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Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 15 de dezembro de 2020 às 10:06


Para especialistas, a falha de ontem, na verdade, sinaliza como estamos cada vez mais dependentes de poucas empresas.

Estudante do segundo ano do ensino médio, Anna Júlia de Lima Cabral tinha um compromisso decisivo às 9 da manhã de ontem: encarar uma prova online de História. Em recuperação, ela precisava tirar nota 7 para passar de ano. Para a sua apreensão, a avaliação não ocorreu, pois o sistema do Google em que a prova aconteceria estava fora do ar. A estudante de Natal (RN), porém, não estava sozinha, e percebeu junto com milhares de outros usuários o quanto depende da empresa.

Na manhã de ontem, praticamente todos os serviços do Google passaram cerca de 45 minutos fora do ar em diversos países do mundo – as reclamações vinham de Índia, África do Sul, Europa e até Estados Unidos, onde o problema ocorreu antes das 7 da manhã.

No Brasil, começou às 8h47 da manhã. Usuários passaram a reportar em suas redes sociais que Gmail, Drive, YouTube, Meet, Play Store e outros serviços da empresas estavam fora do ar – só a ferramenta de buscas passou ilesa. Às9h30, os serviços começaram a voltar.

Cerca de quatro horas e meia depois, o Google apresentou explicação e afastou os temores iniciais de que um mega ataque cibernético teria sido a causa.

“O Google sofreu uma queda em seu sistema de autenticação em razão de um problema de gestão interna da cota de armazenamento. Os serviços que requerem login de usuários apresentaram altas taxas de erro durante esse período”, diz parte da nota da empresa.

Em outras palavras, o mecanismo de usuário e senha teve um problema em como o espaço dedicado a ele dentro da infraestrutura do Google é administrado.

Isso fez com que o sistema fosse desativado. A maioria dos serviços do Google exige login e senha, o que explica a pane generalizada. A empresa afirma que continua investigando o problema para que ele não se repita.


PREJUÍZO

É difícil calcular o tamanho do prejuízo que 45 minutos de pane no Google podem causar – no dado mais recente, a empresa informou que tinha 1,5 bilhão de contas no Gmail, o que mostra o alcance nos segmentos corporativos e educacionais.

Porém, o Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor (Idec) afirma que, se o consumidor se sentiu lesado ou sofreu algum prejuízo objetivo, ele pode encaminhar a reclamação à empresa e recorrer ao Procon e à Justiça.

“Não é porque o serviço é aparentemente gratuito que a empresa não tenha de ressarcir pelos danos”, explica Diogo Moyses, coordenador do programa de Telecom e Direitos Digitais do Idec.


DEPENDENCIA

Para especialistas, porém, o problema vai além do dano causado por este episódio. A falha de ontem, na verdade, sinaliza como estamos cada vez mais dependentes de poucas empresas.

“O Google conseguiu criar uma infraestrutura computacional nas nossas vidas”, explica Diogo Cortiz, professor da PUC-SP. Para ele, estamos tão envolvidos com esses serviços que é difícil não se tornar altamente dependente deles.

“Creio que esse caso servirá como mais um ponto a favor dos debates de regulação sobre as grandes empresas de tecnologia”, explica Vivaldo José Breternitz, professor da Universidade Mackenzie. As gigantes, como Amazon, Google, Facebook, Apple e Microsoft, estão na mira de reguladores americanos e europeus.

Embora o debate de regulação tenha origem nos poderes econômicos e políticos, Breternitz lembra que a pane do Google reforça também a dependência técnica. “Se a infraestrutura de uma única dessas gigantes falha, muita gente e muitos negócios são afetados”, diz ele.

Teve gente, porém, que curtiu a dependência. A prova de história da Anna Júlia foi adiada para sexta. “Gostei do adiamento. Dá para reforçar a matéria”.

Fonte: Infomoney
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 08 de dezembro de 2020 às 10:39


O investimento pode gerar ao banco uma economia de R$ 200 milhões nos gastos com energia até 2025.

Após iniciar investimentos em fazendas solares para abastecer sua rede de agências, o Banco do Brasil traçou uma meta ambiciosa e pretende atingir, até 2024, um nível de suprimento de energia 90% renovável. O objetivo será alcançado por meio de geração distribuída remota, com 22%, e pelo mercado livre, com 68%.

“É um compromisso do banco com a eficiência e com a sustentabilidade dos seus negócios. É uma meta desafiadora, mas plenamente factível de ser cumprida até 2024”, disse o vice-presidente Corporativo da instituição, Mauro Ribeiro Neto.

Atualmente, 10% da eletricidade consumida pelo banco já é solar. Outros 20% são adquiridos no mercado livre, a partir de fontes renováveis – a energia vem da comercializadora da EDP, selecionada por meio de licitação.


O modelo de fazendas solares agrega eficiência ao negócio, diz Ribeiro. Apesar de contar com uma rede de 5,1 mil agências, o banco avaliou que a instalação de painéis solares em cada uma delas não seria economicamente viável.

Até o momento, sete fazendas solares foram contratadas no Distrito Federal, Goiás, Pará, Bahia e Ceará, além de duas em Minas Gerais. Outras três devem ser licitadas em breve em São Paulo, Paraná e Santa Catarina. O investimento também deve gerar ao BB uma economia de quase R$ 200 milhões em gastos com energia até 2025.

O modelo de fazendas solares é o de geração distribuída remota, em que pequenas usinas de até 5 megawatts (MW) produzem energia a clientes distantes desses locais. A eletricidade injetada na rede gera créditos que são usados pelos edifícios do BB.

Em paralelo, o banco atua para reduzir o consumo de energia, com substituição de lâmpadas, modernização de equipamentos e um projeto de inteligência artificial e automação de aparelhos de ar condicionado. Sensores instalados nos edifícios que otimizam o consumo e mantêm a refrigeração já reduziram os gastos em 30%, disse o diretor de Suprimentos, Infraestrutura e Patrimônio do BB, Ricardo Forni.

“Nosso projeto de ecoeficiência energética está prospectando continuamente soluções de mercado que viabilizem ações concretas que se traduzam em eficiência e sustentabilidade”.

Fonte: Infomoney