Estratégia & Marketing
Postado em terça-feira, 30 de agosto de 2022 às 10:34
Estudo aponta protagonismo de fotos e vídeos em publicações pelas empresas que utilizam as redes sociais.
Cada vez mais empresas usam imagens e vídeos para se comunicar com seus clientes na internet, especialmente com publicações nas redes sociais. Essa é a conclusão de um levantamento realizado pela Buzzmonitor nas principais plataformas utilizadas no Brasil entre janeiro de 2020 e julho de 2022.
A pesquisa analisou por meio de inteligência artificial as publicações em Youtube, Facebook, Instagram e Twitter. As publicações de imagem aumentaram em 30% a participação nos últimos 3 anos. Segundo a Buzzmonitor, a diferença cresceu nos últimos 12 meses, alavancado principalmente por Facebook e Instagram.
Pandemia influenciou modo de consumo de conteúdo
Para Gabriella Coffioni, head de marketing da LTK na América Latina, esse movimento pode ser atribuído também à pandemia, pelo isolamento imposto pela quarentena. “Todo o entretenimento e as funções básicas offline foram fechados e quase toda a atenção das pessoas foi transferida para dentro das redes sociais”.
Enquanto isso as publicações em texto apresentaram queda. De 78% de todas as publicações criadas por perfis corporativos em 2020, para 65% até julho deste ano. A proporção de imagens aumentou em 30% em comparação com 2020.
Ao mesmo tempo, a participação do Instagram cresceu de 12% para 40,4% apenas nos últimos 12 meses. Já o texto se manteve estável, representando 6,4% das publicações em 2020 e 6,2% em 2021, apesar de um pico de 13% em 2021.
Operadoras de telefonia disponibilizaram acesso gratuito às redes do Meta, segundo o Portal de Planos em 2020. Ainda em um contexto de pandemia analisado pelo estudo da Buzzmonitor, o aumento no uso das redes sociais se deve ao que Gabriella Coffioni definiu como a atribuição de “novos papéis ainda mais importantes na nossa vida, como os de relacionamento, trabalho, estudo, consumo e entretenimento”.
E as empresas seguiram esse fluxo, ao começar a investir mais nas redes sociais como canais de comunicação e engajamento. “Especialmente em campanhas com influenciadores, como solução para sensibilizar suas campanhas publicitárias e fortalecer as vendas”, destaca Gabriella.
Publicações nas redes sociais: cada vez mais vídeos
A proporção de vídeos no Instagram aumentou 375% em julho de 2022 em comparação com o mesmo mês do ano passado. Um dos motivos pode ser atribuído ao lançamento do Reels como função corporativa em setembro de 2021.
Ainda que pouco relevantes no universo de publicações do Instagram – a média de vídeos na timeline chega perto dos 130 milhões mensais – o Reels passou de apenas 33 publicações para mais de 6500 em julho este ano, se analisados somente os perfis corporativos.
Para a head de marketing, formatos de texto e fotos geram menos tempo de tela se comparados a vídeos, “mas ainda são formatos de conteúdo importantes dentro de plataformas que reforçam comunidades como, por exemplo, newsletters e grupos de mensagem”.
Já o Facebook ainda se caracteriza majoritariamente por publicações corporativas em fotos, mas a proporção de vídeos cresceu quase 3 vezes no período analisado pela Buzzmonitor, de 3,9% para 12,2%.
Isso porque vídeos curtos – área de maior investimento em todas as redes sociais analisadas, e também é possível incluir o TikTok nessa análise – são uma ótima solução para identificação com o público e novas audiências, e ainda direcionar tráfego para conteúdos mais longos e que acabam atingindo públicos de nicho.
Personalizar o conteúdo para cada canal é a chave
Isso não significa que o texto vai morrer. É muito mais um reflexo da pulverização do consumo, e as marcas parecem já ter entendido que o comportamento do consumidor é diferente em cada plataforma. Por exemplo, o LTK App prioriza vídeos e descrições físicas para compra e inspiração de criadores, e o Facebook para reforçar o relacionamento com a comunidade.
Ainda assim, com o crescimento das publicações em vídeo em todos os canais, Gabriella Coffioni acredita que textos e fotos continuarão a ser formatos estratégicos para reforçar comunidades. “E comunidades são a maior vantagem que um criador de conteúdo ou uma marca podem ter hoje. Afinal, são elas que movem vendas e reforçam o poder da influência”, analisa a head de marketing da LTK.
Em um cenário de pós-pandemia, o desafio das empresas deve estar mais concentrado em gerar conversas que acrescentam relevância para seu público, ao mesmo tempo em que devem trabalhar nas redes sociais, e inclusive em outras plataformas, que geram descobertas.
Fonte: Consumidor Moderno