Notícias


Gestão & Liderança Postado em quarta-feira, 15 de novembro de 2017 às 19:28
É provável que existam mais startups em Israel do que padarias no Brasil, além do país ter mais empresas na Nasdaq do que qualquer outra nação no mundo.

Mas por que Israel? A explicação está na história recente do país, que foi fundado em 1948 e precisava ser construído do zero e de forma rápida. Quando seus criadores assumiram a empreitada, todo mundo sabia que só existia uma chance. Eles teriam de enfrentar a hostilidade dos países ao redor e a concorrência dos árabes para tomar posse do território, sem margem para errar. Só tinham uma chance de fazer o país dar certo. E precisavam agir rápido para não perdê-la.

Esse sentimento de medo gera um alto senso de urgência, o que é muito positivo também pra quem está empreendendo. A sensação de que essa é sua única chance de fazer o negócio dar certo, cria uma vontade enorme de fazer, em vez de ficar planejando. No fundo, o sentimento de perda — para o concorrente, por exemplo — nos faz tomar decisões mais rápidas, colocar em movimento nossas ideias e aprender com a execução.

Com isso, toda a população teve que se envolver na construção de escolas, estradas, estrutura de governo, entre outras coisas.

Quando as pessoas são cofundadoras de um país, criar uma empresa fica muito mais fácil.

O mais interessante é perceber que a formação cultural do país impulsiona os valores que fomentam o empreendedorismo, por meio de duas instituições: o exército e a religião.

A guerra contínua gera um amadurecimento rápido dos jovens empreendedores. Para sempre estarem preparados, todos (homens e mulheres) têm de ficar no mínimo 3 anos em treinamento militar pesado no exército. Como resultado disso, os jovens de 17 anos são expostos à complexidade da vida e, quando saem dessa experiência, estão prontos para a guerra e também para o mundo brutal e competitivo que vivemos. É nesse momento, que os valores são enraizados e moldam a visão de mundo dos israelenses.

Valores que são, essencialmente, empreendedores:

* Cumpra sua missão, independentemente de como vai fazer;
* Faça mais do que planeja;
* A morte está sempre perto, por isso, seja intenso na sua vida.

Além disso, o judaísmo como religião dominante do país promove a cultura do questionamento. Se hoje, eles são considerados os empreendedores mais inovadores do mundo, em parte, isso se deve à liberdade de questionar qualquer modelo existente. Por um lado, isso é extremamente positivo porque cria ambientes abertos à inovação. Por outro, essa característica impede que eles conduzam o negócio até a fase de escala e crescimento. É muito comum que os empreendedores israelenses desenvolvam e testem uma nova solução, para depois, vendê-la a uma organização maior que vai dar escala global. O melhor exemplo disso é o Waze que só atingiu o mercado global, depois de ter sido adquirido pelo Google.

Uma das empresas que nós conhecemos, liderada por Shai Agassi, é exemplo disso. O empreendedor que já trabalhou com Steve Jobs, presidiu a SAP e foi um dos inventores do carro elétrico, agora investe em uma startup que tem como objetivo prolongar a existência humana. Isso mesmo, ele aposta suas fichas em uma empresa que quer nos tornar imortais.

O que mais me marcou na conversa que tivemos com Shai é o profundo interesse que ele tem em resolver os problemas da humanidade. Se o nosso maior exemplo de empreendedor ambicioso é Elon Musk, Shai Agassi é a prova de que existem mais pessoas pelo mundo sonhando com um futuro completamente diferente para a humanidade. Ter ele como referência me encheu ainda mais de confiança para realizar o sonho grande da ACESSO: Criar um novo Google a partir do Brasil. Quem disse que será impossível?

O que mais me encanta dessa viagem para Israel é trazer na bagagem atitudes e comportamentos de um povo com uma história completamente diferente da nossa, mas que nos serve de inspiração e referência. Na minha visão, temos que nos tornar bons copiadores. Mentalmente, nós podemos copiar os efeitos de pessoas e culturas que admiramos, mesmo não tendo vivido as causas. O próprio Jorge Paulo Lemann conta que não construiu nada do zero: a cultura da Ambev foi totalmente inspirada no que ele viu funcionar no Walmart e no Goldman Sachs, por exemplo. É desse caldeirão cultural que podemos construir uma cultura mais empreendedora por aqui.

Precisamos plantar em nossos próprios ecossistemas as pequenas sementes que podem mudar o nosso país. E quem sabe, assim, também nos tornarmos cofundadores do Brasil.

Fonte: Endeavor
Gestão & Liderança Postado em quarta-feira, 08 de novembro de 2017 às 18:45
Semana passada estive em Nova York participando de um evento sobre inovação, o Fast Company Innovation Festival, realizado pela Fast Company, uma das revistas de negócios mais respeitadas do mundo.

Empresas como Microsoft, Google, BuzzFeed, Instagram, Foursquare e por aí vai marcaram presença no evento, seja em palestras ou mesmo abrindo as portas de suas empresas para mostrar como elas constróem inovação.

A partir dessas experiências, aprendi algumas lições que podem ajudar as empresas a liderarem seus processos de inovação.

1. Ser ágil não é mais uma uma opção. Palavras do CEO do Walmart: “nossa meta é agir tão rápido quanto os pequenos varejos”. Entendeu isso? Os caras são gigantes e querem pensar e agir como os pequenos!

2. Mate agora o seu EGO. Se você ainda não descobriu que os resultados são melhores quando feitos pelo coletivo, já passou da hora.

3. Ninguém sabe tudo. O CMO e GM da Microsoft disse: “todos ainda estão descobrindo o que é a tal transformação digital”. Não tenho como complementar. É isso.

4. Acima de tudo, ouça o seu consumidor. Essa você já deve ter ouvido centenas de milhares de vezes. Já colocou em prática?

5. Não existe verdade absoluta. “Nós estamos debatendo sobre Realidade Virtual aqui, mas a verdade é que não sabemos como vai ser em 10 anos. Nossos netos ou filhos podem mudar tudo o que fizemos até agora. Nós construímos algumas tendências, mas eles irão decidir se querem seguir ou não”, disse um futurista. Confesso que isso está me fazendo pensar até agora…

6. Empresas de sucesso de hoje tem pessoas diferentes, culturas diferentes e ZERO preconceito. Não é modismo. É que um grupo que pensa igual, consome igual, se veste igual, fala igual não consegue desenvolver uma estratégia ou produto inovadores. Pessoas de núcleos diferentes pensam diferente, pois se baseiam em realidades diferentes.

Tudo é cultura

Sabe quem está se dando bem? Aqueles que conseguem seguir os aprendizados que listei. Trabalhei durante um tempo em uma startup do mercado de recrutamento especializado – headhunters e tudo mais. A frase que eu mais ouvia era: “é muito difícil encontrar e reter talentos”.

Mas isso não é obvio? Se você recrutar através do modelo tradicional o “novo profissional” não vai mais se interessar. Se você oferecer as burocracias e chatices do modelo tradicional ele também não vai querer ficar. O mundo mudou!

Imagine uma empresa que consegue se movimentar rápido, onde todos se respeitam e aprendem uns com os outros; que cria soluções a partir de necessidades de mercado; que trabalha na ótica de hipótese e validação e que tem cabeças que pensam diferente. Essa empresa está pautada nos itens que listei acima. Só para lembrar que essas não são minhas verdades, são aprendizados de cinco dias intensos de conteúdo feitos pelos protagonistas do empreendedorismo mundial.

E você sabe como ela está sendo chamada? STARTUP.

Evidentemente que não existe empresa perfeita, mas as startups seguem um modelo bem diferente de gestão e criação e muitas têm mostrado resultado e crescem, como Netflix, Nubank, Spotify, para ficar nas mais conhecidas.

O Spotify, por exemplo, criou um método de trabalho que ninguém tinha feito. Eles criaram um modelo de Squads (esquadrões), em que um grupo de pessoas de áreas diferentes trabalham em missões, sempre com um líder para comandar a tropa. Você pode comprovar se deu certo ou não olhando a sua fatura do cartão todo mês. Pelo menos na minha e na de mais de 60 milhões de pessoas que assinam o serviço.

A 3M criou um projeto de intraempreendedorismo que incentiva seus funcionários a criarem novos produtos e a venderem internamente. O produto de maior sucesso era produzido. Sabe o “produtinho” que saiu daí? O Post-it.

Esses exemplos mostram que a velha economia está ficando para trás. Os formatos atuais e tradicionais estão sendo questionados e, hoje, vence aqueles que são mais ágeis em perceber oportunidades onde muitos veem problemas e não mais aqueles com musculatura econômica. A qual grupo você quer pertencer?

Fonte: Novarejo