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Gestão & Liderança Postado em terça-feira, 01 de dezembro de 2020 às 09:56


Razões para se educar financeiramente foram discutidas por Eduardo Lyra, Guilherme Benchimol e Kondzilla na Semana de Educação Financeira Xpeed.

Empreendedorismo pede criatividade, enquanto a educação financeira pede razão. Mas construir um negócio de sucesso passa pela união dessas duas competências. Saber ganhar, poupar, investir e pensar sobre dinheiro é fundamental para construir um empreendimento competitivo, mas sustentável.

A reflexão fez parte do painel “Educação Financeira: Por que é importante?”, promovido pela Semana de Educação Financeira Xpeed. Discutiram o tema Eduardo Lyra (fundador e CEO do Gerando Falcões), Guilherme Benchimol (fundador e CEO da XP Inc.) e Kondzilla (produtor da Kondzilla Records, com o sétimo maior canal de música do mundo).

A Semana de Educação Financeira XPEED faz parte da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), iniciativa pública que reconhece a educação financeira e previdenciária como ferramenta de inclusão social, de melhoria da vida do cidadão e de promoção da estabilidade, concorrência e eficiência do sistema financeiro do país. A última ENEF teve mais de 14.000 ações, impactando 70 milhões de pessoas.


Primeiros passos: ganhar, poupar, investir e aprender

Lyra diz que um dos ensinamentos de sua mãe é poupar mesmo sem ganhar muito dinheiro. “Eu vivia numa situação vulnerável, mas já comecei a poupar com meu primeiro salário. Eu comia no Bom Prato de Ferraz de Vasconcelos [restaurante popular em cidade da Grande São Paulo] para poder guardar R$ 6 que iriam para a faculdade, para garantir meu futuro. Decidi com minha esposa depois que nunca teríamos problema com o dinheiro. Tudo que conseguíamos produzir, guardávamos ao menos 50%”.

Depois de ganhar e separar dinheiro, o próximo passo é escolher investimentos. “Obtive algumas conquistas, como uma casa, não necessariamente ganhando muito dinheiro. Tive uma boa gestão, o que permitiu autonomia financeira”, diz Lyra. “Começar a guardar dinheiro, buscar conhecimento e então fazer bons investimentos é o primeiro passo para criar um fluxo de prosperidade e uma vida melhor para a sua família.”

Aprender, inclusive sobre educação financeira, é uma constante no mundo do empreendedorismo e dos investimentos. “Empreender é simples, na teoria. Fazer mais receitas do que despesas, entregando cada vez mais qualidade. Mas você não saberá otimizar essas variáveis sem educação financeira. Você empreenderá com amadorismo, e assim não chegará lugar algum”.

“No começo, eu investia tudo. Mas eu sabia que tinha de ter um custo menor do que os ganhos, o que me permitiria formar um patrimônio para investir em estudos e equipamentos. Isso era essencial para competir em um mercado tão agressivo quanto o de produção audiovisual e de música. Tínhamos de construir um produto que eu tivesse coragem de consumir”.

A importância do conhecimento sobre finanças ficou ainda mais evidente nos últimos meses, marcados pela pandemia. “Vimos como o Brasil é vulnerável economicamente. Não ter uma reserva para fazer compras por dois ou três meses colocou as pessoas em uma situação delicada. Quanto mais levarmos a educação financeira, mais elas terão segurança em dias ruins”, diz Lyra. “A educação financeira a transforma pessoas. Elas vão além de consumidoras, viram cidadãs que exercem seus direitos.”


Receita do sucesso: começar pequeno, olhando o longo prazo

Na toada sobre consumismo, Benchimol diz que um dos maiores aprendizados financeiros é abrir mão de vontades de curto prazo e usar esse dinheiro para fazer renda. Depois de um tempo, o patrimônio cresce por conta própria como fruto do esforço dedicado à educação, aos investimentos e negócios.


“Além de ajudar a ter um conforto mínimo, o que o dinheiro traz é liberdade. Você consegue fazer escolhas melhores, como entrar em uma empresa ou projeto em que acredita. Sua felicidade parece menor em curto prazo, mas será maior em longo prazo”.

Na hora de tocar os primeiros empreendimentos, é inclusive melhor começar pequeno. “Muita gente acha que sonhar grande é começar grande, mas todos nós começamos pequenos. Quando você não conhece bem as variáveis, é importante começar enxuto. Você muda de opinião algumas vezes até encontrar o caminho certo”, diz. “Não conheço quem alcançou o sucesso no curto prazo. Tem muita gente que sempre começa algo novo. É importante você ter uma direção, e ela só se consolida no longo prazo.”

Por fim, o fundador e CEO do grupo XP Inc. deu conselhos que vão além do universo dos negócios e investimentos. “Seja uma pessoa obstinada. Você vai tomar vários tombos ao longo da vida, e vai precisar aprender com esses erros do passado para seguir em frente”, diz Benchimol. “Também aprenda a assumir riscos. Temos uma cultura latino-americana de cuidar uns dos outros, e em casa eu sempre ouvi que teria de ter uma carreira tradicional. Empreender porque algo faz sentido, mas sabendo a administrar os riscos envolvidos, é importante.”

Fonte: Infomoney
Gestão & Liderança Postado em terça-feira, 24 de novembro de 2020 às 09:39
Como se desfazer do excesso de responsabilidades Era um daqueles tipos de relacionamento. O evento para participar das reuniões recorrentes desse grupo constava na minha agenda. Ao longo do primeiro e do segundo ano de envolvimento, eu adorava participar. Logo depois, meu interesse diminuiu, e eu só comparecia porque achava que devia. Em dado momento, eu simplesmente deixei de priorizar aquilo… porque eu ficava cansada depois de viajar, porque eu queria encontrar uma amiga, ou porque eu sempre tinha algo para fazer.

Uma parte de mim continuava achando que eu apareceria depois de um tempo. No entanto, depois de meses agindo assim, estava muito claro que eu não iria mais comparecer. Sendo assim, decidi parar de “assombrar” o grupo – deixar de comparecer, mas sem admitir que eu realmente tinha saído.

Achei que eu tinha acatado bem essa decisão. Em seguida, a sugestão de um amigo me inspirou a ser decisiva e direta. Fiquei surpresa ao ver que, uma vez rompido esse compromisso, imediatamente me senti mais leve e mais livre à medida que nuvens de indecisão e fuga desapareceram.  Então, não carregava nenhuma culpa.


Esse dilema lhe parece familiar?

Com todos os transtornos do primeiro semestre, é provável que você não tenha participado de muitas atividades e grupos. Sei que senti muito por estar longe dos grupos pelos quais tenho grande apreço; no entanto, pode ser que você tenha descoberto que não participar de outros não causou problema algum.   

Talvez seja uma atividade voluntária que não condiz mais com você, um grupo de desenvolvimento profissional que deixou de ser gratificante, ou um comitê onde o trabalho não é mais uma prioridade neste momento. Para algumas atividades – como uma reunião semanal da empresa – você precisa estar presente, mesmo que não tenha disposição para isso. No entanto, no que se refere às atividades opcionais que você pode escolher e das quais você se distanciou, pode ser a hora certa de fazer uma ruptura clara.

Você consegue pensar em algo que esteja nessa categoria? Se sua resposta for “sim”, já comunicou sua intenção? Se ainda não o fez, recomendo-lhe arrumar um tempo para romper com esses compromissos da maneira correta. Eis quatro etapas para você se sentir livre:


1. Faça a comunicação de forma direta

Em vez de fugir da questão e deixar de comparecer, comunique-se com os líderes certos e com os setores com os quais você tem responsabilidades. No meu caso, eis aqui o e-mail que enviei, para mostrar como pode ser a sua comunicação:

Olá, (nome do líder),
Espero que você esteja bem. Gostaria de comunicar algumas coisas.
Ao avaliar as minhas prioridades, percebi que o (nome do grupo) não é uma área onde me vejo investindo meu tempo.
Achei que poderia estar mais presente no ano passado do que realmente estive, e não me vejo participando nos próximos meses. Gostaria de fazer esse comunicado de forma direta a fim de que você não conte com minha presença para alcançar as metas do grupo.
Obrigada pela oportunidade de participar do clube. Foi uma ótima experiência de aprendizado para mim. Tenho muito orgulho de todos pelo progresso que tiveram. Estarei de volta no futuro quando e se o grupo estiver alinhado com o lugar onde eu sinta que deva estar.
Tenha um ótimo dia!

O e-mail pode ser a maneira mais apropriada para comunicar suas intenções. Ou, caso você esteja deixando um cargo de maior responsabilidade ou onde tenha um relacionamento mais próximo, pense em fazer uma ligação, uma videoconferência ou uma reunião presencial para discutir o assunto. Decida o modo de comunicação que mais se enquadra no relacionamento que você tem com as pessoas envolvidas. Em seguida, não se esqueça de pensar em tudo o que quer dizer para demonstrar clareza e simpatia.


2. Termine seus compromissos

Com este grupo em especial, eu havia me comprometido a postar suas reuniões no MeetUp.com – um site com todos os tipos de eventos em grupo – o que eu não havia feito ainda. Saber que a minha comunicação foi direta me deu o impulso de que precisava para priorizar o término daquela tarefa. Assim, quando informei que não mais faria parte do grupo, eu já havia resolvido todos os compromissos principais; isso me proporcionou uma ruptura clara e me tirou a sensação de obrigatoriedade.

Reflita sobre todas as suas principais responsabilidades para com essa situação em especial. Decida se irá terminá-las e, em caso positivo, quando. Ou, se você somente avisará que não mais será responsável por um tópico em especial, informe ao comunicar sua saída. Por exemplo, eu havia me comprometido a ser mentora de um novo integrante do grupo, mas ainda não havia avançado muito. Eu o informei da etapa onde estávamos no processo de mentoria e que ele deveria procurar um novo mentor.


3. Limpe a agenda

Uma vez que eu havia comunicado que estava me desligando do processo, senti-me livre para apagar tudo o que havia em excesso preenchendo minha agenda, a lista de pendências e a caixa de entrada do meu e-mail. Apaguei a reunião recorrente do meu Google Calendar, todos os lembretes das coisas a fazer para o grupo e me desfiz do material que não mais iria precisar. Essa atitude me libertou daquela pontada de culpa a cada vez que eu via um lembrete desse grupo no ponto em que eu havia saído, e fez com que eu deixasse de lado suas ações. Pergunte-se: o que posso apagar ou me desfazer para que eu não tenha excesso de informações digitais ou físicas?

Você também pode se desfazer dos lembretes, como por exemplo, cancelar a assinatura de listas de e-mails, cancelar lembretes de mensagens, sair de grupos do Facebook, ou outros itens que enviavam lembretes de reuniões ou comunicações.


4. Desfrute do alívio

Adotar a maneira mais fácil de se desfazer dos compromissos ao ignorá-los ou evitá-los é a forma mais penosa ao final. Quando você diz a si mesmo e aos outros que está de saída, você realmente fica livre. Posso falar por experiência própria que o alívio é palpável. Descobri, também, que as pessoas dão valor a esse encerramento, ainda que leve meses para que você finalmente comunique. Não é mais preciso que eles perguntem por que você não compareceu a certos eventos,  pedir que você se voluntarie para compromissos, quando eles não sabem ao certo se você irá ou não, ou se frustrarem com a falta de retorno de sua parte.

Agora é a sua vez: Quais compromissos não condizem mais com seus valores e prioridades? Quando você irá fazer a comunicação para que essa etapa se encerre e você possa se livrar do peso da fuga? Você não precisa manter a si mesmo ou outras pessoas na corda bamba. Comunique de forma direta que não irá mais dar andamento às atividades, para que você tenha a tranquilidade mental e emocional de seguir em frente.

Fonte: Harvard Business Review