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Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 19 de janeiro de 2021 às 09:26
Fragilidade, ansiedade, não-linearidade, incompreensão: os atributos-chave do mundo onde você vive hoje.

Continuamos a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje é…


MUNDO BANI

O que é: Mundo BANI, acrônimo em inglês de Brittle, Anxious, Nonlinear e Incomprehensible, e aportuguesado para FANI (Frágil, Ansioso, Não-linear e Incompreensível), é a evolução do Mundo VUCA (“volátil, incerto, complexo e ambíguo”, na tradução para o português).

O conceito passou a ser usado com força em 2020 para descrever o panorama mundial com base nas mudanças trazidas pela pandemia, o “antigo” Mundo VUCA acabou ficando datado em meio a tantas transformações.

“Esse cenário de incertezas trazido pela Covid, somado a todas as limitações do mundo físico, forçou um crescimento exponencial do mundo digital como caminho para encontrarmos soluções”, diz Paula Costa, responsável pela área de Marketing e Pessoas da Vimer e professora de Inteligência de Mercado aplicada ao Varejo Ominichanel no MBA da ESPM. “Com o mundo cada vez mais conectado, o VUCA começou a ficar obsoleto, a não ser mais suficiente para descrever toda essa aceleração de cenário e transformações que estamos vivendo a cada segundo.”


Características:

B, de frágil (brittle):
Enquanto no Mundo VUCA impera a volatilidade, no Mundo BANI essa característica atingiu tal extremo que todas as nossas construções passam a ser frágeis, ou seja, suscetíveis a falhas.
“A fragilidade geralmente surge de esforços para maximizar a eficiência, para extrair até a última gota de valor, dinheiro, energia, comida, trabalho, de um sistema”, afirma Jamais Cascio, criador do termo BANI (saiba mais no item “quem inventou”). Para o futurologista baseado na Califórnia, o fato de vivermos num mundo conectado faz com que fragilidades que antes eram limitadas regionalmente repercutam em efeito cascata por todo o planeta — vide o coronavírus.
No dia a dia, esse risco se reflete na segurança alimentar, em empregos que podem ser perdidos do dia para a noite, em empresas que podem ruir a qualquer momento e em mudanças na lógica de mercado.

A, de Ansioso:
Como consequência, as incertezas, típicas do VUCA, aumentaram a tal ponto que se transformam em uma ansiedade sem fim, uma sensação constante de impotência.
Todo mundo passou a viver um pouco na pele a “doença do século 21”, com medo do que vai acontecer e de que as coisas vão dar errado independentemente do que façamos.
“Um mundo ansioso é aquele […] onde todo dia apertamos F5 para atualizar as notícias e descobrir o próximo fato chocante”.

N, de Não-linear:
O que era complexo, por sua vez, se tornou não-linear. “O sistema de causas e consequências passaram a ser desconectados ou desproporcionais”, diz Paula Costa, da ESPM. “Quando imaginaríamos que um acontecimento na China poderia paralisar todo o mundo , o que a gente faz e a forma como a gente vive?”
Conforme destaca Cascio em seu artigo, o “conceito de ‘achatar a curva’ é inerentemente uma guerra contra a não linearidade. A questão climática é outro problema não-linear. Vemos ao nosso redor, com intensidade e frequência crescentes, exemplos do impactos das mudanças climáticas induzidas pelo aquecimento global… E mal subimos um grau Celsius em relação aos níveis pré-industriais”.

I, de Incompreensível:
A ideia de ambiguidade do Mundo VUCA deu lugar, no Mundo BANI, à noção de incompreensível. Segundo a professora da ESPM, antes não sabíamos distinguir se uma coisa era A ou B; agora, com o excesso de informações, não sabemos mais nada — estamos constantemente sem respostas.
Quantas vezes nesse período pandêmico não recebemos uma sobrecarga de informações diferentes, com frequência contraditórias, e ficamos perdidos, sem saber como agir? “Nunca tivemos tanto acesso a dados e informações, mas estamos em crise com nossa capacidade de analisar esses dados e transformar tudo isso em conhecimento e ações”, afirma Paula.

A incompreensibilidade, diz Jamais Cascio, parece ser “intrínseca ao tipo de sistema de aprendizado de inteligência artificial que estamos começando a construir. À medida que nossas AIs se tornam mais complicadas, aprendemos mais e fazemos mais, mais difícil se torna entender precisamente como elas tomam suas decisões.”

Quem inventou e quando: O termo BANI foi apresentado pelo antropólogo e futurologista norte-americano Jamais Cascio, em 2018, durante um evento no Institute For The Future (IFTF). Em abril de 2020, ele publicou um artigo no Medium intitulado Facing the age of Chaos (acesse o texto abaixo, no item “Para saber mais”) em que destaca que vivemos uma era que rejeita a estrutura de forma intensa, quase violenta.

“Não é uma simples instabilidade, é uma realidade que parece resistir aos esforços para entender o que diabos está acontecendo”, escreveu Cascio. “Este momento atual de caos político, desastres climáticos e pandemia global demonstra vividamente a necessidade de uma forma de dar sentido ao mundo, a necessidade de um novo método ou ferramenta para entender as formas que essa era de caos vai tomar. Os métodos que desenvolvemos ao longo dos anos para reconhecer e responder às interrupções comuns são cada vez mais inadequados quando o mundo parece estar desmoronando.”


Para que serve: Para empresas e pessoas entenderem e conseguirem reagir rapidamente a mudanças cada vez mais dinâmicas e voláteis.

De acordo com Jamais Cascio, o conceito BANI oferece uma lente para entender o que está acontecendo no mundo e trazer respostas sobre como agir. Ele destaca:

“A fragilidade pode ser enfrentada por capacidade e resiliência; a ansiedade pode ser aliviada por empatia e atenção plena; a não linearidade necessitaria de contexto e flexibilidade; a incompreensibilidade pede transparência e intuição. Essas podem muito bem ser mais reações do que soluções, mas sugerem a possibilidade de que respostas possam ser encontradas”

Além de resiliência, empatia, atenção plena e flexibilidade, mencionadas por Jamais Cascio como características necessárias para enfrentar os desafios trazidos pelo Mundo BANI, Paula Costa destaca o propósito e a humanização:

“Entre hoje e amanhã, podemos precisar mudar tudo completamente… Mas nossa essência, aquele famoso motivo para acordarmos todos os dias, precisa estar muito clara. Também precisamos nos apegar às características que nos tornam humanos, como o autoconhecimento, a sensibilidade, o poder de conexão – até como um contraponto a essa acelerada digitalização.”


Efeitos colaterais: A professora diz ter uma visão otimista. Ela acredita que a ansiedade trazida pelo Mundo BANI pode ser um estímulo para a ação e a queda de modelos que já não fazem mais sentido. “Com toda a desestruturação que o BANI causa, ele abre a oportunidade de a sociedade revisar suas estruturas que estão falidas e criar um mundo novo.”

Para ela, o Mundo BANI também traz um princípio de maior igualdade:
“Ninguém está em vantagem em um cenário de mudanças constantes, em que todo mundo precisa aprender a reagir e a viver [de forma] diferente todos os dias”, afirma. “Não necessariamente o mais forte ou o mais poderoso vai ter a resposta, mas aquele que estiver mais antenado em todos esses movimentos do BANI.”

Qual será a próxima terminologia para classificar o mundo? O termo VUCA foi criado na década de 1980, mas só ganhou repercussão nos anos 2000. O BANI, por sua vez, surgiu em 2018 e foi disseminado em 2020. Assim, seria lógico questionar se já não existe um outro conceito em construção para o que está por vir. É o que afirma a professora Paula, da ESPM:

“Não temos ainda um novo termo, mas a mudança não vai parar por aqui. Tem muita gente vivendo a pandemia como se fosse uma fenda no tempo, como se todo esse cenário fosse terminar da noite para o dia junto com a vacina… É muito importante entender que esses movimentos que a pandemia acelerou não têm mais volta”.

Ela acredita que vamos continuar adotando novas tecnologias para a evolução de nossos processos — sem deixar de ressignificar e dar mais espaço a tudo que nos faz mais humanos.

“As empresa vão passar a enxergar mais seus consumidores e seus funcionários. Já estamos vendo isso com o surgimento de novos profissionais especializados em garantir a diversidade e a saúde mental dos times”, diz Paula. “Como pessoas, acho que vamos resgatar e buscar mais da nossa essência para entender nossos valores e propósitos e, principalmente, como eles se relacionam com nossa força de trabalho, direcionamento de consumo e impacto social.”

Fonte: Projeto Draft
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 12 de janeiro de 2021 às 10:10


Com a decisão, Ford vai demitir 5 mil funcionários no Brasil e na Argentina; economistas analisam crise da indústria automotiva no país.

A Ford anunciou, nesta segunda-feira (11/01), o fechamento de suas fábricas no Brasil, como parte do plano de reestruturação da empresa na América do Sul. Em nota, Jim Farley, presidente e CEO da Ford, afirmou que a decisão foi “muito difícil”, mas necessária para a criação de um negócio saudável e sustentável.

A assessoria de imprensa da Ford confirmou que serão encerradas as operações nas plantas de Camaçari (BA), Taubaté (SP) e da Troller (em Horizonte, CE) ainda em 2021. Também informou que as vendas dos modelos Ka, EcoSport e do Troller T4 serão interrompidas quando acabarem os estoques dos veículos.

A assessoria afirmou ainda que a montadora manterá apenas as fábricas na Argentina e no Uruguai na América do Sul, além do Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas, em Tatuí (SP), e sua sede regional em São Paulo. Os serviços de assistência ao consumidor seguem funcionando nas operações de vendas, peças de reposição e garantia para os clientes no Brasil.


Com a decisão, a empresa disse que vai demitir 5 mil funcionários no Brasil e na Argentina. A Ford não especificou quantas demissões serão feitas em cada país, mas afirmou que os brasileiros respondem pela maior parte dos desligamentos. A montadora declarou que vai trabalhar “em estreita colaboração com os sindicatos e outros parceiros no desenvolvimento de um plano justo e equilibrado para minimizar os impactos do encerramento da produção”.

“Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global. Vamos também acelerar a disponibilidade dos benefícios trazidos pela conectividade, eletrificação e tecnologias autônomas suprindo, de forma eficaz, a necessidade de veículos ambientalmente mais eficientes e seguros no futuro”, diz a nota divulgada pela Ford.


Crise na indústria automotiva brasileira?

Sergio Vale, economista-chefe e sócio da MB Associados, avalia que a indústria automotiva está passando por grandes desafios nos últimos anos, motivados tantos por fatores estruturais, como o menor desejo das pessoas por automóveis, até questões mais pontuais, como a crise econômica de 2015 e a pandemia.

“Na saída desta crise, especificamente, será certo o aumento da desigualdade de renda e a demora para a queda do desemprego. Haverá menos espaço para compra de automóveis no ritmo que se viu na primeira década do século. Por isso, continuaremos a ver reestruturações na indústria como nesse caso”.

Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, comenta que a Ford já vinha sinalizando que pretendia encerrar a produção no Brasil. “Tanto que em 2019 a empresa encerrou as atividades da fábrica de caminhões no ABC Paulista, mas a pandemia acelerou a saída do país. É uma notícia extremamente ruim para o mercado brasileiro, não só por conta dos empregos diretos que a Ford gera, mas também pelos indiretos, por meio das empresas-satélite, como os fornecedores de autopeças. O impacto vai ser bem significativo”.

Ainda que a Ford tenha mencionado 5 mil demissões, apenas a fábrica de Camaçari tem mais de 4 mil funcionários. Nas três fábricas brasileiras, são 5,3 mil. O governo da Bahia já procura uma nova dona para a fábrica, e está de olho nas empresas chinesas.

Agostini destaca ainda que a montadora deve passar a importar mais veículos para o Brasil de fábricas instaladas em países vizinhos, que possuem ambientes de negócio mais favoráveis que o brasileiro. “A Ford anunciou que vai continuar produzindo carros na Argentina, que tem custos menores de produção, principalmente porque nossos encargos trabalhistas e custos de energia são muito altos. Então, ela deve manter operações no Uruguai e Argentina e os carros da Ford devem passar a ser ainda mais importados desses países".

Para Milad Kalume Neto, diretor de novos negócios da consultoria automotiva Jato Dynamics, a decisão da Ford tem como principal objetivo manter operações que tenham finanças melhores, como as de Argentina e Uruguai. O grande complicador nas contas brasileiras são fábricas que não operam com capacidade plena, segundo ele.

“Argentina e Uruguai têm produções menores, então vemos uma maior acomodação em termos de volume. Não é mais necessário ter plantas no mercado brasileiro. A indústria automotiva não tem mais o volume das décadas anteriores, ainda que seja bastante relevante”, diz Kalume Neto, que acrescenta que o mercado automotivo brasileiro tem capacidade para produzir 5 milhões de veículos anualmente – mas a projeção de vendas internas de veículos novos está em cerca de 2,4 milhões para 2021. As demissões vêm acontecendo no setor há algum tempo.

A pandemia afetou o mercado automotivo principalmente entre março e abril de 2020 – mas o segmento já ensaiou uma recuperação no final do último ano. “Temos uma tendência satisfatória, então não creditaria essa decisão apenas à pandemia. A Ford vem perdendo fatia de mercado, com uma gama de lançamentos bastante desatualizada. Sim, ela ainda vende modelos como o Ka, mas é uma venda principalmente para a pessoa jurídica [como locadoras]. Não é uma venda tão lucrativa como a para a pessoa física.”

Para Kalume Neto, portanto, seria incorreto atribuir a decisão da Ford apenas às dificuldades ligadas ao ambiente de negócios brasileiro. Boa parte das receitas da Ford no país vinha das vendas diretas, modalidade menos rentável para as montadoras. Vale destacar que a Ford também vem perdendo participação de mercado ano a ano. Além disso, o fechamento das fábricas faz parte de um reposicionamento global da empresa que já tinha cancelado a produção de caminhões e focava nos SUVs. Ainda assim, a burocracia brasileira e os altos custos de produção certamente pesaram para a decisão, segundo o especialista.


Decisão inédita

Em 2020, a Ford representou 7,4% do mercado de automóveis no Brasil, segundo dados da Fenabrave, entidade que representa as concessionárias de veículos.

O Ford Ka foi o 5º carro mais vendido no Brasil em 2020. Se somados os emplacamentos das versões hatch e sedã (Ka Plus) do Ka, o modelo teria sido o 2º mais vendido do país no ano passado. A marca torna a notícia ainda mais impressionante, já que é uma das primeiras vezes na história da indústria automotiva brasileira que uma montadora anuncia o fechamento da produção no país, mesmo com seus modelos figurando entre os top 5 mais vendidos no Brasil.

Ainda segundo os especialistas, o EcoSport, que também não será mais produzido em território nacional, foi um dos carros que inaugurou no Brasil e no mundo o conceito de SUV compacto – um dos modelos de maior sucesso de vendas na atualidade, não só no caso da Ford, como de outras montadoras.

Para Raphael Galante, economista que trabalha no setor automotivo há 14 anos e consultor na Oikonomia Consultoria Automotiva, apesar das sinalizações anteriores da Ford, conforme mencionou Agostini, uma decisão dessa magnitude não era esperada. “Havia uma série de conversas de concessionários e empresários com diretores da Ford sobre expansão, com a chegada de produtos como a van comercial Transit e o SUV Bronco. A impressão da indústria é que foi uma decisão de cima para baixo, vinda de Detroit [sede da montadora nos EUA] e que ninguém por aqui estava esperando”.

Além disso, ele comenta que o impacto nas redes de concessionários será gigante. “São cerca de 350 concessionárias da Ford no país, que viram hoje seus negócios naufragarem. A grande maioria deles vende o Ka sedan e hatch e a EcoSport. Haverá um enxugamento radical dessas redes”.

Em nota enviada à imprensa, o Ministério da Economia lamentou a decisão da Ford. “A decisão da montadora destoa da forte recuperação observada na maioria dos setores da indústria no país, muitos já registrando resultados superiores ao período pré-crise. O ministério trabalha intensamente na redução do Custo Brasil com iniciativas que já promoveram avanços importantes. Isto reforça a necessidade de rápida implementação das medidas de melhoria do ambiente de negócios e de avançar nas reformas estruturais”, diz o comunicado.


O que muda para o consumidor?

Para Kalume Neto, é difícil dizer se os preços dos carros da Ford irão subir e quanto. “Ficamos sujeitos à variação cambial e aos custos internacionais de logística agora. Ao mesmo tempo, temos um mercado extremamente competitivo para automóveis no Brasil. Não dá para colocar preços descolados da concorrência.”

Em termos de estoque, existe o risco de faltar veículos no curto prazo, até o fluxo proveniente de Argentina e Uruguai se estabelecer. “Pode haver um tempo de espera. Mas a tendência é termos veículos suficientes para o mercado em médio e longo prazo”, diz o diretor da Jato Dynamics. Vale lembrar o que o estoque de venda de veículos no país já está no menor nível da história.


Ações da Ford sobem em Nova York

As ações da Ford, listadas na Nyse, a bolsa de valores de Nova York, tiveram alta de mais de 3%. Os papéis fecharam com ganhos de 3,33%, a US$ 9,30, em um dia em que o índice S&P 500, que reúne as 500 principais empresas listadas em bolsas de valores nos EUA, teve baixa de 0,66%.

Andres Castro, analista de ações da Berkana Patrimônio, afirma que a receita gerada pela Ford na América do Sul vinha caindo ao longo dos últimos anos. “Já chegou a representar quase 10% em 2010 e hoje em dia não passa de 3% do total gerado pelo grupo. Além disso, a rentabilidade operacional das operações na América do Sul é muito volátil e baixa quando comparada à rentabilidade da unidade da América do Norte. Logo, como uma operação pequena e baixa rentabilidade, os investidores gostaram da medida”.

Apesar do ânimo dos investidores, com o fechamento das operações, a Ford prevê um impacto de aproximadamente US$ 4,1 bilhões em despesas não recorrentes, incluindo cerca de US$ 2,5 bilhões em 2020 e US$ 1,6 bilhão em 2021.


Próximos passos

A Ford seguirá atendendo a região com seu portfólio global de produtos, incluindo alguns dos veículos mais conhecidos da marca, como a nova picape Ranger produzida na Argentina, a nova Transit, o Bronco, o Mustang Mach 1, e planeja acelerar o lançamento de diversos novos modelos conectados e eletrificados.

“Os consumidores na América do Sul terão acesso a um portfólio de veículos conectados, e cada vez mais eletrificados, incluindo SUVs, picapes e veículos comerciais, provenientes da Argentina, Uruguai e outros mercados, ao mesmo tempo em que a Ford Brasil encerra as operações de manufatura em 2021”, disse a empresa em nota.

O InfoMoney contatou a Anfavea, a associação que representa as montadoras, mas a entidade apenas respondeu que não vai fazer comentários sobre a saída da Ford no Brasil. “Trata-se de uma decisão estratégica global de uma das nossas associadas. Respeitamos e lamentamos. Isso corrobora o que a entidade vem alertando há mais de um ano sobre a ociosidade local, global e a falta de medidas que reduzam o Custo Brasil”.

Fonte: Infomoney