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Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 21 de junho de 2022 às 11:25


Gigante de tecnologia detalhou o destino de seu investimento de US$ 1,2 bilhão na América Latina durante os próximos cinco anos.

O Google (GOGL34) anunciou no início do mês que vai investir US$ 1,2 bilhão na América Latina durante os próximos cinco anos. Nesta terça-feira (14), a gigante de tecnologia deu mais detalhes sobre qual será exatamente o destino desses recursos no Brasil – país que está entre seus três maiores mercados.

As novidades vão desde um novo centro e novas vagas de engenharia até mais um cabo submarino, passando por bolsas de estudo e pela chegada ao país da assistente virtual Duplex e da carteira digital Google Wallet. Elas foram apresentadas durante o evento Google for Brasil.

“O foco desse investimento para a América Latina está nas áreas que poderão fazer a diferença ao longo dos anos. Teremos recursos para infraestrutura digital, para capacitação de pessoas, para desenvolvimento de habilidades digitais, para empreendedorismo e para fomentar comunidades mais inclusivas e sustentáveis”, afirmou Fabio Coelho, presidente do Google Brasil.


Novo centro e empregos em engenharia

O Google inaugurou seu primeiro centro brasileiro de engenharia em Belo Horizonte (Minas Gerais) no ano de 2005, com foco principalmente em seus produtos de busca. A gigante de tecnologia anunciou nesta terça-feira que terá um segundo centro de engenharia no país. A sede será no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que desenvolve inovações para empresas públicas e privadas dentro do campus da Universidade de São Paulo (USP).

Então, o Google terá três pilares brasileiros de engenharia: a sede em Belo Horizonte, a sede em São Paulo, e o trabalho remoto pelo restante do país.
“Temos uma densidade de negócios muito grande no Brasil. Ficou natural e explícita a possibilidade de termos dois escritórios de engenharia por aqui, um em Belo Horizonte e outro em São Paulo. Vimos atratividade da região e viabilidade técnica e econômica para estarmos engajados nesse projeto dentro de uma das maiores universidades do mundo. Temos certeza de que teremos acesso a uma mão-de-obra excelente”.

As conversas entre Google e IPT começaram em 2019. Na época, o instituto começou a implantar o então novo marco legal da ciência, tecnologia e inovação dentro de seu campus. “Nosso objetivo com o marco era trazer ainda mais o mercado e intensificar nossas inovações. Temos 15 empresas instaladas hoje. O Google chega com um centro de desenvolvimento de produtos e oportunidades para as duas partes, desde conexão entre profissionais e laboratórios até desenvolvimento de mão-de-obra e de startups”, afirmou Flavia Motta, diretora do IPT. Outras empresas parceiras do IPT são Gerdau, Klabin, Lenovo, Siemens e Vale.

O Google não divulgou de quanto será o investimento no novo centro de engenharia. A previsão é que a obra seja terminada em 2024, fazendo parte do complexo de inovação IPT Open Experience, que tem mais de 120 mil m² de área construída. O espaço terá 7 mil m² e capacidade para 400 funcionários.

Esse novo centro de engenharia abrigará inclusive engenheiros que terão acabado de chegar ao Google. Em janeiro deste ano, a gigante de tecnologia anunciou que contrataria mais 200 profissionais de engenharia até o final de 2023. “Estamos trabalhando para muito mais que isso, o que se vê pelo fato que apenas a capacidade do novo centro de engenharia supera essas contratações. O potencial do país é claríssimo e nosso interesse é investir grandes números”, afirmou Berthier Ribeiro-Neto, diretor de engenharia do Google para a América Latina.

As contratações que atuarão nesse espaço serão para engenheiros especializados em privacidade e segurança online. “Teremos produtos criados aqui em São Paulo, que depois se tornarão globais. Atuaremos primeiro em áreas como cibersegurança, usando tecnologias como aprendizado de máquina e engenharia reversa. Mas a ideia é que esse centro se torne multidisciplinar com o tempo”, afirmou Eduardo Tejada, diretor sênior de engenharia do Google.


Mais um cabo submarino do Google

O Google também anunciou que vai construir um novo cabo submarino passando pelo território brasileiro. Chamado Firmina, o cabo deve entrar em operação no ano de 2023. O objetivo é melhorar a rapidez do acesso à internet e reduzir a latência para o consumo de produtos do Google.

“Faz parte da nossa estratégia investir em cabos submarinos próprios. O Google é conhecido pelo software, mas iniciativas de hardware também são essenciais pela quantidade de dados que trafegam por nossas plataformas. Esse investimento garante uma rota mais exclusiva e vai melhorar a experiência de busca, de email e de outros serviços do Google no país”, afirmou Marco Bravo, head do Google Cloud Brasil.

A área de computação em nuvem da gigante de tecnologia investiu R$ 1,6 bilhão em infraestrutura técnica no país ao longo dos últimos cinco anos. O Google já tinha outros três cabos submarinos por aqui: o Júnior, que vai do Rio de Janeiro a São Paulo; o Tannat, de Santos a Maldonado (Uruguai); e o Monet, de Boca Raton (Flórida) a Santos. O valor de investimento do Google Cloud para os próximos cinco anos não foi revelado, inserindo-se no número maior de US$ 1,2 bilhão do Google como um todo para a América Latina.


Bolsas para certificações em tecnologia

A gigante de tecnologia também anunciou que oferecerá 500 mil bolsas de estudo para a formação de jovens brasileiros até 2026. As certificações profissionais serão em áreas como análise de dados, gestão de projetos, UX design e suporte em tecnologia da informação (TI). Os cursos foram criados pelo Google e estão hospedados na plataforma online de aprendizagem Coursera. As quatro certificações totalizam 800 horas de aulas.

Na primeira fase do projeto, 30 mil bolsas serão distribuídas a jovens da rede do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). O CIEE vai selecionar jovens estudantes ou recém-formados do ensino médio e de cursos técnicos, aprendizes e egressos do Programa de Aprendizagem do CIEE, e alunos de cursos superiores. Pessoas negras, LGBTQIA+, mulheres e de baixa renda serão priorizadas.

O Google também anunciou a doação de R$ 10 milhões ao Instituto Rede Mulher Empreendedora, para que mais de 200 mil mulheres sejam impactadas pelos programas Ela Pode e Potência Feminina, de capacitação e treinamento ao empreendedorismo e ao mercado de trabalho. A gigante de tecnologia apoia a instituição desde 2019.

Por fim, o Google for Startups anunciou um programa que dará ajuda de custo a pessoas negras interessadas em começar uma carreira em desenvolvimento de software. O objetivo é apoiar a formação de 200 desenvolvedores negros de baixa renda nos próximos 12 meses.

O Instituto Vamo que Vamo fará a seleção para que esses alunos estudem por meio da escola de tecnologia Trybe. Além da ajuda de custo, o Google dará treinamento adicional em produtos da empresa e conexão com a rede de mais de 300 startups que passaram pela aceleração do Google for Startups. Atualmente, essa rede conta com mais 500 posições de trabalho abertas em cargos relacionados com tecnologia.


Assistente virtual e carteira digital no Brasil

Por fim, o Google anunciou tecnologias que finalmente chegarão ao mercado brasileiro. A primeira delas é a assistente virtual dotada de inteligência artificial Duplex. Lançada na conferência Google I/O em 2018, a assistente liga para humanos e usa conversação natural para realizar pequenas tarefas. Nos Estados Unidos, a Duplex faz pedidos de pizza e reservas em restaurantes.

Por aqui, a assistente virtual participa de três testes. O primeiro teste é o contato com empresas para a atualização dos seus horários de funcionamento no Google. Mais de 50 mil empreendedores brasileiros já foram contatados aleatoriamente, por meio de 200 ligações diárias da gigante de tecnologia. “O objetivo é chegar a 20 milhões de atualizações do tipo no mundo todo. Queremos que o Brasil tenha uma grande contribuição para esse número”, afirmou Marco Oliveira, head de parcerias do Google Assistente na América Latina.

O segundo teste é para compra de ingressos no cinema. O Google Assistente guia o usuário para a seleção de assento e automatiza alguns pontos da experiência no aplicativo do Ingresso.com, como check-in e check-out. Por fim, o terceiro teste é guiar usuários para descobrirem o seu local de votação para as eleições presidenciais de 2022.

“Estamos garantindo não só uma experiência mais fluida e rápida ao atualizar informações e comprar ingressos, mas também ajudando especialmente aqueles que se sentem menos confiantes ao navegar na web”.

A segunda tecnologia que chegará ao Brasil é a carteira digital da empresa. A Google Wallet permitirá que usuários do sistema operacional Android guardem documentos e cartões em um único. O serviço deve ainda substituir o aplicativo de pagamentos Google Play. Segundo Coelho, a Google Wallet deverá chegar ao país “em breve.”

Fonte: Infomoney
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 14 de junho de 2022 às 10:52


Estudo TMT Predictions, da Deloitte, aponta que mais de 320 milhões de dispositivos portáteis de saúde serão produzidos este ano.

O segundo semestre de 2022 reserva um contexto movimentado para o mercado de tecnologia em todo o mundo. O estudo “Previsões em Tecnologia, Mídia e Telecomunicação – TMT Predictions”, da Deloitte, aponta, em sua 20ª edição que, ao longo do segundo semestre deste ano, haverá aumento na demanda por chips, mas que a crise de oferta seguirá; que a implantação do Wi-Fi 6 seguirá superando os dispositivos 5G, uma forte demanda em tecnologia vestível wearables na saúde e muita agitação no mercado de streamings.

A pesquisa também aponta que o metaverso deve chamar cada vez mais a atenção das empresas este ano. “No Brasil, as tendências apontadas pelo nosso estudo global já têm sido vistas por aqui e estarão cada vez mais presentes nos próximos meses, até o final do ano e início do próximo. Outros assuntos, como os altos investimentos que as organizações estão fazendo no metaverso, o mercado de streaming, o avanço do 5G e regulação da inteligência artificial ganham cada vez mais importância”, destaca Marcia Ogawa, sócia-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Deloitte.

Demanda por chips

O mundo está em busca de produtos que demandam cada vez mais chips, mas haverá atrasos ao longo de 2022 até que a oferta atenda à crescente demanda. A Deloitte prevê que muitos tipos de chips ainda estarão em falta em 2022, mas será menos grave do que na maior parte de 2021 e não afetará todos os chips. A duração da escassez se resume a um aumento significativo na demanda, impulsionado pela transformação digital e acelerado pela pandemia. Não é apenas a proliferação de dispositivos de consumo, é o fato de que muitos produtos mecânicos na indústria estão se tornando cada vez mais digitais e muitos setores verticais estão se tornando mais dependentes da digitalização. De acordo com o estudo, as empresas de capital de risco globalmente investirão mais de US$ 6 bilhões em startups de semicondutores em 2022.

Wi-Fi 6 superando os dispositivos 5G

Nos últimos dois anos, muitos países adotaram o 5G, mas os dispositivos de Wi-Fi 6 agora estão superando os dispositivos 5G por uma grande margem e provavelmente continuarão a fazê-lo nos próximos anos. O estudo prevê que mais dispositivos Wi-Fi 6 serão lançados em 2022 do que dispositivos 5G, com pelo menos 2,5 bilhões de dispositivos Wi-Fi 6 contra aproximadamente 1,5 bilhão de dispositivos 5G. A razão para isso é que o Wi-Fi 6, tanto quanto o 5G, tem um papel significativo a desempenhar no futuro da conectividade sem fio – não apenas para os consumidores, mas também para as empresas. Smartphones, tablets e PCs são alguns dos dispositivos equipados com Wi-Fi 6 mais populares, mas o Wi-Fi 6 também é usado em muitos outros, incluindo câmeras sem fio, dispositivos domésticos inteligentes, consoles de jogos, wearables e fones de ouvido AR/VR.

IA e gerenciamento de dados confidenciais

Em 2022, segundo o report, também haverá uma grande discussão sobre a regulação da IA (Inteligência Artificial) de forma mais sistemática, com várias propostas sendo feitas – embora a promulgação delas em regulamentações reais provavelmente não aconteça até 2023 ou além. Algumas jurisdições podem até tentar banir inteiramente subcampos de IA, como reconhecimento facial em espaços públicos, pontuação social e técnicas subliminares. Impulsionadas pela crescente urgência de proteger os dados usados em aplicativos de IA, tecnologias emergentes de aprimoramento de privacidade e outras.

Mulheres ganham espaço em TMT, mas seguem enfrentando desafios

Ainda segundo o TMT, as empresas de tecnologia devem renovar seu compromisso com o avanço da diversidade de gênero na tecnologia à medida que a pandemia recua. “A indústria de tecnologia provavelmente continuará a diminuir a diferença de gênero ao longo de 2022. A Deloitte prevê que as grandes empresas globais de tecnologia alcançarão quase 33% de representação geral feminina em suas forças de trabalho em 2022, um aumento de 2 pontos em relação a 2019. A proporção de mulheres em funções técnicas também aumentará, embora tenda a ficar atrás da proporção geral de mulheres em cerca de 8 pontos.”

As guerras de streaming se tornam globais

À medida que os principais provedores de streaming se expandem globalmente, enquanto as empresas nacionais de mídia criam seus próprios serviços de streaming domésticos, a concorrência ampliada está criando uma escolha abundante ao consumidor – e a rotatividade está acelerando como resultado. “A Deloitte prevê que em 2022 pelo menos 150 milhões de assinaturas pagas de serviços de streaming de vídeo sob demanda serão canceladas em todo o mundo, com taxas de churn de até 30% por mercado”.

Forte demanda em tecnologia vestível na área da saúde

Avanços em sensores e IA estão ajudando milhões de pessoas a detectar e gerenciar condições crônicas de saúde e mitigar doenças graves, e essas tecnologias agora são pequenas o suficiente para serem usadas no pulso. O estudo prevê que 320 milhões de dispositivos portáteis de saúde e bem-estar serão produzidos em todo o mundo em 2022 e, até 2024, esse número poderá chegar a 440 milhões de unidades. Da mesma forma, há um forte crescimento em aplicativos de saúde mental, e os gastos globais em aplicativos móveis de saúde mental chegarão perto de US$ 500 milhões em 2022. Esse crescimento anual é alimentado pelo fato de que quase 800 milhões de pessoas em todo o mundo, ou 11% da população, convivem com uma condição de saúde mental. Além disso, a pandemia exacerbou as preocupações com a saúde mental e desencadeou declínios no bem-estar, com um aumento dramático na prevalência de problemas como depressão, ansiedade e sintomas de estresse pós-traumático.

Consoles de games completam 50 anos com receita recorde

O ecossistema de consoles de jogos comemora seu 50º aniversário em 2022 em forte saúde, com receita recorde, uma lista completa de dispositivos de última geração e uma base sólida para um maior crescimento. O mercado de consoles gerará US$ 81 bilhões em 2022, um aumento de 10% em relação a 2021. A receita por jogador de console, dos quais haverá 900 milhões até o final do ano, deve atingir uma média de US$ 92 por pessoa – substancialmente mais do que os US$ 23 projetados por jogador de PC e US$ 50 por jogador de celular. Além de 2022, espera-se que as vendas de software de console continuem crescendo, chegando perto de US$ 70 bilhões até 2025. Durante esse período, as compras de jogos digitais, incluindo downloads, assinaturas, passes de jogos e pagamentos no aplicativo devem aumentar em proporção vendas de 65% em 2022 para 84% em 2025.

Fonte: Forbes