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Tecnologia & Inovação Postado em quarta-feira, 02 de abril de 2025 às 12:08


Com meta de faturamento de R$ 10 bilhões até 2030, Cimed lança 80 novos produtos e investe no programa “Foguete Amarelo”.

Com um plano que prevê alcançar um faturamento de R$ 5 bilhões em 2025 e R$ 10 bilhões até 2030, a Cimed tem expandido suas categorias e voltado seus investimentos aos pequenos varejistas. A companhia está lançando 80 novos produtos em todas as marcas, com destaque para Milimetric, Carmed, João e Maria – nova linha infantil – e Lavitan. Atualmente, a variedade de produtos forma um portfólio de mais de 600 opções.

“Somos o terceiro maior fabricante em volume no Brasil no setor farmacêutico, e entendemos bem essa cadeia próxima a nós”, comenta Karla Marques Felmanas, vice-presidente da Cimed. “Agora, conseguimos mostrar em primeira mão o que os desenvolvedores fazem, como melhorar e como as oscilações de preços fazem a diferença. Isso nos permite agilizar negociações com o tempo de compras”.

Capital de giro para o pequeno farmacêutico

A companhia conta ainda com linhas de crédito governamentais, especialmente voltadas para tecnologia e pesquisa no setor farmacêutico.
“Nosso propósito é produzir e distribuir tudo que tem dentro de um ambiente de farmácia. Queremos a possibilidade de criar linhas ou ter parceiros, por via de M&A, onde conseguimos contar com eles ao nosso lado”, frisa João Adibe, CEO da Cimed. “Consequentemente, há um grande desafio. Como a Cimed cresce muito rápido, porque somos autossuficientes nas distribuições, oferecemos capital de giro para o pequeno farmacêutico poder alavancar o negócio dele”.

Com um modelo diferente de negócio, a empresa produz e distribui seus produtos, sem intermediários. Além disso, foi criada uma solução tecnológica que possibilita a oferta de um mix de produtos personalizado para cada cliente. Quando um pequeno varejista vende um item, paga pelo produto por meio de uma ordem de pagamento automaticamente.

A configuração acontece por meio de um sistema que monitora as vendas em tempo real. Quando o pedido mínimo é atendido, a logística é acionada automaticamente. Isso reduz o capital de giro necessário, já que, em vez de esperar 45 a 60 dias pelo pagamento, acabou recebendo quase que instantaneamente. “A maior dificuldade do pequeno varejista é ter a confiança e a coragem para investir em estoque, porque é um peso para eles”, explica Karla.

O Foguete Amarelo da Cimed

Com o objetivo de levar oportunidades para o varejo farmacêutico, a Cimed lançou o programa Foguete Amarelo. A iniciativa é voltada para um grupo selecionado de farmácias, que solicita um estoque inicial de produtos com alta demanda em sua região e só pagará pela mercadoria quando estiver à venda.

“Não é só vender produto e dar prazo, e sim ajudar a prosperar. O papel do empresário brasileiro hoje é contribuir com esse ecossistema para prosperar através da maior dificuldade que ele tem, que é o capital de giro”, reforça João Adibe.

A iniciativa busca alcançar empreendedores que não têm conhecimento profundo sobre fluxo de caixa, trade marketing e organização de loja. Nesse cenário, a inovação surge como uma ferramenta para gerar valor e resolver problemas relacionados a essa falta de expertise.

“O Foguete Amarelo é uma inovação disruptiva em modelo de negócio. Hoje, no mundo, existem mais de 50 modelos, e o do Foguete Amarelo é um dos mais inovadores”, explica Luís Gustavo Lima, diretor de Estratégia e Integração de Negócios na Cimed. “Nossa visão é ser para o varejo farmacêutico independente o que o Uber foi para a mobilidade e a Netflix para filmes e séries. Queremos criar um valor exponencial para essa cadeia”.

Parcerias

O Brasil tem pouco mais de 90 mil farmácias, e entre 50 e 55 mil se encaixam no perfil do Foguete Amarelo. E por que “Foguete”? Porque representa uma oportunidade de crescimento acelerado.

A iniciativa conta ainda com o apoio do Banco Safra. “Desde o começo, apresentei ao banco a ideia de não ser apenas fabricante, distribuidor ou entregador, mas ter os melhores ao meu lado. A partir disso, surgiu uma parceria com a plataforma Safra Pay, que trouxe uma solução inovadora para nós. Assim, começamos essa jornada”, comenta João Adibe. “Em 1990, fomos pioneiros ao comprar nossa cadeia de distribuição e sermos a única empresa verticalizada do Brasil. Agora, queremos ser pioneiros de novo, levando inovação ao pequeno empreendedor”.

Hoje, mais de 100 lojas já operam com o projeto. Até junho, a meta é chegar a mil; até o final do ano, 5 mil. “Aumentando o mix da farmácia, expandimos o faturamento do cliente e, consequentemente, vamos entregar mais produtos, com uma logística mais eficiente”, pontua Adibe.

O Foguete Amarelo contempla as três grandes categorias da Nova Era: Tecnologia, Supermarcas e Empreendedorismo. E os resultados já apareceram:
Farmácias que faturavam R$ 30.000 por mês passaram a faturar R$ 50.000;
As que faturavam R$ 60.000 ou R$ 70.000 já chegaram a R$ 90.000;
As que estavam em R$ 80.000 ultrapassaram os R$ 100.000, R$ 110.000 e até R$ 120.000.
Impulsionador do pequeno varejista

O Foguete Amarelo, de acordo com João Adibe, esse será um passo maior que a distribuição atual. “Eu não vendo diretamente ao consumidor final, mas organizo as ações de vendas, comunico de maneira eficiente e faço a execução nos pontos de venda, o que é um dos maiores desafios das empresas atualmente. Esse movimento cria um ciclo de prosperidade: eu vendo, o varejo vende e todos ganham com as promoções”, pontua o CEO.

Ainda segundo o CEO, os pequenos varejistas serão os maiores clientes. Ele ressalta que a empresa, que tem 48 anos, só chegou onde está hoje por causa dos pequenos negócios.

“Vender para os grandes é fácil, mas apoiar o pequeno, oferecer crédito e ensinar a vender, é um diferencial nosso. Hoje, são cerca de 50 mil farmácias, faturando menos de R$ 50 mil reais por mês, que representa uma fatia relevante do nosso negócio”, comenta. “Queremos manter o ritmo de crescimento que já temos, através da construção da prateleira. Queremos criar categorias dentro desse ambiente; essa é alavanca que a empresa tem, através das experiências das supermarcas”.

Por dentro do ecossistema

A atuação no mercado vai além do simples ato de vender. É necessário promover o produto, garantir que o consumidor compreenda sua disponibilidade e treinar a equipe de vendas. Diversos fatores, quando alinhados ao entendimento do ecossistema do setor, contribuem para o domínio de mercado. Isso ocorre porque a atuação abrange todas as etapas do processo, do início ao fim. “Acredito que, dependendo da categoria, podemos crescer ainda mais do que o projetado”.

Ainda de acordo com o executivo, o canal de distribuição deve ser o protagonista, com uma logística qualificada e atenta às dores do setor. Primeiro, existe a necessidade de atender o cliente do canal principal antes de expandir. “Nosso desafio é oferecer produtos acessíveis no Brasil, mantendo a qualidade e a inovação como prioridades”.

Fonte: Consumidor Moderno
Tecnologia & Inovação Postado em segunda-feira, 17 de março de 2025 às 11:01


Da invenção nos anos 1930 à era dos sensores e materiais ecológicos, o carrinho de supermercado se tornou símbolo do consumo e, agora, uma ferramenta estratégica.

Os carrinhos de supermercado são tão comuns em nosso dia a dia que raramente paramos para pensar em sua origem ou em como eles evoluíram ao longo do tempo. Presentes não apenas em supermercados, mas também em lojas de departamento, pet shops e até mesmo no mundo digital dos e-commerces, os carrinhos são um símbolo do consumo desde a década de 1930 até os dias de hoje. Mas, poucas pessoas sabem como surgiu esse item tão essencial e como a tecnologia e a sustentabilidade estão moldando seu futuro no varejo mundial.

De uma cadeira dobrável ao símbolo do consumo, a história do carrinho de supermercado começou há quase 100 anos, em Oklahoma, Estados Unidos. Sylvan Goldman, dono de uma rede de mercados, percebeu que as cestas de compras tradicionais já não atendiam às necessidades dos consumidores. Com o aumento do volume e do peso das compras, devido ao crescimento das vendas de produtos embalados, Goldman percebeu que era preciso uma solução que facilitasse a vida dos seus clientes.

Foi então que o empreendedor teve uma ideia revolucionária adaptando uma cadeira dobrável, que foi personalizada com rodinhas, criando assim um cesto maior para os clientes acomodarem mais produtos. Para desenvolver o primeiro protótipo do carrinho de supermercado, Goldman contou com a ajuda de um mecânico chamado Fred Young, que trabalhava em uma de suas lojas, mas, no começo, a aceitação não foi imediata. "Mulheres reclamavam que o carrinho lembrava um carrinho de bebê, e os homens não queriam parecer fracos", explica Danilo Lombardi, diretor comercial da Supercarrinhos, empresa especializada neste segmento no Brasil.

Expansão com atores e disputa por patente

Diante da baixa adesão à sua invenção, o empreendedor decidiu que era necessário convencer o público a usar os carrinhos e, para isso, Goldman contratou atores para frequentar a loja e, claro, usarem os carrinhos. O resultado logo apareceu e, em pouco tempo, os carrinhos se espalharam por mercados em todo o país.

Cerca de 2 décadas depois, os carrinhos já eram um sucesso e impulsionaram o crescimento dos supermercados nos Estados Unidos. No entanto, um novo desafio surgiu: o espaço ocupado pelos carrinhos, que se amontoavam nos estacionamentos e dentro das lojas, dificultando a circulação.

A solução veio de Orla Watson, um inventor de Kansas, EUA, que desenvolveu a parte traseira móvel dos carrinhos, permitindo que fossem acoplados em fila. Essa inovação reduziu significativamente o espaço ocupado, de 76 cm para apenas 11 cm por carrinho. A invenção foi tão impactante que gerou uma disputa judicial pela patente entre Watson e Goldman, que durou décadas e, ao final, Watson saiu vitorioso.

Acessibilidade, tecnologia e sustentabilidade

Atualmente, o carrinho de supermercado mantém o mesmo conceito básico, sem grandes mudanças em relação à sua estrutura, no entanto, as inovações nesta ferramenta seguem a todo vapor. Além de melhorias ergonômicas e de design, os carrinhos também se adaptaram às necessidades de acessibilidade, por exemplo.

Um marco nessa evolução foi o "Caroline’s Cart", protótipo criado por Drew Ann Long, mãe de uma jovem com deficiência, que possui uma cadeira na parte traseira, permitindo que pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida possam fazer compras com conforto e segurança. "Essa é uma preocupação que também temos na Supercarrinhos, com modelos como o L580, que oferecem acessibilidade e inclusão".

Hoje, os carrinhos de supermercado estão passando por uma nova revolução, impulsionada pela tecnologia e pela sustentabilidade. Nos Estados Unidos e na Europa, já é comum encontrar carrinhos inteligentes, equipados com sensores, telas digitais e sistemas de autoatendimento. "Esses carrinhos processam as compras, pesam mercadorias e permitem o pagamento direto pelo cliente, sem a necessidade de passar pelo caixa", explica o diretor da Supercarrinhos.

Desafios e tendências

Redes como o Amazon Go já utilizam essa tecnologia, que começa a ganhar espaço no Brasil e, além disso, a sustentabilidade também está em pauta neste segmento onde materiais ecológicos e processos de fabricação menos impactantes estão sendo incorporados à produção dos carrinhos. "A pintura eletrostática, por exemplo, permite personalizações que integram os carrinhos à comunicação visual das lojas, ao mesmo tempo em que reduz o uso de produtos químicos".
Apesar dos avanços em opções de modelos de carrinhos, a implementação dessas novas tecnologias e de materiais sustentáveis ainda enfrenta desafios. "O custo da tecnologia é alto e há uma resistência cultural, especialmente entre pessoas com mais de 50 anos. No entanto, a tendência é de popularização, impulsionada pela geração mais jovem".

De acordo com o diretor da Supercarrinhos, entre as próximas inovações previstas para os carrinhos de supermercado estão as integrações aos programas de fidelidade, sugestão de itens e mapeamento das seções nas lojas. "A tecnologia vai facilitar ainda mais a experiência do cliente, com descontos especiais para quem optar pelo autoatendimento,por exemplo".

Solução contra furtos

Segundo Danilo, outro desafio que a indústria busca superar usando a tecnologia a seu favor é o furto de carrinhos. "No Brasil, mais de 20 mil unidades são perdidas ou furtadas por ano, causando prejuízos significativos. Por isso, a Supercarrinhos está desenvolvendo uma tecnologia anti-furto exclusiva que servirá como solução eficiente para esse problema".

De uma adaptação de cadeira dobrável aos carrinhos inteligentes e sustentáveis de hoje, a evolução do carrinho de supermercado reflete as mudanças no comportamento do consumidor e nas tendências tecnológicas. E, como mostra a história, essa invenção à prova do tempo ainda tem muito a oferecer aos consumidores. "O carrinho de supermercado é mais do que um item funcional; é um símbolo do consumo e da inovação. E, com as transformações que estão por vir, ele continuará a ser uma peça central na maneira como fazemos compras".

Fonte: Super Varejo