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Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 14 de setembro de 2021 às 10:37

Seguindo grandes exemplos como Netflix e Amazon, a rede de fast food acaba de anunciar que está testando um serviço de assinatura de tacos por 30 dias, para fidelizar os amantes de comida mexicana.


Com uma assinatura que varia de US$ 5 a US$ 10, ainda não está disponível no Brasil, o cliente terá direito a um taco mexicano por dia.

Entendendo a estratégia por trás…

Dados mostram que membros do programa de fidelidade (pré-existente) da Taco Bell passam a gastar 35% mais em suas visitas depois que entram no programa. Com a assinatura, não vai ser diferente.

Até porque, muito provavelmente, os amantes da rede não ficarão muito saciados com apenas um taquinho e vão acabar comprando outros itens do cardápio.

Além disso… A assinatura de tacos acaba fazendo com que mais consumidores baixem o app da rede e façam seus pedidos diretamente por lá, evitando taxas de aplicativos terceiros, como Uber Eats e afins.

Takeaway:

Com cada vez mais cartões digitais e fintechs no mercado, as pessoas acabam tendo mais margem para assinaturas. Isso fortalece a “subscription economy”, que se torna cada vez mais presente em diferentes setores.

Na prática: A Panera Bread, espécie de padaria sofisticada americana, lançou sua própria versão em 2020, que oferecia café e chá ilimitados por US$ 8,99 mensais. Menos de um ano depois, a rede tem quase meio milhão de assinantes.

Fonte: TheNewsCC
Tecnologia & Inovação Postado em quarta-feira, 08 de setembro de 2021 às 15:30


“Alexa, me lembre de trocar meu botijão de gás.” “Google, me ensine a escovar os dentes da forma correta?” 

Disparar comandos de voz para assistentes virtuais ainda soa estranho para você? A Benext aposta que, mais cedo ou mais tarde, isso vai mudar.

A startup carioca desenvolve interfaces e aplicativos que oferecem soluções de voz aos consumidores, ajudando a estreitar sua relação com as empresas. 

Daniel Deivisson, 47, CEO da Benext, explica:
“Nascemos numa indústria que tem um potencial enorme, acreditando numa coisa que nos move até hoje. Colocamos a voz como um elemento primordial na relação entre homens e máquinas. Nesse contexto, desenvolvemos tecnologia e fraseologia, para uma internet conversacional”.

Inteligências artificiais como a Alexa, da Amazon, e o Google Assistant vêm se popularizando, por meio do acesso via celular ou através de aparelhos como o Echo Dot. Esse mercado, que em 2020 estava estimado em 1,7 bilhão de dólares, deve decolar e pode atingir 8,9 bilhões de dólares até 2027, segundo um relatório de tendências publicado em abril deste ano.

Além de desenvolver soluções de voz à frente da Benext, Daniel mantém o New Voice, dedicado à cobertura desse universo. No próximo dia 23, o portal organizará o New Voice Summit, um evento online e gratuito sobre o setor de apps de voz.


A STARTUP ESTREOU CRIANDO UMA SOLUÇÃO DE VOZ PARA A COLGATE

O primeiro cliente da startup foi a Colgate, que segue com eles até hoje. A ação que inaugurou a parceria rolou no fim de 2018, destinada à área de crianças e família do Google Assistant.

Basta falar com o app do Google no celular que a interação começa. “Vou ensinar você a escovar os dentes sozinho colocando essa música”, responde uma voz, convidando a criança a aprender sobre os melhores hábitos de higiene bucal. Daniel afirma:

“As crianças adoraram, tivemos centenas de milhares de acessos. Imagine o valor intrínseco que isso tem… A marca não pode fazer publicidade diretamente para o público infantil, mas pode oferecer um serviço como esse, de ensinar a criança a escovar os dentes”.

Aquele iniciativa original continua no ar, com alguns aprimoramentos na tecnologia, segundo o CEO. Hoje, a Benext acumula outros projetos para a Colgate: uma central de voz voltada aos cuidados bucais e um tira-dúvidas de higiene da boca.

JORNALISTA DE FORMAÇÃO, DANIEL SE DESCOBRIU EMPREENDEDOR SERIAL

Com formação em jornalismo e especialização em marketing, Daniel se descreve como um raro caso de jornalista afeito a negócios. “Tem muito preconceito contra isso nessa carreira”, afirma. 

Empreendedor serial com foco em negócios digitais, ele lançou em 1999, então aos 26 anos, o Guia Local, um guia de cidades online criado em parceria com a Telefónica, em Madri.

“A bolha de 2000 definiu alguns negócios. O meu não prosperou, mas fazer um negócio internacional deu uma mudança muito grande na minha carreira”

Depois disso, ficou por quase cinco anos na Oi, como gerente de marketing e diretor de internet. Mas a necessidade de empreender voltou a bater.

Em 2006, ao lado de Brunno Gens (hoje seu sócio na Benext), Daniel lançou a agência digital Frog, que cuidava da comunicação digital e mídias sociais de empresas como Vale e Varig.

Ele deixou a empresa no fim de 2015. E, já em janeiro do ano seguinte, embarcava em outra empreitada, como sócio na DDzero4, especializada em negócios para mobile, mídia e digital.


PARA EMPREENDER NOS VOICE APPS, ELE RECRUTOU DOIS EX-COLEGAS DAS ANTIGAS

Em 2017, farejando os primeiros sinais do boom desse mercado, Daniel resolveu empreender no setor dos voice apps.

Para o novo projeto, recrutou dois colegas que conhecia há mais de 20 anos: Brunno Gens, seu ex-sócio na Frog, e Enio Santiago, com quem já tinha trabalhado em seus tempos de jornalista.

“Em nove de dez startups, a tendência é chamar pessoas com quem se tem relacionamento ou já trabalhou. Desculpe o clichê, mas todo negócio é feito de gente. E nunca vi um bom negócio com gente ruim por trás dar certo”

O investimento inicial veio do bolso dos próprios sócios, cerca de 700 mil reais que bancaram o primeiro um ano e meio de operação. bNaquela fase, a palavra de ordem era aprender. Depois de contratar os primeiros três funcionários, a Benext se focou em desenvolver a tecnologia de voz e a escrita (ou seja, o roteiro de texto que determina a experiência do usuário). 

Esses dois fatores combinados são o que “ensinam o robô a falar”, segundo Daniel: “Significa criar o diálogo, entender o que as pessoas vão perguntar — e como as frases vão ser respondidas.” 


AS SOLUÇÕES DE VOZ TAMBÉM AJUDAM A VENDER BOTIJÕES DE GÁS E JOGOS DE TABULEIRO

Enquanto desenvolviam as primeiras soluções para a Colgate, os sócios iam aprendendo as manhas de ensinar seus robôs a se relacionarem com os usuários da Alexa e do Google. “Parte relevante do negócio aprendemos já sendo high-end developers para grandes empresas”, diz Daniel.

Outro projeto que acelerou o aprendizado foi desenvolvido em 2019. A Benext criou uma solução de venda de botijões de gás por voz para a Supergasbras.

“Tínhamos uma interface que se integrava ao sistema deles para fazer um pedido. Fomos a um alto nível para entender como conseguiríamos, usando a voz, qualificar o usuário, entender seu endereço, entrar no sistema e fazer um pedido”.

Em seu portfólio, a Benext apresenta ainda ações de branding para as cervejarias Skol e Colorado (ambas da Ambev) e uma parceria com a Grow, lançando versões em voz de uma trinca de jogos de tabuleiro que fazem parte da infância (e por que não do presente?) de muitos marmanjos de hoje: Master, Perfil e Imagem & Ação. 

“São muito acessados no mundo inteiro”, diz o CEO da Benext. “Em língua inglesa vão muito bem, assim como em espanhol, no México.”


A BENEXT CRIOU UMA FERRAMENTA PARA ANALISAR E DESENVOLVER APPS DE VOZ

Em abril deste ano, a startup lançou uma ferramenta de análise de dados de acesso e interação de usuários, para ajudar companhias a entender como os consumidores navegam pelos voice apps.

Batizada de Bevoice, a ferramenta está disponível em português, inglês e espanhol. 

“Como desenvolvedores, sentimos a falta de ferramentas que ajudassem no dia a dia na análise de dados, de resultados e do comportamento dos usuários. Desenvolvemos o Bevoice durante um ano e meio, com o trabalho de engenheiros de software do Brasil, Índia e Estados Unidos”.

Após o lançamento, em abril, a Benext incorporou uma nova funcionalidade, que permite criar voice apps de forma simples, sem necessidade de mexer com códigos de programação. A ferramenta também oferece alguns templates prontos de escrita de perguntas e respostas.

O próximo passo, explica Daniel, é a criação de um modelo de comércio por voz, que poderá ser acoplado a algumas das principais plataformas do mercado. 


A PERSPECTIVA É CRESCER NESTE ANO TRÊS VEZES MAIS DO QUE EM 2020

Devido à pandemia, dizem os sócios, a Benext teve em 2020 um resultado aquém do esperado. Mas 2021 será o ano da virada, dizem: eles projetam se recuperar das perdas crescendo três vezes mais do que no ano passado, impulsionados pela venda de aparelhos com assistente de voz.

“No Prime Day, o Echo foi o produto mais vendido do site. E, no Brasil, são 170 milhões de celulares com o Google Assistant pré-instalado, [somos] o terceiro país em uso do aplicativo e ainda com um potencial enorme. Acreditamos que existe uma quantidade de dinheiro e de projetos represados que vai explodir no final de 2021 e em 2022”.

O objetivo é ser reconhecido em breve como player global, brigando em alto nível não só no mercado latino-americano, como nos Estados Unidos e na Europa. Para tracionar o negócio, a Benext se prepara para captar investimentos:

“Temos que ser um Usain Bolt com fôlego de maratonista”, diz Daniel. “Sabemos que não é do dia para a noite: precisamos estar posicionados, com caixa e fôlego para aguentar esse longo prazo.”

Fonte: Projeto Draft