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Gestão & Liderança Postado em quarta-feira, 14 de junho de 2017 às 07:22
Conversei recentemente com um CEO que me contou a seguinte história. Em uma dada reunião, ele ficou tão bravo porque o time não estava discutindo sobre os problemas do futuro que, na sala de reuniões do escritório, ele resolveu colocar, sobre uma cadeira vazia, um aviso. Nele, era possível ler: “nosso futuro”.

Colando o aviso na cadeira, ele disse à sua equipe:

“Esta é a única forma que eu conheço de fazer a gente focar na nossa estratégia Máquina 2. Já se passaram meses e nós ainda não conseguimos liberar ninguém para tocar a nossa iniciativa de Máquina 2. Então, o aviso vai ficar sobre a cadeira até fazermos, e toda reunião eu vou falar sobre o mesmo ponto: enquanto cada um de nós está trabalhando duro no presente, vamos nos lembrar que ninguém está trabalhando para o nosso futuro. Aquela cadeira está vazia”.

Eu amo essa imagem da cadeira vazia. E aqui explico o porquê.

1. A maioria das empresas precisa fazer um Máquina 2

Definimos a Máquina 1 como o seu core business, a razão de ser do seu negócio. O seu negócio Máquina 1 é provavelmente líder no segmento ou ocupa uma boa fatia de mercado e é responsável por 80% dos seus lucros. É rentável e traz um bom retorno sobre o capital aplicado, em parte porque muitos dos ativos necessários para dar sustentação a Máquina 1 estão completamente amortizados. Tem apenas um problema: esse negócio não está crescendo e pode sofrer disrupção com a chegada de empresas mais inovadoras.

Já a Máquina 2 é o recurso de crescimento do futuro. Os negócios adjacentes que podem definir o futuro de crescimento da sua empresa. É para onde os seus clientes estão indo e de onde a concorrência inovadora está tirando o máximo proveito possível. Mas tem péssimo lucro, especialmente em comparação com a Máquina 1, porque você vai ter que investir muito para conseguir começar.

2. A maioria das empresas não está agindo rápido o suficiente para fazer a Máquina 2

Construir os recursos de crescimento do futuro é difícil. Você vai passar por vários fracassos. A Máquina 2 demanda novas capacidades e talento. E focar nela tira a atenção que você ainda precisa dar a Máquina 1, que está enfrentando o crescimento lento, mas ainda demanda os seus melhores recursos. É a 1 que está gerando todos os lucros e você não pode desviar os olhos do seu foco.

3. O seu melhor talento sabe quando você está agindo devagar demais e vai perder a fé de primeira

Os melhores de sua equipe sabem ouvir os clientes todos os dias e sabem o que a concorrência disruptiva está oferecendo. Os melhores de sua equipe conseguem enxergar as novas propostas no mercado. E os melhores serão os primeiros a se convencer de que você não está levando essas propostas a sério, e que está mais preocupado em proteger a sua posição atual de mercado do que reposicionar a empresa para o futuro.

4. Em outras palavras, o seu melhor pessoal sabe que “a cadeira está vazia” e estão esperando por você para descobrir.

Nada consome a energia dos seus colaboradores mais rápido que o reconhecimento de que não importa o quão duro eles estejam trabalhando em todos os problemas de hoje, o futuro vai embora rápido.

Ninguém quer estar nesse tipo de empresa. Dito isso, as pessoas são justas. Elas reconhecem que todo mundo têm um papel diferente para desempenhar. Eles vão se comprometer a manter a Máquina 1 acontecendo e a ter certeza de que é ela que financia o desenvolvimento da Máquina 2 – mas só se eles verem alguém de fato trabalhando nessa segunda máquina.

Ninguém quer ver aquela cadeira vazia. Ninguém quer estar com uma equipe de liderança que simplesmente acumula os lucros de hoje, sem nenhuma tentativa real de reinvestir no futuro.

Então, não deixe a cadeira vazia e siga as três regras para fazer a segunda máquina começar a funcionar:

1. A equipe focada nessa segunda máquina pode fazer tudo aquilo que for necessário para criar um futuro melhor para seus clientes e colaboradores. Isso inclui uma canibalização direta nas receitas da primeira máquina.

2. A equipe que continua focada na Máquina 1 pode roubar qualquer boa ideia da Máquina 2. Se existem “ideias futuras” que podem ajudar a empresa atualmente, aceite e lance cada uma delas no mercado.

3. Diminua os riscos de qualquer decisão corporativa que você tomar. Não existe uma solução perfeita para executar as duas máquinas simultaneamente. Há bons argumentos a favor e contra manter a Máquina 2 o mais distante possível da Máquina 1, e vice-versa. Se você mantiver as duas juntas, reconheça que há um perigo presente de verdade: de acordo com o tamanho e o retorno do capital investido, a primeira vai sugar todo o oxigênio, deixando a segunda sem o ar que ele necessita para crescer.

Por outro lado, se você mantiver a segunda muito distante da primeira, reconheça que existe um real perigo de que ele estará no pior dos mundos das startups. Isso porque não terá como potencializar as capacidades ou o talento da primeira máquina e nem atuar como uma startup de verdade com acesso a investidores externos e capital de risco. Então, leve à exaustão todas as implicações das decisões que você tomar, mas comece persistindo no futuro da sua empresa e buscando uma forma de preencher aquela cadeira.

Fonte: Endeavor
Gestão & Liderança Postado em quarta-feira, 14 de junho de 2017 às 07:21
Frio na barriga, angústia, sensação de fracasso iminente, a vontade de admitir: acabou. É comum que as pessoas se sintam assim quando dão de cara com uma muralha que parece absolutamente intransponível. Esse muro alto pode ser uma doença, uma dívida financeira enorme ou a absoluta falta de recursos para o que se quer realizar. Nesta segunda-feira (5), no palco do Day1, empreendedores brasileiros mostraram que, sim, a barreira é enorme, mas pode ser escalada, desde que algumas atitudes sejam tomadas — às vezes, pode ser tão simples quanto continuar a sonhar.

No evento, que aconteceu na Sala São Paulo e foi assistido online por mais de 55 mil pessoas, 8 empreendedores revelaram qual foi esse ponto de virada, da decisão de escalar a montanha. Aqui, nós selecionamos algumas das principais lições que aprendemos com as 7 histórias contadas, que você pode assistir na íntegra no vídeo acima. Nos próximos dias, você vai poder ler os textos e ver os vídeos detalhados de cada apresentação.

Reinventar-se

João Carlos Martins sempre teve um dom para música. Ganhou um piano do pai e aos 13 anos já iniciava a sua carreira nacional. Mas as dificuldades físicas apareceram cedo também: aos 18 anos começou a sofrer de distonia (distúrbio neurológico que causa contrações musculares involuntárias) e depois passou por vários acidentes que complicaram o quadro. Ao longo de sua vida, ele passou por mais de 20 cirurgias para tentar reverter o quadro. A cada viagem que fazia ao exterior, o pianista procurava por nossos tratamentos e diagnósticos, mas as respostas eram sempre as mesmas: “Não temos o que fazer”. Depois da 10ª cirurgia, os médicos chegaram a dizer que o sonho tinha chegado ao fim. Mas eles estavam enganados.

Depois de receber essa notícia, e de um sonho revelador, o pianista decidiu estudar regência. Reinventar-se como maestro. Descobriu, naquilo, uma nova maneira de viver seu sonho e sua missão pela música. “Na hora em que eu descobri que conseguiria seguir no meu sonho eu tive certeza que tinha que unir isso a responsabilidade social” conta.  E então teve início seu projeto de inclusão por meio da música. “Só posso agradecer a Deus por continuar na música e também por ajudar crianças a alcançar seus sonhos. Antes eu corria atrás dos meus sonhos. Agora os sonhos correm atrás de mim”, contou ele, de olhos marejados.

Lutar sempre

O casal Carlos e Noeli Bazanella mostrou veia empreendedora desde cedo, o que implica alguns percalços: depois de terem relativo sucesso com a venda de shows musicais em Chopinzinho, cidade do interior do Paraná que hoje tem 20 mil habitantes, eles sofreram com uma série de apresentações mal-sucedidas que os levaram à falência. O casal teve que começar de novo.

Do zero. Para ajudar a pagar as contas e dívidas, Noeli começou a fazer alimentos para vender para fora. “Mas eu não queria fazer só comida. Eu queria mais do que isso.”, contou.

Com as novas técnicas, tecnologias e gente boa ao seu lado, aquele negócio que começou na casa de Carlos e Noeli se transformou na Doce D’oce, hoje, a maior empregadora e pagadora de impostos da cidade. “Empreendedores têm de ser exemplos. Não podem buscar atalhos: precisamos saber aonde queremos chegar e não podemos desistir, abandonar a carreira, temos que lutar sempre, porque, com muita dedicação, nós vamos vencer”, disse Carlos. “Temos de seguir desbravando, porque o nosso sonho continua sendo bem maior”, completou Noeli.

Fazer acontecer

José Renato Hopf, fundador da GetNet, CEO da 4all, sempre foi curioso. Ao se mudar para a casa do irmão, que cursava informática, ficou impressionado com tudo que via. Desde então, teve certeza de que as novas tecnologias moldariam o futuro. Ele só não sabia ao certo como isso aconteceria; mas, em poucos anos, encontrou alguém que preencheu esses vazios.

Foi em um evento, em Nova York, que ele teve seu Day1. Uma das palestras, sobre tendências, abordava exatamente as mudanças que a tecnologia traria paras as empresas. Os concorrentes que ali estavam fizeram pouco caso do palestrante, mas José Renato encontrou na fala daquele palestrante as respostas que faltavam. Depois de ter sido chamado de louco pelos colegas, ele chegou a uma conclusão: “Somos feitos das decisões que fazemos, só nós podemos moldar nosso futuro”.  “Em vez de falar do futuro, vamos fazer o futuro acontecer.”

Depois de muitas indas e vindas, voltas e mais voltas, o empreendedor conseguiu tirar a sua ideia do papel.

Manter o foco

Pedro Lima estava no 5º período de agronomia quando decidiu que queria cuidar dos negócios de seu pai, uma figura inventiva que atuava em ramos tão díspares quanto café e sabão. Para a infelicidade da mãe, que prezava muito pela faculdade, Pedro também tinha chamado dois irmãos para embarcar nesse sonho. Depois de algumas mudanças no conceito da marca e de foco, Pedro e seus irmãos resolveram focar apenas no negócio de café: “Não adianta você querer abraçar o mundo que o abraço fica frouxo. Você tem que abraçar com vontade”, explicou Pedro, hoje presidente do conselho da gigante 3Corações.

Não esperar o momento ideal

A relação de Caio com a construção civil começou na infância. Quando era pequeno, uma das maiores diversões do paranaense era acompanhar seu pai nas obras, pegar todos os pregos que encontrava, colocar em um baldinho e depois desentortar cada um deles. Não foi surpresa quando Caio decidiu prestar engenharia. O choque maior foi quando, depois de um ano, ele sentiu que aquilo não era para ele.

Depois de uma viagem pela Nova Zelândia, voltou para casa. Incentivado pela família, continuou o curso por mais algum tempo. Só que, depois da vivência fora, Caio voltou com ideias diferentes e uma inquietação: como posso fazer com que o setor civil seja mais sustentável? O questionamento virou sonho e hoje é parte da missão da Tecverde, empresa que tem obtido muito sucesso ao tornar a construção civil mais industrializada.

De tudo que aprendeu, a maior lição que Caio tira é a de acreditar em si mesmo e no seu sonho; não precisa esperar pelo momento ideal: talvez ele nunca exista.

“Depois de um tempo a gente viu que, por mais que não fossemos grandes, as grandes mudanças começam pequenas. Vimos que tínhamos um sonho gigantesco e um time que acreditava naquilo de corpo e alma.”

Assumir a responsabilidade

“Meu Day1 foi um dia em que eu morri de medo e de pânico na hora de tomar uma decisão. Eu tinha 40 anos, uma filha de 2, um restaurante quase falido e estava no cheque especial”. Foi com essa frase que a cozinheira e empreendedora Paola Carosella iniciou o relato de sua história no Day1. E continuou: “Nessa mesma noite, eu pensei muito e cheguei a 4 certezas: vou morrer; não sou feliz na vida que eu tenho; preciso mudar a minha vida; e sou cozinheira”

A paixão pela cozinha vem da infância e da admiração pela avó. Mais do que um prazer, a culinária também é refúgio para Paola. Durante os momentos mais difíceis que enfrentou, era dentro da cozinha que a chef procurava as soluções. Mas quem vê a Paola de hoje dificilmente acredita que, há 4 anos, ela teve que respirar fundo e adquirir uma dívida milionária no banco para seguir seus sonhos. Na verdade, para começar do zero.  Um caminho que levou a enormes aprendizados.

“Hoje eu tenho a certeza de que consigo traçar o destino da minha vida. E eu tenho uma riqueza que não vem do dinheiro. Uma riqueza que vem de olhar para trás e saber que eu sonhei em fazer alguma coisa, que eu quis fazer alguma coisa que eu consegui fazer. E de olhar para a frente e saber que esses meus sonhos não têm limites e que eu não vou parar.”

Não se isolar

Embalado por palavras sinceras e poemas, Luiz Seabra, fundador da Natura, falou sobre coração, alma — e sua relação com os negócios. Quando fundou a Natura, o empreendedor comprou rosas brancas e mandou imprimir cartões com mensagens sobre o amor e a beleza. Mais do que a paixão pelos cosméticos, Luiz sempre teve um amor pelos relacionamentos, pelo olho no olho. Não à toa a proposta da Natura, desde seu início, era baseada nas vendas diretas, olho a olho.  “Descobri a minha segunda paixão na força das relações.”, contou. “Não somos uma ilha.”

Por mais que no dia a dia não você não possa estar próximo aos clientes ou empreendedores, é preciso compartilhar seus sentimentos e, a partir daí, seguir.

Fonte: Endeavor