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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 21 de junho de 2022 às 11:13


Tendência de trazer elementos de jogos, como feedbacks rápidos, design mais criativos, sistemas de recompensas e rankings se intensificou mais recentemente.

Nos últimos anos, vimos o setor de gamificação dar um verdadeiro salto e alcançar patamares nunca vistos. De acordo com um levantamento da Fortune Business Insights, empresa de estudos de mercado e serviços de consultoria, em 2019 esse mercado era de US$ 6,33 bilhões (R$ 30,13 bilhões). Mas as previsões de crescimento já apontam que ele deve ficar quase seis vezes maior até 2027, chegando aos US$ 37 bilhões (R$ 176,12 bilhões). Fica claro que esse segmento está em constante expansão e deve fazer cada vez mais parte da vida das pessoas.

Embora muitos não percebam, estão sendo impactados por estratégias de gamificação diariamente, tendo suas rotinas influenciadas por elas desde formas tênues até outras mais óbvias. E, ainda que essa tendência de trazer elementos de jogos, como feedbacks rápidos, design mais criativos, sistemas de recompensas e rankings já faça parte do universo do marketing há algum tempo, se intensificou mais recentemente.

Mas, por que exatamente somos tão atraídos pelas estratégias de gamificação, que têm dado certo, principalmente, na era digital?

Estratégias de gamificação: uma tendência de sucesso

Algumas das respostas para essa pergunta são mais ligadas a questões científicas, enquanto outras são mais sutis e relacionadas ao lado comportamental de cada um.

O primeiro ponto chave é a produção de dopamina, um neurotransmissor ligado ao humor, à sensação de prazer e ao “sistema de recompensa” do nosso cérebro, que influencia diretamente nossas emoções. Quando nos envolvemos com jogos ou atividades com esses elementos, acabamos aumentando a produção desse mensageiro químico, e é por isso que nos sentimos mais felizes e tendemos a continuar buscando essa sensação.

Outro fator importante é que os seres humanos são mais propensos a se interessarem e engajarem com ações que causem sensação de completude, competitividade, vitória, conquista, que sejam mais interativas, leves, divertidas, responsivas e que aumentem sua autoestima, características que estão presentes na ludificação e geram sensações positivas.

E, sempre de olho nas tendências de comportamento, as organizações passaram a pesquisar mais sobre esse tema, analisando de que forma poderiam aplicá-lo aos seus negócios e quais os ganhos que teriam com isso. Com o passar do tempo, as estratégias foram se aprimorando cada vez mais, se aperfeiçoando e evoluindo de acordo com as mudanças vividas pela sociedade e pelos desejos e necessidades dos consumidores.

E é por isso que, mesmo sem perceber, acabamos nos engajando muito mais com atividades que aplicam esses princípios. Um exemplo é a adoção dos treinamentos corporativos gamificados pelas companhias: ao trazer essas estratégias para esse exercício, eles passaram a ser muito menos cansativos e entediantes, e os colaboradores começaram a se divertir e interagir com mais intensidade, encarando a tarefa de forma mais agradável.

Outro ambiente no qual podemos observar o uso da ludificação é nas salas de aula. Principalmente nos dois últimos anos, com as aulas à distância, as escolas tiveram que se adaptar e melhorar seus métodos de ensino. Uma das formas de atrair e reter a atenção dos alunos dentro de casa foi utilizar a gamificação para que o processo de aprendizado fosse mais fácil e suave, gerando mais identificação com as novas gerações.

Vale ressaltar que essa prática pode ser utilizada nas mais diversas situações e contextos, porém o mais importante é entender onde ela poder ser mais útil e consegue de fato somar para a experiência do usuário, pois seu foco principal é retirar possíveis atritos e facilitar as jornadas e os processos, tornando-os menos tensos e pesados.

Esse conceito tem estado muito presente na sociedade e exerce um grande papel nas atitudes e escolhas das pessoas, ainda que elas não se deem conta. Precisamos apenas nos atentar para que esse artifício seja utilizado com moderação e sabedoria, para que não acabe ultrapassando a linha da manipulação, deixe de ser prazeroso e seja visto de forma negativa. Enquanto tivermos isso em mente, poderemos desfrutar de tarefas, produtos e soluções do dia a dia de maneira mais leve e divertida, exatamente da forma como a vida deve ser.

Fonte: Consumidor Moderno
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 14 de junho de 2022 às 10:40


De baby boomers à geração Z, marcas se atentam às necessidades de todas as faixas etárias; e buscam formas de se comunicar com cada uma delas.

O aumento da expectativa de vida da população e os novos hábitos da geração Z criaram um desafio a mais para as empresas conquistarem os consumidores. Ao mesmo tempo em que precisam atender o público com maior poder aquisitivo, representados pelos baby boomers e X, também são pressionados pelo comportamento moderado e consciente da geração Z, o consumidor do futuro.

Cada uma dessas gerações tem particularidades, pois todas cresceram em contextos socioculturais e econômicos distintos, o que influencia a forma de consumir. Para a geração Y e Z, não basta ter preço e produto bom. É preciso ter propósito e uma história por trás daquilo que estão comprando.

Para os baby boomers e parte da X, valem qualidade e, lógico, preço adequado. Esses grupos gostam de ostentar bens mais do que os jovens, que buscam praticidade e comodidade.

“As marcas têm dificuldade para encantar essa nova geração, que praticamente não vê TV aberta. Eles estudaram mais, têm mais acesso à saúde e são mais plurais”, diz o sócio da GS&Consulting, Jean Paul Rebetz.

Ele explica que esses consumidores nasceram numa época de oferta abundante de produtos, diferentemente de gerações passadas, que viveram a escassez no mercado devido à economia mais fechada. “Agora é mais fácil falar em sustentabilidade e storytelling.”

ESPELHO

Na outra ponta, a vida das empresas também não tem sido fácil. Pesquisa da Nielsen mostra que só 23% das pessoas com mais de 55 anos se sentem representados nas propagandas.

“O envelhecimento no Brasil é algo novo. As empresas ainda não sabem como atender esse público”, diz Clea Klouri, sócia-fundadora da Data8, especializada no mercado da longevidade.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 32,5 milhões de pessoas com 60 anos ou mais – quase 12 milhões a mais do que há dez anos. Apesar de ser um mercado de elevado potencial de consumo, diz Clea, as marcas não conversam com esse público.
É uma geração invisível que reclama da falta de produtos adequados em quase todos os setores, como beleza, moda e até alimentos.

Segundo ela, apesar de as empresas ainda terem receio de se comunicar com esse público e parecer uma marca velha, há um movimento – ainda tímido – para romper essa barreira. A Natura (NTCO3) é uma das que buscam se aproximar dos consumidores maduros, com mais dinheiro para gastar.

“Temos uma diversidade e amplitude de marcas para cada personalidade. A linha Chronos é para mulheres acima de 40 anos”, diz Maria Paula Fonseca, diretora global da marca Natura.

Segundo ela, para a Natura, é mais fácil chegar a esse público do que à geração Z. “Esse público, exige uma mensagem diferente, que envolve uma causa. Nessa linha, apostamos na sustentabilidade.”

A iniciativa ocorreu na linha mais popular, o Kayak, em que as tampas da embalagem passaram a ser feitas com plástico retirado do oceano. “Com isso, desenvolvemos uma cadeia de reciclagem. E isso responde em parte à pergunta dessa geração sobre o que a empresa faz.”

CONDIÇÕES

As causas sociais e ambientais têm ganhado relevância na vida das pessoas, o que influencia o consumo. Apoiar essas iniciativas passou a ser exigência dos clientes na hora de escolher uma marca. A jovem Bianca Sales, por exemplo, exige produtos orgânicos, enquanto a mãe, Maria Eliete, leva mais em conta o preço.

“A preparação para o futuro está ocorrendo em ritmo acelerado e queremos ser uma empresa de tecnologia de mobilidade”, diz Frederico Battaglia, diretor de marketing da Stellantis, empresa que detém 14 marcas, entre elas a Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram. Para garantir a pegada de carbono zero, a empresa tem um plano ambicioso que envolve eletrificação e veículos híbridos (etanol e elétrico).

Hoje, diz ele, os consumidores pedem uma história interessante sobre o produto, que precisa ser real. “Com o acesso à informação, não basta dizer que é legal, tem de mostrar que é legal.”

Segundo o executivo, a lição de casa das empresas nesses tempos tão conectados é entender o perfil dos clientes e tentar entregar o melhor produto possível. Por isso, em 2021, a empresa criou a Flua, uma empresa de assinatura de carros que oferece planos de locação de 1 a 3 anos.

Para alcançar consumidores tão diversos, as empresas têm explorado inúmeros canais de comunicação. O desafio com essa multiplicidade de meios é usar a linguagem adequada para cada um deles.

“Além disso, tem um criador específico para cada plataforma, um nativo ‘expert’ daquele ambiente”, diz a diretora de marketing Corporativo da Lojas Renner, Maria Cristina Merçon.

A Renner (LREN3) está presente em todas as redes sociais. No TikTok, na qual tem mais de 1,1 milhão de seguidores, a estratégia é fazer lives e levar mensagem de encantamento para os usuários. “Antes era mais simples. Usávamos uma mesma mensagem num discurso menos direto. Hoje temos de entender como o cliente se relaciona com a marca e ver como falar com ele.”

Na C&A (CEAB3), a estratégia também está focada na sustentabilidade. A empresa tem feito coleções baseadas no meio ambiente. São coleções com algodão mais sustentável e peças recicláveis – segundo a empresa, 55% das matérias-primas são de origem mais sustentável.

Fonte: Infomoney