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Tecnologia & Inovação Postado em quinta-feira, 01 de agosto de 2024 às 14:34


Executivos da Privalia e da Track&Field comentam os ganhos da tecnologia na experiência do consumidor e a necessidade de estratégia baseada na cultura.

Em 2023, testemunhamos um verdadeiro boom na adoção da Inteligência Artificial (IA) por empresas de diversos setores. Cada vez mais, as organizações estão integrando essa tecnologia inovadora em seus processos internos, reconhecendo seu potencial para transformar a eficiência operacional e a tomada de decisões.

Além disso, as empresas estão se aprofundando na compreensão dos benefícios que a IA pode trazer para o relacionamento com os clientes, desde a personalização das experiências até a automação do atendimento. Essa evolução não apenas otimiza as operações, mas também fortalece a conexão entre marcas e consumidores, criando um ambiente mais dinâmico e responsivo às necessidades do mercado.

No varejo a IA tem se tornado uma constante. A Privalia, por exemplo, entende que há muitas oportunidades, sobretudo, na relação com o consumidor. “Hoje, direcionamos a oferta ao consumidor com base em seu comportamento”, destaca Diego Gamboa, CTO da Privalia. “Analisamos as campanhas que visita, sua intenção de compra e seu histórico, tudo processado por ferramentas de IA”.

A Privalia tem um modelo de negócio com ofertas e campanhas que mudam quase que completamente todas as semanas, diz Gamboa. Sendo assim, a IA é capaz de orientar consumidores para o que é mais relevante e fundamental. “Desde que iniciamos a aplicação dos modelos de IA sob este aspecto conseguimos um aumento na conversão”.

Gamboa salienta que a IA permite atender o consumidor de forma mais eficiente e rápida quando ele entra em contato com o suporte da empresa. “Com IA buscamos a melhoria do atendimento para melhorar o NPS, oferecendo respostas mais rápidas e específicas a cada caso, e tentando fazê-lo da forma menos ‘robótica’ possível”.

Além disso, parcerias com empresas especializadas em tecnologia promovem um melhor aproveitamento das capacidades da IA. Nesse sentido, Gamboa explica que na Privalia os parceiros são diversos, desde grandes corporações, que possuem ferramentas com motores de IA, até startups que oferecem produtos mais específicos que auxiliam na geração de conteúdo. “Nosso objetivo é sempre poder realizar testes para validar as hipóteses levantadas o mais rápido possível”, enfatiza. Sobre mensuração de resultados com iniciativas em IA dentro da companhia, Gamboa entende que a melhor forma de medir os resultados é a mesma das iniciativas sem IA. “Qualquer iniciativa deve proporcionar valor positivo, seja em um processo com ou sem IA”.

Varejo requer um roteiro próprio de IA

Não há dúvidas de que as empresas encontraram nessa tecnologia uma ferramenta com futuro promissor para os seus negócios. Fred Wagner, CEO da TFSports e fundador da Track&Field, percebe o valor da IA para o mercado de forma contundente. “Acredito que qualquer segmento vai ser altamente impactado pela Inteligência Artificial. A agilidade e a assertividade que a tecnologia nos traz deve transformar a produtividade dos indivíduos e das empresas. Ao mesmo tempo, acredito que um dos grandes desafios está na adoção dessas novas ferramentas uma vez que existe, naturalmente, um apego à forma tradicional de se fazer as coisas. Motivar os profissionais a adotarem e a terem curiosidade de explorar essas ferramentas é fundamental para que essa mudança ocorra”.

Para bons resultados, Wagner salienta que cada empresa tem que ter “um roteiro próprio” nessa adoção de IA. “Deve ser muito baseado na cultura, no serviço que presta ou no produto que vende. No nosso caso, sendo uma empresa centrada na experiência do consumidor, estamos olhando para as soluções que melhorem essa experiência e a IA é uma delas”.

A TFSports, plataforma de bem-estar da Track&Field, promove eventos e conecta pessoas a profissionais, produtos e serviços ligados à um estilo de vida ativo e saudável. São mais de 2 mil experiências realizadas ao ano. Por meio do aplicativo, a healthtech conecta mais de 540 mil usuários a uma base de 5,7 mil treinadores de 45 modalidades diferentes. Nesse ecossistema de relacionamento, a IA tem sido muito bem aproveitada pela companhia. “Utilizamos Inteligência Artificial no desenvolvimento de software e aplicativos da nossa plataforma e em algumas atividades de marketing que ganham muita eficiência com as funcionalidades existentes”, conclui Wagner.

Assim, a IA não apenas transforma a maneira como os varejistas interagem com os consumidores, mas também redefine as estratégias de negócios, tornando-as mais ágeis e centradas no cliente.

Fonte: Consumidor Moderno
Tecnologia & Inovação Postado em quinta-feira, 01 de agosto de 2024 às 14:27


Usar a inteligência artificial para mudar a relação dos clientes com o varejo alimentar. Com esta finalidade, a startup Mercado Diferente investiu R$ 1,5 milhão para criar o Tedi, um assistente virtual no WhatsApp.

A aplicação chega ao mercado inicialmente como um um assistente de cozinha para os usuários, contribuindo com informações relevantes dos alimentos selecionados, como melhor opção de armazenamento, dados nutricionais e possíveis composições de receitas.

Entretanto, segundo destaca o cofundador e CTO Paulo Monçores, isso é apenas um dos aspectos no qual o Tedi deve se relacionar com os clientes da Mercado Diferente. Com a evolução do bot, o plano é avançar com recursos como gerenciamento de assinaturas e mesmo o fechamento de compras dentro do WhatsApp, através de comandos de voz, texto ou foto.

Para tirar o projeto do papel, a Mercado Diferente firmou uma parceria com a Blip, startup especializada em atendimento via WhatsApp, e desenvolveu seu modelo em cima da LLM da OpenAI, observando questões regionais desde as de segurança (LGPD), até as de consumo (alimentos da região e estação).

“O Tedi é a parte final da nossa jornada utilizando IA. Já estávamos utilizando em outras áreas, como a PitaIA, que otimizava as cestas dos clientes baseadas em padrões de compra, e no nosso centro de distribuição. Agora o Tedi é a primeira disrupção na parte do varejo propriamente dita, mas é um reflexo de todos os investimentos que fizemos anteriormente”.

Como já falamos no começo, o investimento no Tedi custou R$ 1,5 milhão para a foodtech e vem no rastro de uma rodada de R$ 9 milhões que a companhia captou no começo de junho, liderada pelo Collaborative Fund, com a participação da Caravela Capital. Segundo Paulo, o aporte chegou em bom tempo de acelerar os esforços para colocar o WhatsApp como um novo canal de aquisição e retenção de clientes.

“Sempre vimos o WhatsApp com um bom canal de relacionamento, e o recente investimento nos deu mais recursos para adicionar camadas de atendimento, com voz, e imagem, algo que não se vê tanto por aí no mercado. Com o Tedi, por exemplo, o cliente pode mandar uma foto da cesta que recebeu, e em poucos segundos, receber um plano alimentar para a semana”, explica o CTO.

Contra o desperdício

A empresa não revelou números do quanto pretende incrementar suas vendas com o foco redobrado no WhatsApp, mas segundo Paulo, o plano com o Tedi é reforçar ainda mais o contato com clientes – usuários ou não do app da Mercado Diferente – a partir do chatbot. Um desses focos para a fidelização está no melhor aproveitamento dos produtos comprados.

“O Tedi chega para ajudar o nosso cliente a utilizar toda essa cesta. 20% do que é comprado geralmente vai para o lixo, pois para muitas pessoas planejar um cardápio dá trabalho. A ideia é contar com um copiloto que indique o melhor caminho para minimizar este número à zero”, destaca o CTO.

No fim das contas, com o aporte e investimentos em produto, a expectativa da Mercado Diferente é alcançar um faturamento de mais de R$ 60 milhões ao fim deste ano. Além disso, a companhia tem como seu principal objetivo chegar ao breakeven até o fim de 2024.

Seguimos em busca de maneira para mudar esse jogo e o Tedi é mais uma ferramenta para empoderar e estimular as pessoas a entrarem nesse movimento de evitar o desperdício de alimentos. Queremos mudar a forma pela qual as pessoas se relacionam com o varejo alimentar”.

Fonte: Direto Notícias