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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 24 de janeiro de 2023 às 13:45


Grandes redes varejistas estão mais engajadas em atrair consumidor neste início de ano e algumas igualam descontos oferecidos na Black Friday.

A primeira quinzena de janeiro, tradicionalmente, é um período de queima de estoque no varejo com o famoso “Saldão de Verão”. Mas, este ano em especial as lojas e as grandes redes se engajaram ainda mais para atrair os consumidores. Em muitos casos, produtos chegaram a ser ofertados com até 80% de desconto, promoções muito semelhantes (ou até melhores) que as encontradas na última Black Friday.

Alguns especialistas associam a maior força do “saldão” nas primeiras semanas de 2023 aos resultados bem abaixo do esperado no segundo semestre do ano passado e nas principais datas do varejo final de 2022. De acordo com o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian, as vendas do varejo físico brasileiro na semana do Natal tiveram um crescimento de apenas 0,4%, o que ficou muito aquém da expectativa de aumento de 5%. O faturamento bruto do e-commerce brasileiro na sexta-feira de Black Friday caiu 23% quando comparado ao de 2021.


Para Tatiana Thomaz, CEO da Shopper Centric e professora da ESPM, as ações promocionais do varejo, tanto das lojas físicas, quanto do e-commerce,  acabaram não sendo suficientes para registrar o aumento esperado nas vendas devido ao cenário econômico desfavorável. Os consumidores, segundo Tatiana, sofreram com o impacto da inflação, a alta da taxa de juros e a inadimplência. A Copa do Mundo também dividiu os holofotes com as principais datas do varejo.

Tatiana relembra que alguns varejistas apostaram na antecipação da data e que, com a diluição das promoções, houve uma mudança no comportamento do consumidor. Além disso, ela ressalta que, apesar da redução da taxa do desemprego no final do ano, de acordo com dados do IBGE, o país fechou o ano com inflação acumulada de 5,79%. Isso teve impacto na confiança do consumidor, que caiu 3,3 pontos em novembro, queda pelo segundo mês consecutivo, segundo a FGV.

“Depois de tempos difíceis e performance abaixo do esperado, o comércio tem grandes expectativas para este mês de janeiro. Os saldões já começaram em todo o país, com taxas de desconto bastante agressivas e varejistas dispostos a negociar para não perder a venda. Resta-nos acompanhar para ver se os resultados das vendas estarão alinhados às expectativas”, afirma Tatiana Thomaz, especialista em comportamento do consumidor.

Já Tiago Baeta, fundador do E-commerce Brasil, tem dúvidas quanto a relacionar o maior engajamento das grandes do varejo neste mês de janeiro com a performance abaixo do esperado no final de 2022. Ele lembra que em algumas lojas como a Magazine Luiza tem como tradição fazer uma forte queima de estoque nessa época do ano. Na análise dele, o que pode estar acontecendo é um amadurecimento do online e um equilíbrio do mercado.

“Esse saldão agora é tradicional no varejo. Não acho que seja por causa do resultado de vendas da Black Friday ou do Natal. Pelo contrário, a gente está vivendo um período em que a gente não tem no mundo mercadoria, ou matéria prima sobrando. Eu acho que é uma maturidade de data e do mercado, de saber aproveitar e criar as oportunidades nos momentos certo"o.

Segundo ele, o varejo como um todo, principalmente o e-commerce, está passando por um processo de amadurecimento, assim como os consumidores. Para ele, a última Black Friday ter sido mais “conservadora”, apesar dos bons resultados de muitas marcas, também é um retrato de um consumo mais maduro, “sem muitas loucuras”. Tiago afirma ainda que a tendência é que a gente vá observando um equilíbrio maior do consumo ao longo de todo o ano.


Liquidação Fantástica da Magalu chega na 30ª edição

Na Magazine Luiza, como citado pelo Tiago Baeta, o saldão de janeiro é tradicional e esperado pelos consumidores. A “Liquidação Fantástica Magalu” acontece sempre na primeira sexta-feira do ano. Em 2023, a data foi dia 6 de janeiro. Na 30ª edição da megapromoção foram oferecidos descontos de até 80% em produtos de diversas categorias tanto nas lojas físicas, quanto nos canais digitais.

Em nota enviada à Consumidor Moderno, a Magalu afirmou que a promoção não foi impactada pela desaceleração do consumo do final do ano passado. Isso porque, segundo a empresa, o fim de ano foi positivo para a companhia, após um longo planejamento e uma série de ajustes. “A Black Friday do ano passado foi a maior de nossa história”, cita a nota.

Lojas como Netshoes, Época Cosméticos, KaBuM! e Consórcio Magalu, que fazem parte do ecossistema da Magazine Luiza, também ofereceram descontos aos consumidores nessas duas primeiras semanas de janeiro. Aliás, os consumidores ainda encontram boas promoções nessas lojas.


Fast Shop tem itens pela metade do preço e descontos no PIX

Na Fast Shop, todos os anos, nessa época, é feito o “Grande Barato”, um saldão com produtos selecionados em todas as linhas. No ar desde a primeira semana do ano, a campanha traz itens selecionados pela metade do preço e condições ainda mais especiais para quem optar pelo pagamento no PIX, forma de pagamento que vem crescendo nas últimas campanhas promovidas pela rede varejista.

Em 2023, a maior procura até o momento foi por ofertas de smartphones, televisões e aparelhos eletrodomésticos. Há também oportunidades de descontos em notebooks, aparelhos de ar-condicionado e artigos para curtir as férias de janeiro. As promoções estão disponíveis no e-commerce da rede e nas lojas físicas, com frete grátis em produtos selecionados para clientes Fast Prime.

Também em janeiro, a empresa costuma realizar campanhas temáticas como a “Volta às aulas” e outras com temas relacionados a férias, como a “Churrasco com Amigos”. Em entrevista à Consumidor Moderno, Eduardo Salem, diretor geral de operações da Fast Shop, afirmou que todas as campanhas promocionais são pensadas com antecedência e de acordo com a sazonalidade e demanda do período.

Eduardo afirma que a Fast Shop não teve problemas no final de 2022: “As vendas foram positivas e ficaram dentro do esperado. No comparativo com 2021, a companhia observou crescimento no período contemplando Black Friday e Natal”. Sobre esse início de janeiro, o diretor de operações disse que as vendas da companhia estão dentro das metas estabelecidas, com destaque para venda de celulares, acessórios e utensílios de cozinha. Eduardo Salem também se mostrou otimista para a boa performance das vendas neste começo de ano.


Marcas da Via oferecem descontos de até 70% e parcelamentos sem juros

Quem também apostou forte no “Saldão de Verão” foi a Via, dona das marcas Casas Bahia, Ponto e Extra.com.br. As lojas dessas redes começaram o ano com promoções inéditas e oferecendo condições especiais de pagamento com parcelamento sem juros em até 30 vezes nos cartões das marcas, 24 parcelas no carnê e a possibilidade de pagar mais barato usando PIX. Em nota enviada à CM, a Via informou que a Casas Bahia está com R$ 70 milhões de reais em descontos e o Ponto com promoções de até 70%.

A Via aposta na variedade de itens com preços especiais, como eletrodomésticos, eletroportáteis, TV’s, smartphones, artigos de esporte e lazer, celulares, móveis, telas, produtos de limpeza, instrumentos musicais, itens para cama, mesa e banho.

Na Casas Bahia, a “Megaliquidação da Virada” foi estrelada pelo ator Luigi Baricelli e sorteou uma série de descontos para os consumidores. Já no Ponto, o protagonista da campanha “Mega Master Super Saldão Liquida Ponto” foi o Pin, brand persona da marca que ficou responsável por chamar os clientes para conhecerem a liquidação.

Fonte: Novarejo
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 17 de janeiro de 2023 às 11:10


A Lojas Renner (LREN3) está em negociações preliminares para comprar a C&A (CEAB3) no Brasil.
As duas empresas ainda não se manifestaram oficialmente sobre o negócio entre Renner e C&A na Comissão de Valores Mobiliários.
A Renner vale R$ 20 bi na Bolsa, enquanto a C&A tem valor de mercado em torno de R$ 750 mi, conforme indicam os dados do Status Invest:

A Renner conta com 663 lojas em seu portfólio, enquanto a C&A dispõe de 331.
Em 2020, surgiram rumores de venda da C&A no mercado. A família Brenninkmeijer, que detém as operações da C&A (CEAB3), estaria estudando a venda de sua participação nas operações da varejista no Brasil. A ideia do grupo de investidores seria focar os negócios na Europa, informava em outubro daquele ano o Valor Econômico. 

A família detentora do controle da C&A tinha se desfeito naquela época das operações da varejista de moda na China e no México. Os Brenninkmeijer possuem 65% da empresa no Brasil, e afirmaram a fundos estrangeiros de private equity que poderiam analisar propostas pelo ativo no País. A C&A foi listada na bolsa brasileira no final de 2019.

A publicação do jornal afirmava, ainda, que a companhia estaria atrás, já naquela época, de soluções para o negócio no Brasil – o que vinha ocorrendo desde 2014. O objetivo da empresa seria focar em países mais rentáveis, na Europa, como a Alemanha. Dos 18 países de atuação da C&A, mais da metade estão localizados no continente europeu.

Segundo fontes consultadas pelo jornal, a possível venda das operações da C&A no Brasil não seria surpresa. A empresa, apesar de não ter formalizado a venda de ativos no País, estaria consultando fundos e grupos estratégicos nos bastidores.


Renner: lucro no 3T22 aumentou 50%

No terceiro trimestre, a Lojas Renner (LREN3) teve um lucro líquido de R$ 257,9 milhões. Em comparação ao mesmo período do ano passado, a varejista de moda registrou um resultado 50,0% melhor.
No acumulado dos nove primeiros meses deste ano, a Lojas Renner reportou lucro líquido de R$ 809,9 milhões. Isso representa um crescimento de 272,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O Ebitda ajustado da Lojas Renner (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 459,5 milhões entre julho e agosto deste ano. A cifra ficou 5% maior na base anual. No relatório de resultados da Lojas Renner, a empresa explica que a alta anual no Ebitda total ajustado aconteceu com a melhora no segmento de varejo.
O BB Investimentos entende que o cenário vivenciado pelo setor de varejo de vestuário no 3T22 foi mais adverso do que projetavam, o que implicou em maiores desafios à Lojas Renner e em um resultado menos “empolgante”.

Entretanto, observaram um incremento de vendas da Lojas Renner, diante da normalização das atividades nos últimos 12 meses após as circunstâncias enfrentadas na pandemia de Covid-19 em 2021.

Assim, a companhia deve seguir no radar dos investidores, salienta o banco de investimentos. Seu bom histórico de execução se destaca entre seus pares no setor combinado com a sua exposição a um setor varejista mais sensível à renda do que ao crédito, menos afetado pela oscilação das taxas de juros.


C&A reverteu lucro e registrou prejuízo de R$ 61,4 milhões no 3T22

A C&A (CEAB3) reportou prejuízo líquido de R$ 61,4 milhões no 3T22, revertendo o lucro de R$ 243,9 milhões apurado no terceiro trimestre de 2021.
A companhia lembra, porém, que um ano atrás houve o reconhecimento de um crédito fiscal relevante (no valor de R$ 298 milhões) que resultou no lucro reportado. Se fosse excluído o efeito não recorrente, o resultado do terceiro trimestre da C&A do ano passado teria sido um prejuízo de R$ 54,2 milhões.

O Ebitda Ajustado foi de R$ 139 milhões, 61% maior do que um ano atrás. Enquanto a receita líquida foi de R$ 1,4 bilhão, com alta de 5,1%.

A margem Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustada foi de 9,9% entre julho e setembro, representando alta de 3,4 p.p. em comparação com o mesmo período de 2021. O EBITDA ajustado (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) reportado foi R$ 139,7 milhões no neste trimestre, alta de 60,9% em relação ao 3T21. A alavancagem financeira ficou em 3,2 vezes em setembro/22.

O lucro bruto da C&A foi 15,8% maior na comparação entre trimestres, somando R$ 693,8 milhões. A margem bruta foi de 49,3% no 3T22 registrando alta de 4,6 p.p. frente a margem do mesmo período de 2021.

“Os resultados da C&A no terceiro trimestre continuam a mostrar o progresso da companhia em suas operações e sua competitividade em um ambiente macroeconômico incerto, com inflação pressionando despesas e poder de compra do consumidor”, avalia a gestão da companhia.


Goldman Sachs: ponto de entrada atrativo

Na terça (10), o Goldman Sachs reforçou a recomendação positiva do papel e apontou um potencial de valorização de 64,8% nos próximos doze meses, em relação ao preço do dia anterior ao fechamento do relatório.

De acordo com o mapeamento do Status Invest, nos últimos doze meses, as ações da varejista de roupa e acessórios caíram 14,35%.

Porém, os analistas do Goldman Sachs enxergam esse momento como um ponto de entrada atrativo para os investidores. “Reconhecemos que as revisões consecutivas para baixo dos lucros prejudicaram a confiança do investidor, mas esperamos que as revisões dos lucros se estabilizem a partir daqui”, destacaram os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini.

Segundo os especialistas, as últimas quedas nas ações das Lojas Renner foram causadas por um ajuste das expectativas dos investidores para as vendas de curto prazo e os números dos serviços financeiros da companhia, tendo em vista o cenário macroeconômico de desaceleração.

“Continuamos a ver espaço para mais ganhos de participação devido ao avanço das Lojas Renner em cidades menores e crescimento online à frente de seus pares, especialmente em um momento em que concorrentes menores apresentam um balanço mais frágil”, destacaram os especialistas ao reafirmarem a recomendação de compra.

Os papéis das Lojas Renner fecharam em baixa de 5%, ao preço de R$ 20,14, na sexta (13), segundo o mapeamento do Status Invest. Para os próximos doze meses, o Goldman Sachs, porém, trabalha com o preço-alvo desses ativos em R$ 33. Já as ações da C&A terminaram a sessão de sexta em queda de R$ 4,71, cotadas a R$ 2,43.

Fonte: Suno