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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 18 de julho de 2023 às 10:13


Nos últimos anos, o comportamento do público mudou expressivamente. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Google e pela fornecedora de inteligência empresarial Euromonitor, o e-commerce brasileiro continuará crescendo, com a expectativa de chegar a uma expansão de 42% até 2025. Isso tornará esse segmento responsável por 39% do aumento total de vendas no varejo.

Voltadas para o segmento do varejo, as retailtechs desenvolvem soluções tecnológicas para sanar as necessidades desse mercado e seus gargalos. Essas startups surgem para ajudar negócios tradicionais e plataformas de e-commerce a reduzir custos, aperfeiçoar serviços, aumentar a taxa de conversão e potencializar a exposição da marca e seus resultados. Isso beneficia os varejistas, fazendo com que se tornem pequenos distribuidores das grandes marcas e aumentem a receita.

As retailtechs são agentes fundamentais no processo de transformação digital do setor de varejo. Internet das Coisas (IoT) e inteligência artificial (IA) são algumas das tecnologias adotadas por essas startups. Esse segmento é fortemente influenciado pelas mudanças de hábitos dos consumidores e precisa se adaptar a essas novas condições e necessidades.

O varejo precisa se tornar mais competitivo em termos de sortimento e preços, garantindo sua sobrevivência em momentos de retração da economia, bem como aumentar a integração das lojas físicas e online.

O ano de 2022 representou a consolidação da digitalização do setor varejista nacional, que confirmou que a presença no ambiente digital é um fator fundamental para atender às novas necessidades e aos hábitos de consumo das pessoas – além de garantir a sustentabilidade do negócio.

Mas o varejo ainda tem um longo caminho a ser percorrido. Esse mercado precisa se tornar mais competitivo em termos de sortimento e preços, garantindo sua sobrevivência em momentos de retração da economia, bem como aumentar a integração das lojas físicas e online.

Estamos quase na metade de 2023, e as previsões dos especialistas sobre o consumo estão sendo totalmente assertivas. Esperava-se no início do ano uma queda no consumo, e o principal setor impactado é o varejo. Essas projeções foram feitas sob a alta das taxas de juros, o aumento do endividamento familiar, a incerteza da inflação, além da situação mundial instável com taxas de juros altas em países desenvolvidos.

Nesse cenário, é preciso investir em tecnologia para melhorar a experiência do cliente, assim como criar programas de fidelidade e descontos para atrair e reter consumidores. As retailtechs nasceram para isto: para ajudar o varejista a dominar de vez o mundo digital, atingindo cada vez mais clientes e se ajustando ao novo modelo de consumo. A Meu Compras, a Self Supply, a Liquida.se e a iWert são exemplos de plataformas que têm cumprido esse papel.


Tendências para os próximos anos

86% dos clientes concordam que a tecnologia ajuda muito na hora de comprar algo, segundo estudo da Oppinon Box. O novo consumidor busca uma experiência ao comprar. Nesse contexto, os chats online e os chatbots tendem a crescer, de modo a facilitar a integração com o offline, reforçando a estratégia omnichannel.

Trata-se de tendência do varejo com foco na integração de todos os canais utilizados por uma empresa, conectando comprador, lojas físicas e virtuais. Isso permite evitar a fragmentação da experiência do consumo e fazer com que o cliente não perceba a diferença entre os universos on e o offline. Nesse universo, os call centers devem perder espaço, tornando-se mais especializados, focados na resolução de questões mais complexas.

Além disso, os consumidores estão preocupados com o meio ambiente e com o social, e querem que suas marcas favoritas também olhem para essas questões. Quatro a cada cinco brasileiros julgam importante que as marcas realizem ações voltadas para o âmbito social, ambiental e de governança, que são as bases do ESG, segundo estudo desenvolvido pelo Google em parceria com a MindMiners e o Sistema B.

Nos próximos anos, também veremos o amadurecimento e o crescimento dos marketplaces. De acordo com a mesma pesquisa, 90% dos consumidores os usam para pesquisar antes de efetuar compras. A demanda do consumidor deve encaminhar os varejistas em direção às grandes plataformas de e-commerce, nas quais terão oportunidade de capilarizar seus negócios e aumentar o faturamento.

Os varejistas realizaram investimentos em galpões e melhoraram seu processo de entrega. Os marketplaces têm exigido dos lojistas uma entrega cada vez mais rápida, para alcançarem melhores posições nas plataformas. Muito provavelmente, os consumidores logo terão fretes mais em conta e entregas mais velozes.

Outra tendência para o futuro é o social commerce, como é denominado o conceito das vendas por redes sociais. Conforme levantamento da Opinion Box em parceria com a Dito, com mais de dois mil entrevistados, 58% deles disseram já ter comprado algo via WhatsApp. As live commerce também estão ganhando espaço, com 40% dos entrevistados afirmando que já compraram após assistir a uma transmissão ao vivo de uma marca.

Para garantir melhor engajamento, as empresas precisam transferir para a prática do atendimento online o que já conhecem do consumidor, por meio de bancos de dados.

Fonte: Ecommerce Brasil
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 04 de julho de 2023 às 10:11


Atualmente, cerca de 20% das mais de 300 franquias do Habib’s estão em shopping centers, mas a rede de fast-food brasileira está disposta a mudar essa conta em até cinco anos, com 400 inaugurações. Para isso, reformulou o modelo de negócio, enxugou processos e espaço físico, investiu em equipamentos e agora mira as praças de alimentação, palco de seus principais concorrentes, como McDonald’s e Burger King, com um formato que custa a partir de R$ 950 mil – o primeiro abaixo de R$ 1 milhão da marca.

De acordo com Alberto Saraiva, presidente e fundador do grupo, o trabalho vem sendo feito há dois anos, e a ideia é já dobrar a presença em shoppings, com mais 50 franquias até o final de 2024. As cinco primeiras serão inauguradas nos próximos 90 dias, sendo duas São Paulo e as demais em Campinas, Salvador e Uberlândia (MG).

“O foco é praça de alimentação. Tem mais concorrência, mas não temos medo, vendemos dez esfihas a R$ 14,90. Quando o cliente comparar com um sanduíche, ele vai nas dez esfihas”, diz Saraiva, em entrevista a PEGN.


Na prática, são três novos modelos de negócios, com prazos de retorno estimados entre 24 e 48 meses:

- Loja 100% fast: modelo de venda e atendimento rápido em praças de alimentação, galerias, hipermercados, terminais, etc. Cabe em 50 metros quadrados e tem investimento inicial a partir de R$ 950 mil.

- Loja 100% fast com salão: modelo similar ao anterior, mas com espaço para consumo no local, com 30 lugares. A metragem necessária é de 80 metros quadrados, mais 25 metros quadrados de mezanino, e o investimento inicial é a partir de R$ 1,2 milhão.

- Loja convencional fast: formato que funciona em shopping, fora da praça de alimentação, mas que também pode ir para a rua. Oferece salão anexo com 90 lugares e demanda uma metragem de 350 metros quadrados. O investimento inicial é a partir de R$ 3,5 milhões.


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De acordo com Saraiva, levar as lojas para dentro dos centros comerciais, com formatos menores, era um plano antigo, mas a complexidade do cardápio, que oferece de esfiha a pizza e sorvetes, sempre foi um empecilho. 

No trabalho de desenvolvimento, o objetivo foi levar todo o portfólio de itens da marca para as lojas menores, mas com processos repensados, receitas adaptadas em alguns casos e equipamentos que ajudam a dar a agilidade que os concorrentes oferecem atualmente. Saraiva não revela o investimento feito em todo esse trabalho, mas diz que foi aportado “muito dinheiro” e, acima de tudo, “muito trabalho”, com múltiplos testes e a experiência do time e dele próprio.


Verticalização ajuda a segurar preços

Segundo o empresário, os custos maiores de ocupação em shoppings não devem abalar os preços dos produtos, o que é considerado um diferencial para atrair o consumidor nos terrenos já dominados por outras marcas. O segredo para isso, de acordo com Saraiva, é a verticalização adotada pelo grupo há muitos anos, que garante desde a produção do leite utilizado nos produtos, em uma fazenda localizada em Promissão (SP), até as 11 cozinhas industriais que produzem mais de duas mil toneladas de itens por mês. “É isso que consegue segurar uma esfiha de carne a R$ 1,49. É o mesmo preço de sete anos atrás”. O empreendedor afirma que há capacidade de quintuplicar a produção sem mexer na estrutura atual.

“No começo eu era ‘malhado’ pela [opção da] verticalização, e todo mundo me falava de terceirização, que eu tinha que focar no meu negócio, mas é uma bobagem. Eu sempre verticalizei. Isso permite que sejamos competitivos”, afirma.


Delivery se mantém forte

O faturamento das lojas atuais do Habib’s está entre 10% e 15% acima de antes da pandemia, mas Saraiva acredita que “poderia ser muito maior”, se não tivesse ocorrido a crise sanitária, que mudou os fluxos de escritórios e transporte público em grandes cidades. De acordo com ele, algumas lojas foram fechadas nos últimos anos, por conta da localização e da opção por manter apenas pontos saudáveis. A projeção para este ano é faturar R$ 2,7 bilhões, valor similar ao alcançado em 2022, com uma variação de até 6%.

O delivery, que deve ser um canal relevante nas novas operações, se mantém na casa dos 25%, média parecida com a de antes da pandemia. “Sempre fomos muito fortes em delivery”, lembra o empresário, que também comanda as marcas Ragazzo, Tendal Grill e os restaurantes digitais Mita e Cabulosa.

Em 2002, o Habib’s lançou uma campanha que ainda é lembrada por muitos: se a entrega demorasse mais de 29 minutos, o pedido sairia por conta da casa, sem limite de valor. “Era um sucesso. Eu montei um contact center, a Voxline, que tinha dois mil atendentes só para atender o delivery, tudo com muita tecnologia para direcionar o atendimento para a loja mais próxima e entregar rápido. Atendia o Brasil inteiro, não tinha iFood, Rappi, nada”, conta. A empresa de contact center ainda pertence ao grupo.

De acordo com ele, os custos eram divididos entre o franqueado e a franqueadora, caso o pedido chegasse depois de 29 minutos. Por essa razão, havia um empenho na agilidade, e ele garante que o prejuízo com a ação foi de apenas 0,01%. “Ninguém queria perder dinheiro. A turma torcia para demorar mais de 29 minutos para não pagar. E é louco, porque hoje as pessoas querem que o delivery chegue em 15 minutos.”

Fonte: Revista PEGN