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Gestão & Liderança Postado em segunda-feira, 04 de março de 2024 às 10:25


Estar inserido no mundo digital pelas das redes sociais é um dos pontos principais na hora de converter vendas.

As redes sociais tornaram-se um importante canal de relacionamento, comunicação e vendas entre o varejista e os consumidores. Para 59,5% das pequenas e médias empresas online (PMEs), o Instagram foi o principal meio de criação de conteúdo digital para divulgação de sua loja. Em seguida, o WhatsApp foi utilizado por 39% dos microempreendedores, o Facebook por 38% e TikTok por 22%. O levantamento foi feito pela Nuvemshop por meio da base de lojistas hospedados em sua plataforma de e-commerce.

De acordo com Marcela Orlandi, gerente de Sucesso do Cliente da Nuvemshop, estar inserido no mundo digital pelas das redes sociais é um dos pontos principais na hora de converter vendas. “A proximidade com os clientes deve ser uma das prioridades do empreendedor e, na maioria dos casos, o primeiro contato se dá por meio das redes sociais. Manter um padrão de comunicação com características próprias e com a sua identidade visual impacta o público de uma forma única, o que gera interesse, identificação e consequentemente engajamento para as vendas”, afirma Marcela.

Em relação ao atendimento ao cliente, WhatsApp é a opção mais utilizada por 59% dos empreendedores, seguido pelo Instagram (50%) e Facebook (24%).

“A manutenção do contato após o primeiro impacto nas redes sociais é extremamente relevante para a fidelização do cliente, assim como a rapidez na resolução das dúvidas e dos problemas ao atender o consumidor. A jornada de compra do consumidor deve ser entendida e ativada pelo lojista em todos os pontos de contato, bem como inserida em seu planejamento estratégico”.

Já sobre canais de venda, aproximadamente 87% dos empreendedores utilizaram as redes sociais para comercializar seus produtos, além de sua própria loja online. WhatsApp/Telegram são os canais preferidos de 44% dos lojistas, depois, Instagram Shopping (37%) e Loja do Facebook (22%) estão entre os principais meios utilizados.

Outro ponto mostrado pela pesquisa é sobre campanhas de anúncios pagos, estratégia utilizada por metade dos empreendedores entrevistados. Para o tráfego pago, 60% utilizaram o Instagram Ads e o Facebook Adsm ambos da Meta. O valor investido em anúncios nessas redes variou entre R$ 300 a R$ 5 mil. De acordo com o levantamento, 34% das PMEs investiram menos de R$ 300 em campanhas pagas, 13% investiram entre R$ 300 e R$ 1 mil e uma parcela bem menor, de 6,5%, investiu entre R$ 1 mil e R$ 5 mil.

Fonte: Mercado & Consumo
Gestão & Liderança Postado em segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024 às 10:32


No livro ‘A Casa Passo’, Anderson Birman conta a história da fundação da empresa que agora se une a outro grande grupo de moda.
Um fato relevante no varejo nacional, a fusão da marca Arezzo e do grupo Soma, ambos cases de sucesso em suas respectivas áreas – me fez reler o livro “A Cada Passo“, lançado em novembro de 2023. Na obra, o fundador da Arezzo, Anderson Birman, dá um depoimento à jornalista Adriane Abdalla sobre a fantástica história da varejista contada por seu fundador.

Uma leitura oportuna e conveniente: A cultura empresarial é o sistema imunológico das empresas, como bem pondera o professor Michael Watkins, da Universidade de Harvard. Cria anticorpos à mudança, mas a protege contra antígenos organizacionais. Como lembra Peter Drucker, o pai da administração moderna, “a cultura come a estratégia no café da manhã“. Em outras palavras, a cultura da empresa é mais poderosa que sua estratégia.


Arezzo, uma empresa construída sobre um ofício 

Tudo começou com uma ideia de montar uma fábrica de sapatos. Um negócio construído sobre um ofício de sapateiro. 
“Domine um ofício”, foi o inspirador conselho do seu pai. “Todo judeu deveria ter um ofício, sapateiro, livreiro, joalheiro ou outra profissão terminada em “eiro”.
Anderson Birman diz: “Escolhi um ofício e construí o negócio no ofício que escolhi: sapateiro. Não nasci como sapateiro, mas me tornei um com disciplina e dedicação”.


Com esta mesma lógica encaminhou seu filho Alexandre, seu sucessor, que hoje dirige os negócios da empresa, ao ofício de sapateiro. Ele também responde, com orgulho, que é um sapateiro.

Vale lembrar que a Gucci também iniciou suas atividades como uma empresa italiana de calçados. Guccio Gucci, o fundador, era filho de um sapateiro e aprendeu o ofício com o pai. 

E Anderson confessa no livro, que passou seu bastão para Alexandre Birman e não se arrepende, pois, segundo ele, “a Arezzo & Co está indo muito bem” sob a regência do filho sapateiro. 


Como nasceu a Arezzo
Assim, abriu-se um negócio com a perspectiva de conquistar o ofício de sapateiro. Birman diz que começou com sapatos masculinos, sem ainda entender a complexidade do ofício e apaixonou-se por esse mercado. “Fracassamos neste primeiro intento, foi aí que decidimos, em 1972 , abrir o novo caminho do sapateiro, o dos sapatos femininos.  Aprendemos a trabalhar com a arte de produzir sapatos femininos. Já dura meio século”. 

E complementa: “Acredito que nunca se deve focar num produto movido a preço de liquidação”, afirma Anderson, em seu livro. E continua: “Decidimos focar nos sapatos para mulheres com look , conforto e segurança. Este tripé é a essência dos sapatos da nossa marca! E nós nos tornamos a maior sapataria do Brasil” .

Uma empresa feita para durar no mínimo 150 anos 
Durante uma palestra de Ram Charam, um dos consultores mais requisitados do mundo, Anderson Birman lembra uma frase dita pelo Charam, que o acompanha até hoje: “Pouquíssimas empresas do mundo existem há mais de 150 anos. Isto ficou na minha cabeça. Estávamos em 2004, e, contando a partir daí, passei a desejar profundamente que a Arezzo atingisse essa marca centenária”.  Foi assim que nasceu a ideia de Arezzo. Uma cultura de longo prazo que torna a marca conhecida, tendo como um dos pilares a longevidade empresarial.


Conselho aos novos CEO
Por isso, afirma Birman no seu livro, é importante que os futuros CEOs preservem a cultura de longo prazo dentro da companhia ese dediquem a inovar o modelo de negócios para que sempre acompanhem as mudanças do mundo. Em síntese, construir, modernizar e vislumbrar planos de longuíssimo prazo. 

Assim não esquecer: “todos precisam cuidar dela como donos”. O importante é manter sua essência viva “Todos devem trabalhar para não quebrar a empresa. Este lema conduzo e deixo como legado”. 

Lições da aquisição da marca Reserva 

“Foi uma decisão que tomei ouvindo minha intuição”, relata Birman. E mais, acrescenta ele: “Os nossos negócios-Arezzo  e Reserva – combinam. Faz sentido. Nenhuma das marcas briga por preço baixo, mas valorização do preço justo e qualidade”. Esta aquisição foi um marco e o sentimento de união é o que prevalece até o momento. 

Aqui destaco o forte elo relacional de afinidade e admiração por Rony Meisler, que se mostrou decisivo para que a aquisição desse certo. Afinidade relacional é maior que transacional, pois negócios são pessoas.

Essa parte do livro me faz lembrar Simon Sinek, escritor, palestrante e especialista em liderança: “Negócios são pessoas e quem não entende de pessoas não entende de negócios. 100% dos clientes são pessoas. 100% dos funcionários são pessoas. Se você não entende de pessoas, você não entende de negócios”.

Aqui, Birman torna prática esta ideia ao afirmar que a compra da marca Reserva foi uma aquisição e, outra, foi Rony Meisler. “Os nossos negócios combinavam em tudo”.
Conclui Birman em um dos trechos que não é à toa que as marcas cresceram e as famílias se aproximaram, criando um importante laço de amizade.
Confesso aqui que também incorporei ao meu vocabulário profissional a expressão cunhada por Birman sobre o Rony, “um ensinador”. 


Codex de ideias por trás da mente do fundador
Aqui trago um Codex com anotações manuscritas de ideias estratégicas, sob meu ponto de vista, da leitura do livro de Anderson Birman:

#1: A valiosa “continha”. Calcule os custos da matéria-prima de todas as partes dos seus produtos finais na ponta do lápis.

# 2: Trabalhe com o objetivo de não quebrar. Uma companhia que possa ser vendida com liquidez a qualquer momento. 

# 3: Contabilidade Simples. Contas a receber e estoques . 

# 4: Agir como no jogo de tabuleiro de War. Conquistando um território de cada vez. Foco e foco.

# 5: A companhia vai deixar de ser apenas um belo show room para se tornar um negócio de logística.

# 6: Qualquer pessoa que queira empreender vai precisar, antes de tudo, saber vender o seu negócio. Ser bom vendedor é uma característica fundamental para se tornar empresário.

# 7: Em seleção de pessoas, peça para listar três revistas, três marcas e três estilistas que gosta, para avaliar o quanto a pessoa está ligada.

# 8: O que realmente importa é o produto. O que faz as pessoas continuarem comprando é a excelência do produto. Busque sempre fazer um produto excelente. 

# 9: Seja um apaixonado por sapatos. Compre e use sapatos.  

# 10: Desenvolva um negócio com base em um ofício que você domina. Um sapateiro que tem um negócio de sapatos. A prática do ofício é tudo para dar sentido à teoria.


Princípios inegociáveis da cultura da Arezzo
São os princípios, os termos de conduta, afirma Birman. Oseu sistema imunológico:
- Transparência 
- Alinhamento 
- Autenticidade 
- Paixão 
- Meritocracia 
- Humildade 
- Desafio
- Flexibilidade 
- União 
- Envolvimento 

O grande desafio para o sucesso desta planejada fusão da Arezzo com Grupo Soma será mais que transacional, será relacional e cultural. 

Fonte: Invest News