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Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 27 de julho de 2021 às 10:37


Investimentos em startups batem recorde histórico em 2021. Fintechs, retail techs e healthtechs são apontadas como as com maior previsão de crescimento nos próximos anos.

Enquanto muitos setores ainda tentam se recuperar da crise, em sua grande parte relacionada aos reflexos da pandemia sobre a economia, as startups no Brasil vão muito bem, obrigada.

Com recorde histórico de investimentos apenas no 1º semestre de 2021, atingindo a cifra de US$ 5,2 bilhões, o volume aportado em startups nos primeiros seis meses do ano já ultrapassou em 45% o total investido em todo o ano de 2020.

Os dados são do mais recente estudo Inside Venture Capital, do Distrito, que também revelou que foram realizados 339 aportes de janeiro a junho de 2021 – número aproximadamente 35% superior ao ano passado.


Setores mais aquecidos para entrada de startups

Segundo Gustavo Araujo, CEO do Distrito, os setores que mais tiveram entradas de startups na última década foram os de fintech, que desenvolvem produtos financeiros digitais, e retail techs, ou seja, as startups que atuam no varejo.

“As fintechs vieram como soluções de inovação financeira das mais diversas para o público geral, oferecendo carteiras digitais, pagamentos P2P, empréstimos, financiamentos para ensino continuado, etc, atacando tanto dores das quais bancos tradicionais prestam serviços, mas também novos desafios gerados pelo avanço tecnológico e as mudanças culturais no mundo”, exemplifica Gustavo Araujo.

Mas, as fintechs também apresentam soluções B2B, ou seja, para as empresas, na forma de controle financeiro, crédito bancário, formas de pagamento, entre outras soluções que dão suporte nas operações das empresas.

“Já em retail, notamos o crescente número de startups voltadas para soluções de e-commerce e logística. Tanto pelo avanço tecnológico, como pela mudança cultural proporcionada pela pandemia, o setor vem acompanhando os novos hábitos de consumo dos brasileiros”, explica o CEO do Distrito.

As marcas estão se digitalizando, buscando alcançar públicos antes intangíveis. E esse movimento faz com que o setor tenha que se adaptar, necessitando de novas estruturas para suportar esse novo modelo de negócio, e, para Araujo, isso explica tanto o crescimento de soluções para o e-commerce como o de logística, ampliando o escopo das marcas.

Sendo assim, em um mercado cada vez mais competitivo, a tendência é que se crie cada vez mais produtos e serviços personalizados, atendendo todos os tipos de consumidores.

Além disso, a maior competição obriga as startups a focarem mais nos clientes e buscarem sempre uma maior eficiência, que é sentida pelo consumidor através da velocidade de entrega das soluções e do barateamento dos preços para o consumidor final.

“Com o crescente número de startups também é esperado que ineficiências das indústrias, além de problemas estruturais das empresas, sejam cada vez menos presentes. Trazendo isso para os mercados em crescimento, esperamos que problemas como a alta taxa de desbancarizados, assim como o alto spread bancário sejam, por exemplo, problemas no qual veremos soluções através das startups nos próximos anos”, prevê Gustavo Araujo.


Tendências para novos segmentos de mercado

Só no primeiro semestre deste ano, foram realizadas 113 fusões e aquisições relacionadas às startups, ainda segundo o relatório Inside Venture Capital, do Distrito. Esse número é 121% superior ao mesmo período do ano passado, quando 51 M&As – termo em inglês para Mergers and Acquisitions, em português, fusões e aquisições – movimentaram o mercado. Isso reforça a solidificação do mercado de M&As no Brasil, especialmente quando há startups envolvidas.

“Nós acreditamos que o mercado está superaquecido e que todos os segmentos são passíveis de crescimento. Dos 335 aportes em startups realizados em 2021, 69% foram em startups early stage, que é o estágio inicial de uma startup, indicando que o mercado ainda deve amadurecer e manter oportunidades para diversos setores”.

Sendo o Brasil um país de dimensão continental, diversas oportunidades se abrem, nas quais startups dos mais diferentes tipos têm a oportunidade de resolver. Entretanto, o CEO do Distrito acredita que dois setores em especial devem se expandir mais nos próximos anos. São eles os de fintech e healthtech.

“O setor de fintech é historicamente superaquecido e esperamos cada vez mais a penetração de novas tecnologias como open banking, inteligência artificial, validação de identidade, entre outras soluções que irão renovar o setor”.

De fato, as fintechs brasileiras foram as que mais receberam investimento de janeiro a julho neste ano. Foram levantados mais de US$ 2 bilhões no semestre pelo setor, que também foi o que mais concentrou mega-rounds: foram 5 rodadas com montante superior a US$ 100 milhões.

As fintechs também lideram em número de incentivos recebidos, com 72 aportes, seguida de RetailTech e HealthTech com 36 e 29 aportes, respectivamente. “Já em relação às healthtechs, espera-se um crescente número de soluções voltadas para a saúde e bem-estar visto que a indústria está enfrentando uma série de dificuldades que foram escancaradas pela pandemia da COVID-19, abrindo portas para problemas que antes não eram tão emergenciais”.

Fonte: Consumidor Moderno
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 20 de julho de 2021 às 10:18


Novo modo de compra tem demonstrado grande aderência no país desde o início deste ano.

Embora o comércio de rua comece a dar sinais de recuperação, é quantitativamente notório o fato de que o comércio online seguirá a pleno vapor. Tanto que a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) e o instituto Neotrust realizaram um levantamento que apontou que, no primeiro trimestre de 2021, foram realizadas 78,5 milhões de compras online, ou seja, um aumento de 57,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Esse volume de vendas resultou em um faturamento de R$ 35,2 bilhões para o e-commerce entre janeiro e março deste ano, o que significa um crescimento de 72,2% em face às estatísticas de 2020.

O Brasil atingiu, em 2020, o recorde de pedidos no e-commerce: 301 milhões de compras foram realizadas, número que representa uma alta de 68,5% em relação a 2019, de acordo com a ABComm e a Neotrust. Como consequência, o faturamento nacional também teve um crescimento significativo.

Ao todo, a receita gerada foi de R$126,3 bilhões, número que representa uma variação de 68,1% comparado ao ano anterior e mostra a força do e-commerce e das vendas digitais para a economia do país.

Para o estudo, a busca por baratear o valor da entrega também aumentou durante os primeiros três meses de 2021: o reflexo disso é o grande crescimento da modalidade de frete grátis. No período, 53% das compras realizadas foram entregues de forma gratuita, ante 47% no mesmo trimestre do ano passado. Já a entrega paga foi a opção escolhida em 47% dos pedidos realizados, queda de 6% no comparativo.

Nesse período, o varejo digital concentrou 22,8 milhões de consumidores únicos, aumento de 43,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. O gasto médio total de cada consumidor foi de R$ 1.340,00, valor que representa aumento de 14,1% em relação ao mesmo trimestre em 2020.

“O comércio online passou por uma prova de fogo e de escala por conta da pandemia. Os usuários aprenderam a comprar virtualmente e perceberam que isso era muito bom. O crescimento do segmento, antes disso, já era super acelerado, pois o comportamento do consumidor vinha mudando de acordo com a popularização da internet, dos smartphones e das redes sociais. A pandemia só acelerou um processo que já iria acontecer de uma forma ou outra”, afirma Renan Mota, co-CEO e founder da Corebiz.

Para o especialista, esse cenário gera um ciclo virtuoso e que promove as vendas online, uma vez que os clientes notam que há uma facilidade de compra (sem precisar sair de casa e com a possibilidade de comparar preços com um clique) e que os próprios lojistas estão se aprimorando para oferecer a melhor experiência no ambiente digital.

“A pandemia foi o motor principal para o grande aumento das vendas online. A continuidade se deve ao aumento da confiança no canal internet, a praticidade e a rápida pesquisa de preços. A frequência das comercializações se manteve em alta nos últimos tempos e, diante de datas comemorativas tradicionais de consumo, os índices podem sofrer aumentos”, diz Rodrigo Santos, vice-presidente da ABComm e empresário do setor de logística.

Os segmentos que estão saindo na frente

Apesar de o comércio online no Brasil estar em ascensão, é natural que algumas áreas de atuação estejam performando melhor ou pior do que outras. Isso se deve, em grande parte, ao fato de que as pessoas estão passando cada vez mais tempo em casa, o que gera uma maior procura em itens de bem-estar doméstico. Desse modo, é relevante voltar os olhares aos segmentos que vêm demonstrando resultados positivos. Rodrigo Santos e Renan Mota listam algumas delas:

● Casa (cama, mesa e banho);
● Supermercados (serviços realizam compra e entrega de itens selecionados ao cliente em pouco tempo);
● Tecnologia (em especial: televisões com telas maiores e smartphones);
● Linha branca;
● Vestuário.


Tendências para os meses seguintes

Segundo o co-CEO e founder da Corebiz, a frequência das vendas no comércio online, daqui para frente, será crescente, e de forma exponencial em alguns casos. Tanto que se houver limitações no mercado, ele acredita que será por parte dos lojistas, e não dos consumidores.

“O comércio eletrônico se tornou muito mais do que apenas um canal de vendas online. Hoje, está ligado diretamente ao core de cada cliente. Por exemplo, um indivíduo que vai à loja física pode ser fidelizado pelo canal digital, que por sua vez está integrado ao televendas. O omnichannel tem como “maestro” as plataformas que antigamente eram focadas apenas no e-commerce e que, agora, se tornaram plataformas de vendas em geral”, completa Renan Mota.

De acordo com tudo isso, Rodrigo Santos, vice-presidente da ABComm, coloca que o crescimento do universo digital, em 2021, seguirá em alta devido aos avanços no modo de operação das lojas e no comportamento dos clientes, vertentes construídas e aprimoradas no ano passado e que irão favorecer o desenvolvimento das compras online no país.

“Muito disso possui uma relação com novos consumidores e novas empresas online e também em virtude do grande investimento das companhias em promover, cada vez mais, uma incrível experiência de compra. Seja na oferta de produtos ou na entrega cada vez mais rápida”, discorre o empresário.

Contudo, como a popularização dessa nova forma de compra está em andamento, os especialistas alertam: antes de efetuar uma compra online, busque, ao conversar com familiares e amigos ou na própria internet, referências sobre a loja escolhida para não cair em golpes ou fraudes.

Fonte: Consumidor Moderno