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Gestão & Liderança Postado em segunda-feira, 04 de setembro de 2017 às 21:46
A Netshoes em 2014 vivia uma realidade parecida com a que muitas empresas de alto crescimento vivem hoje: como a companhia tinha crescido rápido, a cultura interna não era muito clara. O trio Missão, Visão e Valores já existia, mas, pela falta de clareza, cada um o interpretava de uma maneira. E se não era claro da porta para dentro, também não era da porta para fora. Por isso, gastávamos muito tempo tentando explicar quem nós éramos, o que nós fazíamos e o que poderíamos oferecer a um candidato para ele se juntar aos 1.800 funcionários que já trabalhavam aqui na época.

Esse era o nosso ponto de partida: tornar a cultura mais clara internamente, para, então, transformá-la em vitrine para atração de novos talentos. Mas, para construir a reputação da Netshoes como uma marca empregadora — conceito conhecido como Employer Branding — tivemos que dar um passo para trás e rever as bases da cultura, para que ela estivesse refletida em tudo o que faríamos a seguir.

Para isso, nós dividimos o projeto em algumas etapas:

1) Diagnóstico do jeito de ser da organização

2) Alinhamento desse diagnóstico com a visão do fundador

3) Definição escrita dos valores

4) Comunicação inicial para o time

5) Criação de processos alinhados com esses valores

6) Reforço de cada valor em uma campanha de comunicação interna

Se você está enfrentando um desafio semelhante e deseja criar um posicionamento para a sua empresa como sendo um bom lugar para se trabalhar, compartilho aqui como esse processo aconteceu na Netshoes. Assim ele pode servir de referência para a sua estratégia de employer branding.

Qual é o nosso jeito de ser?Tudo começa com um diagnóstico que é feito a várias mãos. Chamei cerca de 60 funcionários para conversar e pedi para contarem uma série de histórias que eles viveram na organização. Nessas conversas, eles me diziam quais atitudes e comportamentos ficavam mais evidentes e que representavam bem o jeito de ser da Netshoes.

Ferramenta | Qual é o jeito de ser da sua empresa?

Como diretor de RH, eu tinha acabado de entrar na empresa, o que me permitiu agir com mais neutralidade, ouvindo de verdade as histórias e montando o quebra-cabeças da cultura da Netshoes. Se você é o empreendedor, é mais desafiador liderar essa etapa de diagnóstico, sem interferir na postura e até nas histórias contadas pelos funcionários. Minha recomendação é que você encontre um profissional de RH — um analista, coordenador ou gerente — ou um consultor que consiga conduzir o processo de forma imparcial, deixando as pessoas confortáveis para falar e colhendo todos os indicadores dos valores que formam a sua cultura.

Foi assim que conseguimos entender o que guiava a organização:

* Nós somos rápidos?

* Agimos como donos do negócio?

* Somos jovens?

* Agimos com informalidade?

Não adianta você dizer que é informal, mas toda a diretoria se vestir de terno e gravata. Ou afirmar que a simplicidade é um dos seus valores, quando os processos são complicados.

Uma cultura para ser verdadeira precisa ser vivida e sentida

Por coincidência, em paralelo a esse processo, a Netshoes estava começando a trabalhar também com moda, e não só esporte. Até então, parecia ser muito forte o posicionamento de sermos uma startup feita por apaixonados por esporte, e nosso receio era de que esse pilar enfraquecesse com a mudança do negócio, partindo também para o mercado de lifestyle. A surpresa do diagnóstico foi que, nas conversas que fizemos, a identificação com o esporte não era tão mencionada como um pilar da cultura. O que ficava mais evidente era que o jeito de ser da empresa era formado por um conjunto de comportamentos e atitudes que todo o time compartilhava, e não somente pela paixão pelo esporte.

Esse é um exemplo de que nem sempre o que comunicamos da porta para fora é o que faz realmente sentido da porta para dentro.

Passamos 45 dias fazendo essas conversas e, em seguida, marcamos um workshop com alguns gerentes e diretores para aprofundar o que tínhamos descoberto. Fizemos algumas dinâmicas durante um dia inteiro e dali saímos com 10 comportamentos que tinham potencial para virarem os valores.

Esses valores são alinhados com a mentalidade do fundador?Você notou uma coisa? Até então, não tínhamos falado com o fundador, Marcio Kumruian, somente com o time. Foi só quando tivemos esses 10 comportamentos mais bem definidos que eu sentei com o Marcio, contei o que tinha saído do grupo e perguntei o que ele enxergava a partir daquilo. Como ele concordou com todos os valores apresentados, pudemos seguir em frente para traduzi-los com uma nova linguagem.

Colocando no papel o que já estava vivo pelos corredoresNa minha visão, dez valores era muita coisa, por isso fizemos um exercício de simplificar e fechar com oito. O ideal é variar entre 5 e 8 porque você consegue ser mais claro e não tem tanta margem para interpretação, mudando de uma área para outra. Na versão final, transformamos nossos valores em hashtags que seriam mais simples e fáceis de serem espalhadas pela organização. Elas podem ser resumidas nesse parágrafo:

Com uma cultura baseada em #GenteValorizada, buscamos #RomperPadroes e manter o #FocoNoResultado como #DonoDoNegocio. Nosso time trabalha com #Paixao, pois #AquiEuPosso. Para nós, um simples #Descomplica pode garantir um resultado #RapidoComoUmClick.

Comunicando os valores para o timeFizemos questão de criar um processo que apresentaria a cultura para 100% dos funcionários, envolvendo o Marcio nas mais de 20 apresentações que fizemos — tanto para o escritório, nos centros de distribuição e também para as nossas operações do México e da Argentina. Nós transformamos a garagem em uma réplica do que era a primeira loja física do Netshoes — onde tudo começou. As pessoas chegavam e viam a fachada da loja, os produtos nas prateleiras, tudo como era no início.

Ali dentro, tinham as cadeiras para eles sentarem, e nós fazíamos a apresentação dos valores, tirando dúvidas e abrindo espaço para a fala. Era importante naquele momento explicar que comportamentos refletiam ou não refletiam o valor do qual nós falávamos, para não ter problema de dupla interpretação ou falta de clareza.

Nós montamos um corredor que representava uma linha de tempo invertida, que começava em 2014 e chegava a 2000, quando a empresa foi fundada.

Conforme nós passávamos pelos principais acontecimentos, o Marcio ia contando histórias que representavam bem nossos valores, um a um. O objetivo dessa retrospectiva era mostrar para o time que esses valores não surgiram do nada, mas que estavam presentes desde o início da história da Netshoes. Agora, com uma hashtag para representar cada um.

De volta para a rotinaMuitos empreendedores, durante o processo de revisão da cultura, param na etapa acima. Mas esse trabalho de fortalecimento da marca não acaba quando você apresenta os valores para o time. Para criar realmente uma consistência do que essa nova cultura representava, era preciso que os processos também refletissem esses valores. Assim, nossos processos de avaliação de desempenho e feedbacks passaram a ser conectados com os valores. Dessa forma, o time podia ver no dia a dia as conexões em volta do que nós falávamos, dando mais legitimidade para o nosso trabalho.

Construção de marca não é da porta pra fora, mas sim da porta pra dentro

O time é seu maior multiplicadorCom as bases da cultura mais claras e também mais sólidas, passamos para o tático. Com a liderança do time de Comunicação Interna — e o apoio do Marketing e o time de Relações Públicas — mexemos no site Trabalhe Conosco, publicamos vídeos dos funcionários contando como era trabalhar na Netshoes e também usamos os funcionários em vez dos modelos para estrelar nossas campanhas de recrutamento.

Passamos então a fazer uma campanha de 45 dias para reforçar cada valor, durante aproximadamente um ano e meio. Para aprofundar o entendimento do que é ter olho de dono, nós fazíamos uma promoção na intranet:

Conte uma história que você vivenciou aqui na Netshoes que represente bem o que é ser #DonodoNegocio e concorra a uma camiseta personalizada.

Era fazer isso para recebermos dezenas de histórias. O Whatsapp do RH bombava de tantos vídeos! No final, nós premiávamos até duas pessoas de cada localidade. E elas ficavam tão orgulhosas que postavam nas suas redes sociais quando ganhavam a camiseta usando a hashtag. Na prática, nós tínhamos 1.800 embaixadores da nossa marca para contar ao seu círculo de amigos o que era trabalhar na Netshoes. É uma forma de extrapolar as redes internas e o alcance institucional, para construir nossa reputação como marca empregadora, chegando em muito mais gente.

Para complementar essa campanha, nós tínhamos uma ferramenta de avaliação de performance em que qualquer pessoa poderia recomendar a outra por ter sido referência em um valor, como a feature de recomendação do LinkedIn. Por exemplo, se eu tive uma reunião com você e achei que você foi exemplo de #foconoresultado, posso contar essa história na ferramenta, o que vai ajudar o seu gestor mais para frente a te dar um bom feedback.

Hoje essa ferramenta deu lugar ao Workplace do Facebook, que foi lançado recentemente. As pessoas estão curtindo muito porque é um grupo que não tem filtro, nem censura — e tem muitas hahstags. Fazemos questão de comunicar tudo, seja bom ou ruim. Um tempo atrás, por exemplo, nós trocamos o plano médico. Muitos comentaram que gostaram, mas outros que preferiam o antigo. Para nós, se torna também um espaço de escuta do time.

Com as bases criadas, a construção foi orgânicaCom tudo isso acontecendo, as pessoas começaram a olhar para nós e se perguntar: o que está acontecendo ali? Elas ouviam as histórias e queriam saber mais. Por conta desse trabalho, fomos eleitos seis vezes a melhor empresa para trabalhar. Tudo isso de forma orgânica.

No fundo, nós não estávamos construindo uma cultura para vender, o que nós queríamos era ver as pessoas felizes.

Se você constrói uma imagem que não corresponde à realidade, já existem formas da pessoa descobrir, antes de entrar na empresa. O Love Mondays, por exemplo, abre espaço para os funcionários contarem anonimamente o lado bom e ruim de trabalhar naquela empresa. O que a gente nunca quis foi criar uma imagem de fora para dentro e um funcionário olhasse e falasse: isso não é verdade.

Nossa maior preocupação durante o processo cultural é que tudo o que você faz em volta tem que ser alinhado com a cultura.

Não posso vender um sonho que depois vira pesadelo. Por isso, na prática, o que costuma-se chamar de Employer Value Proposition (proposta de valor para o funcionário) é criado a partir dos valores mais genuínos de uma cultura. É por isso que eu sempre reforço um ponto: não negligencie o trabalho de cultura. É ele que vai te ajudar a atrair bons talentos sem perder a essência que faz sua empresa ser do jeito que é.

Fonte: Endeavor
Gestão & Liderança Postado em terça-feira, 29 de agosto de 2017 às 21:16
"Pensar apenas no dinheiro é uma das maiores pobrezas que um ser pode ter.”  - Miguel Krigsner, fundador do Grupo Boticário

Afirmações como essa não deixam dúvida: quem consegue olhar só para o próprio umbigo nunca será, de fato, um grande empreendedor. Pode tornar-se o dono de uma grande empresa e construir um patrimônio milionário, mas nunca será percebido como um líder que as pessoas seguem e admiram incondicionalmente, a definição de empreendedor por excelência. O requisito fundamental do grande empreendedor é a visão holística e altruís-ta.

Essa foi a característica que me saltou aos olhos nos três anos de pesquisas que realizei para traçar o perfil empreendedor brasileiro, que geraram  o livro Startup Brasil, escrito com a jornalista Marina Vidigal.

Se tal aspecto se repetiu entre os pesquisados –de Mauricio de Sousa, empresário da indústria editorial e cinematográfica, dos licenciamentos e entretenimento– a Miguel Krigsner, fundador da fabricante (e varejista) de cosméticos O Boticário, outros variaram bastante, em especial, o estilo de empreender.

Descobri, para minha surpresa, a existência de nove estilos de erguer e gerenciar um negócio. É possível encontrar na mesma pessoa mais de uma dessas posturas, mas uma sempre tende a predominar. Não há uma melhor do que outra; o fator crítico de sucesso, nesse caso, é o autoconhecimento.

VOCÊ JÁ SE OLHOU NO ESPELHO?
Identificar prematuramente as próprias características empreendedoras pode ser grande vantagem numa trajetória empreendedora.

1. Empreender com a cara e a coragem

A coragem é uma das características mais predominantes nesse estilo empreendedor. Pessoas que empreendem pela coragem são ótimas para abrir novos caminhos e têm a independência como seu maior objetivo. Muito determinados, empreendedores com essa postura estão sempre dispostos a arregaçar as mangas e colocar a mão na massa no que for preciso para que o negócio decole. Destemidos, deixam de lado estratégias mais complexas e planejamento para se atirar de cabeça em suas ideias.

Empreendedores do estilo 1 dificilmente se sentam para preparar um plano de negócios, algo que talvez possa vir a fazer parte de seu cotidiano quando o negócio emplacar, mas mesmo assim sem garantias de que os planos realmente serão elaborados ou seguidos. Se optarem por planejar mais do que executar, é possível que percebam o volume de energia que poderia ter sido poupado caso tivessem um pouco mais de prudência e direcionamento.

É comum encontrar empreendedores desse estilo com a mão na massa, trabalhando com seus funcionários como parte da força bruta necessária para seu funcionamento. Teimosos por natureza, normalmente aprendem a duras penas quanto é importante ser flexível e ouvir os outros. Quando deixam o orgulho e a vaidade de lado, tornam-se ótimos líderes.

Os empreendedores com esse perfil devem atentar para a continuidade de seus projetos. Senão, facilmente se tornarão empreendedores de grande iniciativa e pouquíssima “acabativa”. Começam novos projetos com a mesma impulsividade com que os abandonam quando um negócio mais atraente e desafiador surge em sua mente.

2. Empreender em parceria

A cordialidade é uma das características mais predominantes nesse estilo de empreender. Empreendedores desse tipo são flexíveis e cordiais e desenvolvem muito bem o papel de colocar panos quentes quando as relações estão prestes a ser rompidas. Além disso, sua habilidade única de conectar pessoas gera relacionamentos profissionais sólidos e duradouros.

O empreendedor do estilo 2 não é o tipo mais comum, por ser um perfil mais focado nas relações humanas, sejam elas com clientes, fornecedores ou público interno. Naturalmente, esse empreendedor prefere os bastidores aos holofotes, por isso acaba empreendendo em algo em que sua habilidade aguçada de entender a mente humana é valorizada.

É comum encontrar empreendedores desse estilo passando horas a fio conversando com clientes, colaboradores, parceiros de negócios e fornecedores. Na maior parte das vezes, o foco de seus diálogos é direcionado à busca do entendimento e felicidade entre todos os participantes do grupo.

Se souberem dosar sua flexibilidade, encontrando equilíbrio nas concessões e segurança na expressão de suas crenças, podem se tornar ótimos conectores de pessoas e relações profissionais. São ótimos parceiros de perfis mais ousados de empreendedores, como os perfis 1, 5 e 8.

3. Empreender com base na comunicação

A facilidade de comunicação, a criatividade e a capacidade de alegrar os outros são algumas das características mais predominantes nesse estilo empreendedor. Ele é o típico comerciante que usa sua facilidade de se relacionar para vender seus produtos, serviços e ideias.

O estilo 3 é mais comum em negócios ligados ao comércio ou serviços voltados para a criação e comunicação. Sua grande capacidade criativa pode transformar ambientes profissionais tediosos em lugares descontraídos e alegres. Normalmente são pessoas divertidas que têm a habilidade de tirar o tom cinza dos ambientes tradicionais para deixá-los mais coloridos e animados.

Precisam, porém, ter o cuidado de não deixar essa criatividade se descontrolar –de tal maneira que cheguem a perder o foco e a capacidade de organização. Também devem prestar atenção para não deixar algumas áreas importantes da empresa “tediosas” soltas demais, como operações, administração, contabilidade e finanças.

Sabendo encontrar um equilíbrio na comunicação, falando apenas o necessário quando requisitado e calando-se quando o momento não é propício, o empreendedor desse pode levar o negócio ao crescimento contínuo.

4. Empreender com o exemplo da estabilidade

A capacidade incansável de trabalhar, a austeridade na gestão financeira do negócio e a lealdade são algumas das características mais predominantes nesse perfil empreendedor. São pessoas com ótima capacidade de organização, cumpridoras de normas e processos. Sua visão prática e ponderada diante do trabalho ajuda na criação de ambientes sólidos e disciplinados.

O estilo 4 não é um tipo de empreendedor comum de ser encontrado, por preferir as atividades mais ligadas aos bastidores da empresa, como finanças e administração. Por isso pode se tornar ótimo sócio de empreendedores mais audaciosos, como os dos estilos 1, 3 e 5.

Quem empreende pela estabilidade deve atentar para não levar sua equipe inteira a longas horas de trabalho contínuo –e, pior, fazendo-o por períodos muito extensos. Apesar de o volume de trabalho não gerar qualquer tipo de fadiga aparente para empreendedores desse perfil, sua equipe certamente se tornará estressada e incapaz de utilizar o intelecto no lugar da força braçal de trabalho.

Quando empreendedores do estilo 4 estiverem associados a pessoas de perfil mais expansivo, devem tomar cuidado para não se tornar uma âncora para o negócio, pecando pelo excesso de cautela e segurança.

5. Empreender inovando

A quebra de paradigmas e o rompimento do status quo são algumas das características mais predominantes nesse perfil de empreendedor. São líderes carismáticos e sedutores, que conseguem levar toda a equipe à crença de que estão no caminho certo para o sucesso, mesmo que os sinais evidenciem o contrário.

O estilo 5 é o de um ótimo resolvedor de problemas, capaz de encontrar diversas opções de solução para determinado problema em um tempo no qual a maior parte das pessoas teria, quando muito, encontrado apenas uma. Sua mente rápida e perspicaz poderia ser comparada à de um jogador de xadrez que exercita diversas possibilidades e suas respectivas consequências para um único movimento.

Apesar de terem mente privilegiada e serem extremamente otimistas, empreendedores desse estilo devem cuidar principalmente do foco do negócio, pois podem ser facilmente tentados a tocar uma dezena de projetos simultaneamente e nenhum deles com a devida profundidade e atenção.

A busca da renovação dentro do próprio negócio é um modo inteligente de manter empreendedores com esse perfil interessados e motivados. Dessa maneira, ficam mais distantes de aspectos rotineiros do negócio, algo que certamente significaria a morte para eles.

6. Empreender com idealismo

A passionalidade e a busca de um ideal de vida para si e as pessoas a sua volta são algumas das características mais predominantes nesse perfil de empreendedor. São pessoas que têm algum tipo de descontentamento com aspectos relacionados à sociedade em que estão inseridas e resolvem empreender para mudar essa situação. Líderes carismáticos por sua passionalidade, facilmente se veem cercados de familiares, amigos e simpatizantes de suas causas.

O estilo 6 corresponde a um grande agregador de pessoas desde a infância. Sempre cercado de amigos, esse empreendedor é o ponto de encontro de todos, naturalmente responsável por dizer onde e quando as pessoas se reunirão. Suas causas são construídas na crença de que pode promover uma sociedade mais justa para todos, beirando uma visão utópica de um mundo perfeito.

Os empreendedores desse estilo devem evitar transformar em realidade o impossível. Também precisam ter em mente que a construção de empresas baseadas apenas em trabalho de amigos e familiares pode levá-los a uma gestão pouco profissionalizada.

Se conseguirem agregar uma capacidade pragmática e realista de implantação a uma dose bem administrada de sonhos e ideais, podem criar negócios passíveis de se tornarem exemplos de transformação social.

7. Empreender com conhecimento

A pesquisa e a forte inclinação aos estudos são algumas das características mais predominantes nesse estilo empreendedor. São pessoas mais introspectivas quando estão nos próprios mundos, aqueles em que prevalece a busca pelo entendimento profundo de como as coisas funcionam.

O estilo 7 não é comum de ser encontrado em negócios que poderíamos considerar “normais”. Quem empreende pelo conhecimento normalmente é a força motriz de algum novo negócio no qual a ciência, a pesquisa e o estudo são absolutamente necessários. Estes três aspectos equivalem a sua essência e razão de ser. Por se nortear por conceitos mais profundos e únicos, esse empreendedor é mais dificilmente copiado por seus competidores.

No entanto, deve atentar para que essa busca quase obsessiva do conhecimento não se torne uma busca insustentável da perfeição. Isso pode deixá-lo fora do mercado caso entre na briga fatal entre o bom e o ótimo, entre a tentativa de controle absoluto do jogo e a capacidade de aceitar algumas variáveis inesperadas.

Esse é um empreendedor que, associado a estilos mais pragmáticos e visionários, como o 5 e o 8, é capaz de fazer com que seus negócios tragam grandes avanços para o mundo. Porém, para isso, precisa se desapegar parcialmente de sua intelectualidade, já que muitas vezes ela pode deixá-lo cego para pontos de vista importantes.

8. Empreender com o senso de poder

A capacidade visionária e o senso de justiça são algumas das características mais predominantes nesse estilo empreendedor. São líderes natos, pragmáticos, organizados e disciplinados. Por serem muito determinados, podem passar uma imagem fria e calculista para seus funcionários, deixando-os muitas vezes distantes e isolados da força de trabalho que move o negócio.

O estilo 8 é o do típico empreendedor empresário, que consegue misturar certa dose de iniciativa e arrojo para iniciar novos negócios com a capacidade gerencial necessária para administrá-los. Por ter uma visão prática, sabe que enfrentará riscos e se prepara para superá-los. Talvez por esse motivo as empresas construídas por esse perfil de empreendedor tenham mais chances de prosperar e de se consolidar como companhias de sucesso.

Apesar da combinação propícia de características para montar um negócio próprio, empreendedores desse estilo podem até sofrer problemas de saúde, por serem excessivamente controladores, beirando o autoritarismo.

Eles devem atentar para que sua postura pragmática demais não os afaste de sua equipe, algo que pode gerar até uma forma de sabotagem, mesmo que ela seja inconsciente. É importante lembrar que grandes empresários podem chamar atenção demais e, consequentemente, inveja.

Por esse motivo, associações com estilos mais humanistas e preocupados com as relações humanas, como o 2, o 6 e o 9, são aconselháveis.

9. Empreender com a intuição

A intuição e a capacidade de percepção do mundo são algumas das características mais predominantes nesse empreendedor. Por utilizar sua intuição e ter uma visão mais holística do mundo, além da média descoberta na pesquisa, pode ser mais assertivo em seus negócios do que outros tipos de empreendedores, poupando tempo e energia que poderiam ser facilmente desperdiçados em atividades desnecessárias.

Em doses exacerbadas, contudo, A visão holística e o altruísmo podem torná-lo refém da preocupação com o mundo em detrimento das próprias necessidades ou de seu negócio. Ou, em outro extremo, o não uso desses dons para a busca do bem-estar do próximo pode levá-lo a se tornar emocionalmente instável, ranzinza e neurótico.

O estilo 9 é típico de quem sente as necessidades do meio em que vive e, a partir delas, constrói a base de seus negócios. Por serem sensatos, bons ouvintes e capazes de ensinar as pessoas e inspirá-las em propósitos de vida mais profundos e elevados, esses empreendedores conseguem desenvolver um time coeso e equilibrado.

ESFORÇO E RECOMPENSA

O caminho para o sucesso é descobrir seu perfil empreendedor e este passa pelo autoconhecimento. Mas aviso: conhecer-se tem um preço, que não é baixo, pois demanda tempo, desprendimento de sentimentos e de vontades, e uma grande batalha contra o ego.

Fonte: Revista HSM