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Estratégia & Marketing Postado em quarta-feira, 14 de maio de 2025 às 10:08


Pesquisa da empresa de dados Neogrid aponta que 55% dos consumidores costumam comprar a mesma marca com frequência, mas apenas 7% se dizem totalmente fiéis.

O cenário de inflação persistente, com preços de alimentos acima da média, tem levado os consumidores a rever seus hábitos de compra. Cerca de 70% dos brasileiros afirmam estar mais atentos às ofertas de produtos com marcas próprias nos supermercados, cujos preços são mais acessíveis. É o que mostra o mais recente levantamento da Neogrid, empresa de análise de dados, em parceria com a Opinion Box, especializada em pesquisas.

O estudo “Dados sobre Consumo e Fidelização no Brasil” ouviu mais de 2 mil pessoas em todo o país e traçou um retrato atual do comportamento de compra nos varejos físico e digital.

Segundo os dados, 55% dos consumidores costumam comprar a mesma marca com frequência, enquanto apenas 7% se dizem totalmente fiéis. O que mais pesa na decisão de compra é a qualidade do produto, apontada por 76% dos entrevistados, mas o preço é importante para 43%, bem como a boa experiência de compra (33,5%).

 “O consumidor brasileiro está mais criterioso e disposto a testar novas marcas, inclusive as próprias do varejo, desde que perceba valor real na compra”, afirma Christiane Cruz Citrângulo, Chief Marketing Strategy Officer (CMSO) da Neogrid. “A fidelidade não está mais vinculada apenas ao nome da marca, mas ao custo-benefício que ela entrega.”

Marcas próprias ganham espaço

A percepção do aumento de marcas próprias nas prateleiras está alinhada à movimentação de grandes redes varejistas que buscam ampliar suas margens oferecendo produtos com mais competitividade de preço. Para o consumidor, isso tem representado uma alternativa viável diante do aumento do custo de vida. Ao mesmo tempo, o levantamento indica que 46% estão satisfeitos com os produtos que levam para casa e 28% muito satisfeitos, sugerindo que, além de economia, há aceitação da qualidade oferecida.

Fidelização no ponto de venda e online

No varejo físico, 52% dos consumidores dizem frequentar com regularidade o mesmo supermercado. A variedade de produtos é o principal fator de fidelização (50%), seguido por descontos (43%) e proximidade (42%). No ambiente digital, o comportamento se torna mais fragmentado: 51% usam uma mesma loja virtual ocasionalmente, 27% com frequência e apenas 4% são fiéis a um único e-commerce.

Além disso, os programas de fidelidade seguem populares: 60% dos consumidores participam de algum sistema de recompensas oferecido por supermercados — e muitos acumulam mais de um. O levantamento mostra que 60% estão vinculados a dois ou quatro programas simultaneamente, e 28% a cinco ou mais, tanto no varejo físico quanto no digital.

Mais diversidade, mais poder de escolha

A pesquisa também indica que 89% dos consumidores gostariam de participar de programas de fidelidade que abranjam múltiplas marcas e redes varejistas, apontando para uma demanda por mais flexibilidade e vantagens reais. “O consumidor quer sentir que está fazendo um bom negócio. Ao encontrar um desconto aliado à boa qualidade, a chance de recompra cresce significativamente.”

O levantamento foi realizado online com pessoas acima de 16 anos, de todas as classes sociais, que são responsáveis — total ou parcialmente — pelas compras da casa. O resultado reforça que, mesmo com hábitos consolidados, o consumidor brasileiro está mais aberto a novas experiências, atento à relação entre valor e benefício e menos preso a marcas tradicionais.

“O consumidor pode até permanecer fiel a marcas de alimentos, apesar da elevação de preços, devido à confiança na qualidade, mas o preço fica mais evidente se os aumentos forem excessivos ou outras marcas oferecerem alternativas de qualidade a preços mais acessíveis, desafiando a fidelidade em tempos de orçamento apertado”, disse Anna Fercher, coordenadora de atendimento ao cliente e dados estratégicos da Neogrid.

Fonte: Infomoney
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 06 de maio de 2025 às 15:31


Você já planejou o seu calendário de vendas para este ano? Muitas empresas dependem de “promoções” de última hora para atingir as metas nos últimos dias do mês, mas existe uma maneira mais eficaz de se fazer isso: o que chamo de planejamento de “eventos de venda”.

Esse tipo de estratégia permite que você tenha mais controle sobre o fluxo de caixa, crie ações mais assertivas e fuja da correria constante do improviso. Planejar eventos com antecedência traz previsibilidade e abre espaço para inovação e criatividade, o que, no fim do dia, gera mais vendas e mais conexão com seu público.

O que são eventos de venda?

Esses eventos podem ser simples promoções, mas o diferencial está em planejar eventos temáticos com antecedência. Gosto de organizar esses eventos da seguinte maneira:
– 2 eventos maiores: um no 1º semestre e outro no 2º semestre
– 4 eventos médios
– 6 eventos pequenos: completando um ciclo anual

Esse tipo de estrutura permite criar um ritmo comercial saudável. Ao longo do ano, sua audiência vai se acostumando com esses movimentos, o que aumenta o senso de expectativa e engajamento. A lógica aqui não é só vender, mas vender com intenção e com estratégia.

Eventos pequenos

Os eventos pequenos são promoções específicas de algum produto, algo em que uma grande parte do seu público já tenha mostrado interesse, mas que ainda precisa de um ‘empurrãozinho’, ou seja, um incentivo financeiro para tomar a decisão de compra.

Esses incentivos podem vir na forma de:
– um lançamento;
– um cupom exclusivo;
– um bônus adicional;
– uma condição especial válida por tempo limitado.

Aqui, o foco está em girar estoque e manter um fluxo constante de vendas. E tem mais: você não precisa das redes sociais para vender (mesmo que muita gente diga o contrário). Muitas dessas ações funcionam muito bem apenas com a sua base de WhatsApp, e-mail e até atendimento direto com os clientes.

Se quiser ir além, use esses momentos também para conversar diretamente com seus clientes. Falando pessoalmente com os seus clientes, você consegue escutá-los mais e observá-los melhor.

Eventos médios

Os eventos médios têm uma duração maior de preparação e divulgação. Para esses eventos, você pode gerar conteúdos voltados para esse fim, por uma ou duas semanas.

Você pode trabalhar com temas específicos, storytelling, vídeos mostrando bastidores ou até lives para aquecer o público. Particularmente, gosto de restringir o período de vendas a apenas uma semana, ou até menos, mas você pode testar outras abordagens se quiser. Essa estratégia gera engajamento, e você pode realizar lives não necessariamente vendendo algo com desconto, mas oferecendo produtos ou serviços diferenciados que ainda não são seu “carro-chefe”.

Nesses momentos, você deverá ter pessoas e histórias ao seu redor para ajudar a criar mais conexão e conversão. E lembre-se: 90% do processo de vendas é emocional. Nesse tipo de evento, conseguimos incrementar essas emoções, usando isso para que a nossa mensagem seja mais aderente.

Eventos maiores

E por último, os eventos realizados apenas duas vezes ao ano (muitas vezes, já fiz apenas uma vez). São aqueles eventos em que você busca atingir um público ainda maior, além da sua base atual de leads e seguidores.

Esses eventos, frequentemente, visam à venda de produtos e serviços de maior valor. É a hora de apresentar uma transformação maior, uma nova fase do seu negócio ou uma proposta que represente um salto para o cliente. Para isso, você precisa de um tempo maior de divulgação, gerar mais conteúdo, investir em anúncios, fazer mais lives… tudo isso para você “romper a bolha” em que se encontra, e mostrar para seu público que você é capaz de guiá-lo a algo ainda maior e melhor na vida deles.

E aqui vale a dica de ouro: fuja da concorrência. Seja o seu próprio nicho e faça os eventos centrados em você, na sua marca e na sua empresa. Nem só de Natal, Black Friday e Dia das Mães vive o empreendedor. Você pode – e deve – criar as suas próprias datas, seus próprios marcos.

Estratégias alternativas

Você também pode aplicar essa estratégia a produtos de menor valor e focar no volume de vendas. Conheço pessoas que fizeram essa estratégia de “megaevento” e, quando todos esperavam um produto de alto valor, foi oferecido, na verdade, um produto de R$ 47. O engajamento gerado foi tão grande, que faturaram quase R$ 2 milhões em poucas horas.

Isso só acontece porque a preparação foi bem feita. O público estava aquecido, o conteúdo fez sentido, o valor percebido era alto. E quando tudo isso se encaixa, o resultado é surpreendente. Mesmo produtos simples podem se tornar extremamente lucrativos quando inseridos em um bom evento.

Claro, nenhuma estratégia é isenta de riscos, mas agora você possui um mapa com ideias para implementar em sua empresa. Ao planejar seus eventos de venda, você cria oportunidades estratégicas para impulsionar suas vendas e fortalecer o relacionamento com seus clientes. Lembre-se: vendas não são apenas transações. São experiências, conexões e jornadas que você pode construir com propósito.

Fonte: Ecommerce Brasil