Play (Onde Atuar). Porém, todos estavam presos no item que se refere a How to Win (Como Vencer).

Disse a meu amigo que não me surpreendia o fato de que eles haviam ficado imobilizados. Isso aconteceu porque pensaram sobre Onde Atuar sem levar em conta Como Vencer.

Tenho ouvido variações desse mesmo tema, uma atrás da outra. Embora eu tenha sempre enfatizado que essas cinco escolhas devem se interrelacionar e se reforçar mutuamente — por isso as setas circulam entre as caixas — ficou claro para mim que não fiz um trabalho bom o suficiente ao expressar essa ideia, especialmente no que diz respeito às escolhas de Onde Atuar e Como Vencer.

O desafio aqui é que ambos estão relacionados e juntos representam a alma da estratégia; sem uma boa combinação entre Onde Atuar e Como Vencer, é impossível obter uma estratégia que valha a pena. É evidente que Onde Atuar e Como Vencer devem estar relacionados entre si e reforçar uma Aspiração Vencedora inspiradora. Competências e Sistemas de Gestão funcionam como um chamado à realidade quanto às escolhas de Onde Atuar e Como Vencer. Se você não é capaz de identificar que tem, ou que pode desenvolver de modo satisfatório, um conjunto de Competências e Sistemas de Gestão capaz de fazer com que a escolha de Onde Atuar e Como Vencer seja proveitoso, trata-se de uma fantasia, não de uma estratégia.

Muitas pessoas me perguntam por que Competências e Sistemas de Gestão fazem parte da estratégia quando, na realidade, são elementos da execução. Essa é mais uma manifestação da tentativa generalizada, artificial e inútil de distinguir entre escolhas que são “estratégicas” e outras que são “executivas” ou “táticas”. Lembre que essas escolhas, sejam quais forem os nomes dados a elas, são elemento crítico do conjunto integrado de cinco escolhas necessárias para orientar a conduta de uma organização de forma bem-sucedida.

Eu tive de dizer a meu amigo australiano que se preparar para o combate focado nas escolhas de Onde Atuar, em vez de criar condições para uma boa discussão sobre Como Ganhar, acaba por praticamente inviabilizar uma reflexão produtiva sobre Como Vencer. Isso porque nenhuma escolha significativa de Onde Atuar existe fora do contexto de um plano específico de Como Vencer. Uma infinidade de escolhas sobre Como Atuar se mostram possíveis, e igualmente dignas de consideração — antes que se considere cada aspecto de Como Vencer. Em outras palavras, não há escolhas sobre Onde Atuar que sejam inerentemente boas ou ruins. São boas ou ruins no contexto de uma escolha específica sobre Como Vencer. Por isso, relacionar as escolhas sobre Onde Atuar antes de considerar aquelas sobre Como Vencer têm valor nulo no campo da estratégia.

Por exemplo, a Uber fez uma escolha de Onde Atuar que incluía a China, pois o país representa um mercado enorme e importante. Mas essas características não fizeram com que essa escolha fosse inerentemente digna de consideração. Teria sido assim apenas se também tivesse havido um claro Como Vencer – o que parece nunca ter ocorrido. A Microsoft fez sua escolha sobre Onde Atuar para ingressar no segmento de hardware de smartphones (ao comprar a divisão de celulares da Nokia), pois se tratava de um enorme mercado em expansão, aparentemente equivalente ao da própria Microsoft. No entanto, a empresa não tinha uma concepção apropriada de como essa escolha se combinaria com aquela de Como Vencer — e sofreu uma perda espetacular. Em 1982, a P&G fez uma escolha de Onde Atuar quando entrou no gigantesco, lucrativo e crescente mercado farmacêutico com a aquisição da Norwich Eaton. Embora tenha apresentado um desempenho decente no setor, vendeu o negócio em 2009 por ter se dado conta, em quase duas décadas, de que poderia atuar, mas nunca vencer, naquele Onde Atuar que ainda se mostrava interessante.

Além disso, não existe nenhuma escolha significativa sobre Como Vencer fora do contexto de um Onde Atuar específico. Ao contrário do que muitos pensam, não há maneiras genéricas incríveis para vencer — por exemplo, ser um first mover (pioneiro), um fast follower (seguidor rápido), um branded player (concorrente de marca) ou um cost leader (líder em custos). Todas as escolhas envolvidas em Como Ganhar são úteis ou não, dependendo do Onde Atuar a que estão associadas. Uma escolha sobre Como Vencer baseada em grandes escalas não será útil se a escolha de Onde Atuar se concentrar em um nicho restrito — pois isso arruinaria qualquer tentativa de obter benefícios de escala.
Não há dúvida de que a Uber achou que sua escolha de Como Vencer — a de ter um aplicativo fácil de usar para solicitar serviço de táxi destinado a usuários que se conectam com um veículo que gera renda extra para seu motorista — funcionaria bem qualquer que fosse a escolha de Onde Atuar. No entanto, não funcionou quando o Onde Atuar foi a China. Verificou-se que o Como Vencer da Uber tinha muita relação com a obtenção de uma vantagem de first mover em mercados como os EUA; quando a Uber foi um entrante tardio, o Onde Atuar não representou uma mera expansão. A empresa se retirou do mercado depois de ser fragorosamente derrotada pelo first mover Didi. Talvez a Microsoft tenha sentido que seu Como Vencer voltado para a manutenção de sólidas relações empresariais e uma enorme base já formada por usuários de software se estenderia perfeitamente para abranger os de smartphones, mas isso definitivamente não aconteceu. Como canadense, não posso deixar de recordar os diferentes varejistas de meu país que fizeram escolhas formidáveis de Como Vencer no Canadá (Tim Hortons, Canadian Tire, Jean Coutu) que simplesmente não se refletiram em um Onde Atuar nos EUA. Talvez haja algum consolo, no entanto, na desastrosa tentativa do varejista Target de estender seu Como Vencer nos EUA a seu Onde Atuar no Canadá — entendo que pagar na mesma moeda seja jogar limpo.

A única maneira produtiva e inteligente de gerar hipóteses para uma escolha estratégica é considerar uma boa combinação entre as escolhas de Onde Atuar e Como Vencer. Crie uma variedade de pares e depois faça as seguintes perguntas sobre cada um:

•   Pode ser associado a uma Aspiração Vencedora que seja inspiradora e atrativa?
•   Temos atualmente, ou podemos desenvolver de modo satisfatório, as Competências que seriam necessárias para vencer nos mercados onde atuaríamos?
•   Somos capazes de criar os Sistemas de Gestão necessários para dar suporte ao desenvolvimento e à manutenção das Competências de que precisamos?

As possibilidades de Onde Atuar e Como Vencer para as quais essas perguntas tenham respostas plausíveis e afirmativas devem continuar sendo consideradas e exploradas. A combinação rigorosa entre Onde Atuar e Como Vencer se faz imediatamente óbvia no caso das grandes histórias de sucesso de nosso tempo. A USAA vende seguros apenas para militares, veteranos e suas famílias — e adapta suas ofertas de forma brilhante e precisa às necessidades dessas pessoas, tanto que suas avaliações de satisfação do cliente estão sempre acima da média. A Vanguard vende fundos de investimento indexados/fundos cotados na bolsa de valores para clientes que não acreditam que uma gestão ativa seja útil para o desempenho de seus investimentos. Com esse Onde Atuar limitado, a empresa pode sair vencedora por meio de esforços para alcançar a posição de menor custo em seu ramo de atividade. A Google vence o jogo ao organizar as informações do mundo, mas para tal, deve atuar na faixa mais ampla de pesquisa de internet.

Não importa se a pergunta estratégica se refere a ter objetivos mais amplos ou restritos, ou ainda a perseguir baixo custo ou diferenciação. O que realmente importa é que as respostas sejam um par de correspondência perfeita.

Fonte: HBRB