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Gestão & Liderança Postado em segunda-feira, 04 de setembro de 2017 às 22:01
Ela não está nas paredes, nos e-mails, nem no site institucional. Mas, quando uma empresa tem uma cultura forte, ela está por toda parte.

Cultura para mim sempre foi um trabalho de gente, não de agenda. É por isso que não é uma coisa que dedico apenas algumas horas da semana, ela está comigo o tempo todo. Tudo o que fazemos é vender essa cultura para o time, para que eles entendam como ela é importante para o sucesso da In Loco. Não é um trabalho de escrever um documento e mandar para as pessoas, é um trabalho de venda. E não dá para parar.

Não temos os valores no site e na parede, porque acreditamos que as pessoas precisam ter isso dentro delas. Mas o que a gente faz pra repassar os valores?

Usamos todas as oportunidades de contato com nosso time para reforçar essa mensagem: do momento de contratação ao Happy Hour.

Assim, para tornar real tudo o que acreditamos, como agimos e o que esperamos das pessoas que vivem na nossa cultura, temos alguns rituais. Eles são meios para transmitirmos nossa mensagem. Podem aumentar ou diminuir de frequência, desaparecer por um tempo ou serem substituídos, mas o importante é garantir que você como empreendedor tenha formas de medir o termômetro do time no dia a dia, nas interações e nas conversas.

Compartilho com você algumas ideias de rituais que funcionam hoje na In Loco e podem inspirar a sua empresa a desenvolver também.

De todos eles, o mais simples é uma reunião quinzenal de updates que fazemos com todo o time junto. Ela é super aberta e transparente, falamos de absolutamente tudo o que está acontecendo na empresa. Todo mundo faz as perguntas que quiser, e eu respondo. Ao final dessas reuniões, eu sempre deixo uma mensagem para reforçar algum valor nosso. É a oportunidade que tenho de deixar um recado para todo mundo junto, não dá para deixar passar!

E a cada dois meses reservo uma tarde para me juntar a cada time da In Loco e entender com eles o que forma a cultura daquela área, quais são os desafios deles e como eu posso ajudá-los. É o momento de tirar dúvidas sobre o negócio, de um jeito mais próximo das pessoas.

Além disso, também faço um almoço a cada dois meses com a equipe inteira de uma área específica como, por exemplo, a de Customer Success. Nele, sempre começo uma rodada dizendo:

Me diga um problema que você está tendo.

Preciso dar velocidade para os times resolverem os problemas. Por isso, eu vou perguntando a um a um na mesa, anotando os problemas. Tem muita gente que naturalmente me puxa para dar feedback, mas, de qualquer forma, eu garanto que tendo esse almoço consigo ser mais rápido em atendê-los e fazer as conexões entre os times e as áreas.

Como empreendedor, consigo ver o todo e conectar as partes, por isso costumo sair de lá com uma lista de tarefas.

Eu sempre digo: não me vejam como um topo da pirâmide, mas sim como um centro de círculo

Por exemplo, se alguém me diz:

– Olha, a gente precisa crescer mais o time, preciso de ajuda para acelerar contratação.

Eu fico com a tarefa de falar com a galera de recrutamento.

Ou se alguém do time de Vendas reclama que não entendeu a última atualização do produto, eu conecto os dois para falar melhor sobre isso.

O CEO é, essencialmente, um conector

Pouco a pouco, quando você tem um segundo e terceiro almoço com a equipe, ela tem muito menos problemas do que a primeira vez porque já descobriu o caminho das pedras pra se conectar e chegar nas outras pessoas. Mas, como o ritmo de contratação é alto e a criação de uma cultura não acaba nunca, faço disso uma rotina para nós não perdermos a agilidade.

O trabalho não acaba com o fim do expedienteO Happy Hour também é uma oportunidade de falarmos sobre a cultura. Nós costumamos fazer alguns temáticos, inspirados nos nossos valores. Selecionamos um valor e antes do Happy Hour chegar, escolhemos uma pessoa da empresa que é reconhecida por ele para falar sobre isso.

Recentemente, o terceiro funcionário da In Loco contou a história dele em um desses Happy Hours.

Meses antes ele tinha inserido uma falha no sistema que fez a empresa perder quase R$ 1 milhão. Algum tempo depois, ele identificou essa falha e veio me contar, morrendo de medo de ser demitido.

Mas, ao contrário do que ele imaginava, minha resposta foi: “Parabéns pela coragem, obrigado por ter vindo falar, e agora vamos lá resolver!”. Semanas depois, ele foi promovido.

O que isso representou? O valor de ownership, de ser o dono. Ele cometeu um erro, mas assumiu e resolveu. Isso é uma coisa que só dono faz.

Quando ele contou isso para todo mundo, a sensação que ficou era:

“A cultura dessa empresa é vivida e não está no papel.”

E essas histórias contadas no Happy Hour e pelos corredores são fundamentais para materializar aquilo que está presente nos nossos valores.

As sextas também são dias especiais aqui na In Loco. A partir das 11h, nós temos o chamado Eleven-se. Uma pessoa fala sobre um desafio específico que está passando no momento e pede ajuda para resolvê-lo. Daí, todo mundo começa a contribuir, seja o cara de vendas, a galera do marketing ou de tecnologia. É aberto para quem quiser participar ou palestrar. E é uma maneira de manter viva a cultura de colaborar com áreas que não são necessariamente a sua.

Por que às 11h? Porque depois que termina, o pessoal sai para almoçar cheio de ideias pra discutir.

Além desses eventos que já são marcados na agenda, nós fazemos Meetups com pessoas de fora para palestrar, uma forma de oxigenar as ideias e criar um ambiente mais aberto para a inovação.

Em paralelo, estamos evoluindo para criar um ambiente ainda melhor de trabalho. Oferecemos, por exemplo, comida de graça para todo mundo que está no escritório. Eles pedem o que querem comer e a gente compra. E também estamos montando um projeto para ter refeitório e um bar para abrir às quintas e sextas à noite. Espaços de troca para todo o time colaborar mais entre si.

Se você está pensando nos rituais e eventos que reforçam sua cultura, fique tranquilo: o formato é o que menos importa. Se as pessoas conseguem absorver a cultura de forma rápida apenas com uma apresentação, não tem problema. O mais importante é você sentir do time o tempo todo quando é preciso reforçar essas mensagens e qual a melhor forma de você fazer isso.

A Cultura não é o que consome a maior parte do meu tempo, mas sim a maior parte dos meus pensamentos.

Não é preciso tentar implantar esses valores na cabeça das pessoas, mas relembrar a cada oportunidade que você tiver o quanto são eles a razão de a empresa ser do jeito que é. Assim, conseguimos garantir que alguns dos valores que fizeram a In Loco dar certo lá no início, quando éramos apenas oito sócios dividindo um quarto para fazer a empresa nascer, permaneçam agora que temos mais 150 pessoas para dividir esse sonho com a gente.

Fonte: Endeavor
Gestão & Liderança Postado em segunda-feira, 04 de setembro de 2017 às 21:49
Por que buscar o extraordinário?

Muitas pessoas nos dizem: “Eu não quero ser extraordinário, só quero ser capaz de levar uma vida normal, em paz!”. Com todos os desafios da vida e tudo o que temos de fazer, é relevante perguntar por que deveríamos almejar o extraordinário.

Vamos lembrar o que queremos dizer com extraordinário. Trata-se de ir para a cama ao fim de cada dia com um sentimento de satisfação e realização. Trata-se de realizar aquelas coisas que agregam o máximo valor a seu trabalho e a sua vida.

Quando usamos a palavra extraordinário, não queremos dizer:

* Um padrão perfeccionista e impossível que você tenta atingir movido pela culpa.

* A maneira como outra pessoa acha que sua vida e seus dias devem ser.

* A satisfação de todos os caprichos dos outros em vez de fazer o que mais importa para você.

* O sentimento de que você precisa se destacar dos outros, competindo com eles.

Simplesmente nos referimos às coisas que, em nossa opinião, devem criar o maior valor em nossa vida neste exato momento.

Por que, então, usamos a palavra extraordinário? O termo implica algo fora do comum, algo não ordinário, não é mesmo? Sim. É isso mesmo.

Muitas pessoas levam a vida sem fazer uma pausa para esclarecer o que mais importa para elas e não alocam tempo para essas coisas. Em vez de tomarem decisões conscientes com base no esclarecimento do que mais importa, elas são controladas por atividades urgentes.

O que acaba acontecendo é que elas não têm um senso de satisfação no fim do dia. Ao contrário, sentem-se desconfortáveis e incompletas em relação à própria vida e ao que estão fazendo. Ficam se perguntando como podem levar uma vida tão ocupada e mesmo assim sentir que não realizaram nada. As pessoas em geral tentam abafar esses sentimentos levando uma vida ainda mais ocupada.

Primeiramente, deve-se definir o que mais importa e buscar atingir isso de maneira sistemática e consciente.

Quais são os papéis mais importantes que você tem na vida hoje?A vida acontece segundo as funções, ou seja, os papéis que assumimos. É por meio deles que desenvolvemos relacionamentos e que realizamos todas as atividades que fazem de nós seres humanos.

Os papéis são tão fundamentais para a identidade humana que, diante da pergunta “Quem é você?”, as pessoas sempre respondem no que se refere a papéis: “Sou engenheiro”, “Sou casado com a Jane”, “Sou ciclista”, “Sou um amigo”. Mesmo quando a resposta é uma lista de traços de personalidade, como “Sou tímido” ou “Sou uma pessoa que adora se divertir”, essas características sempre se manifestam no contexto dos papéis.

A ideia é manter todos eles em equilíbrio. O modo como cada um se expressa em sua vida afeta todos os demais papéis. Se você está passando por dificuldades no trabalho, por exemplo, isso pode afetar seu humor e seu comportamento em casa. Se algo está errado em sua vida pessoal, por sua vez, fica mais difícil ter sucesso no trabalho ou em outros papéis.

Nosso cérebro organiza as informações em categorias naturalmente, de modo que faz todo o sentido organizar a vida no que se refere a papéis.

Quantos papéis você tem em sua vida neste exato momento? Dez? Quinze? Você é um gestor? Um funcionário? Um líder de projeto? Um pai ou mãe? Uma filha ou filho? Um irmão ou irmã? Um vizinho? Um voluntário? Um ativista? Um arquiteto? Um artista? Um atleta? Um ambientalista? Um treinador? Um parceiro? Um sócio? E o que dizer do papel de cuidar de si mesmo? Quais são os diferentes papéis e relacionamentos de sua vida? Será que é realmente possível ser extraordinário em todos eles?

Uma das ações mais eficazes é estreitar o foco. Reserve um tempo para identificar alguns poucos papéis mais importantes de sua vida hoje, avaliar seu desempenho em cada um deles e determinar como seria atingir o sucesso em cada papel. Isso dará a seu cérebro as metas de que ele precisa para melhorar bastante as decisões que você toma todos os dias.

Quando você conseguir identificar seus papéis mais importantes, eles devem:

* Representar seus principais relacionamentos e responsabilidades.

* Ser relevantes para sua vida neste exato momento (não em algum momento no futuro ou em papéis que você acha que deveria ter).

* Ser significativos para você. Seus papéis têm de expressar seus valores mais profundos, suas aspirações mais elevadas e suas maiores contribuições.

* Imbuir sua vida de uma perspectiva equilibrada (por exemplo, eles não devem se limitar ao trabalho ou a sua vida fora do trabalho).

* Restringir-se a cinco a sete papéis.


Como vai seu desempenho?

Depois de identificar conscientemente os poucos papéis mais importantes de sua vida, o próximo passo é avaliar seu desempenho em cada um deles neste exato momento.

Seu desempenho é:

* Insatisfatório? “Não estou fazendo o que deveria fazer neste papel e não aloquei muito tempo ou energia para ele.”

* Ordinário?“Faço o que se espera neste papel.”

* Extraordinário? “Estou empolgado com minha valiosa contribuição neste papel.”

Observe algumas dicas interessantes:

* Comemore.Não deixe de celebrar os papéis nos quais você acha que está indo bem. Você deve se orgulhar deles.

* Avalie.Dê uma bela e corajosa olhada nos papéis nos quais você admite que está apresentando um desempenho insatisfatório. Aplique uma visão holística à situação. Como você vê a interação entre seu trabalho e sua vida pessoal? Eles estão equilibrados ou totalmente fora de controle? Seu desempenho em algum de seus papéis se destaca por estar desviando tempo, atenção e energia de algum outro papel importante?

* Valide. Você está certo de sua autoavaliação? Seria melhor perguntar para alguém? Temos visto pessoas que se consideram um marido, esposa ou companheiro extraordinários e levam um balde de água fria na cabeça ao pedir a opinião do parceiro. Uma bela dose de realidade, certo? É possível constatar ainda que os outros acreditam que você está tendo um desempenho muito melhor do que pensa. Também é bom saber disso. Aprofunde-se quanto quiser nessa etapa. Pedir a opinião dos outros no trabalho ou em casa pode ajudá-lo a conhecer o impacto que está causando e como melhorar, se quiser.

Esse recurso de classificação e reavaliação é um exercício mental importantíssimo que, sem dúvida, renderá bons frutos. Pode não ser fácil de fazer, e, em meio à correria do dia a dia, esse trabalho indispensável não raro é negligenciado. Como a maioria de nós acha que já tem uma boa ideia do próprio desempenho nesses papéis, costuma ser mais simples entrar no piloto automático e ignorar a necessidade de dar uma bela avaliada na realidade. Esse exercício ajudará a estabelecer os objetivos claros dos quais o cérebro anseia para ajudá-lo a atingir resultados melhores.

Equilibre seus papéis

Estabelecer o equilíbrio entre os papéis é especialmente importante em nossa vida nos dias de hoje, permeada pela tecnologia, que nos deixa sempre conectados, sempre acessíveis ao trabalho.

Nesse tipo de mundo, temos um portal aberto à nossa vida por meio das parafernálias que levamos sempre conosco. Esses dispositivos permitem que as pessoas nos telefonem – e até nos vejam! – e nos enviem e-mails ou mensagens de texto a qualquer momento, de dia ou à noite. Os únicos limites são os que nós mesmos criamos e negociamos com os outros.

Essa pode ser uma realidade bastante perigosa quando se trata de criar equilíbrio em nossa vida. No entanto, a tecnologia também pode ser libertadora quando temos uma definição clara de como os importantes papéis se encaixam em nossa vida como um todo.

Por causa da natureza criativa do trabalho do conhecimento, você pode ter as melhores ideias às 5h00 da manhã e ser menos produtivo às 14h00. Empresas e pessoas que se adaptaram a essa realidade dão menos valor ao tempo presencial no escritório, pondo mais ênfase nos resultados. Em algumas organizações que conhecemos, é totalmente aceitável que uma pessoa saia do escritório às 14h00 de uma quarta-feira para andar de bicicleta nas montanhas porque ela participará de uma videoconferência internacional das 18h00 às 22h30 em casa. Essa pessoa continua desempenhando seu papel no trabalho e ao mesmo tempo tem a liberdade de desempenhar o papel de cuidar de si. Por ter um conjunto claro de resultados e expectativas que negociou com os outros, não se sente culpada enquanto anda de bicicleta nem explorada ao participar da videoconferência.

Nesse caso, o equilíbrio não envolve passar oito horas no escritório e deixar o trabalho para trás quando a pessoa vai para casa. Também não é uma espécie de balança mecânica, na qual, quando um lado (ou papel) sobe, o outro deve necessariamente descer. Na verdade, faz mais sentido visualizar o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal como os movimentos de um dançarino harmonioso ou de um habilidoso artista marcial. Nesse contexto, o equilíbrio é interativo e se mantém em constante movimento. Seu formato difere em momentos diferentes – às vezes rápido, às vezes lento, mas sempre centrado. É fundamental criar em sua vida uma relação harmoniosa entre todos os diferentes papéis que lhe dão um senso de satisfação e realização, tanto no momento como ao longo do tempo.

Fonte: Revista HSM