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Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 20 de julho de 2021 às 10:18


Novo modo de compra tem demonstrado grande aderência no país desde o início deste ano.

Embora o comércio de rua comece a dar sinais de recuperação, é quantitativamente notório o fato de que o comércio online seguirá a pleno vapor. Tanto que a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) e o instituto Neotrust realizaram um levantamento que apontou que, no primeiro trimestre de 2021, foram realizadas 78,5 milhões de compras online, ou seja, um aumento de 57,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Esse volume de vendas resultou em um faturamento de R$ 35,2 bilhões para o e-commerce entre janeiro e março deste ano, o que significa um crescimento de 72,2% em face às estatísticas de 2020.

O Brasil atingiu, em 2020, o recorde de pedidos no e-commerce: 301 milhões de compras foram realizadas, número que representa uma alta de 68,5% em relação a 2019, de acordo com a ABComm e a Neotrust. Como consequência, o faturamento nacional também teve um crescimento significativo.

Ao todo, a receita gerada foi de R$126,3 bilhões, número que representa uma variação de 68,1% comparado ao ano anterior e mostra a força do e-commerce e das vendas digitais para a economia do país.

Para o estudo, a busca por baratear o valor da entrega também aumentou durante os primeiros três meses de 2021: o reflexo disso é o grande crescimento da modalidade de frete grátis. No período, 53% das compras realizadas foram entregues de forma gratuita, ante 47% no mesmo trimestre do ano passado. Já a entrega paga foi a opção escolhida em 47% dos pedidos realizados, queda de 6% no comparativo.

Nesse período, o varejo digital concentrou 22,8 milhões de consumidores únicos, aumento de 43,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. O gasto médio total de cada consumidor foi de R$ 1.340,00, valor que representa aumento de 14,1% em relação ao mesmo trimestre em 2020.

“O comércio online passou por uma prova de fogo e de escala por conta da pandemia. Os usuários aprenderam a comprar virtualmente e perceberam que isso era muito bom. O crescimento do segmento, antes disso, já era super acelerado, pois o comportamento do consumidor vinha mudando de acordo com a popularização da internet, dos smartphones e das redes sociais. A pandemia só acelerou um processo que já iria acontecer de uma forma ou outra”, afirma Renan Mota, co-CEO e founder da Corebiz.

Para o especialista, esse cenário gera um ciclo virtuoso e que promove as vendas online, uma vez que os clientes notam que há uma facilidade de compra (sem precisar sair de casa e com a possibilidade de comparar preços com um clique) e que os próprios lojistas estão se aprimorando para oferecer a melhor experiência no ambiente digital.

“A pandemia foi o motor principal para o grande aumento das vendas online. A continuidade se deve ao aumento da confiança no canal internet, a praticidade e a rápida pesquisa de preços. A frequência das comercializações se manteve em alta nos últimos tempos e, diante de datas comemorativas tradicionais de consumo, os índices podem sofrer aumentos”, diz Rodrigo Santos, vice-presidente da ABComm e empresário do setor de logística.

Os segmentos que estão saindo na frente

Apesar de o comércio online no Brasil estar em ascensão, é natural que algumas áreas de atuação estejam performando melhor ou pior do que outras. Isso se deve, em grande parte, ao fato de que as pessoas estão passando cada vez mais tempo em casa, o que gera uma maior procura em itens de bem-estar doméstico. Desse modo, é relevante voltar os olhares aos segmentos que vêm demonstrando resultados positivos. Rodrigo Santos e Renan Mota listam algumas delas:

● Casa (cama, mesa e banho);
● Supermercados (serviços realizam compra e entrega de itens selecionados ao cliente em pouco tempo);
● Tecnologia (em especial: televisões com telas maiores e smartphones);
● Linha branca;
● Vestuário.


Tendências para os meses seguintes

Segundo o co-CEO e founder da Corebiz, a frequência das vendas no comércio online, daqui para frente, será crescente, e de forma exponencial em alguns casos. Tanto que se houver limitações no mercado, ele acredita que será por parte dos lojistas, e não dos consumidores.

“O comércio eletrônico se tornou muito mais do que apenas um canal de vendas online. Hoje, está ligado diretamente ao core de cada cliente. Por exemplo, um indivíduo que vai à loja física pode ser fidelizado pelo canal digital, que por sua vez está integrado ao televendas. O omnichannel tem como “maestro” as plataformas que antigamente eram focadas apenas no e-commerce e que, agora, se tornaram plataformas de vendas em geral”, completa Renan Mota.

De acordo com tudo isso, Rodrigo Santos, vice-presidente da ABComm, coloca que o crescimento do universo digital, em 2021, seguirá em alta devido aos avanços no modo de operação das lojas e no comportamento dos clientes, vertentes construídas e aprimoradas no ano passado e que irão favorecer o desenvolvimento das compras online no país.

“Muito disso possui uma relação com novos consumidores e novas empresas online e também em virtude do grande investimento das companhias em promover, cada vez mais, uma incrível experiência de compra. Seja na oferta de produtos ou na entrega cada vez mais rápida”, discorre o empresário.

Contudo, como a popularização dessa nova forma de compra está em andamento, os especialistas alertam: antes de efetuar uma compra online, busque, ao conversar com familiares e amigos ou na própria internet, referências sobre a loja escolhida para não cair em golpes ou fraudes.

Fonte: Consumidor Moderno
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 13 de julho de 2021 às 10:32


O centro de desenvolvimento do Brasil vai funcionar de forma independente em relação às demais operações da montadora no mundo.

Enquanto se move para aposentar até meados da próxima década o motor convencional a combustão interna na Europa, a Volkswagen decidiu fazer do Brasil um centro de pesquisa e desenvolvimento de sistemas de propulsão de automóveis que utilizam etanol e outros biocombustíveis como energia.

A decisão do grupo alemão parte da premissa de que a transição da indústria rumo ao carro elétrico não vai acontecer na mesma velocidade em todas as partes do mundo, de modo que motores a combustão interna seguirão sendo produzidos em mercados onde a substituição de tecnologia levará mais tempo.

O papel do Brasil, então, será de desenvolver a esses mercados, que em grande parte usam gasolina como fonte de energia, soluções mais limpas, complementando assim a evolução gradual da produção de veículos elétricos ou híbridos dentro do compromisso da Volkswagen, previsto em sua adesão ao Acordo de Paris, de buscar neutralidade em emissões de poluentes até 2050.

O centro de desenvolvimento do Brasil vai funcionar de forma independente em relação às demais operações da montadora no mundo, atraindo parcerias com governo, universidades e produtores de biocombustível. A intenção é de que dele saiam inovações a serem adotadas não apenas domesticamente e em mercados vizinhos, mas também em economias emergentes como Índia e países do continente africano, entre outros.

Segundo Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen na América Latina, o objetivo do centro será de não somente desenvolver soluções que reduzam as emissões dos propulsores convencionais como estudar o uso de etanol como fonte de recarga das baterias de carros elétricos, uma possibilidade aberta pela tecnologia de célula a combustível.

“Não queremos criar uma ‘jabuticaba’, e sim pensar em como a tecnologia desenvolvida no Brasil pode ser aproveitada em outros países ao redor do mundo”, diz o executivo.

Ao mesmo tempo em que espera aposentar definitivamente os motores a combustão interna na Europa entre 2033 e 2035, a Volkswagen avalia que a transformação tecnológica deve acontecer mais tarde na China e nos Estados Unidos, os dois maiores mercados de automóveis do mundo, levando ainda mais tempo em mercados emergentes como o Brasil.

Além de diferenças entre estágios de desenvolvimento tecnológico, de rede de postos de recarga e de renda dos consumidores, a falta de agenda política indica que a eletrificação dos automóveis avançará mais lentamente no Brasil, embora o País tenha a seu favor uma matriz energética baseada em fontes renováveis.

Ainda não há definição sobre quanto a Volkswagen vai investir e quantos engenheiros serão contratados pelo centro de desenvolvimento de tecnologias baseadas em biocombustíveis. Sua criação, no entanto, já foi autorizada pela matriz na Alemanha. “Será um processo que vai demorar mais alguns meses até o fim do ano. Mas o mais importante foi a aprovação do conceito pelo conselho mundial”, afirma Di Si.

Fonte: Infomoney