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Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 07 de dezembro de 2021 às 10:07


NFTs e Web 3.0 são a base dessa nova organização digital que todos nós estamos já testando.

Metaverso é a palavra da moda em tudo que é conversa que envolva tecnologia nos últimos meses. mas poucos sabem o que é e para que ele serve. Neste artigo, trago minha explicação do que acredito serem os pilares que envolverão o metaverso, seja ele o que venha a ser, nos próximos anos.

O metaverso para mim é uma conjunção de várias tecnologias (realidade virtual, blockchain, inteligência artificial etc.) para a criação de um ambiente digital em que conseguiremos ter a propriedade de itens no espaço digital de forma totalmente descentralizada.

Sua base é um modelo econômico baseado em Blockchain e non fungible tokens (NFTs). Estes últimos estão permitindo testes com modelos de negócios que não eram possíveis antes e isso será a base de sustentação econômica do que chamamos de metaverso.

Por meio de NFTs já estão sendo testados modelos de negócio nos quais o proprietário de um NFT de quadro, por exemplo, ganha um percentual de todas as transações futuras que envolvam aquela obra de arte. O artista, em vez de ganhar somente com a primeira venda do seu quadro, fica com um fluxo de caixa futuro.

Agora imagine se estendermos isso para a música? Um grupo lança sua música via NFT e automaticamente ganha um pouco sobre toda vez que essa música for tocada/usada? Isso tudo de forma descentralizada. Qual será o papel do Ecad nesse cenário? Será que ele vai ter algum? No caso de música, ainda não tenho conhecimento de nenhuma plataforma usando isso, mas se você que está lendo já sabe algo nesse sentido, adoraria saber.

Citei esses dois exemplos de uso de NFTs, mas há inúmeros. Desde o campo de games, como os Axies do jogo Axie Infinity, até as propriedades de terras virtuais do Decentraland ou ativos virtuais do Sandbox.

Os NFTs serão um pilar muito importante do que chamamos de metaverso. Eles permitem essa propriedade de ativos ou, em outras palavras, criam escassez em um mundo digital em que a regra é a abundância. Só com eles conseguimos reproduzir no campo virtual e de maneira descentralizada muito do que estamos acostumados a ter no mundo real.

Outro pilar importante do metaverso é a descentralização. Podemos ir para um metaverso centralizado, que parece ser a intenção do Facebook ao mudar seu nome para Meta? Sim, podemos. Mas a tecnologia de hoje e o que chamam de Web 3.0 nos permite ir para estruturas similares de maneira descentralizada.

E aqui cabe outra explicação. O que vem a ser Web 3.0?

Vejo isso como uma forma evolutiva da internet. Começamos com a Web 1.0, em que a grande evolução foi nos colocar todos online, vendo notícias do outro lado do mundo em websites, comprar algo de outra cidade ou país para ser entregue em casa e por aí vai.

Seguiu-se a isso a Web 2.0, em que criamos comunidades digitais online. E aqui não há como separar isso do fenômeno do Facebook, Instagram, WhatsApp, LinkedIn, Discord, etc. Ficamos online com nossos amigos que, inicialmente, eram os mesmos do mundo físico. Hoje já temos amigos nos dois mundos, alguns dos quais nunca demos propriamente um aperto de mão ou um beijo no rosto.

A próxima evolução, e que já está acontecendo, é a Web 3.0. Nela estaremos todos conectados em um ambiente virtual gerenciado por nós, via comunidades, onde teremos os nossos avatares, com a roupa que quisermos, morando onde quisermos, trabalhando, fazendo dinheiro e por aí vai.

Parece um mundo distante e uma ficção que aterroriza muitos de nós. Mas não vejo assim, de forma alguma. Se vermos as gerações mais novas, elas já estão muito acostumadas com esse mundo. E a pandemia fez com que todos nós migrássemos para ele também.

Quem aqui, nos últimos meses, não passou algum dia mais tempo na frente da tela do celular ou do computador do que na frente de pessoas?

Grandes desafios se colocam à frente dessas mudanças que estão acontecendo. Aqui cito alguns para pensarmos juntos:

Qual será o papel do Estado (centralizado) nessa mudança? Haverá um de/para das propriedades digitais para o mundo real? Como serão tributadas as vendas de propriedades no metaverso? Como saber qual avatar é de quem? Haverá uma corrida no mundo real para países com melhor qualidade de vida, internet mais rápida? Como ficam as atuais empresas de tecnologia? Elas vão tentar fazer seus metaversos centralizados ou aderir aos ambientes descentralizados?

O que não falta na minha cabeça são perguntas e dúvidas sobre esse novo mundo que está se formando, e isso é o que é mais fascinante.
Usando uma citação que encontrei no livro sobre a atuação dos Bancos Centrais no entreguerras que estou terminando de ler (e recomendo fortemente para quem tem interesse no assunto):

“Quem começa com certezas, deve terminar com dúvidas; mas quem se contentar em começar com dúvidas pode terminar com certezas” (Francis Bacon)

Fonte: Infomoney
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 07 de dezembro de 2021 às 10:02


Uma experiência mais fluida para consumidores e a adoção do modelo phygital; este é o varejo vencedor que já inicia as vendas de Natal.

A retomada de fluxo ao comércio físico, aliada a proximidade de uma das principais datas para o varejo, o Natal, traz consigo boas expectativas. Segundo projeção feita pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), o Natal 2021 deve movimentar aproximadamente R$ 68,4 bilhões na economia. Na esteira desse movimento aparece também grandes mudanças para o setor. Entre os desafios está o investimento em múltiplos canais de atendimento, a criação de uma experiência mais fluida para consumidores, e a adoção do modelo phygital em seus negócios.

Ações mandatórias no board de toda varejista que busca crescimento, reconhecimento e fidelização para os próximos anos. Nesse processo evolutivo já percebemos alguns sinais. A atuação do varejo online nas vendas totais  subiu para 21,2% no primeiro semestre deste ano (de 9,2% antes da pandemia, segundo a Fundação Getúlio Vargas). Razão pela qual, muitos especialistas apontam que o futuro de um varejo vencedor está nessa junção inteligente entre o físico e o digital.


Mapas virtuais e gamificação como tendência

Bons exemplos começam a despontar. Um deles é a megaloja da Casas Bahia em São Paulo.  Com mais de 18 mil m², o novo ponto de venda da marca, localizado na Marginal Tietê, funciona como um laboratório de inovações e soluções de varejo para serem replicadas em outras unidades da rede.

De acordo coma empresa, o foco é a “experiência do cliente”. O projeto conta com área gamer, espaços para aulas de culinária, mini sala de cinema e instalações kids. A imersão no varejo phygital começa com um mapa virtual interativo, utilizando a tecnologia de GPS indoor.

Por meio do escaneamento de códigos QR espalhados por totens na loja, o cliente tem acesso rápido ao mapa digital com a localização de todos os pontos de interesse da loja, sem a necessidade de baixar ou instalar qualquer aplicativo. “Além de ter visão de tudo que está disponível na megaloja, o visitante poderá traçar rotas para qualquer um dos pontos que deseja visitar ou encontrar os produtos que tiver interesse”, destaca André Raccah, CMO da Zapt Tech, empresa criadora da solução.

Também faz parte do modelo phygital uma experiência de gamificação digital, que tem objetivo engajar e estimular os visitantes a conhecerem o espaço por completo, com uma “caça ao tesouro” inspirada no famoso jogo do “Pokemon Go”. Os clientes podem passear pela loja e caçar clones virtuais do personagem das Casas Bahia (CBs) espalhados pelo mapa virtual que vão surgindo a partir da geolocalização. Encontrando os 21 CBs, o cliente ganhará um brinde. “Essa será a primeira experiência com gamification dentro de uma loja física. Mais tarde, poderemos usar o recurso para fazer uma caça a cupons de desconto, por exemplo”, projeta Roberto Fulcherberguer, CEO da Via, dona das redes Casas Bahia e Ponto.


O Wi-Fi se torna mais inteligente 

Para potencializar essa mudança, a utilização inteligente do wi-fi é uma das soluções que reúnem todas as oportunidades de ampliar a visibilidade dos negócios no varejo. Antes, o que se resumia a oferecer acesso à internet para os clientes, agora se integra aos planos de marketing e comunicação das empresas para aprimorar a experiência do cliente com a marca.

A tecnologia aliada a outras plataformas facilita o envio de promoções e informativos no ponto de venda, permite conhecer o hábito do público, a frequência de visitas, mapeamento e fluxo de pessoas, pesquisas de satisfação, entre outros mecanismos que proporcionam um atendimento efetivo e personalizado.

Especialistas afirmam que loja física não é só mais um ponto de venda, mas, “um local de experimentação”. Sem dúvida, usando a conectividade e a coleta de dados para conhecer o perfil do consumidor é possível oferecer uma experiência personalizada de atendimento e oferta.

Aureo Fittipaldi, sócio-diretor da Think Digital, empresa do Grupo Tecnoset, que une a infraestrutura wi-fi com inteligência de dados, aponta a monetização do wi-fi como uma nova mídia totalmente personalizada. “Escolhe-se o melhor o fluxo de conexão, dados, layout e conteúdo antes do usuário acessar a internet, tudo a partir de um dashboard completo”, explica. “Isso possibilita o lojista ter as mesmas informações que o e-commerce possui hoje e, dessa forma, ele consegue conversar e chamar a atenção do público de forma muito mais eficaz”.

Nesse ponto, vale lembrar que as novas leis sobre acesso a informação definem a não captura de dados pessoais sem autorização. No entanto, a coleta de informações básicas (dados anônimos), sem identificação, já pode ser realizada por sensores wi-fi, beacons ou câmeras. Uma vez, com permissão do usuário, o lojista conectado ao cliente pode então enviar dados sobre produtos e anúncios personalizados e mais relevantes.

A Americanas S.A. lançou recentemente a unidade Ame Go, uma loja Aeroporto Internacional Tom Jobim, também inspirada no modelo phygital. A loja funciona por meio de inteligência artificial e wi-fi. Câmeras, sensores e computer vision estabelecem a relação com os consumidores. Para comprar, é necessário que o cliente baixe o aplicativo Ame Digital, que libera o acesso à loja por meio de QR Codes. Câmeras utilizam o app com reconhecimento do movimento do corpo e sensores e balanças identificam os produtos selecionados e retirados da prateleira. O pagamento é realizado pelo aplicativo. Sem atendimento, sem fila, rápido e seguro.

É a tendência destacada no relatório “The Future of Ecommerce: The Road to 2026”, definida como conceito de hiperlocalidade: o surgimento de tecnologias otimizadas, que auxiliam os consumidores a explorar, comparar, comprar e fazer pagamentos pelo meio de sua preferência.

Como bem salienta Roberto Meir, CEO do Grupo Padrão, em recente artigo sobre o setor, “inicia-se um novo jogo, agora que é o foco na experiência do consumidor e no uso de toda uma gama de recursos tecnológicos para dar suporte à decisão de compra. O varejo vencedor será aquele que oferecer a melhor experiência em todos os canais e pontos de contato com o consumidor”.

Fonte: Novarejo