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Gestão & Liderança Postado em quarta-feira, 26 de julho de 2017 às 12:32
“Bem vindo à época das mudanças exponenciais, o melhor momento para se viver.” Peter H. Diamandis

Uma profunda análise de cases mundiais conhecidos, sob uma ótica que para algum desavisado poderia beirar a ficção científica, página a página somos arremetidos subitamente pelas provocações e insights.

Parte-se do princípio de que no mundo corporativo atual existe um novo organismo – a Organização Exponencial, solta na Terra e que se não a compreendermos, em última análise, não nos tornarmos uma delas, seremos simplesmente devorados. Estas organizações estariam se expandindo em uma proporção muitas vezes maior do que uma empresa típica, modificando complexas estruturas sociais, provocando mudanças inesperadas e criando novos mercados absolutamente disruptivos.

As Organizações Exponenciais são também conhecidas como ExOs (do inglês Exponential Organizations). Elas são novas empresas que adotaram uma forma diferente e revolucionária de fazer negócios e, como consequência, observaram rápido crescimento em curto período de tempo, se comparadas aos seus pares no mesmo ramo econômico. Utilizando um pensamento moderno com ação e reunindo os elementos certos, estas empresas escalaram o mercado cerca de 10 vezes mais rápido que seus concorrentes. Uber, Airbnb, Netflix, Google e Waze são exemplos de Organizações Exponenciais que mudaram radicalmente a forma como a sociedade interagia e consumia os produtos de suas categorias. Elas simplesmente revolucionaram o modelo de negócio e atuação no oferecimento de seus produtos e serviços.

Organizações mais antigas e consolidadas se utilizam de sistemas lineares para existir e para gerenciar suas atividades. Desta forma, é comum uma hierarquia definida, com grande centralização do poder e do conhecimento. Por outro lado, a mentalidade trazida pelas ExOs sai completamente destes padrões, são domadas por um senso de não linearidade, total descentralização, pela transparência e inovação, fazendo com que as possibilidades de sucesso sejam potencializadas muitas vezes através da escala que alcançam. Na maioria das vezes são negócios simples, que nasceram para resolver problemas das pessoas de forma a quebrar todos os paradigmas até então existentes.

Que estas organizações são diferentes não nos resta qualquer dúvida e, a partir desta perspectiva de escalada ao sucesso, quais insights podemos retirar deste processo de criação e explosão das Organizações Exponenciais? Como líderes podem construir empresas que sejam tão ágeis, habilidosas e inovadoras como as pessoas que farão parte dela, seja seu time ou seus clientes? Como competir neste acelerado contexto? Como expandir nestas proporções exigidas pelo mercado atual? Aprendemos como podemos expandir a tecnologia. Este é o momento de aprender como podemos expandir as organizações.

Para qualquer líder, está se tornando cada vez mais evidente que suas funções estão deixando de operar em um mundo previsível, para um mundo volátil e complexo em que a adaptabilidade e a disrupção representam vantagens competitivas obrigatórias.

Por esta razão, compartilhamos nove insights do livro para esta nova liderança exponencial.

1) Crie produtos e serviços baseados na informação: encontre novos produtos e serviços que sejam totalmente baseados em informações. Isso permite escalabilidade. Se eles ainda não estiverem disponíveis na empresa, desenvolva-os. Rápido!

2) Tenha mecanismos externos de promoção da inovação: segundo Peter Diamandis “se você estiver contando exclusivamente com a inovação de dentro da sua empresa, você está morto”. Por isso encontre maneiras de alavancar a sua comunidade e para a inovação. Investigue a inovação cooperativa e dê liberdade aos colaboradores.

3) Explore novos modelos de negócio: à medida que os dados se tornam o novo petróleo, muitos modelos de negócio serão transformados de hardware para software, e para serviços. Em todos os segmentos! Agregar serviços complementares, aos produtos serviços, diferencia, permite margem e amplia a percepção do cliente para as necessidades que o seu produto satisfaz.

4) Explore outros tipos de inovação: a maioria dos líderes considera a inovação localizada em produtos. Enxergue as inovações de processos, inovação social, inovação organizacional, gestão da inovação, inovação de modelo de negócio e etc. Tecnologia e produtos já não são mais os únicos agentes de inovação.

5) Aceite que há limites para quantificação, dados e racionalização: ainda existe um lugar e um papel fundamental na intuição, experiência, visão pessoal e instinto. Como o futuro na maior parte das vezes é desconhecido, a maioria das decisões estratégicas importantes ainda depende da intuição. O instinto às vezes pode servir como uma bússola em um mundo incerto, especialmente ao solucionar um problema pelo qual você tem interesse.

6) Explore novos modelos de receita: mais assinaturas X vendas isoladas. Há uma tendência de acesso X apropriação muito em alta. Mais apps, mais produtos conectados e mais Economia Circular. Novos modelos de taxas, licenciamento de plataforma, por exemplo.

7) Avalie modelos de preços diferenciados em tempo real: o monitoramento da demanda em tempo real permitirá a precificação também em tempo real (por exemplo, passagens aéreas). A inteligência artificial se revelará extremamente valiosa nessa transição.

8) Considere dashboards comportamentais em tempo real: dados agregados dos clientes em tempo real fornecem informações sobre o comportamento e as emoções deles, permitindo a adequação de produtos e serviços com base no perfil desses clientes.

9) Aposte cada vez mais na personalização do produto: personalização completa dos produtos e serviços com base em clientes individuais (tamanho, gosto, língua, dados comportamentais, dados contextuais, dados de sensores, dados transacionais e, possivelmente, DNA ou perfil neurológico). O Neuromarketing não só deve ser usado para medir a atenção, a motivação, a intenção, a marca e a eficácia, mas também como uma forma de personalização em áreas como entretenimento, esportes e alimentos.

Inovação e velocidade somados aos 4 D’s (disrupção, descentralização, desburocratização e democratização) são pontos-chave para a criação e o crescimento de uma Organização Exponencial sustentável. 
Fonte: Fabiana Mendes - Gouvêa de Souza
Gestão & Liderança Postado em quarta-feira, 26 de julho de 2017 às 12:25
Para Henry Visconde, da Eurobike, o empreendedor precisa “ir para a rua” e manter o radar sempre ativo para obter os melhores aprendizados para seu negócio. E, às vezes, estar pronto para “pauladas” e aprendizados.

Para mim, no mundo dos negócios existem algumas máximas que jamais vão mudar. Uma delas é “comece fazendo bem feito desde o início”. A meu ver, trata-se de uma verdade absoluta — até porque, se o negócio não começar acertadinho e for crescendo, dará um trabalho danado arrumar tudo lá na frente. E não só isso: começar fazendo bem feito é mais barato, também.

Por bem feito, refiro-me à adequação às questões legais e burocráticas do nosso país. Sim, o famigerado custo-Brasil. Dá trabalho, eu sei, mas minha experiência com a Eurobike, rede de concessionárias especializada em veículos premium do Brasil, mostra que esse é o melhor caminho. Isso e a questão do profissionalismo da gestão: é indispensável que o empreendedor fique muito atento à governança, que saiba separar o lado pessoal do profissional, para que a empresa realmente cresça de forma sustentável e saudável.

“Mas o que isso tem a ver com referências para um negócio, Henry?”

Absolutamente tudo. Resolvi começar o texto com essas duas reflexões porque, como disse, considero-os aprendizados fundamentais para qualquer empreendedor que esteja começando. E não foram aprendizados adquiridos em alguma escola, ou em algum curso específico; aprendi na rua, mesmo, mantendo-me sempre atento a tudo o que considerava importante para o meu negócio.

É por isso que acabo sendo “chato” com startups. Pego no pé em relação aos processos, que têm que estar bem estruturados desde o comecinho. Porque, a meu ver, não há mais espaço para um começo equivocado. Qual será o modelo, como vai funcionar, quantos funcionários, como será a gestão, e por aí vai: sempre faço essas perguntas para os empreendedores que estão começando. E sou rígido com as respostas. Porque sei que, se não está bem embasado, a operação vai se perder.

Então se você tem uma ideia fantástica, vá para a rua validar como ela vai funcionar na prática: busque alguém, por exemplo alguém que tenha um negócio correlato ao seu e que possa fazer o papel de advogado do diabo, questionar. E esteja pronto para “tomar porrada”. Às vezes, o jovem não tem a humildade de ouvir e aprender. E as pauladas do dia a dia dão muito aprendizado.

Minha experiência com a Eurobike

Com “ir para a rua”, quero dizer que deve-se manter a antena sempre muito aberta.

No varejo, por exemplo, o líder precisa aparecer, ou precisa criar um modelo de gestão por meio do qual tenha “embaixadores” que o representem nas unidades.

De minha parte, eu ia para as oficinas e os show rooms acompanhar os atendimentos. Via o cliente reclamar, via o técnico cometendo equívocos, e fui entendendo todo esse processo. Tudo isso foi incorporado ao meu modelo de gestão, das formas mais diversas possíveis.

Por exemplo: os orçamentos passaram a ser feitos da forma mais transparente possível, para que os clientes tivessem certeza de que estávamos jogando limpo, sempre. Esse contato direto com o cliente, a meu ver, é indispensável para segurá-lo, para que ele retorne.

Radar ativo sempre, em qualquer lugar

Na prática, as referências para o seu negócio podem surgir em qualquer lugar. Quando viajo, procuro ficar em lugares corriqueiros, como cafés e restaurantes, observando a circulação de pessoas, vendo como as coisas funcionam. Dessa experiência veio, por exemplo, a ideia de criar um café dentro da loja da Eurobike de São Paulo — um lugar gostoso de ficar, como essas em que as pessoas ficam horas trabalhando. Um lugar para incrementar a experiência com a marca: o cliente ganha um voucher para ficar lá enquanto o carro passa por inspeção e manutenção. Pode parecer bobo, mas muda a forma como ele percebe a obrigação de levar o carro para a inspeção.

Também considero fundamental estarmos atentos àquilo que empresas de outros setores fazem bem. Por exemplo, quando fui tirar sangue no Laboratório Fleury, perguntei à enfermeira sobre o motivo de o atendimento ser tão bom. Ela encheu a boca para dizer que sente orgulho da empresa.

As lojas da Apple também sempre foram modelos a serem perseguidos, pelo atendimento simplificado, pela ausência de burocracia do processo.

Nesses casos, nunca tive vergonha: se gostei (ou se não gostei), vou lá e comento, pergunto como é feito, porque é feito assim. Ah, e não posso me esquecer do fundamental: leituras. Muitas, muitas leituras. Isso aprendi com meu pai, que era um cara bastante antenado e lia de tudo. Temos que conhecer as experiências de outros gestores, de outras marcas, mas não só; ler jornais, revistas, romances, e tudo o que possa contribuir com insights para incrementar aquela ideia e aquele modelo de negócio de que falamos.

Entender mais para atender melhor

Retomando a importância de ir para a rua: quando passei a ficar no show room, ao lado do vendedor, aí, sim, entendi para valer o cliente e a operação. E pude estruturar a gestão para atender melhor. Comecei a ver coisas que, se continuasse dentro do escritório, não enxergaria, para melhorar a experiência que a marca oferecia.

Por fim, acredito que, no fundo, temos que saber vender e gostar do produto que vendemos. Se vendo carro, preciso ser louco por carros, ou não terei o drive necessário para me dedicar. Eu nunca tinha vendido veículos, mas gostava deles. Então, fui me colocar ao lado de quem sabia vender, de quem estava ralando no dia a dia. E aprendi algo que nem as escolas, nem os escritórios poderiam me ensinar.

Fonte: Endeavor