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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 20 de maio de 2025 às 15:38


O modelo de negócios baseado em assinaturas tem se consolidado como uma das principais tendências do e-commerce brasileiro, refletindo mudanças significativas no comportamento do consumidor e nas estratégias empresariais. Segundo dados da Betalabs, aproximadamente 74% dos consumidores no Brasil já aderiram a pelo menos um serviço recorrente, evidenciando a crescente popularidade desse formato.

A Pesquisa de Assinaturas 2024, realizada pela Opinion Box em parceria com a Vindi, revelou que 68% dos brasileiros possuem algum tipo de assinatura digital, com uma média de quatro serviços por consumidor. Essa adesão é impulsionada por fatores como conveniência, personalização, previsibilidade de custos e acesso contínuo a produtos ou conteúdos que antes exigiam compras pontuais.

Além dos conhecidos serviços de streaming, como Spotify e Netflix, o modelo tem ganhado força em outros segmentos. É o caso de marketplaces, educação online, alimentação e até energia elétrica. A popularização do modelo de assinatura não se restringe apenas a serviços digitais. Hoje, é possível encontrar clubes de produtos físicos, benefícios exclusivos e programas de fidelidade que adotam essa estratégia. Empresas de grande porte, como Amazon e Magazine Luiza (Magalu), já investem de forma significativa em modelos de recorrência como uma maneira de estreitar o relacionamento com os consumidores e aumentar o ticket médio.

Modelo fortalece a previsibilidade e impulsiona novos negócios

Para as empresas, o modelo de assinatura representa uma transformação estratégica. A previsibilidade de receita permite planejamentos de longo prazo e maior eficiência na gestão de estoque, logística e atendimento. A Totvs destaca que, ao adotar esse modelo, negócios conseguem reduzir o custo de aquisição de clientes e aumentar o valor do ciclo de vida de cada consumidor.

Outro diferencial competitivo está na personalização da jornada. Com base em dados de comportamento, empresas ajustam ofertas e experiências conforme o perfil de consumo. Isso contribui para a fidelização e amplia o engajamento. O mercado também passou a exigir mais flexibilidade, modelos que permitem pausas, upgrades ou cancelamentos sem fricção são cada vez mais valorizados.

Em termos econômicos, o mercado de assinaturas no Brasil já movimenta cerca de R$ 1 bilhão ao ano, com amplo espaço para expansão. Nos Estados Unidos, esse valor ultrapassa os R$ 50 bilhões. Globalmente, a expectativa é que o setor atinja US$ 1,5 trilhão até 2025, de acordo com projeções de mercado.

Com a digitalização acelerada e o avanço de soluções tecnológicas voltadas à gestão de recorrência, o modelo de assinaturas se apresenta não apenas como uma tendência, mas como um novo padrão de consumo. Para o varejo digital, trata-se de uma oportunidade estratégica de gerar valor contínuo ao cliente, fortalecer o relacionamento e ampliar margens em um cenário competitivo.

Fonte: Ecommerce Brasil
Estratégia & Marketing Postado em quarta-feira, 14 de maio de 2025 às 10:12

Serviço de streaming nos EUA integra compra e entretenimento com o Shop the Show.

Comprar enquanto assiste a um filme ou série deixou de ser uma ideia futurista e virou realidade nos Estados Unidos. A Amazon lançou o Shop the Show, funcionalidade do Prime Video que permite a compra de produtos diretamente pela plataforma, sem que o espectador precise interromper o que está assistindo. É a convergência definitiva entre entretenimento e consumo da experiência.

Imagine ver um item de decoração, uma peça de roupa ou acessório usado por um personagem e, com poucos cliques, adquirir o produto ali mesmo, em tempo real. É exatamente essa a proposta do Shop the Show. A ferramenta já está disponível em mais de 1.300 títulos, entre conteúdos originais e licenciados de alto apelo popular, como Barbie, Fallout, Star Wars, The Summer I Turned Pretty e Wicked, da Universal Studios. Eventos esportivos ao vivo, como NASCAR e a National Women’s Soccer League, também fazem parte do catálogo compatível com a tecnologia.

O recurso funciona tanto na TV quanto em dispositivos móveis, com destaque para a experiência de segunda tela. O espectador pode visualizar e adquirir produtos simultaneamente, sem precisar pausar ou sair da transmissão. Segundo a Amazon, essa tecnologia usa o poder das preferências dos fãs, ou seja, ela é pensada para tornar a compra mais fácil e natural enquanto o espectador está imerso no conteúdo.


A estratégia dos anúncios por vídeo

A aposta da empresa vai ao encontro de uma tendência cada vez mais consolidada no setor: vídeo vende. De acordo com dados da Kantar Ibope Media, em 2024, mais de 100 mil anunciantes investiram em publicidade em ao menos um dos meios monitorados pela empresa, totalizando R$ 88 bilhões, um aumento de 10% em relação a 2023, o dobro da inflação no período.

A receptividade do público também é alta. Mais da metade dos respondentes nas pesquisas de Consumer Intelligence da Kantar afirmam que a propaganda gera assunto, incentiva a busca por produtos e é bem aceita em plataformas de streaming. Entre os usuários de internet, 44% prestam mais atenção a anúncios em vídeo do que em outros formatos. E entre os que consomem conteúdo sob demanda, 53% são favoráveis à presença de publicidade nas plataformas.

Esses números explicam o movimento das gigantes do streaming em direção a modelos com publicidade. Além disso, o uso de Inteligência Artificial Generativa (IAG) tem viabilizado campanhas mais segmentadas, com mensagens e formatos ajustados ao comportamento do consumidor. Do outro lado da equação, os usuários se mostram flexíveis: 34% dos assinantes de VOD (Video On Demand, trocariam a experiência sem anúncios por planos mais econômicos com publicidade.

Entre os consumidores que assinam serviços com anúncios, 75% notam as marcas durante os programas e 63% pesquisam online os produtos que veem anunciados. Mesmo entre os que não recebem publicidade, o impacto permanece alto (66% e 54%, respectivamente).

Para a Amazon, por exemplo, esse cenário cria o ambiente ideal para transformar a experiência de assistir em uma jornada de consumo intuitiva.

No Brasil, uma realidade distinta

Enquanto o Shop the Show ganha tração nos EUA, no Brasil o Prime Video enfrenta um obstáculo. Na última semana, o Tribunal de Justiça de Goiás determinou que a Amazon suspenda imediatamente os anúncios publicitários no Prime Video para usuários antigos, aqueles que contrataram o serviço antes da implementação das propagandas, em abril de 2024.

A decisão judicial responde a questionamentos sobre mudanças nos termos do serviço sem consentimento dos assinantes. Para novos usuários, o modelo com anúncios permanece, com a possibilidade de adesão a um plano mais caro para ter uma experiência livre de interrupções.