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Tecnologia & Inovação Postado em segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022 às 16:37


Investimentos na construção e aquisição dos equipamentos da nova planta alcançam R$ 45 mi e integram o total de R$ 1,2 bi da Gás Verde.

O Grupo Urca Energia anunciou a construção de uma usina de produção de gás carbônico (CO2) verde no Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) de Seropédica, município da região metropolitana do Rio de Janeiro.

A planta será a primeira no Brasil a produzir CO2 verde pelo aproveitamento de biometano gerado a partir de resíduos orgânicos de aterro sanitário e faz parte do portfólio da Gás Verde, recém-adquirida pela Urca Energia.

Os investimentos na construção e aquisição dos equipamentos da nova planta de CO2 verde alcançaram R$ 45 milhões e integram o investimento total na Gás Verde de R$ 1,2 bilhão.

A Gás Verde já tem uma usina de biometano em Seropédica e duas plantas de geração de energia elétrica a partir de biogás em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, e São Gonçalo, região metropolitana do Rio. Essas duas unidades serão transformadas em usinas de biometano até 2023.

A expectativa é que a planta comece a operar em 18 meses. A usina vai gerar em torno de 100 toneladas de gás carbônico verde por dia, o que representa aproximadamente 10% do consumo diário do Brasil, que é de 1,1 mil toneladas.

O CO2 verde tem variadas utilizações. Na indústria de alimentos e bebidas, é usado nos processos de gaseificação de líquidos e congelamento de alimentos; na metalurgia, no tratamento térmico de soldas; e no setor de saneamento, no tratamento de efluentes.


Diversificação

O secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (SPG) do Ministério de Minas e Energia (MME), Rafael Bastos, afirmou que embora o Brasil já tenha a matriz mais diversificada do mundo, com cerca de 48% de fontes renováveis, a usina é mais um passo na ampliação dessas matrizes energéticas.

“Nós continuamos avançando. Este é um grande passo nessa direção. Mais um empreendimento que vem trazer mais uma alternativa energética para o Brasil e nós estamos tomando iniciativas que vão nesse sentido”.

Rafael Bastos salientou que o Rio de Janeiro é uma potência energética do país, produzindo 80% do petróleo e 64% do gás natural do Brasil. Nos últimos seis anos, a produção de petróleo fluminense aumentou 30% e a de gás natural, 55%.

“Iniciativas como esta do Grupo Urca Energia vão ao encontro da política energética nacional que busca o uso de fontes alternativas de energia e biocombustíveis de bases econômicas, ambientais e sociais”, destacou.

Estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao ministério, aponta um potencial de produção de 3,9 bilhões de metros cúbicos de biometano no Brasil até 2031. A intenção do MME é possibilitar o enquadramento de projetos de biocombustíveis renováveis no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (REIDI) para benefícios à implantação de projetos estruturantes.

Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais do Rio de Janeiro, Vinicius Farah, os investimentos da Urca Energia e a inauguração da usina de biogás ampliam a geração de energia limpa no estado. “E somam-se a um número significativo de projetos de energia solar, eólica e de hidrogênio verde que tornarão o Rio uma referência nacional em fontes renováveis”.

O diretor-executivo do Grupo Urca Energia, Marcel Jorand, assegurou que a empresa busca realizar investimentos que repercutem positivamente no meio ambiente. “E é isso o que ocorre ao tratarmos o gás carbônico para que seja aproveitado por diversas indústrias. Trabalhamos para oferecer alternativas ambientalmente melhores”.

A expectativa é gerar mais de 500 empregos na construção da nova planta. As três usinas juntas vão produzir, dentro de 24 meses, volume da ordem de 400 mil metros cúbicos de metano por dia.


Pureza

O gás carbônico verde alcança um grau de pureza para o consumo como alimento, atendendo à norma internacional determinada pela Food and Drug Administration (FDA), órgão que controla a qualidade de medicamentos, alimentos e bebidas nos Estados Unidos.

A diferença, segundo ele, é que o CO2 verde nacional tem na sua origem o combustível renovável, o que significa que o processo evita a emissão de gases de efeito estufa.

Segundo o Grupo Urca Energia, é gerada uma corrente de gases composta por 42% de gás carbônico no processo de tratamento do biogás para biometano. Essa corrente será enviada por dutos da usina de biometano para a usina de CO2 verde, onde será tratada, visando elevar a concentração do gás carbônico a 99%.

Em seguida, o gás passará pelo processo de liquefação e será estocado para venda futura a distribuidoras e comercializadoras. A Gás Verde já tem contrato firmado com a Ambev, em janeiro deste ano, para fornecimento de biometano a ser usado na planta industrial de Cachoeiras de Macacu (RJ) da empresa.

Fonte: Infomoney
Tecnologia & Inovação Postado em segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022 às 16:25


Após fala com apologia ao nazismo, Youtuber perde patrocínios, emprego e a internet demanda posicionamento das marcas.

No atual momento da digitalização, as empresas estão cada vez mais alertas ao poder que as mídias trouxeram aos consumidores — e o quanto eles, por sua vez, estão atentos aos mais recentes acontecimentos. Um exemplo de como a resposta das redes pode ser definitiva para exigir um posicionamento das marcas ocorreu nesta terça-feira (8), com a fala do youtuber Bruno Aiub, conhecido como Monark, que defendeu a legalização de um partido nazista no Brasil, durante exibição do Flow Podcast.

Com a voz ativa nas redes sociais e empoderados na busca por informações, fica mais frequente o pedido de transparência e posicionamento por parte das clientes para as companhias, sobretudo à margem de eventos impactantes. Isso ficou visível no comportamento público de diversos internautas após as falas do youtuber, que demandaram uma posição das empresas patrocinadoras do podcast.

Vale destacar que a apologia ao nazismo é considerada um crime no Brasil, de acordo com a Lei 7.716, de 1989, também conhecida como a Lei Federal Antirracismo. E consta na Constituição Brasileira, passível a reclusão de dois a cinco anos e multa.


Uma demanda instantânea de posicionamento e transparência

Em questão de poucos minutos após a divulgação do programa, os internautas passaram a cobrar um posicionamento instantâneo por parte dos patrocinadores. E o resultado disso foi a resposta de diversas das marcas aliadas ao Flow Podcast anunciando distrato de patrocínio com o programa.

Entre as patrocinadoras que rapidamente se posicionaram sobre o assunto, destacam-se o iFood, Bis (Mondelez), Puma, Finclass e Wiseup.

Algumas horas mais tarde, os estúdios do podcast Flow se pronunciaram sobre o ocorrido e anunciaram o desligamento do apresentador do programa. “Ao longo da nossa história, tratamos de temas sensíveis buscando promover conversas abertas sobre assuntos relevantes para a nossa sociedade, sem preconceitos ou ideias preconcebidas, pelo que acreditamos e defendemos. Reforçamos nosso comprometimento com a Democracia e Direitos Humanos, portanto, o episódio 545 foi retirado do ar. Comunicamos também a decisão que a partir de agora, o youtuber Bruno Aiub, o Monark, está desligado do Estúdios Flow”, descreve a gravadora em nota.

Assim, menos de 24 horas após a divulgação do episódio, todas as marcas se pronunciaram com um posicionamento e desfizeram ou permaneceram com a parceria. Eis a mágica das redes sociais: a velocidade e a rede orquestrada.


As redes sociais como espaço de cobrança e acompanhamento

Ser ativo nas redes sociais permite que os consumidores tenham espaço para acompanhar as ações o crescimento das marcas, é claro, mas também significa encontrar em uma plataforma um espaço para cobrar o posicionamento das empresas. E, com tamanha instantaneidade, o tempo de tolerância do consumidor tem sido cada vez menor.

A depender do evento, um único tweet pode ser responsável por tornar uma marca malvista. E é por isso que o tempo de resposta precisa ser claro, curto e objetivo: trazer os valores da empresa e entender o posicionamento dos consumidores nas redes.

O que o caso do Monark nos deixa de aprendizagem é o quanto o tempo pode ser valioso: empresas que demoraram a ter um pronunciamento perderam uma quantidade considerável de seguidores — e em tempos de internet, isso pode ser um forte indicativo do futuro dos negócios.

Fonte: Consumidor Moderno