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Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 26 de abril de 2022 às 13:35


Fundada em 2006, a plataforma tem mais de 217 milhões de usuários mensais e foi adquirida pelo bilionário por cerca de US$ 44 bilhões.

O Twitter anunciou nesta segunda-feira (25) que aceitou uma oferta de compra de US$ 44 bilhões (cerca de R$ 215 bilhões) feita por Elon Musk, o homem mais rico do mundo (veja mais no vídeo abaixo). O negócio, que deve ser concluído ainda neste ano, precisa da aprovação formal dos acionistas da empresa e dos órgãos regulatórios.

A operação representou uma reviravolta. Isso porque, há dez dias, a negociação não foi bem recebida por acionistas do Twitter, e o conselho chegou a adotar o mecanismo conhecido como "poison pill" ("pílula do veneno") para frear a investida do bilionário.

Há duas semanas, Elon Musk fez uma oferta de US$ 43 bilhões (cerca de R$ 210 bilhões) em dinheiro para assumir o controle total da rede social. Na sexta-feira (22), o empresário de origem sul-africana reuniu-se por videochamada com vários acionistas da plataforma para defender a sua proposta de compra.

Segundo a imprensa internacional, o conselho de administração do Twitter se reuniu neste domingo (24) para analisar o caso.

Com a pressão dos acionistas, a empresa aceitou a oferta de Musk de US$ 54,20 em dinheiro por cada ação comum. Esse valor será pago aos acionistas e representa um prêmio de 38% sobre o preço dos papéis em 1º de abril. Após o anúncio, as ações do Twitter operaram em alta de 7,4% no mercado.

No começo de abril, documentos da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) apontaram que o magnata havia comprado 9,2% das ações da companhia. Dias depois, o executivo foi indicado para o conselho de diretores da empresa, mas declinou o convite.

Fundador da empresa de transporte aeroespacial SpaceX e da fabricante de carros elétricos Tesla, Musk é um usuário frequente do Twitter e, após a aquisição, prometeu "melhorias" na rede social. Segundo ele, a plataforma tem um "potencial tremendo" e deve ser uma espécie de "arena" de defesa da liberdade de expressão.

"A liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento e o Twitter é a praça da cidade digital onde assuntos vitais para o futuro da humanidade são debatidos", disse Musk.

"Quero tornar o Twitter melhor do que nunca, aprimorando o produto com novos recursos, tornando os algoritmos de código aberto para aumentar a confiança, derrotando bots de spam e autenticando todos os humanos", afirmou ele em comunicado sobre a aquisição.

Twitter passa a ser de capital fechado

Com a compra, o Twitter passa a ser uma companhia de capital fechado. Isso significa que a empresa não vai mais oferecer suas ações na bolsa. Criada em 2006, a plataforma tem mais de 217 milhões de usuários mensais.

Parag Agrawal, atual presidente-executivo da rede social, também adotou tom otimista para falar do momento.

"O Twitter tem um propósito e relevância que impacta todo o mundo. Estou profundamente orgulhoso de nossas equipes e inspirado por um trabalho que nunca foi tão importante", afirmou.

Agrawal é o sucessor de Jack Dorsey, um dos fundadores do Twitter, que deixou o comando da plataforma em 2021.


De usuário celebridade a comprador

Com mais de 80 milhões de seguidores, Elon Musk coleciona postagens controversas na plataforma.

Horas antes de divulgar o acordo, o executivo publicou em seu perfil oficial uma mensagem que pode ser um indicativo de sua visão para a plataforma:
        "Eu espero que meus piores críticos permaneçam no Twitter, porque é isso que significa liberdade de expressão".

Fonte: G1
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 26 de abril de 2022 às 11:04


“Não quero ser o cavaleiro do apocalipse, mas a sociedade vai mudar, assim como mudou com a web 2”, alerta especialista em inovação digital e redes sociais, Juliano Kimura, CEO da Trianons.

Você já parou para pensar em quanta coisa mudou com os empreendedores de aplicativos? E no quanto as redes sociais transformaram as nossas vidas? “Essas mesmas mudanças vão acontecer de novo com a web 3”, prenuncia Juliano Kimura, CEO da Trianons, especialista em inovação digital e redes sociais e autor de “O livro secreto das redes sociais”.

Mais conhecida como a Terceira Onda da Internet, a Web 3.0 é construída sobre os conceitos centrais de descentralização, abertura e maior atuação do usuário e é uma evolução da versão atual, web 2.0. Confira o bate-papo com o especialista em redes sociais, em que falamos sobre blockchain, web 3.0 e o uso saudável das redes.

Como deixar as redes sociais menos tóxicas e aproveitá-las melhor?
Juliano Kimura – As redes sociais são uma espécie de espelho do que as pessoas consomem e usam. Todos os algoritmos notam o que você viu e gostou, e começam a mostrar cada vez mais daquilo. Se as redes sociais, de forma geral, mostram muita violência, provavelmente é porque você viu uma notícia violenta e ele começa a te bombardear com informações parecidas. Se você quiser mudar isso, tem que sair da bolha, procurar páginas em que, por iniciativa própria, você começa a seguir ou interagir. Aí você vai perceber que as redes sociais vão ficar menos tóxicas e mais saudáveis porque será o reflexo de cada uma das escolhas que você está tendo. Essa educação – netiqueta – ainda é algo embrionário. As pessoas precisam ter um pouco mais de educação e fazer um uso consciente da tecnologia. Vilanizar a tecnologia não é a melhor forma. Ela traz coisas tão legais que precisamos aprender a usá-la da melhor forma possível.

Quais dicas você dá para usar as redes sociais de forma saudável de forma pessoal e para o negócio?
JK – São cinco:
1. Existe um botão que quase ninguém usa que é “não quero mais ver coisas sobre isso”. As pessoas usam muito os botões de curtir e os comentários, mas esquecem do não quero ver mais.

2. Se você tem assuntos de mais interesse, comece a frequentar grupos e a se conectar com pessoas que falam sobre o tema para você cultivar essas conexões.

3. Perfeccionismo: se você está na rede, está para se molhar, ou seja, se você publicar algo, esteja preparado para ter pessoas que discordam. Respeitar essa pluralidade de ideias é a coisa mais importante e bonita da internet. Trate as pessoas como você gostaria de ser tratado.

4.  Se você for compartilhar algo, verifique antes os fatos.

5. Não leia só o título. Vá a fundo para tirar as suas próprias conclusões. Não falar bobagem é mais importante do que popularidade.


Qual rede você mais acha interessante?
JK – A rede social de live stream Twitch tem despontado muito. O TikTok ainda está tomando forma. As pessoas que estão lá são aquelas que não encontraram seus lugares nas próprias redes. A rede que mais gosto é a Discord, um aplicativo de bate-papo. As virtudes são o controle, a inteligência por trás, a colaboração e por ser algo realmente criado para a comunidade. Entre as redes populares – LinkedIn, Instagram e Facebook, prefiro o LinkedIn, além do Medium, que é uma rede de conteúdo com altas qualidades, em que as pessoas escrevem artigos. É gostoso ler o que está lá, faz bem.

Em termos de tendências, o que temos? Você já viu uma rede social em blockchain?

JK – Em termos de tendências, está em voga a cultura de descentralização total, que envolve blockchain e web 3. Esse é o fantasminha que está assombrando o que acontece agora. Já vi uma rede social e um site em blockchain. O fantasma consiste em tudo o que está na blockchain virar uma tecnologia que torna sites invioláveis ou incensuráveis.

O que é a tecnologia descentralizada?
JK – É uma base de dados distribuída, ou seja, não existe um banco de dados único. Você pode hospedar algo na blockchain, que é impossível de ser retirado. Uma vez colocado lá, não pode ser retirado. Essa tecnologia emergente tem sido a base do metaverso e da web 3. É uma tecnologia que torna possível um site ser incensurável porque a base de dados existe em milhares de lugares simultaneamente.

É possível editar?
JK – A única pessoa que consegue editar é o proprietário daquela chave. É como se fosse um cofre, em que a pessoa entra lá e edita as informações. As informações são públicas na rede e dá para ver o que foi editado.

Em quanto tempo isso tende a chegar no Brasil?
JK – Isso deve pegar no Brasil em dois anos, pois a mudança está em ritmo acelerado e atingirá o ápice entre sete a dez anos.

Em que isso implica para quem está na rede?
JK – Tendo poder sobre a rede em si, muita coisa vai mudar: sistema financeiro, sistema jurídico, contratos, organizações. Hoje temos um estudo sobre as organizações automatizadas descentralizadas conhecidas como DAO.

Pode dar um exemplo?
JK – Imagine um sistema público que é gerido através de votações e regras, onde os votos são arquivados na blockchain. Por exemplo, essas regras podem ser programadas, ou seja, posso criar uma regra de que uma licitação pública vai passar por votação e, se tiver mais de 60% dos votos, é aprovada e o dinheiro é disparado automaticamente por sistema. E a operação não pode ser revertida. Apertou o botão, já era. Não quero ser o cavaleiro do apocalipse, mas a sociedade vai mudar, assim como mudou com a web 2.

E qual é o nosso desafio?

JK – A tecnologia não pode ser freada. O maior desafio é a educação, a capacitação e a compreensão para tudo isso chegar na massa e ela entender que isso beneficia toda a sociedade. Tudo sem medo. Em um primeiro momento parece um negócio apocalíptico, mas os benefícios da tecnologia para a sociedade são maiores do que os danos.

Fonte: Consumidor Moderno