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Tecnologia & Inovação Postado em quarta-feira, 13 de outubro de 2021 às 14:55


Para lidar com as limitações da pandemia, o setor de eventos se adaptou e abriu espaço para uma nova tendência: experiências que unem físico e digital.

Você consegue se lembrar quantos compromissos precisou desmarcar em março de 2020, quando a pandemia de Covid-19 estourou no Brasil e o lockdown foi declarado? É válido arriscar que nenhuma agenda permaneceu a mesma – e isso em todos os setores da sociedade. Entre as atividades econômicas, muitas precisaram desacelerar bruscamente o ritmo e algumas viveram uma real paralisação. Essa pausa drástica foi a realidade do setor de eventos que agora, dezenove meses depois, começa a visualizar novas possibilidades e uma nova tendência para o futuro: o modelo híbrido.

Jefferson Amendolara, CEO e cofundador da Hybri, vivenciou na pele o hiato do setor. O empreendedor entrou no mercado em 2017 com um aplicativo para festas, mas logo mudou de foco, pois percebeu diversas dores do mercado no que se refere à organização e planejamento. Em 2019, iniciou as atividades de sua plataforma focada em gestão pré-evento e, em 2020, estava prestes a inaugurar uma nova fase voltada aos eventos presenciais. Com o início do isolamento, o lançamento se transformou em três meses de estudo e adaptação, que deram vida ao modelo existente hoje, uma plataforma premium para eventos online.

“A pandemia deu início a um boom para um mercado que ficava de lado, o de eventos híbridos e online. Muita coisa mudou não só no comportamento do consumidor, mas na forma de realizar as coisas”.

A Hybri percebeu a oportunidade e, desde a mudança de chave, já realizou 270 eventos para mais de 120 clientes. A ferramenta conta com quatro módulos: “Idealize”, focado no processo de criação; “Planeje”, voltado à organização financeira, tarefas e deadlines; “Gerencie”, focado no backoffice eficiente; e o “Station”, o módulo de transmissão que faz a magia do evento acontecer.

A ferramenta é toda customizada. O cliente pode escolher, por exemplo, se vai apresentar uma entrada 3D que reproduz o ambiente físico (como a imagem que ilustra essa matéria) ou simplesmente uma lista com as salas do evento. A transmissão conta com um chat para interação e os participantes têm seu próprio perfil (com controle sobre a privacidade). Os organizadores podem criar stickers para ações diferenciadas com brindes e gamificação e também existe a opção de criar salas exclusivas para networking. “No início, evento online era live. Levou um tempo para o mercado entender que transmitir um conteúdo é diferente de fazer um evento. O nível de interação gerado é o que faz a diferença para que o evento não seja simplesmente uma aba aberta no navegador do usuário”.


Preparo

Na visão do empreendedor, o futuro do mercado de eventos é híbrido e as empresas que não se adaptarem correm o risco de ficar para trás. Essa realidade exige uma adaptação. Segundo uma pesquisa do Event Manager Blog, enquanto no presencial o mais importante é o conteúdo, no ambiente online, ele cai para terceira posição – fica atrás de networking e engajamento. “Não adianta mais investir apenas em nomes fortes de palestrantes. A interação dos participantes conta muito e precisa ser diferenciada”, lembra o CEO da Hybri.

Nesse caminho, o evento presencial trabalha a força do nicho enquanto o ambiente digital traz o alcance, principalmente no momento em que vivemos as consequências da pandemia. Basta pensarmos na própria limitação dos ambientes. Em um dos recentes eventos realizados pela Hybri, foram contabilizados oito mil participantes e mais de três milhões de interações em três dias. São novas possibilidades para alcançar.

Outro cuidado é com a segurança. Amendolara conta que a ferramenta é toda criptografada e existe uma grande preocupação em utilizar o que há de melhor em infraestrutura. Além disso, são feitos teste de estresse para compreender como a plataforma se comportaria em casos de ataque e garantir que ela não saia do ar. Para o mercado, ele indica que estar em linha com Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é o básico enquanto a robustez da ferramenta é o que faz a diferença.


Perspectivas

O mercado de eventos corporativos já chegou a representar 4,3% do PIB brasileiro, em 2018, e tinha uma média de crescimento de 14% ao ano, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc). Em 2021, o mercado ainda atua com um pé no freio, mas em 2022, o quadro deve mudar. Em entrevista ao Estado de S. Paulo, o presidente da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), Doreni Caramori Júnior disse que espera que 100% da programação de eventos volte a ocorrer no próximo ano.

As oportunidades são grandes e o modelo híbrido promete ser uma diferenciação. “Um evento sempre foi uma experiência, mas agora cada vez mais precisa ser uma experiência relevante na vida das pessoas porque elas têm mais liberdade, mais poder de informação”, analisa Amendolara. “Uma comunidade começa a partir de um evento, é muito relevante para as marcas”.

Fonte: Consumidor Moderno
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 05 de outubro de 2021 às 10:54


Aceleração do consumo digital começou com as restrições da pandemia e deve se acentuar com melhora em tecnologia e segurança.

Não há dúvidas: a pandemia, de fato, impulsionou o e-commerce no Brasil. Só em 2020 foram 13 milhões de novos consumidores – um crescimento de 29% em relação ao ano anterior. Gente que até então só comprava em lojas físicas.

Os dados são da 43ª edição da pesquisa Webshoppers, realizada pela EBIT| Nielsen em parceria com a Bexs, que revela ainda que o faturamento das lojas virtuais atingiu um recorde histórico: 87 bilhões em vendas, 41% de variação em relação ao ano anterior.

Apesar de ter sido impulsionado pelo isolamento social provocado pelo novo coronavírus, o crescimento do e-commerce não deve recuar no pós-pandemia. Ao contrário: a melhora na tecnologia e na segurança e o aumento da confiança do consumidor em relação às compras online devem acentuar ainda mais o crescimento do setor, que ainda é considerado embrionário por especialistas.


E-commerce brasileiro deve decolar no modo turbo

Apesar de todo o crescimento registrado em 2020 – e dos indicativos de que continua em expansão em 2021 – o comércio online ainda é considerado embrionário no Brasil.

Um levantamento feito em parceria entre o PayPal Brasil e a BigDataCorp, intitulado Perfil do E-commerce Brasileiro 2021, aponta que o e-commerce responde por apenas 4% do total de vendas realizadas no País.

Rodrigo Schemann, diretor de vendas da fintech global Unlimint no Brasil, considera que o setor representa um oceano para se navegar e afirma que estamos apenas no início dessa exploração.

“A pandemia acelerou o processo de inclusão digital. Para se ter uma ideia, antes, apenas 4% ou 5% do volume de transações no e-commerce eram feitas com cartão de crédito ou débito. Durante a pandemia, esse percentual saltou para 30%. As pessoas foram obrigadas a aprender como baixar uma carteira digital e aplicativos de saque, inclusive, para utilizar o auxílio emergencial”.

Com a necessidade de mergulhar neste universo, o receio dos consumidores em comprar pelo computador ou celular também diminuiu. “A população está mais digitalizada. Essas experiências vão impulsionar muito o comércio eletrônico nos próximos anos”, prevê Rodrigo Schemann.

A maior presença dos consumidores online, por sua vez, forçou lojas físicas a se tornarem digitais, desencadeando também uma transformação nos modelos de negócio em todo o País. O estudo da PayPal e da BigDataCorp comprova esse fato: em julho de 2019, o Brasil contabilizava 900 mil lojas online. Em julho deste ano, o número já soma quase 1,6 milhão.

“Quem vende qualquer produto ou serviço hoje, se não estiver no digital, tende a não sobreviver. A conjuntura obriga ter um comércio eletrônico porque amplia o horizonte de vendas. Se alguém antes tinha receio de estar online, hoje não deve ter mais. A pandemia forçou que empresas e empreendimentos se voltassem para o e-commerce e, com isso, esses negócios encontraram nesse canal uma fonte de renda que antes não imaginavam ser possível ter”, analisa o diretor de vendas da fintech global Unlimint no Brasil.

Além da digitalização que vem transformando o comportamento do consumidor e dos negócios, o ‘oceano’ a ser explorado envolve também a potencialização de novos setores dentro do próprio e-commerce.

“Há muito a ser explorado ainda. No Brasil, por exemplo, alguns setores são proibidos, diferentemente de outros países – como jogos de azar e cassino online”.

O setor de supermercados também é utilizado pelo especialista como exemplo, uma vez que as vendas online ainda são pequenas se comparadas com as compras presenciais, que continuaram sendo preferência mesmo na pandemia. Outro nicho que deve se expandir é o de vendas de produtos importados.

“Hoje temos uma meia dúzia de sites que vendem produtos importados no Brasil. É muito pouco. Para comprar um produto que só existe nos Estados Unidos, por exemplo, é difícil, muita burocracia e entregas demoradas. Quando os sites internacionais – e mesmo os brasileiros que vendem produtos de fora – conseguirem resolver esses problemas com burocracia e dificuldade de logística, os números do e-commerce vão crescer muito no país”, prevê.


Perspectivas para o futuro do setor

Implementar tecnologias capazes de aproximar a experiência de compra online e offline e aprimorar a segurança, incentivando o consumo digital, é a principal missão de quem atua no e-commerce.

“É muito da cultura do brasileiro ir até a loja para sentir a experiência da compra. No setor de vestuário, por exemplo, muita gente tem medo de comprar online porque não sabe se o produto vai chegar no tamanho ideal. O fato de não ter um selo de qualidade ou uma garantia de que o produto que vai ser entregue é efetivamente o que está sendo mostrado, inibe o consumidor. Por conta disso, muita gente ainda prefere ir à loja física para sentir, testar e vestir a roupa”, exemplifica Rodrigo Schemann.

Nesse sentido, para o diretor de vendas da fintech global Unlimint, o principal desafio das empresas é fazer com que a pessoa que não está acostumada a comprar online faça a primeira compra. “Ou seja, cativar este cliente e fazer com que ele saia satisfeito e deseje repetir o procedimento”.

Investir em tecnologias para aprimorar essa experiência digital – como as lojas que permitem fazer upload de fotos para ver como as peças de roupas ficariam e até mesmo testar combinações, montando looks – e investir em logística reversa são algumas das estratégias efetivas para cumprir com esse objetivo.

Outro fator decisivo para conquistar novos consumidores e expandir o e-commerce no país é o investimento em segurança na hora da compra. “As pessoas ainda têm receio de informar dados pessoais para finalizar as compras, especialmente número de cartão e chave de segurança, requeridos no momento do checkout. Isso, muitas vezes, faz com que não comprem em sites novos, e sim nas empresas que já conhecem. O faturamento dessas organizações está explodindo”, avalia Rodrigo Schemann.

Tecnologias que facilitem o pagamento e preservem a segurança dos dados devem ser prioridade para empresas do setor. Um exemplo é o 3DS 2.0, que, segundo estudo de caso da Visa, é capaz de reduzir em 40% as fraudes, enquanto os comerciantes podem esperar até 66% menos taxas de abandono do carrinho.

“Com o modelo de checkout atualmente utilizado no Brasil, não é possível saber qual empresa está por trás do processo de pagamento e isso gera insegurança. A Unlimint está trazendo para o país um modelo novo, utilizado na Europa. Quando o cliente compra em um site, tem como saber que está digitando todas as informações do cartão no ambiente de uma empresa segura. A página tem selo de qualidade e garantia de segurança, com todos os protocolos chancelados por órgãos e entidades competentes. Isso vai trazer muito mais segurança para a compra. Trata-se de uma confirmação positiva da compra, reduzindo sobremaneira as fraudes”.

Fonte: Novarejo