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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 13 de setembro de 2022 às 10:45


Modelo D2C pode ser vantajoso para empresas e consumidor, mas é preciso adequar o mindset para garantir a experiência do consumidor.

Comprar direto de quem fabrica tem vantagens para o consumidor e para a indústria. Mas os processos logísticos são um desafio para as indústrias que querem trabalhar na modalidade de e-commerce. A operação, chamada D2C (Direct to Consumer), exige uma logística que trabalhe bem com volumes fragmentados, que dependem das vendas, para atender o consumidor de forma satisfatória.

Algumas marcas já têm investido na venda direta ao consumidor. O modelo pode representar uma conveniência para clientes, ao garantir um preço menor e entregas mais rápidas ao evitar a utilização de intermediários.

Mas se lidar diretamente com o consumidor traz vantagens, também traz desafios. “Afinal de contas, a cada dia que passa, as pessoas estão sendo mais e mais bombardeadas com ofertas e abordagens para que se fidelizem a uma marca, uma loja, um produto, um serviço. Por isso, é de extrema importância saber identificar e trabalhar os benefícios de ter uma relação direta com o consumidor. Dessa forma, além de vender mais, a indústria tem a chance de fidelizar seus clientes. E nisso o atendimento no D2C pode fazer toda a diferença”, explica Eduardo Maruxo, sócio da MRX. Consultoria.

É preciso adequar o mindset ao e-commerce

Em relação à logística, a indústria trabalha com a distribuição de um volume grande de produtos com prazos muitas vezes mais flexíveis, enquanto no e-commerce as vendas e entregas são fracionadas de acordo com a demanda. Além disso, é um modelo que representa uma parte das atividades industriais. Para manter o equilíbrio entre as duas abordagens é necessário planejamento.

“Se a questão dos processos logísticos não for pensada antes da indústria ingressar no e-commerce é preciso ter atenção. Esse tópico pode gerar surpresas para o seu time logístico. Isso porque esses processos podem sofrer com profunda dificuldade de adaptação à nova realidade. Além disso, podem causar muitos ruídos no relacionamento com o cliente”.

“Comparando-se com a dinâmica tradicional, que geralmente é pautada por atender grandes pedidos olhando para a movimentação de pallets e o abastecimento de alguns caminhões por dia, os processos são bastante diferentes”.

Para entender melhor: como funciona a logística

Processos logísticos podem ser definidos como todas as ações realizadas dentro de uma empresa com o objetivo de controlar e planejar melhor a logística de um produto. Leva em consideração todo o fluxo de materiais e informações que passam pelo processo. Isso vale desde a negociação com o fornecedor até a entrega ao cliente final.

Dicas para um processo fluido de D2C

O grande objetivo de processos logísticos é sempre buscar a melhor forma de produzir e distribuir aquilo que é produzido pela empresa. A MRX Consultoria dá algumas dicas para que os processos logísticos no D2C garantam uma boa performance no e-commerce:

Possuir diferenças mínimas de estoque
Para manter o nível de estoque é preciso fazer um controle regular de entradas e saídas, assim como verificações sobre a conformidade do produto;

Ter uma rígida classificação de produtos
Todo produto possui seu próprio ciclo de vida. Uma boa codificação ajuda o produto a ser reconhecível e escolhido com facilidade;

Monitorar para evitar erros de expedição
Cada etapa necessita de atenção, desde a relação de pacotes, seleção de produtos, controle da conformidade, parâmetros de embalagem, até a chegada ao consumidor;

Contar com boas transportadoras
Em geral o transporte é um serviço terceirizado. Para assegurar a qualidade do processo é necessário aprender a solicitar informações corretas, a contratar e avaliar a qualidade do serviço.

Foque na experiência do cliente

Para as empresas que desejam empreender no e-commerce, uma alternativa é operar em novos canais fora de seus processos logísticos industriais. Uma opção é contratar empresas especializadas.

Contudo, a estratégia de venda direta é um investimento de longo prazo. A MRX destaca ser fundamental construir um plano estratégico antes de contratar e investir no e-commerce. Isso porque é um formato de vendas em que a indústria não está tão familiarizada a conduzir a partir do seu mindset tradicional.

Outro aspecto é estabelecer uma relação com o consumidor. Para isso, é preciso um trabalho estruturado, que inclua a pesquisa sobre o público-alvo e coleta de dados para conhecê-lo mais profundamente, gerando assim insights que estabeleçam um vínculo com o cliente e possibilidades de personalização que inspirem a fidelidade e ampliem o ciclo de vida do cliente com a indústria.

Fonte: Novarejo
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 13 de setembro de 2022 às 09:50


Relatório apresenta os quatro novos sentimentos do consumidor do futuro e os pontos de ação das marcas para conquistar engajamento.

Aceleração digital, sobrecarga de dados, excesso de estímulos nas redes sociais, pressão constante pelo auto-aprimoramento. Estes são alguns dos fatores que se impuseram a nós diante de transformações radicais experimentadas nos últimos anos em âmbito global. Mas de que forma o consumidor do pós-Covid lida com esse impacto diário em suas vidas?

A WGSN, autoridade global em previsão de tendências, publicou em seu aguardado book “Future Consumer 2024” dados que norteiam as empresas para se adaptarem às mudanças contínuas e traçarem estratégias de engajamento do consumidor para os próximos anos.

O relatório apresenta os quatro novos sentimentos do consumidor do futuro e os pontos de ação das marcas para conquistar engajamento e aumentar sua fatia no mercado. É quase um estudo de psicologia. Vamos a eles.


1 – O choque com o futuro

No passado, você tomava uma decisão e pronto. Agora, você toma uma decisão e pensa: o que vai acontecer depois?
Agora tem sempre um depois!

A pandemia exacerbou nossas emoções e a guerra na Ucrânia, juntamente com a alta do custo de vida, vieram para somar ainda mais pressão a esses sentimentos. Novas rotinas, isolamento social e mais foco na busca pelo equilíbrio entre as vidas pessoal e profissional abriram espaço para uma mentalidade multitarefa constante, principalmente para quem trabalha a distância.

Aliás, uma curiosidade: estudos revelam que somente 2,5% das pessoas são, de fato, eficientes sendo multitarefa. Quando pensamos que estamos executando várias tarefas ao mesmo tempo, na verdade realizamos ações individuais em rápida sucessão.

Em 2024, a nossa percepção do tempo será mais acelerada – isso não tem volta. A compressão do tempo – efeito cognitivo em que o tempo passa mais rápido do que pensamos – já está começando a afetar aqueles que frequentam metaversos e realidades virtuais.


2 – Excesso de estímulos

Com o boom da digitalização, redes sociais, e-commerce, entretenimento, games e tecnologias de streaming por vídeo, as pessoas estão mais conectadas do que jamais estiveram.

Pesquisa global realizada em 2019 pela Universidade Técnica da Dinamarca identificou um dos efeitos colaterais dessa transformação digital: uma profunda queda no nível de atenção de pessoas de todo o planeta ao longo do tempo.

Elas disseram que antes era comum assistirem a vídeos entre 10 e 30 minutos, mas que agora perdiam o interesse em questão de minutos.

E os vídeos curtos vieram mesmo para ficar – vide o crescimento do Kwai. Em 2021, o TikTok superou o Google como o site mais visitado e o Facebook como a rede social mais popular, de acordo com a Cloudfare.

Vivemos em um mundo de incertezas e mudanças. A verdade é que o excesso de estímulos impacta fortemente os nossos sentidos.

O equilíbrio sensorial será, em 2024, conforme o white paper da WGSN, um antídoto ao excesso de estímulos. Utilizado por terapeutas ocupacionais há anos, o equilíbrio sensorial serve, na era digital, para reconhecer e impedir o surgimento de gatilhos sensoriais que causam sobrecarga.

Pode ser útil, por exemplo, adotar um ritual de “slow-technology” pela manhã – o que significa utilizar apenas um dispositivo eletrônico por vez – ou procurar trabalhar sem nenhum som, desativando todas as notificações e ícones. Você já tentou?


3 – Otimismo realista

Pesquisas apontam que pessoas que tendem a lidar melhor com a crise não focam em momentos de felicidade ou distração – elas aceitam o sofrimento, mas não são esmagadas por ele. É a cultura da superação, que traz um olhar da maturidade sobre isso.

Talvez seja mais interessante imaginar um mundo melhor em vez de simplesmente tentar consertar o que está quebrado.
Isso me chama muito a atenção: um mundo para além da superação, onde a depressão e ansiedade não estejam sempre à espreita.

Até pouco tempo atrás falávamos do termo “FOMO” – sigla em inglês para “Fear Of Missing Out”, que na tradução livre seria algo como “medo de ficar de fora” – ou aquele medo de estar perdendo alguma coisa importante.

O termo está diretamente relacionado ao universo da internet e das redes sociais, que trouxe para as pessoas um senso de urgência que pode se tornar algo grave financeira e psicologicamente.

A bola da vez é o “FoNo” (do inglês Fear of Normal). Pessoas do mundo todo passaram a sofrer com o “medo do normal”.

Segundo levantamento do Instituto Ipsos e do Fórum Econômico Mundial com mais de 21 mil adultos de 27 países, 72% dos entrevistados prefeririam que suas vidas mudassem significativamente em vez de voltarem ao que era antes da Covid-19.

Isso muda a perspectiva porque oferece a possibilidade de pensar diferente, de criar um “novo eu”, em vez de tentar arrumar e voltar a ser o que você era. Chega! Vamos recomeçar.


4- Encantamento

Trata-se de um sentimento de fascinação que se manteve em segundo plano nos últimos anos.
Afinal, quantas vezes, recentemente, a gente conseguiu se encantar com alguma coisa?
Estamos vivendo não um sentimento só, mas múltiplos sentimentos, o que gera uma humanização exacerbada.

Mudanças rápidas na sociedade e na tecnologia causam um sentimento cada vez mais intenso de apreensão. Por exemplo: acabei de concluir um curso e quando estou me formando já surgiu algo novo e acabo me sentindo obsoleta. É o clássico e inevitável “quem nunca?”

Estamos vivendo uma era da criatividade zero: parece que tudo o que a gente vê, já viu. Isso, na verdade, é consequência de um excesso de estímulos.

Antes, havia “a” grande inovação do ano. Hoje, você não consegue mais se encantar com nenhuma inovação. Não dá tempo porque logo vem outra. E outra. E outra…

Porque o excesso não gera encantamento. O encantamento está no exclusivo, no surpreendente. É quase paradoxal. Além de tornar as pessoas mais empáticas, o encantamento reduz a ansiedade.

De acordo com um estudo conduzido por psicólogos das universidades de Stanford e Minnesota (EUA), a experiência de encantamento desacelera a percepção do tempo das pessoas. É frequente a sensação de que o tempo para em momentos de arrebatamento.

Para Melanie Rudd, coautora da pesquisa, experimentar o encantamento amplia o foco da pessoa no momento presente: “Quando você está mais consciente do agora, você tem experiências mais ricas e acredita que mais coisas podem ocorrer ou ser alcançadas em um determinado período de tempo.” O encantamento permite, enfim, que a pessoa ajuste o foco e seja mais eficiente.


Perfis dos consumidores

A segunda parte do relatório WGSN Insight define quatro perfis de consumidores que vão pautar as estratégias das empresas e devem ser priorizados pelas marcas por meio de uma análise dos propulsores de comportamentos, desejos e necessidades das pessoas.

Reguladores
Depois de anos de incertezas e mudanças impactantes, esse grupo se baseia na consistência como mecanismo de sobrevivência;ConectoresSão contrários à cultura da pressa, mas longe de serem preguiçosos. Eles estão determinados a reescrever as regras do empreendedorismo e do compartilhamento;

Construtores de memórias
Os sentimentos pós-lockdown de culpa e remorso estão sendo transformados em vidas mais enxutas e novos conceitos de família;

Neo-sensorialistas
Não se engane porque eles adoram tecnologia. Só não querem enxergar a vida por um headset de realidade virtual. Aliás, muito pelo contrário.

Os reguladores são, portanto, traumatizados com mudanças; os conectores buscam uma vida mais leve e com menos agito e aglomeração; os criadores de memórias estão focados em viver o presente; e os neo-sensorialistas abraçam com tudo e se mostram bem otimistas em relação às novas tecnologias.

Todos têm um ponto em comum: uma necessidade compartilhada de realinhamento – seja consigo mesmo, seja com o mundo de cada um ou com o planeta como um todo.

Fonte: Consumidor Moderno