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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 05 de dezembro de 2017 às 12:22
A menos que seja dono de um oásis no deserto do Saara, todo empreendedor precisará correr atrás de clientes sedentos por otimizar seus resultados e receitas. Desse modo, a virada do ano sugere a oportunidade de aposentar os velhos camelos da prospecção tradicional e adotar os cavalos árabes das práticas rentáveis das start-ups do Vale do Silício.

O que provoca essa necessidade? As abordagens clássicas de vendas, com seus scripts, slogans e bordões, perderam sua eficiência diante de um consumidor-alvo moderno, conectado e acostumado a suspeitar da própria sombra. Para ele, as indicações de seus parentes, amigos e das mídias sociais são mais confiáveis do que qualquer informação vinda das grandes empresas.

Tais sinais dos tempos se refletem nos resultados de um estudo da Baylor University, que revelou que a eficiência dos métodos convencionais de prospecção está como a seca da faixa do Sahel, na África. No experimento, um total de 6.264 ligações de prospecção renderam apenas 19 reuniões e 4 vendas, enquanto 90% dos remetentes sequer abriram os e-mails enviados.

Seria o prenúncio da morte do Faraó em seus tempos de glória? Longe disso. Tanto o experimento acima quanto o empirismo revelam a necessidade de mudanças no modo de utilizar as ferramentas que já existem. Ou seja, não se trata de abandonar as ligações e os e-mails, mas colocar uma pá de cal sobre o raciocínio que se tem utilizado há tantas décadas.

O autor das renomadas bíblias de vendas do Vale do Silício, “Receita Previsível” e “Hipercrescimento”, Aaron Ross assina embaixo e não pestaneja em afirmar: sim, a sua empresa está fazendo tudo errado! Já não adianta mais disparar para todos os lados na expectativa de alcançar o ponto mais alto da pirâmide utilizando-se de técnicas hieróglifas.

Na visão do expert, adotando-se medidas de especialização e boas práticas comerciais, é possível duplicar, ou até triplicar, as receitas incrementais de uma empresa. A mudança é mais simples do que parece e se baseia em encarregar representantes exclusivamente à atividade de prospecção para dar mais tempo e foco para que o executivo de vendas possa atuar.

E não para por aí. Tal alteração estrutural propicia outro grande benefício: a previsibilidade dos ganhos. Estipular quantas oportunidades serão captadas por mês, somada à especialização de um profissional gabaritado em prospecção trarão, no final de 2018, os cifrões, as notas verdes e o sexto ou até sétimo dígitos no caixa do seu templo organizacional.

Mas, como dar o primeiro passo? Antes de mais nada, é fundamental desenhar o perfil do cliente ideal que se deseja prospectar. Ele precisa querer o seu produto e não apenas achá-lo algo “bom de se ter”. Também é necessário evitar perdas de tempo e abandonar um prospect quando se nota que ele não se encaixa no seu modelo-alvo e está no pipeline apenas para fazer volume.

Executivo de vendas “pau-pra-toda-obra”? Esqueça. Sobrecarregar este profissional com muitas funções pode ser um tiro no pé. Em vez disso, designe um ou mais colaboradores para se dedicarem exclusivamente às atividades de prospecção. Desse modo, seus vendedores estarão livres para focarem no que fazem de melhor: o fechamento de novas vendas.

Ligações inconvenientes a clientes potenciais desconhecidos? Isso ficou em 2017. As ligações feitas a prospects com quem não se teve contato prévio devem ser evitadas. Procure iniciar o approach através de um e-mail curto e caloroso e faça ligações de qualificação somente após receber uma resposta com um número de telefone e uma permissão para ligar.

Colocar o carro para andar sem monitorar os resultados? Isso seria dirigir às cegas. Definir e monitorar métricas e indicadores-chave é fundamental para conhecer os padrões que levam à previsibilidade das receitas. Ao longo dos meses, você terá todos os índices que precisa para saber quantos “X” leads vão gerar “Y” conversões e “Z” reais em caixa.

Finalmente, por que vender a um consumidor se você pode vender a um amigo? Ganhe a confiança dos clientes adquirindo o hábito de vender, não para lucrar, mas para ajudá-los. Mais do que isso, faça com que essa postura se integre à cultura de sua equipe de vendas. Afinal, o ano é 2018 e nada mais démodé do que se apresentar com aquela típica aridez do deserto.

Fonte: Administradores
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 28 de novembro de 2017 às 21:10
Crescimento é fundamental, mas não é fácil. Nossas pesquisas mostram que empresas que conseguiram crescer mais que o PIB tiveram duas vezes maior chance de entregar um retorno acima do mercado do que aquelas que cresceram menos. Por outro lado, as corporações que não tiveram uma taxa de expansão superior ao PIB em um ciclo econômico tiveram cinco vezes mais chance de desaparecer no próximo.

Com a esperança do término da crise, os varejistas brasileiros que estavam mais focados em eficiência começam a voltar suas atenções à ampliação das vendas. É bem verdade que o crescimento não saiu do radar das empresas e algumas tiveram êxito. Mas o que fizeram esses campeões de crescimento?

Uma das capacidades dos vencedores é a de “garimpar”, ou seja, buscar mercados ou categorias que crescem acima da média. Das 30 empresas que mais cresceram no Brasil, descobrimos que 73% do resultado veio dessa alavanca. Já a expansão por meio de fusões e aquisições representou apenas 23% e via ganho de market share, ínfimos 4%.

No varejo, essa estratégia tem de ser parte do modelo de negócios. É essencial avaliar de forma constante e granular os itens que crescem acima do mercado e adicioná-los rapidamente ao portfólio. Também é chave revisar a alocação de espaço, privilegiando itens que crescem mais. Por último, as empresas têm sempre de trazer novos itens ao portfólio. Varejistas que foram mais rápidos em testar e dar maior espaço a categorias como cervejas especiais ou “sucos 100% da fruta” conseguiram avançar mais.

Uma segunda maneira de “garimpo” é a busca e o investimento em formatos que mais crescem. A expansão de modelos de atacarejo para captar consumidores mais sensíveis a preço é um bom exemplo.

A terceira forma é a identificação das cidades ou microrregiões que crescerão mais. Mesmo em um Brasil que passou por uma recessão nos últimos dois anos, diversas microrregiões mostraram desenvolvimento. Posicionar-se antecipadamente nesses mercados é a chave para crescer em um cenário adverso.

Poucas empresas usaram essas três estratégias. Contudo, as que usaram conseguiram crescer durante a crise e vão usar as mesmas estratégias para crescer ainda mais quando a economia voltar a crescer.

Fonte: Novarejo